O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Apesar da alta incidência, ele pode ser tratado com sucesso em grande parte dos casos — desde que diagnosticado precocemente. E é justamente nesse ponto que o exame de PSA ganha destaque como ferramenta fundamental.

Mas, afinal, o que é o PSA? Como funciona esse exame? E por que ele é tão importante na rotina de prevenção?

O que é o PSA?

PSA é a sigla para Antígeno Prostático Específico (Prostate-Specific Antigen), uma proteína produzida pelas células da próstata — uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga.

Em condições normais, pequenas quantidades de PSA são liberadas na corrente sanguínea. Porém, quando há alterações na próstata — como inflamações, aumento benigno (hiperplasia prostática benigna) ou câncer — os níveis de PSA podem subir significativamente.

Por isso, o exame de PSA é utilizado como um marcador: ele ajuda a identificar possíveis alterações na próstata, inclusive a presença de tumores malignos, mesmo quando o paciente ainda não apresenta sintomas.

Como é feito o exame?

O exame de PSA é simples, rápido e indolor. Consiste apenas na coleta de uma amostra de sangue do paciente, que será analisada em laboratório.

O resultado é medido em nanogramas por mililitro (ng/mL), e os valores de referência podem variar ligeiramente de acordo com a idade do paciente e o laboratório utilizado. De forma geral:

  • Valores abaixo de 4 ng/mL costumam ser considerados normais;

  • Valores entre 4 e 10 ng/mL podem indicar necessidade de investigação;

  • Valores acima de 10 ng/mL aumentam a suspeita de câncer de próstata.

Importante: um PSA elevado não significa, necessariamente, câncer. Outras condições benignas, como infecção urinária ou prostatite, também podem elevar os níveis desse antígeno. Por isso, é comum que o exame de PSA seja associado ao toque retal e, se necessário, a outros exames complementares, como a biópsia.

Por que o PSA é tão importante na detecção precoce?

A maior arma contra o câncer de próstata é o diagnóstico precoce. O grande desafio é que, nos estágios iniciais, a doença é assintomática — ou seja, não apresenta nenhum sinal visível. Quando os sintomas aparecem, como dor óssea, dificuldade para urinar ou sangue na urina, o câncer já pode estar em estágio avançado.

É nesse cenário que o exame de PSA cumpre um papel essencial: ele permite identificar alterações na próstata antes mesmo do surgimento dos sintomas, dando ao paciente e aos profissionais de saúde uma janela de tempo valiosa para agir.

Quando detectado precocemente, o câncer de próstata tem altas taxas de cura. Já em estágios mais avançados, o tratamento tende a ser mais complexo, e as chances de cura diminuem consideravelmente.

Quando fazer o exame de PSA?

A recomendação varia conforme o histórico de saúde e os fatores de risco individuais. De forma geral:

  • Homens a partir dos 50 anos devem conversar com seus médicos sobre a necessidade de fazer o exame;

  • Homens com fatores de risco, como histórico familiar de câncer de próstata ou homens negros (que têm maior incidência e mortalidade pela doença), devem iniciar a investigação a partir dos 45 anos.

Vale lembrar: o PSA não é um exame obrigatório, mas a decisão compartilhada entre paciente e médico é fundamental. O profissional de saúde avaliará o histórico, os fatores de risco e orientará sobre os melhores passos para cada caso.

Embora não seja diagnóstico por si só, ele atua como um importante sinal de alerta, permitindo que alterações na próstata sejam identificadas precocemente.

Não espere aparecer algum sintoma para cuidar da sua saúde. Prevenção é um compromisso que vale para o ano inteiro.

Se você tem 45 anos ou mais, converse com seu médico e faça o acompanhamento ideal para o seu caso. Sua saúde merece prioridade.