Sim, precisa! E vou te explicar porquê: ele pode te livrar do câncer de próstata que, quando não tratado a tempo, pode ocasionar prejuízos físicos, psicológicos e sociais de difícil superação. Impotência, incontinência urinária, apenas para citar alguns deles.
E não há porque temer o exame, pois ele é um procedimento indolor e muito rápido. Entre o momento em que o urologista veste a luva de látex e o instante em que diz “pronto, pode se vestir”, leva dois minutos, no máximo. Ou seja: quando você assusta, já foi!
O toque retal ou exame de próstata também serve para detectar a hiperplasia benigna da glândula (aumento natural) ou a presença de tumores malignos na área. Para realizá-lo, o urologista insere o dedo indicador devidamente lubrificado e protegido por uma luva de látex no ânus do paciente, a fim de examinar a região situada no fim do intestino grosso.
A intenção do médico é tão somente verificar, por meio do tato, o tamanho, densidade e formato da próstata, procurando por caroços, pontos moles ou endurecidos e outras anormalidades. Ás vezes, pedimos para que o paciente faça força como se fosse defecar. O ânus, assim, fica mais acessível, o que torna o procedimento mais rápido.
Se você nunca fez o exame de próstata, não tema ter que ficar em posições vexatórias dentro do consultório. Isso de maneira alguma é necessário. Há casos em que a pessoa pode se posicionar até mesmo de pé. O mais importante é manter-se o mais relaxado possível.
O toque é geralmente feito junto com um outro teste, chamado PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a concentração de uma enzima produzida pela próstata no sangue.
Quem deve fazer o toque retal, a partir de quando?
Até 2008, era comum ver campanhas governamentais como a Novembro Azul incentivando todos os homens acima dos 45 anos a se submeterem aos exames de rotina (toque retal e PSA). O que faz algum sentido dentro da perspectiva de que o diagnóstico precoce é o melhor caminho para a cura do câncer de próstata.
Ocorre que, depois de rever estudos publicados desde a década de 1950 sobre o assunto, pesquisadores de países como o Canadá e os Estados Unidos verificaram que o rastreamento universal não reduz significativamente a mortalidade pela doença.
Outra constatação foi de que o resultado do PSA e do toque retal, não raro, levam à recomendação de cirurgias e terapêuticas desnecessárias a pacientes assintomáticos, cujos tumores, quando encontrados, são muitas vezes inofensivos. A retirada total da próstata, a radioterapia, as biópsias e outros procedimentos do clássico protocolo de combate ao carcinoma prostático podem, portanto, afetar sobremaneira a qualidade de vida do indivíduo sem que haja aí uma vantagem real pra ele. Muitos desses tumores permanecem “quietos” no organismo do paciente sem causar grandes prejuízos.
Diante dessas conclusões, o protocolo de rastreio do câncer de próstata foi então atualizado. Acompanhe algumas de suas mais importantes diretrizes:
Recomenda-se a avaliação de todos os homens com mais de 50 anos, desde que sua expectativa de vida compreenda ao menos mais uma década. Caso contrário, o benefício de um possível tratamento não compensará as complicações associadas.
Sobre idade para iniciar os exames preventivos: depende do risco associado ao perfil do paciente.
50 anos para homens de risco igual ao da média;
45 anos para os de alto risco (descendentes de negros familiares de primeiro grau diagnosticados com de câncer de próstata antes dos 65 anos);
40 anos para os de altíssimo risco (diversos parentes com câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos).
3) Níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL: o exame pode ser repetido apenas a cada 2 anos (ao contrário da repetição anual recomendada anteriormente). Quando os níveis estiverem acima desse valor, o exame deve ser anual;
4) PSA entre 2,5 e 4,0 ng/mL requer conduta individualizada: biópsia quando houver risco mais alto (ascendência negra, história familiar de câncer de próstata, idade mais avançada e toque retal alterado).
5) O tradicional valor de 4,0 ng/mL para o PSA ainda é considerado como o limite a partir do qual deve ser indicada a biópsia de próstata, apesar de não haver segurança de que esse seja o ponto de corte ideal.
Dúvidas? É só me chamar nos comentários. E por favor, marmanjada: superem o medo do toque retal!
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