Costumo sempre abordar por aqui o impacto dos problemas urológicos na saúde do homem: o câncer de próstata, que ainda é o tumor que mais afeta a população masculina, o câncer de rim e bexiga, que atingem duas vezes mais homens do que mulheres, e os tumores testiculares e de pênis que, apesar de mais raros, também podem ser muito graves.
Entretanto, essas não são as únicas condições que colocam a saúde masculina em risco. Na verdade, estima-se que uma parcela significativa dos homens no mundo inteiro sequer sabem que têm problemas de saúde que necessitam de tratamento para evitar complicações sérias.
Justamente por isso, quero aproveitar que estamos na Semana do Homem para conscientizar você a respeito das principais questões e enfermidades que afetam a população masculina (para além do câncer de próstata), oferecendo algumas pistas do que fazer caso você desconfie que lida com algum esses problemas. Vamos lá?
Obesidade
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal, classificada como doença crônica pela OMS. Ela está ligada a muitos fatores, inclusive os sociais, ambientais, psicológicos e genéticos e, geralmente, é causada pela adoção de uma dieta hipercalórica e sedentarismo.
Infelizmente, a obesidade está associada a diversos outros problemas de saúde, como diversos tipos de câncer, diabetes, apnéia do sono, doença renal, doença hepática, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Para saber se você tem obesidade, o primeiro passo é calcular o seu IMC (Índice de Massa Corporal). Basta multiplicar a sua altura por ela mesma, em metros, e dividir o seu peso pelo valor obtido.
Caso o valor seja acima de 30, você já pode ser considerado obeso, mas esse cálculo não leva em conta a massa muscular e por isso precisa ser associado a outras avaliações. Vale procurar ajuda médica para investigar.
Doenças cardiovasculares
Nos Estados Unidos, problemas no coração são a principal causa de morte entre homens, sendo responsável por uma a cada quatro mortes masculinas. Para além dos infartos, as doenças cardiovasculares envolvem, também, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), arritmia cardíaca e hipertensão arterial.
Os principais sintomas desses tipos de problemas são dor no peito, falta de ar, fadiga ou esgotamento, falta de apetite, inchaço de pés e pernas, urinar muito à noite e episódios de desmaio.
Vale ressaltar que muitos homens acreditam que, ao tomar o remédio para pressão alta, o problema foi resolvido, mas isso não é verdade. A medicação apenas ajuda a controlar a pressão alta e os riscos de ter problemas associados ainda existe.
Diabetes
A diabetes tipo 2 é mais comum nos homens, especialmente entre os 35 e 54 anos. Inclusive, ao contrário das mulheres, nos homens a doença pode se desenvolver mesmo quando o IMC não é alto. Isso significa que mesmo um homem não obeso, mas que teve ganho de peso, é sedentário e mantém uma dieta pobre em nutrientes mas rica em açúcar tem maiores riscos de desenvolver diabetes.
Um problema comum que enfrentamos quando o assunto é a diabetes masculina é que muitos homens não aceitam que precisam tratar a doença, e não fazem mudanças no estilo de vida ou aderem ao tratamento medicamentoso.
Infelizmente, entre as complicações da doença, estão a disfunção erétil, problemas nos nervos, desidratação, problemas nos olhos, rins e na audição.
Problemas renais
Por fim, os homens também lidam mais com os problemas renais, talvez por consequência de todas as outras questões que discuti até agora. Afinal, o diabetes, pressão alta e obesidade podem aumentar o risco de desenvolver doença renal crônica. Hábitos nocivos como o tabagismo e o consumo exagerado de álcool também podem agravar o quadro.
Em alguns casos, as doenças renais não vão causar sintomas, mas os pacientes podem sentir fadiga, mal-estar, perda de apetite, urina em excesso e perda de peso inexplicável. Frequentemente, esse tipo de problemas causa impotência sexual no homem.
Espero que o post de hoje tenha te ajudado a abrir os olhos a respeito da importância de cuidar melhor da sua saúde. E lembre-se de que, ao notar algum sintoma ou desconforto, você pode (e deve!) abordar o assunto com o seu urologista. Mesmo que ele não seja o profissional mais indicado para tratar determinado problema, ele poderá indicar a especialidade correta para que você tenha um tratamento multidisciplinar.
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