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As duas principais doenças da próstata e os seus sintomas


O câncer de próstata não é a única doença que pode atingir a glândula. Existem outros problemas que, apesar de serem pouco conhecidos, são muito comuns: a prostatite e a hiperplasia prostática benigna. 

Prostatite: processo inflamatório e infeccioso frequente em homens adultos. Ela pode aparecer repentinamente, o que caracteriza prostatite aguda, ou não apresentar sintomas, caracterizando a prostatite crônica. Apesar de ser causada, geralmente, por bactérias, existe a forma não bacteriana da doença.

– Causas: 

Bacteriana: a bactéria mais comumente responsável é a Escherichia coli, encontrada no trato urinário ou intestino grosso, e que pode atingir a próstata. 

Não bacteriana: microorganismos ainda não identificados. 

Em ambos os casos, a infecção pode ser facilitada após quadros de uretrites (como gonorreia), em decorrência de relações sexuais com parceiras que apresentem infecções no aparelho ginecológico ou depois de penetração anal sem preservativo. 

– Sintomas:

Bacteriana: febre alta, dores pélvicas ou na região baixa das costas, dor ao urinar, ardência durante a ejaculação, sêmen amarelado ou com presença de sangue, maior frequência na necessidade de urinar ou dificuldade em conter a vontade de urinar. 

Não bacteriana: dor na parte baixa das costas, incômodo ao urinar, ocorrência de jatos fracos ou com interrupções no fluxo da urina. 

– Diagnóstico:

Em ambos os casos, para confirmar os diferentes diagnósticos e dar início ao tratamento, o histórico médico do paciente é essencial. São associados ao histórico médico exames de secreção da próstata, colhida a partir de massagens na glândula. Podem ser necessários exames complementares, como ultrassonografia, exames de sangue e ressonância magnética. 

– Tratamento:

Bacteriana: uso de antibióticos por pelo menos duas semanas. No caso de pacientes que necessitarem de tratamento por via endovenosa ou que manifestarem grande obstrução da urina, podem passar por internação. 

Não bacteriana: mesmo que não seja necessário, indica-se o uso de antibióticos caso haja dificuldade em identificar a causa da doença. Dependendo da resposta do paciente, o tratamento pode ser interrompido ou continuado. Alguns pacientes demandam o uso de relaxantes musculares para relaxar a próstata. Massagens também são recomendadas caso seja preciso drenar o líquido inflamatório da glândula. 

Hiperplasia prostática benigna (HPB): é o nome complicado para falar de tumor benigno. A HPB é comum entre homens de idosos e é caracterizada por um aumento progressivo e benigno da próstata. Os nódulos formados durante o aumento da glândula podem pressionar a bexiga e obstruir a uretra, dificultando a saída da urina.

Causas:

Não existe consenso sobre a causa, mas uma situação que pode ser relacionada com a doença é a mudança hormonal do qual o organismo é alvo à medida que envelhece. Isso justifica a prevalência do problema em homens acima dos 60, 70 anos. 

Sintomas:

O sintoma mais perceptível é a alteração do fluxo urinário, tornando-se mais fraco de acordo com o aumento da próstata. Estes são exemplos de sintomas obstrutivos, mas eles também podem ser irritativos, como interrupções no jato de urina e maior frequência da necessidade de urinar. 

Diagnóstico:

O histórico médico é associado a exames de urina, de sangue e toque retal. Pode ser preciso um exame ultrassonográficos para calcular tamanho e características da próstata. 

Tratamento:

O tratamento pode começar de forma menos invasiva, com uma mudança no estilo de vida e a diminuição da ingestão de líquidos à noite. Caso não seja suficiente e o aumento da próstata esteja avançado, pode ser recomendada uma técnica chamada embolização das artérias prostáticas. O procedimento consiste em injetar microesferas para obstruir a artéria que sustenta a próstata, fazendo com que ela encolha. 

Conheçam Fred Moll, o pai da cirurgia robótica

Ao contrário dos pais, que trabalharam durante anos como pediatras, o americano Fred Moll decidiu trocar os consultórios pelas startups e fundou uma série de empresas inovadoras que estão moldando o futuro da medicina.

Tudo começou lá no início dos anos 80, quando ele era residente em cirurgia e entrou, pela primeira vez, em contato com as técnicas das cirurgias minimamente invasivas. Ao estudar as possibilidades para operações mais precisas e eficientes, acabou criando algo totalmente novo: a cirurgia robótica.

Desde esse momento, Moll começou a acreditar, piamente, que o mundo precisava de ferramentas de laparoscopia para outros tipos de cirurgias. Achava que, se os médicos tivessem as ferramentas certas, isso os incentivaria a usar técnicas menos invasivas e, consequentemente, mais benéficas e tranquilas para os pacientes. Que bom que ele estava certo!

A partir de então, ele foi estudar na Stanford Business School e fundou várias empresas até conhecer o trabalho de uma organização que desenvolvia um protótipo de cirurgia à distância para o departamento de Defesa americano. Foi quando ele conheceu um console operado por médicos, capaz de transmitir movimentos cirúrgicos para braços robóticos que reproduziam essas ações no paciente.

O projeto o inspirou a fazer algo totalmente diferente: e se fosse possível usar aqueles braços em cirurgias de alta precisão? E se combinássemos o movimento das mãos de um cirurgião com a robótica?

Moll percebeu que, por esse caminho, poderia possibilitar uma cirurgia muito mais precisa e eficiente. Para desenvolver a ideia, fundou a Intuitive Surgical em 1995 e a Auris em 2007. E o resto da história vocês já sabem.

Agora, a meta de Moll é levar a robótica a lugares onde ela nunca esteve. É usar os robôs em especialidades nas quais ele nunca foi testado. Essa é a missão da Auris, que já criou um equipamento capaz de diagnosticar e tratar câncer do pulmão sem a necessidade de cirurgia (sistema Monarch) e, atualmente, trabalha em uma plataforma capaz de combinar diferentes procedimentos em cirurgias complexas.

Em fevereiro deste ano, a Auris foi comprada pela Johnson & Johnson por US$ 3,4 bilhões. Com a venda, o plano é poder acelerar o desenvolvimento da plataforma e a criação de novas técnicas cirúrgicas e combinar a tecnologia da Auris com a inovação de todo o portfólio da companhia. Tá aí uma dica de personalidade para ficarmos de olho em 2020!

Câncer de próstata: para cada fase, um tipo de tratamento

Para todas as fases da evolução do câncer de próstata, há um tratamento adequado. E a escolha mais adequada deve ser individualizada e definida após discussão entre médico e paciente sobre os riscos e benefícios de cada método.

As opções para cada fase são:

➡ Doença localizada (confinada à próstata)

  • Vigilância ativa – acompanhamento clínico da doença, quando o tumor é pouco agressivo

O paciente é acompanhado de perto, fazendo exames regulares de PSA e toque retal a cada 6 meses. Biópsias poderão ser realizadas, para verificar a evolução da doença. Mas, se a qualquer momento for constatado o crescimento do tumor ou alguma alteração com base nos resultados dos exames de acompanhamento, o tratamento é iniciado. Essa abordagem pode ser indicada se a doença não estiver provocando nenhum sintoma e se o tumor estiver se desenvolvendo lentamente, for pequeno e estiver contido dentro da próstata. 

  • Cirurgia radical – aberta (convencional), laparoscópica e robótica

A cirurgia — chamada prostatectomia radical — consiste na remoção de toda a próstata, das vesículas seminais e, por vezes, dos linfonodos regionais. É obrigatória a retirada da próstata inteira porque, na maioria das vezes, o tumor é multifocal. 

A prostatectomia radical realizada em plataforma robótica é, atualmente, a cirurgia mais comum para o tratamento do câncer da próstata, sendo responsável por mais de 90% de todas as prostatectomias realizadas nos Estados Unidos. Isso porque a tecnologia fornece visão HD e 3D da região, filtragem de tremor, incisões pequenas e uma série de outros importantes recursos. Com isso, o paciente tem um retorno mais rápido às suas atividades rotineiras, um tempo mais curto de hospitalização e um risco reduzido de ter incontinência e impotência sexual. Outras vantagens são a menor perda sanguínea, menor necessidade de transfusão e menos dor em todo o processo.

A prostatectomia radical laparoscópica também é uma cirurgia minimamente invasiva que não demanda uma grande incisão e que conta com importantes tecnologias, como a fibra ótica e a magnificação da imagem pela visão ampliada, o que permite realizar o procedimento de forma precisa. Ela também possibilita benefícios como menor índice de infecção, redução da dor pós-operatória e do sangramento, um menor período de hospitalização e um retorno mais rápido às atividades normais.

  • Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais com radiação. As técnicas evoluíram bastante na última década e, hoje, é possível dirigir os raios com muito mais precisão, de modo a atingir predominantemente a próstata e poupar ao máximo o reto e a bexiga. 

Podem ser empregadas duas formas: a radioterapia externa e a interna. Na radioterapia externa, o tumor de próstata é enquadrado no campo de radiação através de exames de imagem e de cálculos matemáticos. O tratamento tem a duração aproximada de sete a oito semanas (de segunda a sexta-feira).

Já a radioterapia interna é uma técnica que se baseia na colocação de sementes radioativas no interior da próstata, que são introduzidas por via retal sob anestesia. O procedimento é realizado em um único dia, e não requer internação hospitalar. Mas o procedimento só é indicado para tumores pequenos, com PSA baixo (geralmente menor do que 10 ng/mL) e pouco agressivos.

➡ Doença localmente avançada (ultrapassa somente os limites da próstata)

Cirurgia radical acompanhada ou não de hormônio e Radioterapia.

➡ Doença avançada (já presente em outros órgãos):

Tratamento clínico com hormonioterapia, quimioterapia e drogas orais, que melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida.

A hormonioterapia é uma indicação para pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, com uma probabilidade de resposta maior que 85%. Porém, ao contrário da radioterapia e da cirurgia, na doença localizada, o tratamento hormonal tem a capacidade de controlar, e não de curar o câncer.

Na prática, a hormonioterapia do câncer de próstata consiste em privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona, hormônio masculino que alimenta a doença. As duas drogas mais utilizadas para o bloqueio hormonal medicamentoso são a gosserrelina e a leuprolida.

Embora a hormonioterapia seja bastante eficaz nas fases iniciais, as células malignas eventualmente se tornam resistentes ao tratamento hormonal. Nessas situações, podem ser utilizadas outras medicações que bloqueiam a ação da testosterona, por exemplo: dietilestilbestrol, bicalutamida, flutamida, nilutamida e cetoconazol. Em certos casos, os corticoides também podem ser utilizados.

Quimioterapia

A quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, administrados por via intravenosa ou por via oral. Para atingir as células cancerígenas em todo o corpo, ela é administrada na corrente sanguínea, tornando este tratamento potencialmente útil para tumores que se disseminaram (metástase) para outros órgãos.

Em alguns casos, a quimioterapia é usada se a doença está disseminada e a terapia hormonal não dá nenhuma resposta. Pesquisas recentes mostraram que a quimioterapia pode ser útil se administrada junto com a hormonioterapia. 

Um novo robô cirurgião pode estar a caminho

O mercado da cirurgia robótica não para de crescer, e isso é muito, muito bom. Com esse avanço, temos grandes chances de o tratamento ser cada vez mais acessível a um número cada vez maior de pessoas, algo que todos nós esperamos. 

A novidade da vez é uma plataforma de porta única chamada ColubrisMX SPSR, que consiste em um braço robótico que transporta um tubo de 2,5 cm que é inserido através de uma incisão também de apenas 2,5 cm.

Todos os instrumentos, incluindo a câmera, são flexíveis, e o console, que é aberto, traz uma tela HD com visão 3D, controles manuais (controle de instrumento) e controles de pedal (controle de overtube e controle de coagulação – corte monopolar e bipolar).

No teste clínico, foram realizados 33 procedimentos urológicos em 10 porcos Yorkshire, com peso entre 25 e 35 kg: linfadenectomia pélvica, nefrectomia total, pieloplastia, anastomose da uretro-bexiga e nefrectomia parcial com controle vascular. Todos as cirurgias foram concluídas com sucesso e sem complicações. 

Com todas as avaliações que estão sendo realizadas, o ColubrisMx SPSR tem demonstrado ser uma possível nova alternativa eficaz para a realização de cirurgias robóticas urológicas. Mas ainda devemos esperar os resultados em ensaios clínicos em seres humanos para termos mais certeza da sua utilidade na prática médica.

ColubrisMX 

A ColubrisMX é uma empresa de dispositivos médicos que projeta e desenvolve a próxima geração de dispositivos robóticos microcirúrgicos. Esses robôs microcirúrgicos de última geração e minimamente invasivos, poderão executar procedimentos em regiões delicadas do corpo que ainda não podem ser acessadas pela tecnologia atual.

A companhia fica em Houston, no Texas, no coração do Texas Medical Center, maior instalação médica do gênero no mundo. Inicialmente, a ColubrisMX começou no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, mas logo ficou estabelecida como uma empresa em março de 2017.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Robô cirúrgico do Google

O Google também está entrando com tudo no campo da cirurgia robótica. A partir de uma colaboração entre a Ethicon Endo-Surgery (uma divisão da Johnson & Johnson) e a Verily (antiga Google Life sciences), foi fundada em 2015 a Verb Surgical, uma empresa que usará tecnologia robótica para ser pioneira no que eles chamam de “Cirurgia 4.0”, que transcende o paradigma atual de cirurgia mestre-escrava e incorpora o aumento da autonomia robótica e aprendizado de máquina.

Para isso, a plataforma da Verb consiste em cinco pilares de tecnologia: robótica, visualização, instrumentação avançada, conectividade e análise de dados. Quando lançada, essa será a primeira plataforma de cirurgia digital totalmente conectada do mundo.

Fora isso, ainda se sabe pouco sobre a novidade, já que o sistema está envolto em sigilo corporativo. O que se pode adiantar é que a companhia está trabalhando ativamente com empresas parceiras e com médicos para testar a plataforma em laboratórios pré-clínicos.

Apesar de todo o mistério, nós já temos algumas pistas: a Verb Surgical está licenciando a tecnologia robótica da Stanford Research International Robotics (SRI), que iniciou o desenvolvimento do sistema cirúrgico telerobótico M7 em 1998.

As principais características deste sistema incluem 2 braços robóticos com 7 graus de liberdade, um sistema leve pesando 15 kg, feedback visual, auditivo e tátil ao cirurgião e compensação para movimentos externos.

Este sistema foi desenvolvido principalmente para telecirurgia de longa distância (particularmente no campo de batalha) e testes foram conduzidos tanto a 60 pés debaixo d’água quanto a bordo da aeronave NASA C-9, simulando cirurgia em gravidade zero.

O Big Data e o aprendizado de máquina baseados no Google também terão, naturalmente, um papel importante para ajudar os cirurgiões a tomar decisões melhores e mais completas no meio de uma operação.

Além disso, já se sabe que o robô de Verb terá cerca de 20% do tamanho das plataformas atuais, permitindo que o cirurgião trabalhe mais próximo do paciente. Por isso, a aposta do mercado é que o sistema seja consideravelmente mais barato que os atuais, podendo custar cerca de 2 milhões de dólares ou mais.

Diante todas essas pistas e dado o considerável apoio financeiro e expertise das empresas envolvidas, o potencial da Verb Surgical é, no mínimo, muito estimulante.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Sistema Senhance

O da Vinci continua sendo o robô cirurgião mais conhecido e utilizado mundialmente. Mas ele não é o único: nos últimos anos, muitas empresas desenvolveram sistemas com recursos de alta tecnologia que tornam a cirurgia robótica cada vez mais avançada e abrangente.

Um deles é o Senhance, que compete no mercado com o com a Intuitive Surgical e sua linha de sistemas da Vinci. Desenvolvido pela empresa norte-americana TransEnterix, a plataforma já sendo utilizada para reparar hérnias, remover vesículas biliares e tratar várias outras condições urológicas e ginecológicas.

Diferenciais

Embora funcione de maneira semelhante ao da Vinci, o Senhance conta com um enorme diferencial: feedback tátil nos controles. O cirurgião consegue “sentir”, nas pontas dos próprios dedos e em tempo real, quando o robô entra em contato com estruturas anatômicas.

Além disso, os controles do instrumento são mais ergonômicos e se assemelham bastante aos instrumentos cirúrgicos tradicionais, o que pode ajudar bastante na transferência de habilidades do cirurgião da cirurgia convencional para o sistema robótico.

Outro importante avanço proporcionado pelo Senhance é o óculos laparoscópico em 3D-HD, que além de permitir que o médico veja o interior do corpo em alta definição, conta com um sistema de rastreamento ocular para controle de câmera. Pela primeira vez em uma plataforma cirúrgica robótica, o cirurgião consegue mover a câmera laparoscópica simplesmente movendo os próprios olhos. 

A dinâmica da cirurgia é a mesma: pequenos instrumentos cirúrgicos são inseridos através de mínimos orifícios e os cirurgiões controlam o robô a partir de uma estação de trabalho. O equipamento conta com três braços robóticos laparoscópicos em carrinhos separados (em oposição ao carrinho único do da Vinci) e alças laparoscópicas com seis graus de liberdade para controlar os instrumentos.

Aprovações

Na Europa, o sistema é licenciado para uso em procedimentos abdominais, pélvicos e torácicos, excluindo cirurgia cardíaca. Nos Estados Unidos, o Senhance recebeu aprovação da FDA em outubro de 2017, tornando-se o primeiro novo operador de robótica cirúrgica abdominal no país desde 2000. 

Recentemente, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão concedeu aprovação ao robô para laparoscopia em cirurgia geral, ginecológica, urológica e alguns procedimentos torácicos, o que é um marco importante já que o país é o segundo maior mercado de robótica cirúrgica do mundo, perdendo apenas para os estadunidenses.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Bisturis inteligentes

Embora ultra-afiados e eficazes, bisturis e facas cirúrgicas nunca passaram de instrumentos para a realização de cirurgias. Até agora!  Os chamados bisturis inteligentes, já disponíveis no mercado, podem analisar, com rapidez e precisão, a composição do tecido que toca para determinar se ele é saudável ou não.

E saber fazer isso é vital, especialmente na cirurgia do câncer, onde o objetivo da operação é remover o tumor deixando os tecidos saudáveis preservados.

O iKnife por exemplo é uma faca eletrocirúrgica, desenvolvida pela Imperial College London, que é conectada a um dispositivo chamado espectrômetro de massa. Conforme a lâmina eletrificada corta o tecido, a fumaça é liberada e canalizada para esse espectrômetro, que analisa os produtos químicos contidos nela para determinar se ele é ou não maligno. 

Outro exemplo do que já está desenvolvido é o bisturi que informa o cirurgião, em menos de meio segundo, o tipo de tecido a ser tocado, com notificações visuais ou auditivas. 

Embora não corte, essa ferramenta portátil, criada por uma parceria entre a Universidade Técnica de Monterrey, Universidade de Hanover e Universidade Livre de Bruxelas, consegue medir as correntes elétricas microscópicas que a ponta do bisturi gera quando entra em contato com vários tipos de tecido, um fenômeno conhecido como efeito piezoelétrico.

Este novo bisturi possui sensores e algoritmos avançados de processamento digital de sinais. Quando se trata de detectar tecidos saudáveis ​​e aqueles afetados pelo tumor, o bisturi vibra 400 milissegundos no cérebro a 4.000 frequências diferentes. Isto gera uma imagem de como o cérebro está vibrando e essas freqüências são analisadas para obter um modelo matemático das propriedades do que está sendo tocado.

Segundo os cientistas, o bisturi é tão preciso que pode ajudar até mesmo a detectar tumores precocemente, quando a diferença entre tecido saudável e afetado é quase imperceptível ao sentido da visão e ao toque dos cirurgiões.

Além disso, o dispositivo poderia ser usado para remover tumores em outras partes do corpo (atualmente, ele está sendo estudado no cérebro), seja na forma de um bisturi ou de um endoscópio inteligente para cirurgias de estômago ou intestino, por exemplo. Por agora, a ferramenta está em processo de patente e com autorização pendente para iniciar testes em humanos.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Imagiologia optoacústica

Os raios X já foram o padrão ouro para a visualização não invasiva do interior de um paciente. Embora ainda sejam populares, outras modalidades de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada nos permitem ver características anatômicas que ficam ocultas nesse exame.

Essas modalidades revolucionaram a medicina: a TC dá dimensão às radiografias planas para ajudar a diagnosticar lesões traumáticas e monitorar o progresso de algumas formas de câncer, e a RM é comumente usada para lesões relacionadas ao movimento, podendo mostrar até partes ativas do cérebro.

Especialmente na oncologia, elas podem revelar muito sobre a estrutura de um tumor em potencial. No entanto, os tumores podem ser enganosos, muitas vezes se assemelhando muito ao tecido saudável em torno dele. 

Mas há uma característica que diferencia os tecidos saudáveis ​​de impostores cancerígenos: o conteúdo de oxigênio presente no tecido. E é aí que entra a imagiologia optoacústica. Esse método permite direcionar rajadas de luz laser em um tumor em potencial. Cada explosão aquece e expande o tecido levemente, fazendo com que uma pequena onda mecânica se propague através do tecido circundante.

Essas ondas podem ser detectadas e convertidas em imagens de alta resolução com reflexos verdes ou vermelhos, indicando a concentração de oxigênio para ajudar o oncologista a determinar o que é canceroso.

Embora todas essas modalidades de imagem tenham limites sobre o que podem escanear com precisão, elas podem ser combinadas ou complementadas com outros tipos de exames clínicos para preencher lacunas, abrindo um novo campo de aplicações clínicas.

Tomemos por exemplo o Seno Medical, baseado no Texas: eles estão desenvolvendo uma técnica que combina a tecnologia de imagem optoacústica com imagens de ultrassom convencionais. A imagem resultante de alta resolução será capaz de mostrar a localização, forma e conteúdo de oxigênio dos tumores de câncer de mama para ajudar a fornecer um diagnóstico mais claro e um plano de tratamento mais eficaz.

E tem mais: os avanços nos gráficos gerados por computador, holografia e realidade aumentada já permitem que os médicos visualizem, manipulem e até percorram, virtualmente, varreduras tridimensionais de uma parte do corpo.

Exemplo: uma empresa chamada EchoPixel, com sede na Califórnia, usa os exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassonografia para gerar uma imagem holográfica em 3D. O holograma resultante pode ser visto em um monitor especial com um par de óculos 3D e manipulado com uma caneta para familiarizar o cirurgião, com toda a riqueza de detalhes, à anatomia de cada paciente, permitindo um melhor planejamento cirúrgico.

Mais um: várias empresas estão deixando de lado o monitor ao integrar imagens 3D no popular headset HoloLens da Microsoft. Lembram quando eu disse da realidade aumentada aqui? Na sala de cirurgia, o HoloLens está sendo testado em muitas funções, desde a exibição dos sinais vitais de um paciente até a identificação de sangue e ossos embaixo da pele. 

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Treinamento de cirurgiões com Realidade Virtual

Você já pensou em como os futuros médicos cirurgiões poderiam treinar suas técnicas de forma totalmente segura, ainda que algum erro seja cometido durante a cirurgia?


O mercado tecnológico sim, e a solução para isso é a realidade virtual (Virtual Reality – VR, em inglês). Uma tecnologia utilizada nos videogames e que agora permite, tanto a residentes quanto a cirurgiões mais experientes, o desenvolvimento de suas habilidades em ambientes que se aproximam muito dos reais. 


Como funciona

A aparelhagem (geralmente composta por um notebook, óculos de realidade virtual e controles ou luvas) permite que o médico simule uma cirurgia, desde a entrada no centro cirúrgico, passando pela execução da intervenção, até o momento de finalização do procedimento, que é previamente selecionado para o teste. Algumas plataformas oferecem, inclusive, a simulação de eventuais complicações.

Para isso, os simuladores utilizam aspectos chave como o realismo visual, realismo fisiológico e estímulo háptico (sensação do tato). Ao iniciar o treinamento, o médico tem a oportunidade de experimentar a sensação de pegar os instrumentos, encaixar e desencaixar peças acessórias e realizar a cirurgia em um paciente virtual, que tem suas funções vitais monitoradas por aparelhos como se estivesse em um centro cirúrgico real.

Feedback

Como ferramenta de aprendizagem, os sistemas contam com uma avaliação crítica e um feedback de tudo o que é feito nos testes. Geralmente, os programas classificam o desempenho de cada um com base no tempo, na precisão e em outras métricas nas quais os cirurgiões são comumente avaliados. Assim, o profissional pode aprimorar ainda mais suas habilidades, diminuindo o tempo de uma cirurgia e facilitando o pós-operatório dos pacientes.

Uma inovação necessária

Várias empresas já disponibilizam a tecnologia para diferentes especialidades, e ela já está em uso aqui no Brasil em estados como São Paulo e Pernambuco. A expectativa dos especialistas é que, em até 10 anos, haja uma implementação efetiva da inteligência artificial e da realidade virtual no campo da medicina não só aqui, mas em todo o mundo.

E isso é muito necessário: estudos internacionais apresentados pelo Johnson & Johson Institute mostraram que há cinco bilhões de pessoas no mundo sem acesso a cuidados cirúrgicos. Os relatórios revelaram ainda que médicos cirurgiões não qualificados geram três vezes mais complicações e cinco vezes mais mortalidade nas cirurgias frente a cirurgiões qualificados.

Sem dúvidas, o futuro caminha para o uso do máximo apoio da tecnologia na área médica, principalmente na cirúrgica. Entretanto, nunca é demais lembrar que isso não significa a substituição do contato interpessoal entre nós e o paciente. O papel do médico é, e sempre será, fundamental em qualquer tipo de tratamento.

Teste em urina detecta câncer de próstata 5 anos antes de ele aparecer

Um grupo de cientistas da Universidade de East Anglia (UEA), em Norwich, Reino Unido, desenvolveu um teste simples de urina que consegue revelar se homens terão câncer de próstata cinco anos antes do aparecimento da doença. E o mais interessante: sem que eles precisem passar por biópsias.

Segundo os pesquisadores, o Prostate Urine Risk (PUR) é tão sensível quanto os métodos atuais e consegue identificar, inclusive, o nível de agressividade da doença e em que ponto os homens precisarão de tratamento.

O estudo para o desenvolvimento do teste envolveu 537 homens e identificou 35 genes diferentes que eram marcadores de risco para o câncer, prevendo se os indivíduos teriam que realizar mais exames ou se eles precisariam se submeter a algum tipo de tratamento.

De acordo com o principal autor do estudo, Shea Connell, da Norwich Medical School da UEA, o objetivo do teste é reduzir, enormemente, a chance de os homens passarem por biópsias desnecessárias, o que realmente seria muito bom.

E, apesar de a indicação do PUR ser para homens com suspeita de câncer de próstata, ele também poderia ser usado para pessoas já diagnosticadas com câncer de baixo risco, para monitorar quando elas vão precisar de tratamento dentro desses cinco anos.

A expectativa dos cientistas é que o teste esteja disponível para o público dentro de três anos. 

Se tudo isso se comprovar e o Prostate Urine Risk passar nas exigências das agências reguladoras, um grande número de homens poderia evitar uma biópsia inicial desnecessária, e o acompanhamento repetido e invasivo de pacientes com doença de baixo risco poderia ser drasticamente reduzido. Portanto, fiquemos na torcida! 

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