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5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Imagiologia optoacústica

Os raios X já foram o padrão ouro para a visualização não invasiva do interior de um paciente. Embora ainda sejam populares, outras modalidades de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada nos permitem ver características anatômicas que ficam ocultas nesse exame.

Essas modalidades revolucionaram a medicina: a TC dá dimensão às radiografias planas para ajudar a diagnosticar lesões traumáticas e monitorar o progresso de algumas formas de câncer, e a RM é comumente usada para lesões relacionadas ao movimento, podendo mostrar até partes ativas do cérebro.

Especialmente na oncologia, elas podem revelar muito sobre a estrutura de um tumor em potencial. No entanto, os tumores podem ser enganosos, muitas vezes se assemelhando muito ao tecido saudável em torno dele. 

Mas há uma característica que diferencia os tecidos saudáveis ​​de impostores cancerígenos: o conteúdo de oxigênio presente no tecido. E é aí que entra a imagiologia optoacústica. Esse método permite direcionar rajadas de luz laser em um tumor em potencial. Cada explosão aquece e expande o tecido levemente, fazendo com que uma pequena onda mecânica se propague através do tecido circundante.

Essas ondas podem ser detectadas e convertidas em imagens de alta resolução com reflexos verdes ou vermelhos, indicando a concentração de oxigênio para ajudar o oncologista a determinar o que é canceroso.

Embora todas essas modalidades de imagem tenham limites sobre o que podem escanear com precisão, elas podem ser combinadas ou complementadas com outros tipos de exames clínicos para preencher lacunas, abrindo um novo campo de aplicações clínicas.

Tomemos por exemplo o Seno Medical, baseado no Texas: eles estão desenvolvendo uma técnica que combina a tecnologia de imagem optoacústica com imagens de ultrassom convencionais. A imagem resultante de alta resolução será capaz de mostrar a localização, forma e conteúdo de oxigênio dos tumores de câncer de mama para ajudar a fornecer um diagnóstico mais claro e um plano de tratamento mais eficaz.

E tem mais: os avanços nos gráficos gerados por computador, holografia e realidade aumentada já permitem que os médicos visualizem, manipulem e até percorram, virtualmente, varreduras tridimensionais de uma parte do corpo.

Exemplo: uma empresa chamada EchoPixel, com sede na Califórnia, usa os exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassonografia para gerar uma imagem holográfica em 3D. O holograma resultante pode ser visto em um monitor especial com um par de óculos 3D e manipulado com uma caneta para familiarizar o cirurgião, com toda a riqueza de detalhes, à anatomia de cada paciente, permitindo um melhor planejamento cirúrgico.

Mais um: várias empresas estão deixando de lado o monitor ao integrar imagens 3D no popular headset HoloLens da Microsoft. Lembram quando eu disse da realidade aumentada aqui? Na sala de cirurgia, o HoloLens está sendo testado em muitas funções, desde a exibição dos sinais vitais de um paciente até a identificação de sangue e ossos embaixo da pele. 

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Treinamento de cirurgiões com Realidade Virtual

Você já pensou em como os futuros médicos cirurgiões poderiam treinar suas técnicas de forma totalmente segura, ainda que algum erro seja cometido durante a cirurgia?


O mercado tecnológico sim, e a solução para isso é a realidade virtual (Virtual Reality – VR, em inglês). Uma tecnologia utilizada nos videogames e que agora permite, tanto a residentes quanto a cirurgiões mais experientes, o desenvolvimento de suas habilidades em ambientes que se aproximam muito dos reais. 


Como funciona

A aparelhagem (geralmente composta por um notebook, óculos de realidade virtual e controles ou luvas) permite que o médico simule uma cirurgia, desde a entrada no centro cirúrgico, passando pela execução da intervenção, até o momento de finalização do procedimento, que é previamente selecionado para o teste. Algumas plataformas oferecem, inclusive, a simulação de eventuais complicações.

Para isso, os simuladores utilizam aspectos chave como o realismo visual, realismo fisiológico e estímulo háptico (sensação do tato). Ao iniciar o treinamento, o médico tem a oportunidade de experimentar a sensação de pegar os instrumentos, encaixar e desencaixar peças acessórias e realizar a cirurgia em um paciente virtual, que tem suas funções vitais monitoradas por aparelhos como se estivesse em um centro cirúrgico real.

Feedback

Como ferramenta de aprendizagem, os sistemas contam com uma avaliação crítica e um feedback de tudo o que é feito nos testes. Geralmente, os programas classificam o desempenho de cada um com base no tempo, na precisão e em outras métricas nas quais os cirurgiões são comumente avaliados. Assim, o profissional pode aprimorar ainda mais suas habilidades, diminuindo o tempo de uma cirurgia e facilitando o pós-operatório dos pacientes.

Uma inovação necessária

Várias empresas já disponibilizam a tecnologia para diferentes especialidades, e ela já está em uso aqui no Brasil em estados como São Paulo e Pernambuco. A expectativa dos especialistas é que, em até 10 anos, haja uma implementação efetiva da inteligência artificial e da realidade virtual no campo da medicina não só aqui, mas em todo o mundo.

E isso é muito necessário: estudos internacionais apresentados pelo Johnson & Johson Institute mostraram que há cinco bilhões de pessoas no mundo sem acesso a cuidados cirúrgicos. Os relatórios revelaram ainda que médicos cirurgiões não qualificados geram três vezes mais complicações e cinco vezes mais mortalidade nas cirurgias frente a cirurgiões qualificados.

Sem dúvidas, o futuro caminha para o uso do máximo apoio da tecnologia na área médica, principalmente na cirúrgica. Entretanto, nunca é demais lembrar que isso não significa a substituição do contato interpessoal entre nós e o paciente. O papel do médico é, e sempre será, fundamental em qualquer tipo de tratamento.

Cirurgia robótica: um avanço também para os cirurgiões

Muito se fala sobre os benefícios da cirurgia robótica para os pacientes. Eu mesmo sempre faço questão de ressaltar as vantagens das técnicas minimamente invasivas, inclusive aqui no blog.

Mas hoje eu vou tratar o assunto a partir de uma outra perspectiva. Afinal, a tecnologia também trouxe grandes avanços para o trabalho dos cirurgiões que, por meio da cirurgia robótica, são capazes de realizar intervenções muito mais complexas e desafiadoras.

Isso porque a inovação deu aos médicos e às equipes certas capacidades que vão além do que é naturalmente humano. Essas capacidades aumentadas são todas focadas em tornar a cirurgia mais eficaz, menos invasiva e mais fácil para nós e para os pacientes sob os nossos cuidados.

Ao mesmo tempo, as plataformas cirúrgicas inteligentes não substituem a habilidade, a experiência e o conhecimento do cirurgião. O que acontece é que elas elevam a visão e os movimentos a níveis que eram muito difíceis de serem alcançados.

A introdução da visão 3D de alta definição proporciona uma ampliação que dá aos médicos a capacidade de ver a anatomia de maneira mais clara e menos ambígua, possibilitando a capacidade de navegação em estruturas críticas com muito mais cuidado e precisão.

Em relação aos movimentos, as plataformas permitem que o computador e os algoritmos reproduzam fielmente os movimentos comandados pelas nossas mãos, punho e dedos em movimentos precisos, com tremores filtrados. Além disso, as pinças do equipamento alcança locais que a mão humana tem muita dificuldade, especialmente no caso de cirurgias de pequenos orifícios, como a de próstata e de rim.

Por isso, é importante frisar a todo o momento que o robô não substitui o médico, e que todo profissional deve ser muito bem capacitado para utilizar qualquer sistema robótico.

Por essas e outras, o poder dessas ferramentas tem sido transformador até no que pode ser considerado (erroneamente), por muitos, um mero detalhe: a questão da ergonomia. O console substitui as tantas horas que o médico passa de pé sobre um paciente por uma posição confortável que reduz a fadiga e as lesões por esforço repetitivo.

A robótica é uma tecnologia que permite que os cirurgiões façam um trabalho muito melhor e mais completo. Aprimorar os resultados dos pacientes e permitir que os médicos tenham esse desempenho, cada vez mais eficaz, são os pilares dos avanços que têm acontecido e dos muitos outros que chegarão em um futuro que é cada vez mais próximo.

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