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Mais de 6,4 mil amputações de pênis foram registradas no Brasil em 10 anos

A saúde masculina ainda enfrenta grandes desafios no Brasil, e um dos mais alarmantes é o número de amputações de pênis registradas no país. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais de 6,4 mil homens tiveram o pênis amputado nos últimos 10 anos devido ao câncer de pênis. Esse número representa uma média superior a 600 amputações por ano, um índice que chama a atenção para a necessidade urgente de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados com a saúde íntima masculina.

O que é o câncer de pênis?

O câncer de pênis é um tumor raro, mas altamente agressivo, que pode afetar a glande, o prepúcio ou o corpo do órgão genital masculino. Esse tipo de câncer é mais comum em homens acima dos 50 anos, mas também pode ocorrer em faixas etárias mais jovens, especialmente naqueles que possuem más condições de higiene íntima e não realizam a circuncisão.

Principais fatores de risco:

  • Falta de higiene íntima adequada: O acúmulo de secreções (esmegma) sob o prepúcio pode gerar inflamações crônicas e aumentar o risco da doença.
  • Infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano): Estudos indicam que até 50% dos casos de câncer de pênis estão relacionados à infecção pelo HPV.
  • Fimose: A dificuldade em expor a glande devido à fimose pode prejudicar a limpeza adequada e aumentar o risco de infecções crônicas.
  • Tabagismo: O cigarro contém substâncias cancerígenas que podem afetar diversas partes do corpo, incluindo o pênis.
  • Baixo acesso a serviços de saúde: Homens em regiões menos assistidas pelo sistema de saúde podem ter dificuldades em identificar os primeiros sinais da doença e buscar tratamento.

Como identificar os primeiros sinais?

Os sintomas do câncer de pênis podem começar de forma discreta e, por isso, muitos homens demoram a procurar atendimento médico. Entre os principais sinais de alerta estão:

  • Feridas ou úlceras que não cicatrizam.
  • Presença de nódulos endurecidos na glande ou prepúcio.
  • Secreção com mau cheiro.
  • Sangramento sem causa aparente.
  • Dor ou inchaço na região genital.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar que a doença evolua para estágios mais graves, reduzindo a necessidade de tratamentos radicais como a amputação parcial ou total do pênis.

A realidade do câncer de pênis no Brasil

Os números da SBU refletem um problema de saúde pública que está diretamente relacionado à falta de informação, preconceito e baixa procura por consultas médicas preventivas. Regiões com menor acesso a saneamento básico e serviços de saúde apresentam uma incidência maior da doença, o que destaca a necessidade de campanhas educativas sobre higiene íntima e prevenção.

Comparação com outros países

Enquanto países desenvolvidos apresentam taxas extremamente baixas de câncer de pênis, no Brasil, a realidade ainda é preocupante. Em locais como os Estados Unidos e a Europa Ocidental, a incidência da doença é muito menor devido a melhores condições de saneamento, acesso a informações e maior adesão à circuncisão, procedimento que pode reduzir em até 90% o risco de desenvolvimento do câncer peniano.

Como prevenir o câncer de pênis?

A boa notícia é que o câncer de pênis pode ser prevenido com medidas simples e eficazes:

  1. Higiene íntima adequada

Lavar o pênis diariamente com água e sabão, especialmente sob o prepúcio, reduz drasticamente o risco de infecções e inflamações que podem levar ao câncer.

  1. Vacinação contra o HPV

A vacina contra o HPV é gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos de 9 a 14 anos e pode prevenir infecções que aumentam o risco de câncer de pênis e outros tumores, como o câncer de colo do útero em mulheres.

  1. Consulta regular com o urologista

Homens devem realizar consultas periódicas com um urologista para exames de rotina e detecção precoce de quaisquer alterações na região genital.

  1. Tratamento da fimose

Nos casos em que a fimose dificulta a higiene, a cirurgia de postectomia (circuncisão) pode ser recomendada para reduzir o risco de infecções crônicas e câncer de pênis.

  1. Evitar o tabagismo

Parar de fumar reduz significativamente os riscos de câncer em diversas partes do corpo, incluindo o pênis.

Tratamento do câncer de pênis

Quando diagnosticado precocemente, o câncer de pênis pode ser tratado com abordagens menos agressivas, como:

  • Cirurgias conservadoras: Pequenas remoções de lesões ou cirurgias parciais podem ser suficientes nos estágios iniciais.
  • Terapias a laser: Em alguns casos, o uso de laser pode ser uma alternativa menos invasiva.
  • Radioterapia e quimioterapia: Podem ser indicadas em casos avançados ou metastáticos.

Entretanto, nos casos mais graves, pode ser necessária a amputação parcial ou total do pênis, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente.

Conscientização é a chave

Os dados alarmantes da Sociedade Brasileira de Urologia reforçam a necessidade de maior conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pênis. Muitas das amputações poderiam ser evitadas com medidas simples, como boa higiene íntima, vacinação contra o HPV e visitas regulares ao urologista.

A informação é a melhor ferramenta para reduzir os casos dessa doença no Brasil. Campanhas de saúde masculina devem incentivar hábitos preventivos e desmistificar o tabu sobre a ida ao médico, garantindo que menos homens precisem enfrentar as consequências drásticas da amputação peniana.

Se você ou alguém que conhece apresentar sintomas suspeitos, procure um especialista imediatamente. Cuidar da saúde íntima é um passo fundamental para garantir bem-estar e qualidade de vida.

Pandemia afeta diagnóstico de câncer de pênis

Pandemia afeta diagnóstico de câncer de pênis

O mês de fevereiro é marcado por uma importante campanha da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU): Prevenção ao Câncer de Pênis. Apesar de não ser uma doença tão recorrente, acometendo cerca de 2% dos brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, INCA, o câncer de pênis, se não diagnosticado de forma precoce, pode levar a graves consequências, como a amputação do membro. 

 

E a pandemia provocada pela Covid-19 fez com que o diagnóstico da doença caísse bastante, se comparado aos anos anteriores. De acordo com o Datasus, em 2019, o Brasil registrou 2.197 casos da doença, enquanto em 2020, ano em que se iniciou a pandemia, o número de diagnósticos de câncer de pênis não passou de 1.791. 

 

Sem diagnóstico precoce, as chances de um tratamento mais conservador para o câncer de pênis são reduzidas de forma drástica. Só para efeito de comparação, em 2019 quando foram registrados mais casos da doença, o número de penectomia (amputação do pênis) foi de 637 casos, enquanto que em 2020, mesmo com um número menor de diagnósticos, as amputações chegaram a 455. Esses dados revelam que, mesmo com menor número de diagnósticos, os casos estão cada vez mais graves, sendo a penectomia a única solução definitiva para combater a doença. 

 

A penectomia traz várias consequências para a qualidade de vida do homem muito além da sexualidade. Além do preconceito que envolve a doença, o paciente pode ter dificuldades para urinar, não conseguir mais ter relações sexuais satisfatórias e problemas emocionais graves. 

 

Fatores de risco para o Câncer de Pênis

 

A doença ainda está bastante ligada a fatores culturais e à vulnerabilidade social. Infelizmente, ainda não é comum falar abertamente sobre os cuidados com a saúde íntima e a má higiene do pênis é um fator de risco para o desenvolvimento da doença. O simples ato de lavar a genitália com água e sabão já ajuda o homem a se prevenir do câncer. 

 

Outros fatores de risco são: 

  • Papilomavírus Humano, HPV, infecção sexualmente transmissível que causa desde verrugas até o câncer de pênis; 
  • Fimose; 
  • Tabagismo;
  • Doenças sexualmente transmissíveis;
  • Lesões no pênis não tratadas;
  • Zoofilia. 

 

O câncer de pênis também está ligado à falta de saneamento básico, baixo índice de escolaridade, difícil acesso ao sistema de saúde e higiene inadequada do local. 

 

Sinais e Sintomas

 

Uma das maneiras de detectar a doença de forma precoce é observar o órgão genital. Lesões no pênis avermelhadas ou que mudam de cor, prurido na região, feridas que não cicatrizam, alteração na textura do pênis, principalmente em cima da lesão que podem se tornar mais ásperas, secreção malcheirosas, verrugas, nódulos no pênis ou na região da virilha merecem uma atenção especial e uma consulta com o médico urologista. 

 

Prevenção e Diagnóstico Precoce

 

Além da higienização adequada, é impressidível que os homens usem preservativos em todas as relações sexuais e façam a postectomia, que é a retirada da fimose. Crianças e adolescentes também devem ser vacinados contra o HPV, que ajuda a proteger contra a doença na fase adulta. 

 

O tratamento vai depender, em grande parte, do grau de acometimento das lesões no pênis. Em tumores pequenos, o médico consegue ressecar os nódulos, mantendo o órgão e com chances de cura bastante elevadas. Em pacientes com diagnóstico tardio e lesões extensas, a penectomia parcial ou total pode ser a única alternativa. 

 

Infelizmente, o Brasil hoje está entre os países com maior incidência de câncer de pênis do mundo, comparado a nações cujo índice de pobreza é bastante elevado. Por isso mesmo, campanhas como essa realizadas pela Sociedade Brasileira de Urologia são tão importantes para esclarecer sobre a doença e promover a prevenção e o diagnóstico precoce. 

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