Dia Nacional de Combate ao Câncer #NovembroAzul

Além de estarmos em pleno mês mundial de combate ao câncer de próstata, é lembrado hoje o Dia Nacional de Combate ao Câncer, reforçando ainda mais os esforços dos médicos e dos órgãos de saúde em conscientizar a população à respeito da importância da prevenção. 

No caso do câncer de próstata, a chance de cura pode chegar até 90% se a doença for diagnosticada precocemente. Mas, melhor e mais seguro que é isso, é fugir completamente dela:

– Não fume

O cigarro carrega cerca de 4720 substâncias, sendo mais de 400 delas altamente cancerígenas. Segundo estatísticas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo é a principal causa de câncer evitável no mundo, estando por trás de grande parte dos cânceres de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia.

– Não abuse de bebidas alcoólicas

Além de potencializar os efeitos do tabaco, o álcool aumenta a chance de desenvolvimento de alguns tumores, como intestino, esôfago e fígado. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, 18 gramas (aproximadamente duas doses) de álcool por dia são suficientes para aumentar significantemente o risco de desenvolver câncer de mama. Com o consumo de 50 gramas diárias, o risco aumenta em 50%. Outro estudo, realizado pelo Fred Hutchinson Cancer Research Center, descobriu que as mesmas 50 gramas, em homens, dobram as chances de desenvolver câncer de próstata.

– Mantenha hábitos de sexo seguro

Hoje, sabe-se que o papiloma vírus humano (HPV) – doença sexualmente transmissível – é o principal responsável por alguns tipos de câncer como o câncer do colo do útero, vulva, pênis e orofaringe (garganta). Por isso, a importância de praticar sexo seguro e sempre com o uso da camisinha – até mesmo para o sexo oral.

– Coma frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas

Dietas pobres em nutrientes podem aumentar o risco de ao menos seis tipos de câncer, como boca, estômago e intestino. Alimentar-se bem, com comidas saudáveis e uma dieta equilibrada, também ajuda a manter um peso saudável, o que é imprescindível já que o sobrepeso e a obesidade são dois dos principais fatores de risco para câncer. 

– Evite o consumo de alimentos ricos em sódio e conservantes

Os alimentos processados – o que incluem enlatados e embutidos como mortadela, presunto, salame, mortadela, bacon e salsicha -, são ricos em uma substância chamada nitrosamina, que é cancerígena. Por isso, é importante que esse tipo de alimento seja evitado ao máximo, assim como fast foods que, em geral, são ricos em processados.

– Pratique atividades físicas todos os dias

A prática de atividades físicas promove um bem geral ao organismo e também protege contra o câncer, diminuindo a circulação das citocinas pró-inflamatórias no organismo. A recomendação é de que o exercício tenha duração mínima de 30 minutos.

– Mantenha-se atento à sua saúde

O corpo dá sinais quando algo não está certo. Isso também vale para casos de câncer. É importante que se preste atenção, pois só assim é possível notar a presença de algum caroço estranho, uma íngua, mancha na pele ou outro sinal. É importante realizar todos os exames de diagnóstico precoce indicados pelo seu médico.

Agora que você já sabe o que fazer, é só começar. 

Câncer de próstata: para cada fase, um tipo de tratamento

Para todas as fases da evolução do câncer de próstata, há um tratamento adequado. E a escolha mais adequada deve ser individualizada e definida após discussão entre médico e paciente sobre os riscos e benefícios de cada método.

As opções para cada fase são:

➡ Doença localizada (confinada à próstata)

  • Vigilância ativa – acompanhamento clínico da doença, quando o tumor é pouco agressivo

O paciente é acompanhado de perto, fazendo exames regulares de PSA e toque retal a cada 6 meses. Biópsias poderão ser realizadas, para verificar a evolução da doença. Mas, se a qualquer momento for constatado o crescimento do tumor ou alguma alteração com base nos resultados dos exames de acompanhamento, o tratamento é iniciado. Essa abordagem pode ser indicada se a doença não estiver provocando nenhum sintoma e se o tumor estiver se desenvolvendo lentamente, for pequeno e estiver contido dentro da próstata. 

  • Cirurgia radical – aberta (convencional), laparoscópica e robótica

A cirurgia — chamada prostatectomia radical — consiste na remoção de toda a próstata, das vesículas seminais e, por vezes, dos linfonodos regionais. É obrigatória a retirada da próstata inteira porque, na maioria das vezes, o tumor é multifocal. 

A prostatectomia radical realizada em plataforma robótica é, atualmente, a cirurgia mais comum para o tratamento do câncer da próstata, sendo responsável por mais de 90% de todas as prostatectomias realizadas nos Estados Unidos. Isso porque a tecnologia fornece visão HD e 3D da região, filtragem de tremor, incisões pequenas e uma série de outros importantes recursos. Com isso, o paciente tem um retorno mais rápido às suas atividades rotineiras, um tempo mais curto de hospitalização e um risco reduzido de ter incontinência e impotência sexual. Outras vantagens são a menor perda sanguínea, menor necessidade de transfusão e menos dor em todo o processo.

A prostatectomia radical laparoscópica também é uma cirurgia minimamente invasiva que não demanda uma grande incisão e que conta com importantes tecnologias, como a fibra ótica e a magnificação da imagem pela visão ampliada, o que permite realizar o procedimento de forma precisa. Ela também possibilita benefícios como menor índice de infecção, redução da dor pós-operatória e do sangramento, um menor período de hospitalização e um retorno mais rápido às atividades normais.

  • Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais com radiação. As técnicas evoluíram bastante na última década e, hoje, é possível dirigir os raios com muito mais precisão, de modo a atingir predominantemente a próstata e poupar ao máximo o reto e a bexiga. 

Podem ser empregadas duas formas: a radioterapia externa e a interna. Na radioterapia externa, o tumor de próstata é enquadrado no campo de radiação através de exames de imagem e de cálculos matemáticos. O tratamento tem a duração aproximada de sete a oito semanas (de segunda a sexta-feira).

Já a radioterapia interna é uma técnica que se baseia na colocação de sementes radioativas no interior da próstata, que são introduzidas por via retal sob anestesia. O procedimento é realizado em um único dia, e não requer internação hospitalar. Mas o procedimento só é indicado para tumores pequenos, com PSA baixo (geralmente menor do que 10 ng/mL) e pouco agressivos.

➡ Doença localmente avançada (ultrapassa somente os limites da próstata)

Cirurgia radical acompanhada ou não de hormônio e Radioterapia.

➡ Doença avançada (já presente em outros órgãos):

Tratamento clínico com hormonioterapia, quimioterapia e drogas orais, que melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida.

A hormonioterapia é uma indicação para pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, com uma probabilidade de resposta maior que 85%. Porém, ao contrário da radioterapia e da cirurgia, na doença localizada, o tratamento hormonal tem a capacidade de controlar, e não de curar o câncer.

Na prática, a hormonioterapia do câncer de próstata consiste em privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona, hormônio masculino que alimenta a doença. As duas drogas mais utilizadas para o bloqueio hormonal medicamentoso são a gosserrelina e a leuprolida.

Embora a hormonioterapia seja bastante eficaz nas fases iniciais, as células malignas eventualmente se tornam resistentes ao tratamento hormonal. Nessas situações, podem ser utilizadas outras medicações que bloqueiam a ação da testosterona, por exemplo: dietilestilbestrol, bicalutamida, flutamida, nilutamida e cetoconazol. Em certos casos, os corticoides também podem ser utilizados.

Quimioterapia

A quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, administrados por via intravenosa ou por via oral. Para atingir as células cancerígenas em todo o corpo, ela é administrada na corrente sanguínea, tornando este tratamento potencialmente útil para tumores que se disseminaram (metástase) para outros órgãos.

Em alguns casos, a quimioterapia é usada se a doença está disseminada e a terapia hormonal não dá nenhuma resposta. Pesquisas recentes mostraram que a quimioterapia pode ser útil se administrada junto com a hormonioterapia. 

Um novo robô cirurgião pode estar a caminho

O mercado da cirurgia robótica não para de crescer, e isso é muito, muito bom. Com esse avanço, temos grandes chances de o tratamento ser cada vez mais acessível a um número cada vez maior de pessoas, algo que todos nós esperamos. 

A novidade da vez é uma plataforma de porta única chamada ColubrisMX SPSR, que consiste em um braço robótico que transporta um tubo de 2,5 cm que é inserido através de uma incisão também de apenas 2,5 cm.

Todos os instrumentos, incluindo a câmera, são flexíveis, e o console, que é aberto, traz uma tela HD com visão 3D, controles manuais (controle de instrumento) e controles de pedal (controle de overtube e controle de coagulação – corte monopolar e bipolar).

No teste clínico, foram realizados 33 procedimentos urológicos em 10 porcos Yorkshire, com peso entre 25 e 35 kg: linfadenectomia pélvica, nefrectomia total, pieloplastia, anastomose da uretro-bexiga e nefrectomia parcial com controle vascular. Todos as cirurgias foram concluídas com sucesso e sem complicações. 

Com todas as avaliações que estão sendo realizadas, o ColubrisMx SPSR tem demonstrado ser uma possível nova alternativa eficaz para a realização de cirurgias robóticas urológicas. Mas ainda devemos esperar os resultados em ensaios clínicos em seres humanos para termos mais certeza da sua utilidade na prática médica.

ColubrisMX 

A ColubrisMX é uma empresa de dispositivos médicos que projeta e desenvolve a próxima geração de dispositivos robóticos microcirúrgicos. Esses robôs microcirúrgicos de última geração e minimamente invasivos, poderão executar procedimentos em regiões delicadas do corpo que ainda não podem ser acessadas pela tecnologia atual.

A companhia fica em Houston, no Texas, no coração do Texas Medical Center, maior instalação médica do gênero no mundo. Inicialmente, a ColubrisMX começou no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, mas logo ficou estabelecida como uma empresa em março de 2017.

Pesquisa comprova: meninos não vão ao urologista

Este foi o resultado de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, feita com 3.305 adolescentes dentro dessa faixa etária. E sabem o que é mais preocupante? É exatamente nessa fase que nós descobrimos e prevenimos algumas doenças que causam infertilidade na vida adulta, como a varicocele, por exemplo. 

Por isso, é importante reforçar que os adolescentes do sexo masculino podem começar a frequentar o urologista assim que a puberdade der seus primeiros sinais, independentemente da idade. Principalmente porque nós não temos a função exclusiva de tratar doenças, mas também de esclarecer dúvidas em um período de rápido desenvolvimento físico, cognitivo, social e sexual que traz consequências diretas para a vida adulta. 

Portanto, pais, incentivem seus filhos! Agendem uma consulta para eles. E se você tiver nessa faixa etária, deixe todos os medos e preconceitos de lado e procure um bom urologista. Ter alguém em quem confiar numa fase tão importante fará toda a diferença em todos os aspectos da sua vida.

Os principais problemas urológicos na adolescência:

Varicocele – dilatação das veias nos testículos. É a causa mais comum, conhecida e tratável de infertilidade masculina: acomete em torno de 35% dos homens com infertilidade primária e 80% com infertilidade secundária, embora esteja presente em aproximadamente 20-25% da população masculina em geral. Assintomática, a doença é geralmente detectada em consulta de rotina pelo exame físico dos genitais e, quando necessário, corrigida por microcirurgia.

Balanopostite – é o processo inflamatório mais frequente que ocorre no pênis. É uma inflamação conjunta da glande e prepúcio (balanite é inflamação da glande; postite é inflamação do prepúcio). A causa mais comum é uma infecção fúngica aguda causada pela candida albicans. Não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, pois pode-se desenvolver sem a realização de penetração, embora o casal possa compartilhar a cândida durante o ato sexual. O tratamento é feito com cremes tópicos associados à medicação via oral.

Fimose – é a incapacidade (ou apenas uma dificuldade, em diversos graus) para retrair o prepúcio, que é a pele que recobre a glande ou a “cabeça” do pênis. Pais e pacientes podem confundir fimose com o excesso de prepúcio, que não sugere nenhum problema, se não há dificuldade de retração prepucial.

Ejaculação precoce – é caracterizada pela ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, quando o tempo desde a penetração vaginal até a ejaculação passa a ser insatisfatório para o homem ou para o casal. No jovem, a causa costuma estar relacionada à ansiedade e à inexperiência do ato sexual. O tratamento é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual e de farmacoterapia. 

Maior empresa de dispositivos médicos do mundo lança seu próprio robô cirúrgico

Mais uma nova alternativa ao sistema da Vinci vem surgindo no horizonte da cirurgia robótica. A Medtronic, maior empresa de dispositivos médicos do mundo, está divulgando uma nova plataforma de cirurgia assistida por robô, mais flexível e econômica do que os sistemas atualmente disponíveis no mercado: o sistema Hugo RAS.

A empresa planeja lançar o sistema em locais não divulgados, mas fora dos EUA, no início do próximo ano. O objetivo é começar a coletar dados clínicos para obter a liberação no país em cerca de dois anos.

Em relação aos possíveis valores da plataforma, a expectativa da Medtronic é reduzir os custos dos procedimentos do sistema aos níveis observados nos sistemas laparoscópicos, o que seria muito bom.

O sistema Hugo inclui uma torre, console para o cirurgião, efetores terminais cirúrgicos e carrinhos de braços robóticos.

Os principais aspectos do sistema incluem:

Modularidade – Os braços e outras partes do sistema são modulares e ficam sobre rodas, permitindo flexibilidade quando se trata de posicionamento e troca de peças da plataforma. Um cirurgião poderia concluir um procedimento com um braço, afastá-lo e iniciar um procedimento laparoscópico ainda usando a torre, por exemplo.

Após a operação, a equipe do hospital poderia desmontar o sistema e transformá-lo em uma segunda “sala de cirurgia” já esterilizada e preparada, para que o cirurgião pudesse iniciar rapidamente um novo procedimento após um pequeno intervalo. Além disso, como os braços são modulares, o hospital pode dividi-los para usá-los em diferentes operações ao mesmo tempo.

Uso universal – A torre e seu sistema de visualização, gerador, processadores e endoscópio destinam-se a suportar cirurgias assistidas por robô, aplicações laparoscópicas e até cirurgias abertas. O gerador FT10 que alimenta o sistema robótico é o mesmo tipo de gerador que alimenta dispositivos laparoscópicos e de cirurgia tradicional.

Atualização – A Medtronic projetou o Hugo RAS para que os prestadores de serviços de saúde possam trocar novos sistemas, geradores etc assim que estiverem disponíveis, sem que seja necessário comprar um sistema totalmente novo. A empresa também possui uma linha de aplicativos e recursos de software que serão lançados e atualizados continuamente.

Console aberto – O design do console cirúrgico possui uma arquitetura aberta com pedais, para que os cirurgiões possam interagir com o paciente e com a equipe de cirurgia durante os procedimentos. Ao mesmo tempo, os óculos tridimensionais de alta definição proporcionam uma experiência imersiva.

Aproveitamento da experiência existente em ferramentas cirúrgicas – A ideia da Medtronic é aproveitar a experiência e o know-how do seu portfólio de instrumentação cirúrgica já existente, o que faz sentido uma vez que os instrumentos do sistema podem ser uma grande fonte de receita para a empresa. Além disso, poder contar com instrumentos familiares é algo que faz uma grande diferença para os cirurgiões.

Em resumo, é isso. Lembrando que a Medtronic já é ativa no mercado de cirurgia da coluna assistida por robô desde 2018, após comprar a empresa Mazor Robotics por 1,7 bilhão de dólares. Um mês depois da compra, eles lançaram nos EUA sua própria plataforma cirúrgica de coluna vertebral assistida por robô, a Mazor X Stealth.

Novidades no mercado da cirurgia robótica

A CMR Surgical é uma das líderes de uma nova leva de empresas que estão surgindo para desafiar a Intuitive Surgical, fabricante do sistema robótico da Vinci e líder do mercado de cirurgia robótica. 

Mas ela não é apenas mais uma empresa de dispositivos médicos: a CMR veio para promover uma mudança de paradigma nesse campo, criando uma plataforma cerca de 40 vezes mais barata do que as já existentes e tornando a tecnologia uma opção mais acessível para as instituições de saúde. 

Prova disso é que, com apenas 5 anos de existência, a companhia levantou recentemente a impressionante quantia de 195 milhões de libras em uma rodada de financiamento, o que elevou o valor da empresa para mais de 1 bilhão de libras antes mesmo do lançamento de seu primeiro produto, o robô Versius.

Foi a terceira de uma série de financiamentos que, em 2018, levantou US$ 100 milhões em investimentos e, em 2017, US$ 46 milhões. 

Essa última grande leva de investimentos financiará totalmente a comercialização global dos negócios da CMR, que deve lançar o robô cirúrgico Versius ainda neste ano no Reino Unido, em outros países da Europa e na Índia, onde foram realizados ensaios clínicos no Hospital Deenanath Mangeshkar, em Pune.

Lá, os procedimentos realizados com a plataforma envolveram operações em pacientes com distúrbios ginecológicos e gastrointestinais, incluindo histerectomia e remoção da vesícula biliar.

O Versius

As vantagens competitivas do Versius incluem uma maior portabilidade e versatilidade, já que ele foi projetado para fornecer ao cirurgião vários braços robóticos separados, cada um com seu próprio instrumento cirúrgico e seu próprio pilar.

Esses braços são montados em carrinhos que podem ser facilmente movidos entre salas de operações e até entre hospitais, o que seria um enorme avanço tendo em mente que o da Vinci, robô mais utilizado no mundo hoje, tem uma estrutura de 750 quilos que não pode ser movida e, portanto, demanda uma sala de operação exclusiva.

Mas isso tudo não significa que Intuitive esteja em risco. O sistema da Vinci já foi instalado em quase 5 mil hospitais em todo o mundo e já vem realizando operações há 20 anos. Além disso, a empresa anunciou uma expansão de suas operações britânicas, abrindo uma nova sede no Reino Unido, país de origem da CMR.

Porém, para os próximos 3 ou 4 anos, a expectativa é que o topo do mercado da cirurgia robótica seja divido com mais três empresas: a Medtronic, a Johnson & Johnson e, claro, a CMR.

Como é o pré e o pós-operatório na cirurgia robótica

Incisões mínimas e mais certeiras que machucam menos os tecidos, deixam menos sequelas e garantem menor risco de complicações. Não é mágica: é cirurgia robótica, a inovação que veio para ficar e que é fruto do bom uso da tecnologia a favor da medicina e da saúde.

Mais ágil e tão segura quanto os métodos tradicionais, a robótica vem auxiliando médicos na busca por resultados cada vez melhores em cirurgias que antes ofereciam riscos aos pacientes, seja na hora da operação ou em um segundo momento. É por isso que, no caso do tratamento cirúrgico para câncer de próstata, por exemplo, ela é, hoje, considerada a melhor opção. 

Entre os benefícios para o paciente, podemos citar melhores resultados oncológicos, menos dor, menos chances de sangramento e, portanto, menos chances de transfusões sanguíneas, recuperação pós-operatória mais rápida, menos uso de analgésicos, retorno mais rápido às atividades e menos tempo de hospitalização. Outro aspecto positivo é a excelente qualidade de vida do paciente após o tratamento.

Pré-operatório

Antes da cirurgia, é nossa rotina incentivar metas significativas de estilo de vida. Ou seja: nós aconselhamos os pacientes sobre os benefícios dos hábitos alimentares saudáveis, dos exercícios físicos e, se necessário, da perda de peso.

Quando o paciente é muito sedentário, recomendamos a caminhada de um a dois quilômetros por dia, como preparação para o procedimento.

O paciente também precisa fazer avaliação física, cardiológica e anestésica: eletrocardiograma, ecocardiograma, testes de esforço, ressonância magnética, mapeamento ósseo em busca de metástases e outros exames e avaliações com especialistas de outras áreas, dependendo de cada caso

Pós-operatório

É muito importante que, já no primeiro dia após a cirurgia, o paciente tente se sentar em uma cadeira e caminhar o quanto for tolerado. A recuperação costuma ser mais rápida naqueles que conseguem se movimentar logo nesse comecinho.

Atividades mais pesadas como academia, corrida, bicicleta e qualquer outra de maior impacto devem ser evitadas durantes as três primeiras semanas. Já caminhadas de até 30 minutos em superfícies planas, trabalhos de escritório e exercícios leves são liberados já nos primeiros dias.

Geralmente, 97% a 98% dos pacientes recebem alta na manhã seguinte à operação. Todos deixam o hospital com um cateter urinário, que é removido após 6 ou 7 dias em um procedimento simples e indolor, realizado no próprio consultório.

Os cuidados com a ferida operatória incluem a limpeza com água e sabão, e só. Antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios e remédios contra gases costumam fazer parte da prescrição médica.

E, por fim, o acompanhamento tem um período mínimo de cinco anos após a cirurgia. Nos primeiros dois anos, o retorno ocorre a cada três meses, com exames de sangue (PSA) e imagem (ultrassom em geral).

Do segundo ao quinto ano, os retornos ocorrem a cada seis meses. A partir do quinto, o retorno acontece anualmente.

O custo da cirurgia robótica em BH

A robótica amplia os benefícios das cirurgias minimamente invasivas para procedimentos de alta complexidade, especialmente em urologia, cardiologia, gastrocirurgia, ginecologia, cabeça e pescoço. 

Os benefícios para médicos e pacientes são tantos que a tecnologia já vem sendo utilizada desde o início dos anos 2000 nos Estados Unidos, onde 90% das cirurgias urológicas atuais são realizadas via robótica. Por aqui, a inovação demorou a chegar graças a um entrave que, infelizmente, ainda persiste: o alto custo do investimento.

Por ser o que há de mais moderno e menos invasivo na área da cirurgia, as plataformas robóticas ainda são caras. O investimento para a importação do equipamento fica entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, aproximadamente, sem contar as taxas de impostos. Além disso, o hospital precisa pagar uma anuidade de cerca de R$ 800 mil para a manutenção preventiva do robô. Outro custo são as pinças, ópticas e demais insumos que precisam ser comprados para a realização das cirurgias.

Aqui em Belo Horizonte, por exemplo, o que tem acontecido é que alguns pacientes têm os custos de internação cobertos pelo convênio, pagando apenas o que não é coberto pelas operadoras.

A boa notícia é que muitas patentes da Intuitive, líder do mercado e criadora dos sistemas da Vinci, expiraram ou estão prestes a expirar, abrindo espaço para concorrência. Diversas companhias, entre startups e grandes empresas, devem lançar novos robôs em breve, com promessas de custos 50% menores.

Além disso, muitos planos de saúde estão começando a entender as vantagens globais da tecnologia, que oferece um custo benefício muito bom em relação à cirurgia aberta e até mesmo sobre a laparoscopia. Tanto que alguns convênios mais específicos já cobrem total ou parcialmente os custos da prostatectomia, um dos procedimentos mais realizados via robótica em todo o mundo. 

As operadoras estão entendo que, na hora de fazer as contas, é preciso ter em mente os altos custos financeiros e emocionais do tratamento das sequelas da cirurgia do câncer de próstata e lembrar que é possível reduzir todos eles com a utilização da tecnologia robótica. Não há mais dúvidas quantos aos seus inúmeros benefícios para os pacientes. Em pouco tempo, hospitais e convênios perceberão o quanto ela pode ser benéfica também para a saúde financeira.

Tanto que, atualmente, a maior parte dos pacientes chega aos hospitais particulares bem informados e não se intimidam com a utilização dos robôs. Com a chance de voltar mais rapidamente à vida normal, eles não se incomodam em pagar a diferença de valor. Assim, o que inicialmente parece caro, acaba sendo percebido pelos pacientes como um investimento na sua própria saúde, o que é mesmo verdade.

Além disso, os hospitais que adquirem a plataforma acabam investindo muito no treinamento e aperfeiçoamento de toda a equipe, e isto se traduz em maior segurança para os pacientes. As instituições também passam a controlar melhor os resultados da cirurgia, o que facilita reconhecer os problemas precocemente e trabalhar para a excelência em todos os procedimentos.

Ressonância Multiparamétrica: mais uma aliada dos portadores de câncer de próstata

Durante anos, o padrão de atendimento para quem apresentasse um PSA alto e um exame de toque anormal era o encaminhamento para a biópsia da próstata. Mas o avanço da tecnologia tem nos dado opções cada vez menos invasivas e cada vez mais seguras e precisas.

Uma delas é esse exame de nome complicado: ressonância multiparamétrica. Com ele, é possível identificar a localização exata das lesões suspeitas em áreas específicas e, com isso, realizar uma biópsia dirigida especificamente para a região afetada, sendo uma alternativa às biópsias padronizadas em toda a próstata.

Isso é importante porque a biópsia é um procedimento invasivo e possui certas limitações, sendo a principal delas o fato de ser feita de maneira randômica: quando o médico faz a biópsia pelo ultrassom, não consegue ver a lesão na próstata e colhe fragmentos aleatórios na periferia e na porção central da próstata, no ápice, terço médio e na base. Com isso, existe a possibilidade de que os fragmentos biopsiados não contenham uma amostra de neoplasia, mesmo que o paciente a tenha.

Outra limitação importante é que o fragmento biopsiado pode conter apenas uma área menos agressiva do câncer de próstata, o que pode ter impacto na escolha do tratamento do paciente.

Por resolver esses problemas, a ressonância é muito útil no diagnóstico, no estadiamento, no seguimento de alguns pacientes e na avaliação de pacientes já tratados, com suspeita de recidiva.

Do ponto de vista do diagnóstico, ela apresenta uma acurácia tão boa quanto a biópsia, sobretudo nos tumores mais agressivos. Do ponto de vista do estadiamento, o exame auxilia também na avaliação do paciente com câncer para identificar eventual invasão de outras estruturas além da próstata, permitindo a escolha do tratamento mais adequado.

Mesmo em pacientes que possuem a forma menos agressiva da doença e não passam por tratamento, a ressonância multiparamétrica permite a vigilância ativa, ou seja, o acompanhamento para identificar eventuais mudanças que exijam alguma intervenção. Outra vantagem é no caso de pacientes que já tiveram a doença e que estão sob suspeita de recidiva, por ser um diagnóstico preciso.

O exame é bastante tranquilo, sobretudo com as novas técnicas, e realiza várias sequências que avaliam a anatomia e a morfologia prostática, além da celeridade e vascularização da lesão. Isso porque ele consiste em uma fusão de ressonância magnética, dados de biópsia e ecografia em tempo real, permitindo que os urologistas tratem o câncer de próstata com menos danos ao tecido saudável e minimizem os efeitos colaterais, como incontinência e impotência.

Contudo, apesar dos pontos positivos, nem todos os homens devem realizar este tipo de ressonância. O exame só deve ser feito com a indicação do urologista que, baseado em sua avaliação ao toque retal e com os dados de PSA, decidirá ou não pela técnica.

A impressão de órgãos 3D e o futuro dos transplantes

A tecnologia a serviço da biomedicina está criando uma nova vertente de mercado: a bioimpressão. Ou, traduzindo, o uso de impressora 3D para produzir material biológico.

E por que isso é importante? Atualmente, existem centenas de milhares de pessoas esperando para receber um transplante de órgãos. Os números são tão dramáticos que essa questão pode (e deve!) ser encarada como um grave problema de saúde mundial, já que existe uma escassez global de órgãos disponíveis.

Enquanto a lista de espera aumenta a cada dia, o número de doadores permanece praticamente o mesmo. Algumas pessoas aguardam anos na fila. Outras, infelizmente, não sobrevivem à espera. Só no Brasil, são mais de 42 mil pacientes lutando pela vida aguardando por um órgão. Mas com esses avanços tecnológicos, quem sabe uma realidade positiva não esteja tão distante?

Eu explico. O bioprinting, ou bioimpressão tridimencional, consiste em técnicas de impressão 3D para combinar células, fatores de crescimento e biomateriais. Essa tecnologia permite que materiais — como peças biomédicas — sejam desenvolvidos e reproduzam ao máximo as características reais do tecido natural.

É uma possibilidade de criar réplicas funcionais de estruturas presentes no organismo, o que pode beneficiar muitas pessoas. Os pacientes sujeitos à transplante de órgãos podem, futuramente, receber órgãos substitutivos compostos por suas próprias células, sem maiores complicações. 

A impressão em 3D começou a ser usada na área da saúde ainda na década de 80, para a produção de próteses de reconstrução óssea. Hoje, é possível a fabricação de tecidos da pele e cartilagens. Alguns órgãos também começaram a ser impressos mas, por enquanto, apenas como protótipos para auxiliar nas cirurgias.

Eles ainda não podem substituir os verdadeiros, mas já funcionam como modelos para que os médicos planejem melhor as operações. Com esses órgãos de plástico em mãos, chamados biomodelos, o cirurgião pode ensaiar o procedimento cirúrgico, diminuindo o tempo real da cirurgia e os riscos de complicações.

Alguns outros exemplos do que já está sendo feito por aí:

– Em 2016, um estudo publicado na revista Nature revelou que pesquisadores norte-americanos conseguiram implantar tecidos impressos em 3D em animais. Os cientistas imprimiram estruturas cartilaginosas, ósseas e musculares e as transplantaram nos roedores. Essas células desenvolveram um sistema de vasos sanguíneos e se transformaram em tecidos.

O dispositivo usado para criar esses tecidos é chamado de Sistema Integrado de Impressão de Tecido e Órgão. Ele usa tanto materiais plásticos quanto biodegradáveis para projetar a forma do órgão desejado.

– Enquanto isso, a empresa Organovo já oferece tecido renal e hepático para rastrear potenciais medicamentos. Além de reduzir o número de testes em animais, pode aumentar a eficácia e confiabilidade dos resultados, uma vez que o tecido é humano.

A companhia anunciou ainda que havia transplantado tecidos de fígado impressos a partir de células humanas em camundongos. Segundo a Organovo, os tecidos poderão servir para o tratamento de insuficiência hepática crônica dentro de três a cinco anos.

– Outros especialistas estão implantando músculos, orelhas e ossos em animais. No ano passado, cientistas da Northwestern University, em Chicago, imprimiram ovários protéticos e os implantaram em camundongos. Os receptores foram capazes de conceber e dar à luz com a ajuda desses órgãos artificiais.

– A L’Oréal, uma empresa francesa de cosméticos, já investe na bioimpressão para a realização de testes de seus produtos. Segundo o site da Bloomberg, a companhia desenvolve cinco metros quadrados de pele por ano.

Todas essas aplicações e estudos estão sendo realizados porque a ideia é que, no futuro, as impressoras 3D façam mais do que órgãos de plástico, mas partes reais do corpo humano. E, como eu disse no início do texto, na prática isso significaria que um paciente não precisaria entrar na fila à espera de um rim a ser transplantado, por exemplo. Bastaria imprimir um novo para ele, com suas próprias células (e, consequentemente, com um menor risco menor de rejeição).

Os desafios

Os órgãos bio-impressos ainda não são uma realidade, mas esse avanço é essencial para que aperfeiçoamentos nessa tecnologia sejam feitos. Tudo indica que a técnica é promissora, mas é claro que pesquisas mais detalhadas ainda são necessárias para que a tecnologia seja usada em humanos. Também falta estudar como imprimir órgãos mais complexos, como um coração, e avaliar os riscos de rejeição.

Além de questões técnicas, a aprovação desse tipo de tecnologia em humanos deve esbarrar em questões éticas a serem avaliadas pelas agências regulatórias de cada país. 

Fato é que a versatilidade da aplicação da impressão em 3D é enorme. Ter a possibilidade de, num futuro tão próximo, criar órgãos a partir do zero para salvar vidas parece um sonho que pode estar prestes a se tornar realidade. 

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