Tag: cirurgia robótica Page 2 of 5

Cirurgia robótica no câncer de bexiga: entenda!

A cirurgia robótica é uma tecnologia que veio mesmo para ficar. É indiscutível que os robôs vêm revolucionando a medicina, já que, com pequenas incisões, é possível retirar tumores, ter uma ampla visão da região e contar com muito mais precisão. A cirurgia robótica, por exemplo, tem sido eficaz quando o assunto é o câncer de bexiga.

Continue a leitura para saber mais!

O câncer de bexiga

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano, cerca de 10 mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil. Esse tipo de câncer é o 6º mais comum nos homens e o 19º mais frequente nas mulheres. A maior incidência no sexo masculino está atrelada a hábitos como o fumo e contato com outras substancias químicas. 

A partir de sintomas sugestivos da doença, como dor ao urinar e sangue na urina, os pacientes podem ser submetidos a testes clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Alterações como urgência para urinar ou aumento da frequência urinária também são sintomas que merecem atenção e investigação.

Nos casos mais avançados, podem ocorrer sintomas como perda de peso, cansaço, fraqueza, perda do apetite, dor óssea e incapacidade de urinar. Porém, vale destacar que esses sintomas também são comuns em outras doenças como infecção urinária, aumento benigno da próstata, bexiga hiperativa e pedras nos rins e bexiga.

Na presença de sintomas, é fundamental buscar o auxílio de um profissional o quanto antes. O diagnóstico será feito após exames e a alternativa de tratamento vai depender do grau de evolução da doença.

Cirurgia robótica no câncer de bexiga

Há uns anos, usava-se a cirurgia aberta para tratamento de câncer na bexiga, chamada de cistectomia, onde se fazia um grande corte do abdômen. Mas, hoje em dia, a cirurgia robótica vem oferecendo uma opção menos invasiva para este tipo de procedimento.

Sendo uma técnica minimamente invasiva, essa cirurgia é feita com incisões mínimas, o que diminui o tempo de recuperação e internação, oferecendo mais conforto ao paciente e menos riscos de infecções, por exemplo.

A cirurgia robótica permite que o cirurgião tenha uma excelente visão da cavidade interna e uma ótima precisão dos movimentos. Consequentemente, há menor chance de sangramento e maior segurança para realizar a retirada do tumor.

Inteligência artificial: da sala de emergência ao centro cirúrgico

A tecnologia veio mesmo para ficar. Começando pela sala de emergência, passando pelas consultas on-line e indo até o centro cirúrgico, a Inteligência Artificial (IA), com seus robôs e plataformas inteligentes, já faz parte do universo da medicina.

 

A Inteligência Artificial é um ramo da ciência da computação que tem como objetivo reproduzir aspectos do poder de aprendizado e resolução da mente humana em máquinas. A proposta é que tenhamos robôs com habilidades, capazes de tomar decisões e resolver problemas como se fossem um ser humano.

 

Vamos entender mais sobre as vantagens da IA?

 

Um avanço chamado inteligência artificial

 

Já pensou poder ter acesso a um programa de computador que analisa, em tempo real, os sinais vitais, o prontuário eletrônico e os resultados de exames, entre outros dados, de todos os pacientes de uma UTI e classifica o risco de cada um? Hoje em dia, isso já é possível.

 

E a meta é desenvolver ainda mais. Quando falamos em Inteligência Artificial dizemos de programas de computador e algoritmos matemáticos de última geração. A ideia é, a partir de uma base de dados, ensinar um robô a solucionar um problema específico. 

 

Além do mais, uma das vantagens da IA é a sua utilidade na detecção precoce de doenças. Por exemplo, ela pode analisar o histórico familiar do paciente, bem como seus hábitos alimentares e fatores de risco, avaliando a probabilidade de um paciente desenvolver certa doença no futuro. Ou seja, enquanto os robôs se ocupam com trabalhos operacionais, os médicos conseguem se dedicar a atividades mais estratégicas.

 

Nos hospitais, os robôs contam com braços mecânicos, câmeras de altíssima definição e capacidade de ampliação da imagem, além de instrumentos cirúrgicos, como pinças e tesouras. Inclusive, as cirurgias robóticas são vistas como mais precisas e menos invasivas. Elas facilitam a recuperação do paciente e deixam o tempo de internação menor. 

 

Somando-se a isso, a IA tem uma grande capacidade de processamento de dados e não conta com o fator cansaço. Por exemplo, um robô é capaz de analisar 10 mil exames consecutivos com a mesma disposição.

 

Apesar de todas essas vantagens, vale endossar que a inteligência artificial não substitui o trabalho do médico. Isso porque o trabalho do profissional pressupõe a relação médico-paciente. Por exemplo, muitas vezes, uma boa conversa e a empatia fazem tão bem à saúde quanto os comprimidos. Contudo, os atuais modelos de robôs ainda não têm essa capacidade de interação com as pessoas.

 

Vale a pena ressaltar que, da mesma forma como a telemedicina veio complementar e não substituir o atendimento presencial, a inteligência artificial será uma aliada da inteligência humana.

Robô Versius

Robô Versius – o que muda para o cirurgião?

Os benefícios das cirurgias minimamente invasivas para os pacientes são bem comprovados e incluem redução da dor e infecção no local operado e diminui a probabilidade de outras complicações cirúrgicas. Porém, com o desenvolvimento de outros robôs cirurgiões, o aprendizado para nós, médicos, precisa ser constante já que cada plataforma utiliza um tipo de tecnologia. 

O Versius é o robô cirurgião criado pela empresa CRM Surgical e foi projetado para ser um dos concorrentes do sistema Da Vinci, líder do mercado em cirurgia robótica. O Versius permite que o cirurgião faça algumas adaptações no console para personalizar o jeito de se operar, mas preservando características do sistema e os  benefícios da cirurgia robótica

Diferenciais do Robô Versius

Em comparação com a laparoscopia manual, os braços do robô são totalmente articulados, fazendo uma rotação completa imitando o pulso humano e a visualização é em alta definição em 3 dimensões, fornecendo precisão, controle, destreza e percepção de profundidade, favorecendo principalmente as cirurgias de alta complexidade. 

Outra vantagem do sistema Versius é a ergonomia.O console aberto da plataforma permite que o cirurgião tenha um campo de visão ampliado, podendo realizar o procedimento tanto em pé quanto sentado, mantendo-se da forma que achar mais confortável. Esse é um grande benefício principalmente em cirurgias de longa duração. 

Treinamento e Capacitação do Cirurgião

A segurança do paciente é a maior prioridade de todo cirurgião. Por isso, é importante o treinamento e capacitação para operar o equipamento que, apesar de ter um sistema mais intuitivo, apresenta diferenças do robô Da Vinci que é mais amplamente conhecido. Para capacitar os cirurgiões na plataforma Versius, a CRM Surgical oferece treinamento abrangente e registro de dados clínicos das melhores práticas, que são compartilhadas com outros usuários a fim de promover a excelência de uso da plataforma. 

No treinamento on-line, foram desenvolvidos módulos de estudo permitindo que os usuários se familiarizem com o Versius, suas funcionalidades e capacidade de cada componente individual do sistema, bem como tarefas de configuração e recursos de segurança. Essa ferramenta prepara os cirurgiões e suas equipes antes  mesmo do treinamento prático, permitindo que eles aproveitem ao máximo as futuras sessões práticas.

O Versius Trainer é outro módulo de aprendizagem que oferece aos cirurgiões a oportunidade de mergulharem em um ambiente virtual Versius. O simulador permite que os médicos  desenvolvam as habilidades motoras e cognitivas necessárias para operar o Versius em um ambiente virtual e fornece feedback de desempenho desde as tarefas mais simples, até as mais complexas, através da conclusão de 13 módulos orientados a tarefas. 

A empresa também oferece todo um time de profissionais que fazem visitas in loco para orientar o corpo clínico sobre o uso do Versius na prática e fornecer orientação contínua.

Todas essas inovações prometem ser de grande ajuda na hora de realizar uma cirurgia robótica, ampliando o número de robôs cirurgiões e oferecendo mais opções para médicos e pacientes.  

Robô cirurgião da Vicarious Surgical recebeu investimentos de Bill Gates

Robô cirurgião da Vicarious Surgical recebeu investimentos de Bill Gates

Um avatar! Foi assim que o CEO da Vicarious Surgical, Adam Sachs, imaginou o robô cirurgião após assistir a um filme de ficção científica, em 1966. A ideia era criar robôs tão pequenos e modernos, capazes de chegarem em pontos impossíveis para mãos humanas. 

Durante mais de 10 anos, Adam Sachs, Sammy Khalifa e o diretor médico Barry Greene, da Vicarious Surgical, desenvolveram um “mini” robô cirurgião capaz de realizar cirurgias abdominais com pequenas incisões, com cerca de três centímetros. 

E essa nova tecnologia chamou a atenção do  fundador da Microsoft, Bill Gates, e de outros grandes investidores, que veem o potencial das cirurgias micro-robóticas aliadas à realidade virtual, não em um cenário futurista e, sim, cada vez mais presente nos blocos cirúrgicos.

Tanto é que os fundadores da Vicarious pretendem lançar no mercado o mini robô cirurgião ainda em 2023. Até a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) reconheceu o feito do trio de criadores, fazendo com que o robô da Vicarious tenha revisão prioritária logo que seja lançado. Isso significa que ele passaria na frente para autorização de teste e utilização.

Para os criadores dessa nova tecnologia, o que gerou mais horas de trabalho e pesquisa, foi criar peças pequenas o suficiente para entrarem no organismo do paciente, ao mesmo tempo resistentes e que pudessem se mover de forma independente. 

Benefícios do Mini Robô Cirurgião

Diminuir o tamanho dos robôs não é tarefa fácil. Por isso, o feito da Vicarious tem sido observado com grande interesse por outras empresas e cirurgiões robóticos de todo o mundo.

Com essa nova tecnologia, espera-se facilitar as cirurgias abdominais, tornando-as mais rápidas, acessíveis e seguras, gerando também menos complicações pós-operatórias. 

As cirurgias abdominais são o carro chefe da Vicarious, incluindo cirurgias de hérnia e cirurgias biliares. O cirurgião, por meio de um pequeno corte, é capaz de inserir o mini robô no organismo do paciente e guiá-lo ao local a ser reparado, com a ajuda da realidade virtual. 

As cirurgias teste, realizadas em cadáveres, mostraram que o tempo cirúrgico chega a ser a metade do tempo gasto em cirurgias robóticas tradicionais. De acordo com os criadores do projeto, uma cirurgia robótica de hérnia gasta  em torno de quatro horas, já com o robô da Vicarius o tempo foi reduzido para duas horas. No entanto, esse tempo pode ser ainda menor com o aperfeiçoamento do mini robô. 

Outro benefício do mini robô seria a criação de novas técnicas cirúrgicas, ainda menos invasivas, com menor corte possível, mesmo em cirurgias mais complexas e profundas. 

A previsão é que os mini robôs da Vicarious cheguem ao mercado por 1,2 milhões de dólares. Cerca de metade do valor dos robôs cirurgiões mais modernos existentes atualmente. Com isso, a empresa pretende facilitar o acesso dos cirurgiões a essa nova ferramenta, de forma que possam aprender a utilizá-lo. 

Vamos torcer para que essa nova tecnologia, digna dos cenários mais futuristas, chegue logo ao Brasil!

Onde estão os maiores custos da cirurgia robótica e como podemos reduzi-los

Onde estão os maiores custos da cirurgia robótica e como podemos reduzi-los

Os custos da cirurgia robótica são, atualmente, os maiores desafios para a popularização desta técnica no tratamento do câncer de próstata. Para investigar os fatores determinantes dos custos de hospitalização em prostatectomias radicais assistidas por robôs, o Dr. Yves Martins escreveu um artigo muito interessante sobre o tema e eu tive a honra de participar, juntamente com outros colegas, no qual tive a honra de participar junto de outros colegas. 

O artigo será publicado no The International Journal of Medical Robotics and Computed Assisted Surgery, com o título “Robotic Surgery Costs: Revealing the Real Villains”. Por enquanto, ele só pode ser acessado de maneira paga por aqui

A análise partiu de 474 prostatectomias radicais realizadas entre fevereiro de 2018 e dezembro de 2019. Levando em conta a associação entre variáveis pré-operatórias e os custos diretos totais envolvidos no procedimento, foi possível compreender quais são os principais custos. 

Materiais cirúrgicos são os principais determinantes para o custo da cirurgia robótica

Dentro da análise proposta pelo artigo, os materiais cirúrgicos robóticos foram os principais responsáveis pelo custo total de cada procedimento, correspondendo a 60,5% dos valores gastos durante o tratamento. 

Em segundo lugar, fica o tempo de ocupação da sala cirúrgica, que faz aumentar significativamente o custo a cada hora a mais de cirurgia. Esse fator corresponde a 15,2% dos custos da cirurgia robótica. 

Além disso, os custos aumentam quando o paciente tem um escore de risco anestesiológico aumentado. Isso significa que homens com as seguintes condições, geralmente, têm custos maiores na cirurgia robótica:

  • Limitações funcionais substanciais;
  • Uma ou mais doenças severas a moderadas; 
  • Obesidade mórbida (IMC acima de 40); 
  • Uso de marca-passo; 
  • Doença renal em estágios finais, com uso de diálise; 
  • Determinados problemas cardiovasculares.

Outros fatores que contribuem para a elevação dos custos da cirurgia robótica é o maior tempo de internação hospitalar. 

Como diminuir os custos da cirurgia robótica

De acordo com o estudo, os custos hospitalares da cirurgia robótica foram influenciados, principalmente, pelo tempo de uso da sala de cirurgia, o uso de material cirúrgico e o tempo de internação. Nesse sentido, tentar reduzir esses valores é uma medida que deve ser avaliada com cautela, pensando, justamente, em preservar sempre a segurança do paciente e a eficácia do tratamento.

Embora ainda não seja acessível para a maioria dos brasileiros e nem faça parte do rol de procedimentos da ANS, cada vez mais, a cirurgia robótica tem sido reconhecida por seu custo-benefício à medida que mais procedimentos são realizados e adquirimos dados substanciais. 

Além disso, o próprio fabricante vem buscando maneiras de reduzir esses valores, o que, sem dúvida, contribui para que, futuramente, a cirurgia robótica possa contemplar um número maior de pessoas. 

 

As medidas que tornam a cirurgia robótica ainda mais segura

As medidas que tornam a cirurgia robótica ainda mais segura

A cirurgia robótica trouxe muitos avanços para o tratamento de diversos tipos de enfermidade, reduzindo riscos associados a procedimentos.

Isso não significa, naturalmente, que procedimentos assistidos por robô são livres de riscos. Ainda que minimamente invasiva, a cirurgia robótica pode ter intercorrências. Nesse sentido, contar com um cirurgião experiente, equipe preparada e tecnologia de ponta para prevenir e controlar qualquer tipo de problema é fundamental. 

Quais os riscos de uma cirurgia robótica?

De maneira geral, podemos categorizar os riscos da cirurgia robótica como aqueles relacionados ao uso do sistema e aqueles que são gerais, parte do procedimento em si. 

A telecirurgia, por exemplo, em que o médico está localizado em outra cidade e até estado em relação ao paciente tem seus riscos específicos. Afinal, o controle preciso dos movimentos do robô vai depender da qualidade da conexão de dados entre o console do cirurgião e o robô na sala de cirurgia. De todo modo, essa não é uma prática comum.

Além disso, qualquer tipo de dispositivo mecânico ou eletrônico está sujeito a falhas, motivo pelo qual as plataformas robóticas são equipadas com recursos para minimizar as chances de qualquer problema técnico acontecer. 

Como a cirurgia robótica reduz os riscos dos procedimentos

Os mecanismos pelos quais a plataforma robótica minimiza os riscos diretos para os pacientes são a redundância do sistema, tolerância a falhas e o uso de alertas do sistema. 

A redundância é a adição de um dispositivo ou componente no sistema capaz de operar com excelência quando o dispositivo primário falha. A tolerância a falhas é a habilidade de um sistema continuar operando sem interrupção quando um de seus componentes falham. Por fim, o alerta do sistema é a entrega imediata de informações a respeito de determinadas circunstâncias durante a cirurgia em tempo real.

Além disso, o Food and Drug Administration (FDA) recomenda que médicos e hospitais que utilizam cirurgia assistida por robô se assegurem de que os cirurgiões tenham o treinamento adequado e as credenciais necessárias, além de outros membros da equipe. 

Lembrando que o processo de treinamento de um cirurgião para operar com o robô é longo e envolve uma série de etapas. Primeiro, ele precisa passar por muitas horas de cirurgias num simulador, que conta com todos os instrumentos que existem no robô real.

Essa plataforma, chamada Mimic, gera relatórios para que o médico possa descobrir quais pontos precisa melhorar antes de passar para os próximos níveis de expertise. É necessário completar pelo menos 20 horas de simulações antes de partir para algum centro de treinamento, onde ele poderá tirar a sua certificação

Depois de voltar para casa, o médico poderá operar somente com a presença de um proctor, cirurgião mais experiente que estará ao seu lado para oferecer segurança e passar ainda mais ensinamentos por pelo menos 20 cirurgias. 

Como você pode ver, o treinamento para operar com o robô é rigoroso e a própria plataforma conta com diversos recursos para blindar qualquer tipo de problema técnico durante a cirurgia. 

Se você ainda tem dúvidas sobre como funciona a cirurgia robótica, confira esses posts aqui do meu blog e, se tiver alguma pergunta em específico, pode me mandar no Instagram, ok?

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

A tecnologia robótica representa um importante avanço no tratamento cirúrgico do câncer. 

Em muitas especialidades, como a urologia, por exemplo, ela tem sido cada vez mais usada, auxiliando na remissão do tumor com um importante resultado em termos de qualidade de vida do paciente.

É claro que essa não é a única alternativa para quem precisa fazer uma cirurgia de remoção do câncer de próstata. Além da robótica, contamos também com a laparoscopia e a cirurgia aberta, um leque de possibilidades que precisa ser analisado com muita atenção pelo paciente e cirurgião para que a melhor decisão seja tomada. 

Para a maior parte dos pacientes que vou operar, eu costumo recomendar a cirurgia robótica no lugar da técnica aberta ou laparoscópica, e hoje quero explicar os motivos pelos quais acredito que essa costuma ser a melhor escolha. 

O nível de precisão da cirurgia robótica é maior

Embora as técnicas aberta e laparoscópica também sejam consideradas precisas e eficientes no tratamento cirúrgico do câncer, a cirurgia robótica é capaz de levar as habilidades do cirurgião para outro nível.

Isso é possível porque a plataforma oferece visualização aumentada em 3D, podendo ser associada à tecnologia Firefly, que auxilia na diferenciação do tecido tumoral dos tecidos saudáveis, bem como na percepção do fluxo sanguíneo para o tumor. 

Além disso, os robôs contam com um sistema de instrumentos que possuem amplitude de movimento maior do que o pulso humano, possibilitando a manipulação de tecidos com muito mais precisão! 

Vale ressaltar, é claro, que a experiência do cirurgião faz toda a diferença. 

As chances de intercorrência durante intra e pós-operatórias são menores

A maioria dos procedimentos realizados com a cirurgia robótica está associada a menores riscos de intercorrência durante e após a operação, inclusive hemorragias. Afinal, o dano às estruturas adjacentes ao tumor durante a cirurgia é mínimo, o que diminui consideravelmente o sangramento. 

Essa é uma vantagem, especialmente, na cirurgia do rim, em que vamos manipular uma área extremamente vascularizada. 

Além disso, como o paciente fica menos tempo no hospital, os riscos de infecção hospitalar são muito menores do que numa cirurgia convencional

As chances de ter efeitos colaterais são menores

Na cirurgia de remoção de próstata, os principais efeitos colaterais podem ser a dificuldade de ereção e a incontinência urinária. Hoje, com a cirurgia robótica, conseguimos preservar ao máximo as estruturas neurais responsáveis por essas funções, de maneira que muitos pacientes sequer têm qualquer efeito colateral após o procedimento. 

Inclusive, muitos dos que de fato experienciam um pouco de disfunção erétil depois do procedimento conseguem recuperar a ereção. 

O tempo de internação é menor 

Por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, o paciente costuma receber alta rapidamente. O tempo de internação da prostatectomia e da nefrectomia radical, por exemplo, gira em torno de 48h.

Isso pode variar, entretanto, de acordo com o tipo de cirurgia e a saúde do paciente como um todo, mas, de maneira geral, como as incisões são pequenas, não é necessário manter a pessoa em ambiente hospitalar por muito tempo!

Além de permitir que o paciente se recupere no conforto do lar, um curto período de internação significa menores gastos e riscos de contrair infecções hospitalares. 

O retorno para as atividades cotidianas é mais rápido

Dependendo do tipo de cirurgia realizada, o paciente logo poderá voltar a dirigir e trabalhar, sempre respeitando as recomendações médicas. 

Para o paciente oncológico, o retorno para as suas atividades cotidianas é muito importante porque, muitas vezes, o diagnóstico de câncer parece se sobrepor a todos os outros aspectos da vida da pessoa. 

Poder voltar a caminhar, cuidar da casa e trabalhar é uma forma de resgatar o controle sobre a própria vida e a individualidade. 

As incisões são mais discretas 

E, por fim, não posso deixar de abordar um aspecto muito importante e por vezes negligenciado no cuidado com o paciente oncológico: as cicatrizes. 

Na cirurgia robótica, realizamos incisões de 3 cm a 5 cm no abdômen do paciente, para inserir os portais por onde vamos passar os instrumentos robóticos. Essa técnica substitui as grandes incisões realizadas na cirurgia aberta, que muitas vezes causam desconforto estético e se tornam um obstáculo na hora de seguir com uma vida livre de câncer. 

Por exemplo, na prostatectomia aberta, por exemplo, fazemos uma grande e profunda incisão do umbigo do paciente até a base do pênis. Já na nefrectomia aberta, a incisão também é grande, feita na lateral do abdômen. 

Bom senso na hora de escolher a técnica para sua cirurgia

Não faltam evidências das vantagens da cirurgia robótica. Entretanto, quero ressaltar que a laparoscopia e a cirurgia aberta também oferecem excelentes resultados e que outros fatores também precisam ser levados em conta na hora de escolher o melhor caminho para o seu tratamento.

Como você pode imaginar, os robôs são tecnologias incríveis que precisam ser manipuladas por médicos altamente treinados e experientes. Dependendo do nível de complexidade da cirurgia, pode ser mais vantajoso para determinado cirurgião realizar o procedimento por via laparoscópica ou aberta, já que ele domina melhor essa técnica do que a robótica. 

Isso significa que a experiência do cirurgião e sua familiaridade com o método, seja ele qual for, precisam ser levados em conta para que o procedimento tenha os melhores resultados possíveis. 

Quais competências e habilidades são necessárias para operar com o robô?

Quais competências e habilidades são necessárias para operar com o robô?

À medida em que a cirurgia robótica passa a ser utilizada em novas especialidades e procedimentos, mais médicos querem se capacitar para operar com o robô. Afinal, esse tipo de cirurgia expande não só as possibilidades de tratamento em diversos tipos de enfermidades, como também as habilidades do cirurgião.

Entretanto, para que essa incrível tecnologia seja utilizada em todo o seu potencial, é muito importante que o profissional passe pelo treinamento e desenvolva as competências e habilidades necessárias para operar com o robô

Quem pode aprender a operar com o robô

A curva de aprendizado da cirurgia robótica é sempre longa, e existe tanto quando um cirurgião novato, sob supervisão, aprende um procedimento já bem estabelecido, quanto no caso de um cirurgião pioneiro, que busca inovar e desenvolver uma nova técnica. 

Sempre comparo o robô à um carro de Fórmula 1, por exemplo. Ainda que um piloto saiba dirigir um carro comum, vai precisar se adaptar à realidade de manusear um veículo tão potente e, depois, dar muitas e muitas voltas na pista até conseguir fazer o trajeto com segurança e rapidez. O mesmo vale para o cirurgião que quer se capacitar em cirurgia robótica. 

Ao treinar um cirurgião novato, os mentores ou comitês de credenciamento costumam contar com uma curva de aprendizagem que ajuda a estimar o número de simulações e cirurgias que um aluno-cirurgião deve realizar sob supervisão até se tornar competente e não colocar o paciente sob riscos desnecessários. 

Por outro lado, até mesmo cirurgiões abertos experientes têm uma fase de aprendizado substancial que pode variar de acordo com a tarefa. 

Isso quer dizer que quando um cirurgião aberto experiente ou novato aprende uma nova técnica, provavelmente se sairá bem naquelas semelhantes, mas precisará de orientação ao adotar tipos de procedimento. 

Em relação à cirurgia robótica, muitos estudos demonstraram que é necessário haver um papel claro de orientação durante as fases iniciais da adoção da tecnologia para garantir a segurança do paciente, mesmo quando se trata de cirurgiões abertos com muita experiência

O que é necessário aprender para operar com o robô?

Para que qualquer procedimento realizado com a cirurgia robótica seja bem-sucedido, é necessário que o cirurgião tenha conhecimento de domínio (saiba o que fazer), e conhecimento técnico (saiba como fazer). Enquanto o primeiro é adquirido na teoria, o segundo só pode ser desenvolvido na prática. 

A falta de conhecimento técnico é o que impede que os cirurgiões abertos, ainda que muito experientes, façam a transição para a cirurgia robótica sem passar pelo treinamento. Já os cirurgiões novatos precisam adquirir tanto o conhecimento técnico quanto conhecimento de domínio. 

Outro ponto a ser considerado é que quem quer operar com o robô precisa levar em conta o tempo para aprender e adquirir uma nova habilidade técnica. 

Isso significa que os cirurgiões abertos devem realizar o treinamento robótico quando têm o desejo e possibilidade de realizar esse tipo de procedimento regularmente, porque muitos dos cursos de curto prazo podem ser caros e não deixar uma impressão duradoura se o médico não continuar praticando posteriormente. 

Quando o médico pode considerar que de fato aprendeu a operar com o robô?

A  competência do aluno-cirurgião é certificada por meio de metas e objetivos claros que podem ser alcançados com orientação de indivíduos mais experientes, estabelecido pelos programas de treinamento e credenciamento. 

Entretanto, os muitos esforços em desenvolver e padronizar o currículo de treinamento e requisitos de certificação em cirurgia robótica tiveram sucesso limitado e continuam em curso. Até o momento, os requisitos podem variar de acordo com os programas de treinamento, que se dividem entre bolsas de estudo, mini bolsas e cursos de habilidades orientadas. 

Cabe a cada cirurgião avaliar qual das opções é ideal para seu caso, levando em conta o tempo que pode dedicar ao treinamento e o nível de aprendizado pretendido. A bolsa é considerada, no geral, o curso mais abrangente, já que inclui orientação individual, preceptoria, e aprendizado tanto em ambientes simulados quanto clínicos. 

Já em relação às mini bolsas e os cursos de habilidades, apesar de sua curta duração, estima-se que cerca 70 a 80% dos trainees façam a transição com sucesso para a cirurgia robótica, passando a utilizar essa técnica regularmente cerca de 3 anos após o treinamento. 

Por fim, é necessário obter a certificação exigida pela Food and Drug Administration (FDA), com treinamento oferecido pela Intuitive Surgical, empresa norte-americana que fabrica o robô cirurgião. 

Nessa avaliação, o cirurgião deve demonstrar o conhecimento de como remover o dispositivo com segurança e rapidez em uma emergência, o que fazer se o robô parar de responder e como proceder caso o sistema se comporte de maneira potencialmente insegura. 

Aqui no meu blog, eu conto com mais detalhes como é o processo de capacitação em cirurgia robótica, e, no meu Instagram, sempre compartilho novidades da área. Não deixe de acompanhar! 

Como é o pós-operatório da cirurgia robótica de remoção da bexiga

Como é o pós-operatório da cirurgia robótica de remoção da bexiga

O câncer de bexiga pode acometer tanto homens quanto mulheres, geralmente, acima dos 55 anos. O tratamento costuma ser feito com a remoção de parte de ou da totalidade da bexiga do paciente, procedimento chamado de cistectomia. Essa intervenção é considerada delicada porque envolve estruturas nervosas e musculares muito sensíveis, e, nesse sentido, a cirurgia robótica oferece excelentes resultados, com bastante segurança.

Entenda o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é considerado uma das neoplasias mais comuns do trato urinário, podendo ser superficial ou invasivo. Quando se limita aos tecidos de revestimento da bexiga, é um câncer superficial e, quando adentra a parede muscular, é considerado invasivo. 

O principal fator de risco para a doença é o tabagismo, que aumenta as chances de uma pessoa ter câncer de bexiga em até 70%. Isso ocorre porque as milhares de substâncias presentes no cigarro, muitas delas cancerígenas, são filtradas do sangue pelos rins e se depositam na bexiga. Inclusive, fumantes passivos também estão sujeitos a desenvolver câncer de bexiga. 

Infelizmente, nem sempre a doença é detectada precocemente e o rastreamento desse tipo de câncer não é recomendado. Por esse motivo, é muito importante que todos fiquem muito atentos a sintomas como dor ao urinar e sangue na urina. 

Apesar de poderem indicar muitos outros problemas além do câncer de bexiga, esses sintomas indicam que é a hora de procurar um urologista. 

O tratamento para câncer de bexiga com cirurgia robótica

O tratamento para câncer de bexiga, geralmente, envolve a remoção total ou parcial do órgão, com reconstrução da bexiga para que o paciente consiga urinar. Dependendo das suas condições clínicas, expectativas, tipo, tamanho e localização do tumor, a bexiga reconstruída poderá oferecer ou não continência voluntária (a pessoa consegue segurar a urina). 

A princípio, a reconstrução da bexiga era feita fora do corpo do paciente mas, com o avanço da tecnologia, hoje, já é possível construir a neobexiga dentro do corpo do paciente, utilizando parte do seu intestino delgado. 

Em relação à cirurgia aberta, a cistectomia robótica se destaca por ser uma técnica minimamente invasiva, evitando as complicações causadas pela extensa incisão necessária no método tradicional. 

Até pouco tempo atrás, as cistectomias abertas causavam danos notáveis aos tecidos e nervos da região, bem como sangramentos e infecções pós-operatórias. A taxa de mortalidade devido ao procedimento eram consideradas relativamente altas.

Com a chegada da laparoscopia, o procedimento se tornou mais delicado, passando a ser realizado através de pequenos cortes no abdômen do paciente. Entretanto, foi depois que a primeira cistectomia roboticamente assistida foi realizada, nos anos 2000, que esse procedimento ganhou um nível diferenciado de refinamento. 

Afinal, o Sistema Cirúrgico da Vinci possibilita ao cirurgião ter uma visualização em 3D e em alta definição de dentro do corpo do paciente, bem como mais precisão por meio dos controles que movimentam os pequenos instrumentos utilizados na cirurgia. 

O pós-operatório da cistectomia robótica

Sem dúvidas, a cirurgia robótica transformou drasticamente o tratamento para o câncer de bexiga, principalmente porque proporcionou um pós-operatório muito mais tranquilo para o paciente. 

Apesar de menos invasiva que um procedimento aberto, a cistectomia robótica ainda é uma cirurgia e, por isso, o paciente poderá enfrentar um pouco de desconforto depois do procedimento. Entretanto, ele contará com a prescrição de medicamentos para o alívio da dor. 

Dois a quatro dias depois da cirurgia, o paciente sentirá muito menos desconforto e já poderá se levantar e andar sozinho. Nas primeiras semanas é normal que haja sangue na urina e hematomas ao redor das incisões.

Muitos fatores estão envolvidos na volta do paciente ao trabalho, como o nível de esforço físico necessário na profissão, se foi necessário realizar uma urostomia para saída da urina e o estado de saúde geral do paciente. Somente o médico poderá dizer quando é a hora certa de voltar à rotina normal. 

Câncer de rim: tecnologia infravermelha é aliada na cirurgia robótica

Câncer de rim: tecnologia infravermelha é aliada na cirurgia robótica

O tratamento padrão para o câncer de rim é a remoção parcial ou total do órgão, já que esse tipo de tumor não costuma responder bem à quimio ou radioterapia. Além disso, quando uma massa é identificada no rim do paciente, é difícil dizer se é maligna ou benigna. Então, a cirurgia é fundamental, já que ela vai permitir fazer a biópsia. 

A decisão de remover todo o órgão ou somente a parte comprometida pelo câncer vai depender do tamanho do tumor, da sua localização e do estado de saúde do paciente. 

Atualmente, a nefrectomia parcial, nome da cirurgia de retirada de parte do rim, pode ser feita por cirurgia robótica, com grandes benefícios para o paciente. 

Devido à sua precisão, essa tecnologia possibilitou que mais pacientes pudessem continuar com os dois rins ativos, mesmo depois do tratamento de câncer. 

Como é a cirurgia robótica para câncer de rim

Com o paciente sedado, são feitas pequenas incisões em seu abdômen, por onde serão inseridos os instrumentos robóticos. Esses cortes substituem a grande feita durante a nefrectomia aberta, possibilitando uma recuperação mais rápida e menores chances de complicações. 

O cirurgião opera sentado, enxergando por um visor que exibe imagens 3D em tempo real de dentro do corpo do paciente. Com os dedos, ele controla os movimentos dos instrumentos que vão fazer a ressecção do tumor, preservando o maior número de néfrons (estruturas responsáveis pela filtragem do sangue) possível, na nefrectomia parcial.

Essa é uma cirurgia considerada delicada porque um grande fluxo sanguíneo passa através da artéria e veia renal. Para impedir o sangramento excessivo, o médico poderá utilizar uma técnica chamada clampeamento (ou isquemia) dos vasos renais. Depois de fazer o clampeamento, é necessário ser muito rápido para restabelecer o fluxo sanguíneo e não danificar os tecidos saudáveis. 

Caso não seja possível realizar a isquemia, haverá maior sangramento na região e, mais uma vez, agilidade é fundamental na hora da sutura. Em ambas as situações, a cirurgia robótica é uma grande aliada, porque permite que o cirurgião realize o procedimento com muita rapidez e precisão. 

Como a tecnologia infravermelha ajuda na cirurgia robótica para câncer de rim

Uma das novidades nos últimos anos que possibilitou levar a cirurgia robótica a um novo nível de precisão, principalmente para compensar a falta de sensibilidade tátil, foi a tecnologia infravermelha, também chamada de Firefly

Essa técnica utiliza um corante de lidocaína que fica verde brilhante quando uma câmera especial de infravermelho é utilizada durante a cirurgia, possibilitando melhor visualização do tecido saudável, além de acompanhar o suprimento de sangue para o tumor.

Ela pode ser utilizada em três fases diferentes do procedimento:

  • Na primeira, o anestesiologista injeta o corante por via venosa, o que fornece uma imagem detalhada do suprimento de sangue ao rim. 
  • A segunda injeção permite que o cirurgião diferencie melhor o tecido canceroso do tecido renal saudável, diminuindo a possibilidade de deixar fragmentos do tumor para trás ou de ressecar porções sadias.
  • A terceira e última injeção de corante vai garantir que o suprimento de sangue para o rim foi devidamente restaurado. 

É importante ressaltar, no entanto, que nem toda nefrectomia parcial necessita da tecnologia infravermelha.

Se você quer continuar se informando a respeito da cirurgia robótica no tratamento do câncer de rim e outras enfermidades, me acompanhe, também, no Instagram e Facebook! 

Page 2 of 5

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén