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Câncer de próstata: Como escolher entre cirurgia e outros tratamentos

O câncer, por si só, é uma doença que afeta muito o psicológico das pessoas. Quando o assunto é um tumor na próstata, estamos em terreno ainda mais delicado. Além de lidar com a finitude da vida, o paciente tem sua sexualidade e intimidade abaladas, então é natural que ele fique confuso entre as várias possibilidades de tratamento.

No geral, o câncer de próstata pode ser tratado de diferentes formas, como por cirurgia, em que a próstata é removida; por radioterapia, em que radiações ionizantes são utilizadas para destruir ou diminuir o tumor; ou por HIFU, um ultrassom focalizado de alta intensidade. 

Há, também, casos em que não fazemos nenhum tipo de tratamento mas, sim, a chamada  vigilância ativa com exames periódicos.

Como cada caso é único, o médico vai definir, junto com o paciente, qual a melhor conduta  na busca da cura para a doença. Todos os métodos citados acima têm efetividade comprovada, quando bem indicados.

A radioterapia pode causar perda do controle das funções intestinais, além de ser realizada em sessões, num processo que pode levar um tempo relativamente longo. Depois desse tratamento, pode demorar alguns meses até que os exames mostrem, com certeza, que o câncer foi curado. Além disso, uma terapia hormonal pode se fazer necessária para complementar a radioterapia. 

A prostatectomia, por outro lado, oferece riscos como qualquer procedimento cirúrgico, como hemorragia, infecções e problemas com a anestesia. Apesar de algumas delas serem imprevisíveis, um cirurgião experiente e ambiente hospitalar preparado são grandes aliados para lidar com esses problemas.

Por outro lado, é importante ressaltar que principalmente graças à cirurgia robótica, as prostatectomias estão cada vez mais bem sucedidas em preservar os nervos responsáveis pela contenção da urina e manutenção da ereção, possíveis sequelas do tratamento do câncer de próstata. Além disso, com bastante paciência e acompanhamento médico adequado, a impotência pode ser reversível.

Outro ponto a ser levado em consideração é que enquanto a cirurgia oferece a possibilidade de remover completamente o câncer, as sessões de radioterapia buscam diminuí-lo cada vez mais, até que desapareça. Alguns homens se sentem desconfortáveis com a ideia de manter o tumor no corpo por esse período, e preferem removê-lo juntamente da próstata. 

Já o  HIFU, que tem apresentado resultados bastante positivos na cura dessa neoplasia, só pode ser utilizado em tumores de tamanho pequeno a intermediário. Então, apesar de bem-sucedido, tem aplicabilidade limitada. 

Cada caso é único e sempre defendo que essa deve ser uma decisão compartilhada, em que tanto o conhecimento técnico do médico quanto o desejo do paciente devem ser levados em conta. 

Também encorajo meus pacientes a conversarem com outros homens que passaram pelo diagnóstico de câncer de próstata, ou pelo menos realizar uma extensa pesquisa para tomar essa decisão com mais segurança

As duas principais doenças da próstata e os seus sintomas


O câncer de próstata não é a única doença que pode atingir a glândula. Existem outros problemas que, apesar de serem pouco conhecidos, são muito comuns: a prostatite e a hiperplasia prostática benigna. 

Prostatite: processo inflamatório e infeccioso frequente em homens adultos. Ela pode aparecer repentinamente, o que caracteriza prostatite aguda, ou não apresentar sintomas, caracterizando a prostatite crônica. Apesar de ser causada, geralmente, por bactérias, existe a forma não bacteriana da doença.

– Causas: 

Bacteriana: a bactéria mais comumente responsável é a Escherichia coli, encontrada no trato urinário ou intestino grosso, e que pode atingir a próstata. 

Não bacteriana: microorganismos ainda não identificados. 

Em ambos os casos, a infecção pode ser facilitada após quadros de uretrites (como gonorreia), em decorrência de relações sexuais com parceiras que apresentem infecções no aparelho ginecológico ou depois de penetração anal sem preservativo. 

– Sintomas:

Bacteriana: febre alta, dores pélvicas ou na região baixa das costas, dor ao urinar, ardência durante a ejaculação, sêmen amarelado ou com presença de sangue, maior frequência na necessidade de urinar ou dificuldade em conter a vontade de urinar. 

Não bacteriana: dor na parte baixa das costas, incômodo ao urinar, ocorrência de jatos fracos ou com interrupções no fluxo da urina. 

– Diagnóstico:

Em ambos os casos, para confirmar os diferentes diagnósticos e dar início ao tratamento, o histórico médico do paciente é essencial. São associados ao histórico médico exames de secreção da próstata, colhida a partir de massagens na glândula. Podem ser necessários exames complementares, como ultrassonografia, exames de sangue e ressonância magnética. 

– Tratamento:

Bacteriana: uso de antibióticos por pelo menos duas semanas. No caso de pacientes que necessitarem de tratamento por via endovenosa ou que manifestarem grande obstrução da urina, podem passar por internação. 

Não bacteriana: mesmo que não seja necessário, indica-se o uso de antibióticos caso haja dificuldade em identificar a causa da doença. Dependendo da resposta do paciente, o tratamento pode ser interrompido ou continuado. Alguns pacientes demandam o uso de relaxantes musculares para relaxar a próstata. Massagens também são recomendadas caso seja preciso drenar o líquido inflamatório da glândula. 

Hiperplasia prostática benigna (HPB): é o nome complicado para falar de tumor benigno. A HPB é comum entre homens de idosos e é caracterizada por um aumento progressivo e benigno da próstata. Os nódulos formados durante o aumento da glândula podem pressionar a bexiga e obstruir a uretra, dificultando a saída da urina.

Causas:

Não existe consenso sobre a causa, mas uma situação que pode ser relacionada com a doença é a mudança hormonal do qual o organismo é alvo à medida que envelhece. Isso justifica a prevalência do problema em homens acima dos 60, 70 anos. 

Sintomas:

O sintoma mais perceptível é a alteração do fluxo urinário, tornando-se mais fraco de acordo com o aumento da próstata. Estes são exemplos de sintomas obstrutivos, mas eles também podem ser irritativos, como interrupções no jato de urina e maior frequência da necessidade de urinar. 

Diagnóstico:

O histórico médico é associado a exames de urina, de sangue e toque retal. Pode ser preciso um exame ultrassonográficos para calcular tamanho e características da próstata. 

Tratamento:

O tratamento pode começar de forma menos invasiva, com uma mudança no estilo de vida e a diminuição da ingestão de líquidos à noite. Caso não seja suficiente e o aumento da próstata esteja avançado, pode ser recomendada uma técnica chamada embolização das artérias prostáticas. O procedimento consiste em injetar microesferas para obstruir a artéria que sustenta a próstata, fazendo com que ela encolha. 

Imagens de cartelas de comprimidos

Novo medicamento para tratamento do câncer de próstata: Darolutamida


Dentro dos próximos meses os pacientes brasileiros terão mais uma opção de medicamento para câncer de próstata não metastático. Trata-se da darolutamida (Nubeqa®), um antiandrogênico oral que foi aprovado e registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no começo de 2020 e que deve começar a circular em breve.

A medicação é uma inibidora do hormônio androgênio e é indicada no tratamento de câncer de próstata que ainda não entrou em metástase e permanece resistente à terapia de privação hormonal.

Esse tipo de câncer continua progredindo apesar do tratamento, e os medicamentos antiandrogênicos buscam reduzir o nível dos hormônios que estimulam as células cancerígenas.

Agindo como um inibidor do receptor de androgênio, a darolutamida vai impedir que o hormônio seja recebido pelas células do câncer de próstata, retardando que cresçam e se espalhem pelo organismo.

Para a comunidade de especialistas, o momento conhecido como fase de resistência à castração não-metastática sempre foi um desafio tanto do ponto de vista diagnóstico quanto pela falta de tratamentos eficazes.

Medicamentos antiandrogênicos como a apalutamida e enzalutamida, que já estão no mercado brasileiro há dois anos, costumam apresentar resultados também positivos no tratamento desse tipo de câncer de próstata, mas com efeitos colaterais por penetrarem o Sistema Nervoso Central.

Nesse momento o paciente ainda não apresenta sintomas, então o objetivo da medicação antiandrogênica é justamente impedir que o câncer se espalhe e limitar os efeitos colaterais para que o médico tenha mais flexibilidade no tratamento.

Em relação à outros medicamentos de função similar, a darolutamida apresenta resultados muito positivos para atrasar com menor toxicidade a propagação do câncer, ou seja, gerando mais qualidade de vida para o paciente.

O câncer de próstata é o quarto mais comum em todo o mundo e o segundo mais frequente entre os homens. Dos pacientes com câncer do tipo resistente à castração, um terço entra em metástase em dois anos.

Com a aprovação da Anvisa, o Brasil é o segundo país do mundo a aderir à terapia com darolutamina, oferecendo mais uma possibilidade para ser discutida entre médico e paciente, possibilitando escolher o melhor tratamento a se seguir.

Cirurgia Robótica: perspectivas para 2020

Nos últimos anos, temos acompanhado uma evolução consistente da cirurgia robótica, no contexto do aprimoramento contínuo dos procedimentos minimamente invasivos em terras brasileiras. 

Esse desenvolvimento é percebido tanto a nível estadual quanto nacional. Hoje, temos mais de 50 robôs espalhados pelo país em cidades como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belém e Recife. E a tendência desse volume é crescer.

Mantendo a tradição desde a chegada da cirurgia robótica no Brasil, em 2008, a urologia é uma das áreas que mais emprega robôs nos procedimentos cirúrgicos. Atualmente, entre 60% e 65% das intervenções realizadas com plataformas robóticas no país são feitas nessa especialidade.

Para 2020, a perspectiva é chegar à contagem de 100 robôs sendo usados no Brasil. Também esperamos que a tecnologia chegue a outras cidades, saindo dos grandes centros e chegando mais perto do interior dos estados.

No mundo todo, a cada 36 segundos, uma cirurgia robótica é realizada. Como parâmetro internacional, temos os Estados Unidos, onde já são 3 mil plataformas robóticas instaladas e operando com total precisão e segurança.

É claro que ainda temos um longo caminho a percorrer para tornar o acesso à cirurgia robótica mais capilarizado e constante no país, mas a realidade brasileira já impressiona.

A realidade brasileira em cirurgia robótica já impressiona

Passados pouco mais de dez anos desde que o primeiro procedimento com auxílio de um robô cirurgião foi realizado (em um grande hospital de São Paulo), o Brasil lidera o ranking de cirurgias robóticas na América Latina.

Essa informação está nas conclusões de uma pesquisa realizada recentemente pela Intuitive Surgical, a empresa que representa, no Brasil, a gigante fabricante de robôs Da Vinci.

Os dados da investigação também apontam que a urologia é a especialidade médica que mais realiza cirurgias robóticas no país. Em segundo lugar, está a cirurgia geral, seguida da ginecologia.

Para termos uma ideia de como a cirurgia robótica vem evoluindo de forma consistente no país, podemos considerar o exemplo de Minas Gerais. 

Faz pouco mais de dois anos que a tecnologia chegou em terras mineiras. No entanto, já são mais de 100 médicos cirurgiões plenamente capacitados para comandar uma plataforma robótica no estado.

Toda essa evolução deve ser comemorada! Afinal, a cirurgia robótica permite o alcance de vários benefícios, tanto para pacientes quanto para médicos. 

Estamos falando de recuperação mais rápida e menos tempo de internação (para o paciente) e alto nível técnico nos procedimentos e mais ergonomia (para o cirurgião), entre outras vantagens.

Seguiremos acompanhando a tendência de crescimento da cirurgia robótica em terras brasileiras. Esse é um caminho inevitável, que foi traçado para revolucionar as intervenções cirúrgicas e a medicina no Brasil e no mundo.

Preciso mesmo fazer o toque retal, doutor?

Sim, precisa! E vou te explicar porquê: ele pode te livrar do câncer de próstata que, quando não tratado a tempo, pode ocasionar prejuízos físicos, psicológicos e sociais de difícil superação. Impotência, incontinência urinária, apenas para citar alguns deles.

E não há porque temer o exame, pois ele é um procedimento indolor e muito rápido. Entre o momento em que o urologista veste a luva de látex e o instante em que diz “pronto, pode se vestir”, leva dois minutos, no máximo. Ou seja: quando você assusta, já foi! 

O toque retal ou exame de próstata também serve para detectar a hiperplasia benigna da glândula (aumento natural) ou a presença de tumores malignos na área. Para realizá-lo, o urologista insere o dedo indicador devidamente lubrificado e protegido por uma luva de látex no ânus do paciente, a fim de examinar a região situada no fim do intestino grosso. 

A intenção do médico é tão somente verificar, por meio do tato,  o tamanho, densidade e formato da próstata, procurando por caroços, pontos moles ou endurecidos e outras anormalidades. Ás vezes, pedimos para que o paciente faça força como se fosse defecar. O ânus, assim, fica mais acessível, o que torna o procedimento mais rápido. 

Se você nunca fez o exame de próstata, não tema ter que ficar em posições vexatórias dentro do consultório. Isso de maneira alguma é necessário. Há casos em que a pessoa pode se posicionar até mesmo de pé. O mais importante é manter-se o mais relaxado possível. 

O toque é geralmente feito junto com um outro teste, chamado PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a concentração de uma enzima produzida pela próstata no sangue. 

Quem deve fazer o toque retal, a partir de quando?

Até 2008, era comum ver campanhas governamentais como a Novembro Azul incentivando todos os homens acima dos 45 anos a se submeterem aos exames de rotina (toque retal e PSA). O que faz algum sentido dentro da perspectiva de que o diagnóstico precoce é o melhor caminho para a cura do câncer de próstata. 

Ocorre que, depois de rever estudos publicados desde a década de 1950 sobre o assunto, pesquisadores de países como o Canadá e os Estados Unidos verificaram que o rastreamento universal não reduz significativamente a mortalidade pela doença. 

Outra constatação foi de que o resultado do PSA e do toque retal, não raro, levam à  recomendação de cirurgias e terapêuticas desnecessárias a pacientes assintomáticos, cujos tumores, quando encontrados, são muitas vezes inofensivos. A retirada total da próstata, a radioterapia, as biópsias e outros procedimentos do clássico protocolo de combate ao carcinoma prostático podem, portanto, afetar sobremaneira a qualidade de vida do indivíduo sem que haja aí uma vantagem real pra ele. Muitos desses tumores permanecem “quietos” no organismo do paciente sem causar grandes prejuízos. 

Diante dessas conclusões, o protocolo de rastreio do câncer de próstata foi então atualizado. Acompanhe algumas de suas mais importantes diretrizes: 

Recomenda-se a avaliação de todos os homens com mais de 50 anos, desde que sua expectativa de vida compreenda ao menos mais uma década. Caso contrário, o benefício de um possível tratamento não compensará as complicações associadas.

Sobre idade para iniciar os exames  preventivos: depende do risco associado ao perfil do paciente. 

50 anos para homens de risco igual ao da média;

45 anos para os de alto risco (descendentes de negros familiares de primeiro grau diagnosticados com de câncer de próstata antes dos 65 anos);

40 anos para os de altíssimo risco (diversos parentes com câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos).

3) Níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL:  o exame pode ser repetido apenas a cada 2 anos (ao contrário da repetição anual recomendada anteriormente). Quando os níveis estiverem acima desse valor, o exame deve ser anual;

4) PSA entre 2,5 e 4,0 ng/mL requer conduta individualizada: biópsia quando houver risco mais alto (ascendência negra, história familiar de câncer de próstata, idade mais avançada e toque retal alterado). 

5) O tradicional valor de 4,0 ng/mL para o PSA ainda é considerado como o limite a partir do qual deve ser indicada a biópsia de próstata, apesar de não haver segurança de que esse seja o ponto de corte ideal.

Dúvidas? É só me chamar nos comentários. E por favor, marmanjada: superem o medo do toque retal!

O uso da inteligência artificial na escolha de cuidados paliativos ou no tratamento do câncer

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com médicos intensivistas do HCor (Hospital do Coração) descobriram, em estudo recente, que a inteligência artificial pode contribuir para fazer prognósticos a respeito da qualidade de vida de pacientes com câncer em estágio avançado internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).  O trabalho científico foi publicado no Journal of Critical Care

Após a análise de 777 pacientes de câncer alojados em UTIs de hospitais oncológicos em São Paulo, os modelos de inteligência artificial testados tiveram um índice de 82% de acerto ao estimar o período de sobrevivência do paciente com qualidade de vida, ou seja, sobrevida com sintomas como a dor controlados por mais ou menos de 30 dias. 

O estudo durou dois anos. Nesse período, 66% dos enfermos monitorados vieram a óbito e 45% dos internados tiveram até 30 dias de qualidade de vida.  A média de sobrevida foi de 195 dia, sendo que foram registrados 70 dias com qualidade de vida. 

Já existiam algoritmos que fazem previsões assertivas sobre as chances de mortalidade do indivíduo, mas não conseguiam um prognóstico sobre a qualidade de vida dessas pessoas. 

Para os pesquisadores o estudo é valioso porque contribui para a tomada de decisões referentes à submissão do paciente a tratamentos agressivos ou a aplicação dos chamados cuidados paliativos para garantir algum conforto ao portador de doença fora da possibilidade de cura.  E auxilia o profissional médico na certeza de sua decisão.

Para o modelo matemático usado na pesquisa foram usados como dados características dos enfermos como a história sociodemográfica, hemograma, funcionamento renal e outros. 

Apesar dos resultados satisfatórios, o coordenador da pesquisa, Alexandre Chiavegatto Filho, professor da USP, afirmou que o modelo será testado em um grupo maior de pacientes com diferentes níveis de gravidade oncológica antes de ser colocado em prática. 

O que é imunoterapia?

Há alguns dias, eu contei aqui no blog que um certo método de imunoterapia pode trazer esperanças para alguns homens com câncer na próstata. Os resultados de um novo ensaio clínico mostraram que alguns pacientes em estágio avançado podem viver por, pelo menos, mais dois anos (ou mais!) em imunoterapia após esgotarem todas as outras opções de tratamento.

Na ocasião, algumas pessoas mandaram mensagens no meu Instagram perguntando o que era, exatamente, essa tal de imunoterapia. Embora eu não seja médico oncologista, peço licença para explicar: basicamente, a imunoterapia usa nosso próprio sistema imunológico para reconhecer e atacar células cancerígenas.

O tratamento parte da premissa de que o desenvolvimento de um câncer promove uma redução da atividade do sistema imunológico, uma vez que as células tumorais não são reconhecidas por ele e começam a crescer de forma descontrolada.

Para superar isso, pesquisadores descobriram maneiras de reverter o processo, ou seja, de ajudar o sistema imunológico a reconhecer as células tumorais e, ao mesmo tempo, aumentar sua resposta, causando a morte das “invasoras”.

Ela já é usada como tratamento padrão para alguns tipos de câncer, como melanomas, e está sendo testada também como medicamento para muitas outras formas da doença.

Em resumo, é isso. Espero ter esclarecido a questão e aproveito para deixar aqui o convite para você seguir o meu perfil e mandar as suas perguntas também. Sempre que possível estarei respondendo a todas elas. 

Esperança para os pacientes de câncer em estágio avançado

Os resultados de um novo ensaio clínico realizado em Londres mostraram que alguns homens com câncer de próstata avançado podem viver por pelo menos mais dois anos (ou mais!) em imunoterapia após esgotarem todas as outras opções de tratamento.

O estudo envolveu 259 homens com câncer de próstata avançado que se tornaram resistentes a terapias convencionais, como terapia de privação de andrógenos e quimioterapia.

Dos 166 pacientes com doença particularmente avançada, o tempo médio de sobrevida foi de 8,1 meses com pembrolizumabe (anticorpo humanizado usado na imunoterapia). No entanto, nove desses pacientes tiveram uma resposta dramática ao tratamento e viram seus tumores desaparecerem ou encolherem.

Quatro dos nove homens eram “super respondedores”, que ainda estavam em tratamento quando o estudo terminou, vivendo muito mais do que o esperado.

Os resultados são uma boa surpresa porque não se vê muita atividade do sistema imunológico nos tumores da próstata, o que já levou muitos oncologistas a pensaram que a imunoterapia não funcionaria para esse tipo de câncer. Mas o estudo mostrou o contrário: há uma proporção de homens com câncer em estágio final que pode responder, e muito bem, a esse tipo de alternativa.

Agora, os pesquisadores estão tentando descobrir exatamente por que esses “super respondedores” viram respostas tão dramáticas no pembrolizumabe quando o medicamento não funcionou para a maioria dos outros pacientes.

Há uma suspeita: no ano passado, os cientistas descobriram que homens com mutações nos genes de reparo do DNA responderam especialmente bem à imunoterapia. Isso pode guiar um ensaio clínico em larga escala para que a comunidade médica tenha mais certezas em relação a essa alternativa, sabendo mais adequadamente quais pacientes responderão ou não a esses medicamentos (que, infelizmente, são caros).

O trabalho, liderado por cientistas do Institute for Cancer Research, no Reino Unido, foi publicado na semana passada no Journal of Clinical Oncology. Vamos aguardar as próximas notícias!

Dia Nacional de Combate ao Câncer #NovembroAzul

Além de estarmos em pleno mês mundial de combate ao câncer de próstata, é lembrado hoje o Dia Nacional de Combate ao Câncer, reforçando ainda mais os esforços dos médicos e dos órgãos de saúde em conscientizar a população à respeito da importância da prevenção. 

No caso do câncer de próstata, a chance de cura pode chegar até 90% se a doença for diagnosticada precocemente. Mas, melhor e mais seguro que é isso, é fugir completamente dela:

– Não fume

O cigarro carrega cerca de 4720 substâncias, sendo mais de 400 delas altamente cancerígenas. Segundo estatísticas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo é a principal causa de câncer evitável no mundo, estando por trás de grande parte dos cânceres de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia.

– Não abuse de bebidas alcoólicas

Além de potencializar os efeitos do tabaco, o álcool aumenta a chance de desenvolvimento de alguns tumores, como intestino, esôfago e fígado. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, 18 gramas (aproximadamente duas doses) de álcool por dia são suficientes para aumentar significantemente o risco de desenvolver câncer de mama. Com o consumo de 50 gramas diárias, o risco aumenta em 50%. Outro estudo, realizado pelo Fred Hutchinson Cancer Research Center, descobriu que as mesmas 50 gramas, em homens, dobram as chances de desenvolver câncer de próstata.

– Mantenha hábitos de sexo seguro

Hoje, sabe-se que o papiloma vírus humano (HPV) – doença sexualmente transmissível – é o principal responsável por alguns tipos de câncer como o câncer do colo do útero, vulva, pênis e orofaringe (garganta). Por isso, a importância de praticar sexo seguro e sempre com o uso da camisinha – até mesmo para o sexo oral.

– Coma frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas

Dietas pobres em nutrientes podem aumentar o risco de ao menos seis tipos de câncer, como boca, estômago e intestino. Alimentar-se bem, com comidas saudáveis e uma dieta equilibrada, também ajuda a manter um peso saudável, o que é imprescindível já que o sobrepeso e a obesidade são dois dos principais fatores de risco para câncer. 

– Evite o consumo de alimentos ricos em sódio e conservantes

Os alimentos processados – o que incluem enlatados e embutidos como mortadela, presunto, salame, mortadela, bacon e salsicha -, são ricos em uma substância chamada nitrosamina, que é cancerígena. Por isso, é importante que esse tipo de alimento seja evitado ao máximo, assim como fast foods que, em geral, são ricos em processados.

– Pratique atividades físicas todos os dias

A prática de atividades físicas promove um bem geral ao organismo e também protege contra o câncer, diminuindo a circulação das citocinas pró-inflamatórias no organismo. A recomendação é de que o exercício tenha duração mínima de 30 minutos.

– Mantenha-se atento à sua saúde

O corpo dá sinais quando algo não está certo. Isso também vale para casos de câncer. É importante que se preste atenção, pois só assim é possível notar a presença de algum caroço estranho, uma íngua, mancha na pele ou outro sinal. É importante realizar todos os exames de diagnóstico precoce indicados pelo seu médico.

Agora que você já sabe o que fazer, é só começar. 

Pesquisa comprova: meninos não vão ao urologista

Este foi o resultado de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, feita com 3.305 adolescentes dentro dessa faixa etária. E sabem o que é mais preocupante? É exatamente nessa fase que nós descobrimos e prevenimos algumas doenças que causam infertilidade na vida adulta, como a varicocele, por exemplo. 

Por isso, é importante reforçar que os adolescentes do sexo masculino podem começar a frequentar o urologista assim que a puberdade der seus primeiros sinais, independentemente da idade. Principalmente porque nós não temos a função exclusiva de tratar doenças, mas também de esclarecer dúvidas em um período de rápido desenvolvimento físico, cognitivo, social e sexual que traz consequências diretas para a vida adulta. 

Portanto, pais, incentivem seus filhos! Agendem uma consulta para eles. E se você tiver nessa faixa etária, deixe todos os medos e preconceitos de lado e procure um bom urologista. Ter alguém em quem confiar numa fase tão importante fará toda a diferença em todos os aspectos da sua vida.

Os principais problemas urológicos na adolescência:

Varicocele – dilatação das veias nos testículos. É a causa mais comum, conhecida e tratável de infertilidade masculina: acomete em torno de 35% dos homens com infertilidade primária e 80% com infertilidade secundária, embora esteja presente em aproximadamente 20-25% da população masculina em geral. Assintomática, a doença é geralmente detectada em consulta de rotina pelo exame físico dos genitais e, quando necessário, corrigida por microcirurgia.

Balanopostite – é o processo inflamatório mais frequente que ocorre no pênis. É uma inflamação conjunta da glande e prepúcio (balanite é inflamação da glande; postite é inflamação do prepúcio). A causa mais comum é uma infecção fúngica aguda causada pela candida albicans. Não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, pois pode-se desenvolver sem a realização de penetração, embora o casal possa compartilhar a cândida durante o ato sexual. O tratamento é feito com cremes tópicos associados à medicação via oral.

Fimose – é a incapacidade (ou apenas uma dificuldade, em diversos graus) para retrair o prepúcio, que é a pele que recobre a glande ou a “cabeça” do pênis. Pais e pacientes podem confundir fimose com o excesso de prepúcio, que não sugere nenhum problema, se não há dificuldade de retração prepucial.

Ejaculação precoce – é caracterizada pela ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, quando o tempo desde a penetração vaginal até a ejaculação passa a ser insatisfatório para o homem ou para o casal. No jovem, a causa costuma estar relacionada à ansiedade e à inexperiência do ato sexual. O tratamento é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual e de farmacoterapia. 

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