O câncer, por si só, é uma doença que afeta muito o psicológico das pessoas. Quando o assunto é um tumor na próstata, estamos em terreno ainda mais delicado. Além de lidar com a finitude da vida, o paciente tem sua sexualidade e intimidade abaladas, então é natural que ele fique confuso entre as várias possibilidades de tratamento.
No geral, o câncer de próstata pode ser tratado de diferentes formas, como por cirurgia, em que a próstata é removida; por radioterapia, em que radiações ionizantes são utilizadas para destruir ou diminuir o tumor; ou por HIFU, um ultrassom focalizado de alta intensidade.
Há, também, casos em que não fazemos nenhum tipo de tratamento mas, sim, a chamada vigilância ativa com exames periódicos.
Como cada caso é único, o médico vai definir, junto com o paciente, qual a melhor conduta na busca da cura para a doença. Todos os métodos citados acima têm efetividade comprovada, quando bem indicados.
A radioterapia pode causar perda do controle das funções intestinais, além de ser realizada em sessões, num processo que pode levar um tempo relativamente longo. Depois desse tratamento, pode demorar alguns meses até que os exames mostrem, com certeza, que o câncer foi curado. Além disso, uma terapia hormonal pode se fazer necessária para complementar a radioterapia.
A prostatectomia, por outro lado, oferece riscos como qualquer procedimento cirúrgico, como hemorragia, infecções e problemas com a anestesia. Apesar de algumas delas serem imprevisíveis, um cirurgião experiente e ambiente hospitalar preparado são grandes aliados para lidar com esses problemas.
Por outro lado, é importante ressaltar que principalmente graças à cirurgia robótica, as prostatectomias estão cada vez mais bem sucedidas em preservar os nervos responsáveis pela contenção da urina e manutenção da ereção, possíveis sequelas do tratamento do câncer de próstata. Além disso, com bastante paciência e acompanhamento médico adequado, a impotência pode ser reversível.
Outro ponto a ser levado em consideração é que enquanto a cirurgia oferece a possibilidade de remover completamente o câncer, as sessões de radioterapia buscam diminuí-lo cada vez mais, até que desapareça. Alguns homens se sentem desconfortáveis com a ideia de manter o tumor no corpo por esse período, e preferem removê-lo juntamente da próstata.
Já o HIFU, que tem apresentado resultados bastante positivos na cura dessa neoplasia, só pode ser utilizado em tumores de tamanho pequeno a intermediário. Então, apesar de bem-sucedido, tem aplicabilidade limitada.
Cada caso é único e sempre defendo que essa deve ser uma decisão compartilhada, em que tanto o conhecimento técnico do médico quanto o desejo do paciente devem ser levados em conta.
Também encorajo meus pacientes a conversarem com outros homens que passaram pelo diagnóstico de câncer de próstata, ou pelo menos realizar uma extensa pesquisa para tomar essa decisão com mais segurança.
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