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5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Bisturis inteligentes

Embora ultra-afiados e eficazes, bisturis e facas cirúrgicas nunca passaram de instrumentos para a realização de cirurgias. Até agora!  Os chamados bisturis inteligentes, já disponíveis no mercado, podem analisar, com rapidez e precisão, a composição do tecido que toca para determinar se ele é saudável ou não.

E saber fazer isso é vital, especialmente na cirurgia do câncer, onde o objetivo da operação é remover o tumor deixando os tecidos saudáveis preservados.

O iKnife por exemplo é uma faca eletrocirúrgica, desenvolvida pela Imperial College London, que é conectada a um dispositivo chamado espectrômetro de massa. Conforme a lâmina eletrificada corta o tecido, a fumaça é liberada e canalizada para esse espectrômetro, que analisa os produtos químicos contidos nela para determinar se ele é ou não maligno. 

Outro exemplo do que já está desenvolvido é o bisturi que informa o cirurgião, em menos de meio segundo, o tipo de tecido a ser tocado, com notificações visuais ou auditivas. 

Embora não corte, essa ferramenta portátil, criada por uma parceria entre a Universidade Técnica de Monterrey, Universidade de Hanover e Universidade Livre de Bruxelas, consegue medir as correntes elétricas microscópicas que a ponta do bisturi gera quando entra em contato com vários tipos de tecido, um fenômeno conhecido como efeito piezoelétrico.

Este novo bisturi possui sensores e algoritmos avançados de processamento digital de sinais. Quando se trata de detectar tecidos saudáveis ​​e aqueles afetados pelo tumor, o bisturi vibra 400 milissegundos no cérebro a 4.000 frequências diferentes. Isto gera uma imagem de como o cérebro está vibrando e essas freqüências são analisadas para obter um modelo matemático das propriedades do que está sendo tocado.

Segundo os cientistas, o bisturi é tão preciso que pode ajudar até mesmo a detectar tumores precocemente, quando a diferença entre tecido saudável e afetado é quase imperceptível ao sentido da visão e ao toque dos cirurgiões.

Além disso, o dispositivo poderia ser usado para remover tumores em outras partes do corpo (atualmente, ele está sendo estudado no cérebro), seja na forma de um bisturi ou de um endoscópio inteligente para cirurgias de estômago ou intestino, por exemplo. Por agora, a ferramenta está em processo de patente e com autorização pendente para iniciar testes em humanos.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Imagiologia optoacústica

Os raios X já foram o padrão ouro para a visualização não invasiva do interior de um paciente. Embora ainda sejam populares, outras modalidades de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada nos permitem ver características anatômicas que ficam ocultas nesse exame.

Essas modalidades revolucionaram a medicina: a TC dá dimensão às radiografias planas para ajudar a diagnosticar lesões traumáticas e monitorar o progresso de algumas formas de câncer, e a RM é comumente usada para lesões relacionadas ao movimento, podendo mostrar até partes ativas do cérebro.

Especialmente na oncologia, elas podem revelar muito sobre a estrutura de um tumor em potencial. No entanto, os tumores podem ser enganosos, muitas vezes se assemelhando muito ao tecido saudável em torno dele. 

Mas há uma característica que diferencia os tecidos saudáveis ​​de impostores cancerígenos: o conteúdo de oxigênio presente no tecido. E é aí que entra a imagiologia optoacústica. Esse método permite direcionar rajadas de luz laser em um tumor em potencial. Cada explosão aquece e expande o tecido levemente, fazendo com que uma pequena onda mecânica se propague através do tecido circundante.

Essas ondas podem ser detectadas e convertidas em imagens de alta resolução com reflexos verdes ou vermelhos, indicando a concentração de oxigênio para ajudar o oncologista a determinar o que é canceroso.

Embora todas essas modalidades de imagem tenham limites sobre o que podem escanear com precisão, elas podem ser combinadas ou complementadas com outros tipos de exames clínicos para preencher lacunas, abrindo um novo campo de aplicações clínicas.

Tomemos por exemplo o Seno Medical, baseado no Texas: eles estão desenvolvendo uma técnica que combina a tecnologia de imagem optoacústica com imagens de ultrassom convencionais. A imagem resultante de alta resolução será capaz de mostrar a localização, forma e conteúdo de oxigênio dos tumores de câncer de mama para ajudar a fornecer um diagnóstico mais claro e um plano de tratamento mais eficaz.

E tem mais: os avanços nos gráficos gerados por computador, holografia e realidade aumentada já permitem que os médicos visualizem, manipulem e até percorram, virtualmente, varreduras tridimensionais de uma parte do corpo.

Exemplo: uma empresa chamada EchoPixel, com sede na Califórnia, usa os exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassonografia para gerar uma imagem holográfica em 3D. O holograma resultante pode ser visto em um monitor especial com um par de óculos 3D e manipulado com uma caneta para familiarizar o cirurgião, com toda a riqueza de detalhes, à anatomia de cada paciente, permitindo um melhor planejamento cirúrgico.

Mais um: várias empresas estão deixando de lado o monitor ao integrar imagens 3D no popular headset HoloLens da Microsoft. Lembram quando eu disse da realidade aumentada aqui? Na sala de cirurgia, o HoloLens está sendo testado em muitas funções, desde a exibição dos sinais vitais de um paciente até a identificação de sangue e ossos embaixo da pele. 

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Treinamento de cirurgiões com Realidade Virtual

Você já pensou em como os futuros médicos cirurgiões poderiam treinar suas técnicas de forma totalmente segura, ainda que algum erro seja cometido durante a cirurgia?


O mercado tecnológico sim, e a solução para isso é a realidade virtual (Virtual Reality – VR, em inglês). Uma tecnologia utilizada nos videogames e que agora permite, tanto a residentes quanto a cirurgiões mais experientes, o desenvolvimento de suas habilidades em ambientes que se aproximam muito dos reais. 


Como funciona

A aparelhagem (geralmente composta por um notebook, óculos de realidade virtual e controles ou luvas) permite que o médico simule uma cirurgia, desde a entrada no centro cirúrgico, passando pela execução da intervenção, até o momento de finalização do procedimento, que é previamente selecionado para o teste. Algumas plataformas oferecem, inclusive, a simulação de eventuais complicações.

Para isso, os simuladores utilizam aspectos chave como o realismo visual, realismo fisiológico e estímulo háptico (sensação do tato). Ao iniciar o treinamento, o médico tem a oportunidade de experimentar a sensação de pegar os instrumentos, encaixar e desencaixar peças acessórias e realizar a cirurgia em um paciente virtual, que tem suas funções vitais monitoradas por aparelhos como se estivesse em um centro cirúrgico real.

Feedback

Como ferramenta de aprendizagem, os sistemas contam com uma avaliação crítica e um feedback de tudo o que é feito nos testes. Geralmente, os programas classificam o desempenho de cada um com base no tempo, na precisão e em outras métricas nas quais os cirurgiões são comumente avaliados. Assim, o profissional pode aprimorar ainda mais suas habilidades, diminuindo o tempo de uma cirurgia e facilitando o pós-operatório dos pacientes.

Uma inovação necessária

Várias empresas já disponibilizam a tecnologia para diferentes especialidades, e ela já está em uso aqui no Brasil em estados como São Paulo e Pernambuco. A expectativa dos especialistas é que, em até 10 anos, haja uma implementação efetiva da inteligência artificial e da realidade virtual no campo da medicina não só aqui, mas em todo o mundo.

E isso é muito necessário: estudos internacionais apresentados pelo Johnson & Johson Institute mostraram que há cinco bilhões de pessoas no mundo sem acesso a cuidados cirúrgicos. Os relatórios revelaram ainda que médicos cirurgiões não qualificados geram três vezes mais complicações e cinco vezes mais mortalidade nas cirurgias frente a cirurgiões qualificados.

Sem dúvidas, o futuro caminha para o uso do máximo apoio da tecnologia na área médica, principalmente na cirúrgica. Entretanto, nunca é demais lembrar que isso não significa a substituição do contato interpessoal entre nós e o paciente. O papel do médico é, e sempre será, fundamental em qualquer tipo de tratamento.

Teste em urina detecta câncer de próstata 5 anos antes de ele aparecer

Um grupo de cientistas da Universidade de East Anglia (UEA), em Norwich, Reino Unido, desenvolveu um teste simples de urina que consegue revelar se homens terão câncer de próstata cinco anos antes do aparecimento da doença. E o mais interessante: sem que eles precisem passar por biópsias.

Segundo os pesquisadores, o Prostate Urine Risk (PUR) é tão sensível quanto os métodos atuais e consegue identificar, inclusive, o nível de agressividade da doença e em que ponto os homens precisarão de tratamento.

O estudo para o desenvolvimento do teste envolveu 537 homens e identificou 35 genes diferentes que eram marcadores de risco para o câncer, prevendo se os indivíduos teriam que realizar mais exames ou se eles precisariam se submeter a algum tipo de tratamento.

De acordo com o principal autor do estudo, Shea Connell, da Norwich Medical School da UEA, o objetivo do teste é reduzir, enormemente, a chance de os homens passarem por biópsias desnecessárias, o que realmente seria muito bom.

E, apesar de a indicação do PUR ser para homens com suspeita de câncer de próstata, ele também poderia ser usado para pessoas já diagnosticadas com câncer de baixo risco, para monitorar quando elas vão precisar de tratamento dentro desses cinco anos.

A expectativa dos cientistas é que o teste esteja disponível para o público dentro de três anos. 

Se tudo isso se comprovar e o Prostate Urine Risk passar nas exigências das agências reguladoras, um grande número de homens poderia evitar uma biópsia inicial desnecessária, e o acompanhamento repetido e invasivo de pacientes com doença de baixo risco poderia ser drasticamente reduzido. Portanto, fiquemos na torcida! 

Como um médico se capacita para fazer cirurgias robóticas, em BH?

Eu sempre fico muito feliz quando algum colega compartilha comigo a vontade de se certificar em cirurgia robótica. Um dos meus maiores sonhos é ver esse tratamento totalmente democratizado e acessível, e com cada vez mais bons especialistas operando em todo o Brasil.

É verdade que é preciso ter muita força de vontade e dedicação. Não é fácil porque, como eu sempre digo, a máquina não aprimora as competências básicas de ninguém, apenas potencializa. Sendo assim, é fundamental que o cirurgião seja muito bem treinado para operar com o robô.

O processo

Antes do treinamento criterioso na plataforma robótica, o cirurgião deve ser experiente na realização de cirurgias abertas convencionais e nas laparoscópicas.

A partir daí, tudo começa com muitas horas de simulação no Mimic, um equipamento que possui todos os instrumentos que existem no robô real. A ideia é que o profissional consiga reproduzir, nesse aparelho, todas as situações de uma operação.

Além de treinar os movimentos e habilidades cirúrgicas necessárias para o procedimento, o médico pode avaliar o próprio resultado com as métricas fornecidas pelo simulador, já que ele informa onde, exatamente, é preciso melhorar para tentar atingir determinada expertise.

Após essa primeira fase, o cirurgião vai para algum centro de treinamento para tirar a sua certificação. Sem esse título de aptidão, nenhum médico é permitido a realizar qualquer procedimento robótico.

E, mesmo de posse dessa certificação, ao voltar para a sua cidade de atuação, o profissional deve ainda realizar as primeiras cirurgias com a ajuda de um proctor, que é um cirurgião mais experiente que estará ao seu lado para ensiná-lo e passar mais segurança nesse início. São recomendadas, no mínimo, 20 cirurgias com acompanhamento para que o médico seja considerado apto a operar sozinho, com segurança e eficácia.

Mas o treinamento não termina por aí: é no cotidiano, com a prática diária de suas operações, que o cirurgião desenvolve a sua curva de aprendizado. Claro, o certificado é, sim, muito importante. Mas o que de fato assegura a excelência é o tempo de experiência com o uso da tecnologia.

Quanto mais fazemos, melhor fazemos. E quanto mais experiente for o profissional no comando do robô, melhor a máquina entregará todos os benefícios que promete ao paciente.

Você é totalmente sincero com o seu médico?

Você diz toda a verdade quando o médico pergunta sobre o que você come, bebe e quais são os seus hábitos? Sim ou não?

 

Um levantamento realizado nos EUA mostrou que a maioria das pessoas não 👎 A pesquisa das universidades de Utah, Iowa e Michigan concluiu que entre 60 e 80% dos pacientes mentem sobre algum aspecto quando vai a uma consulta.

 

O motivo? Medo de ser julgado 😕

 

O estudo contou com mais de 4.500 norte-americanos que tiveram seus questionários avaliados pelos pesquisadores. Uma parte deles tinha, em média, 36 anos de idade, e a outra, perto de 61 anos.

 

As perguntas envolviam temas como mentir ou omitir informações sobre a dieta, a prática de exercícios, automedicação e o cumprimento de instruções médicas.

 

👉 Muitos também não têm coragem de dizer que discordam da recomendação ou que não entenderam direito o que era para fazer. A maioria admitiu já ter deixado de contar pelo menos um detalhe relevante desse tipo para o médico.

 

Você pode estar se perguntando: “Mas por que isso importa tanto?” 🤔

 

A questão é que certos hábitos podem ajudar a definir diagnósticos e tratamentos, especialmente no caso de doenças crônicas. Para quem trabalha com urologia, como eu, o desafio é ainda maior, já que os pacientes têm dificuldade de admitir certas práticas e até sintomas.

 

Por isso, eu sempre digo que é importante haver um esforço das duas partes: os médicos devem melhorar suas habilidades de comunicação, e os pacientes devem se lembrar que os profissionais não estão ali para julgá-los, mas sim para ajudá-los em tudo o que for necessário.

 

Quando vier ao meu consultório ou no de outro especialista, lembre-se disso! Quanto mais franca for a nossa conversa, melhor!

Síndrome de Burnout: quando o trabalho adoece o homem

“O trabalho é o alimento das almas nobres”.“Treine enquanto eles dormem”. “Mente vazia, oficina do diabo”. Você se lembra quando foi que essas frases entraram para o seu repertório? Ou melhor: saberia dizer em que momento começou a acreditar nas sedutoras promessas embutidas nas ideias de competição, produtividade e obstinação? Arrisco dizer que ainda na infância. Basta observar fábulas infantis como A cigarra e a formiga, por exemplo, cuja moral é: curtir o verão cantando por aí é para os fracos! Siga o exemplo da formiga, que nunca descansa.

A cigarra e a formiga: o chamado para produzir começa cedo

Como médico que tem grande apreço pela profissão, concordo que trabalhar é, de fato, uma das melhores coisas da vida. Nascemos, afinal, para realizar, para tirar projetos do papel, para sermos úteis. Ocorre que precisamos tomar cuidado com as expectativas que depositamos na dedicação à carreira. Quem investe nela até a última gota de suas energias, apostando no sucesso profissional como única fonte de prazer e realização, pode acabar surpreendido pelo fracasso. Acredite: não há competência que resista a corpo e mente adoecidos pela Síndrome de Burnout

Vamos falar sobre depressão?

“Preciso de um remédio para impotência, doutor”. É natural que todo urologista escute essa frase pelo menos uma vez por dia dentro do consultório. O que eu faço diante desse pedido? Pode parecer estranho, mas minha atitude inicial não é partir direto para a anamnese (entrevista realizada pelo profissional de saúde para diagnosticar o paciente) ou avaliação física. Tampouco tiro meu receituário da gaveta para solicitar exames. Em primeiro lugar, o que eu faço é…silêncio.

Solto, no máximo, um breve “entendi”, dito em postura atenta, como quem “devolve a bola” para o paciente. A ideia é fazê-lo praticar algo que os homens quase sempre evitam: elaborar percepções e sentimentos relacionados à intimidade. Se tem uma coisa que os anos me ensinaram, afinal, é que as queixas relacionadas ao desempenho sexual masculino não raro constituem a ponta de um imenso iceberg, que muitas vezes atende pelo nome de depressão. E é justamente sobre esse tema tão importante que eu gostaria de conversar com vocês nesse post.

Homens obesos são menos férteis. Entenda por que

O que eu mais gosto neste blog é que a gente conversa sobre saúde, entre outros temas sérios, mas com a informalidade como a informalidade de um papo de boteco, regado à cerveja gelada e um bom tira-gosto mineiro. Receio, entretanto, que o assunto desta segunda-feira não esteja entre os mais populares do cardápio. O que temos para hoje, caro leitor, é uma degustação completa de verdades sobre obesidade e saúde reprodutiva.

Andropausa: o que é, como te afeta e como lidar com ela

Faz tempo que as conversas sobre menopausa extrapolaram o âmbito dos consultórios médicos. Corriqueiro, o assunto vem facilmente à tona até mesmo em situações de humor. “Quem foi que ligou o ar condicionado no máximo num inverno desses? Só pode estar na menopausa!”, costumam brincar os friorentos com aqueles que sentem mais calor.

Ou seja: de modo geral, homens e mulheres estão familiarizados com as características, sintomas e consequências dessa etapa do ciclo reprodutivo feminino e o encaram com muita naturalidade. O mesmo não se pode dizer de um fenômeno parecido que eventualmente também pode afetar os homens: o distúrbio androgênico associado ao envelhecimento masculino (DAEM), tema lamentavelmente cercado por muito desconhecimento e tabus.

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