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Mais uma novidade no horizonte da cirurgia robótica

É impressionante como a cada dia nós nos deparamos com uma novidade diferente no mercado da cirurgia robótica. E como eu estou sempre pesquisando sobre o tema, fico fascinado com as possibilidades que estão no horizonte.

Uma delas é uma nova plataforma que está sendo desenvolvida pela empresa irlandesa Medtronic. A companhia vem trabalhando em um dispositivo que incorpora vários elementos do MiroSure, sistema que surgiu da pesquisa sobre telecirurgia e foi desenvolvido pela ala Robótica e Mecatrônica do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

O sistema MiroSure tem até cinco braços minimamente invasivos assistidos por robô que, ao contrário das demais plataformas, podem ser acoplados aos trilhos da mesa cirúrgica, permitindo reposicionamentos sem desencaixe do robô ou interrupção da cirurgia. 

Cada braço pesa 10 kg, proporciona sete graus de liberdade de movimento e utiliza uma variedade de instrumentos laparoscópicos. O sistema também contém um monitor 3D-HD com óculos 3D e o mecanismo de controle fornece feedback tátil.

Além disso, há outros recursos verdadeiramente exclusivos. Primeiro, os braços contêm um modo controlado por impedância, pelo qual o assistente consegue reposicionar os braços robóticos sem alterar a posição e orientação do efeito final, o que permite que a cirurgia continue ininterrupta. 

Segundo, inclui o AutoPointer, que projeta uma imagem no paciente para guiar o posicionamento ideal da porta para uma cinemática eficiente e sem colisões.

Com tudo isso, seria possível operar um coração batendo, com compensação de movimento e coordenação automática de efetores em sincronia com a sístole / diástole, fornecendo ao cirurgião uma imagem estática do órgão. Esse recurso permanece no estágio inicial da pesquisa, mas demonstra uma interessante aplicação futura do MiroSure.

A licença para uso comercial do MiroSure foi vendida para a Medtronic em 2013. Atualmente, a empresa está desenvolvendo seu décimo protótipo e o sistema robótico deve ser lançado nos próximos dois anos, primeiro na Índia e depois nos Estados Unidos.

Prepare-se para o novo “boom” da cirurgia robótica

Há 20 anos, o sistema da Vinci®, da Intuitive Surgical, detém o monopólio mundial da cirurgia robótica minimamente invasiva. O patenteamento restritivo, uma estratégia de marketing bem desenvolvida e um produto de alta qualidade garantiram a liderança de mercado da empresa.

Sob o sistema de patentes dos Estados Unidos, cada registro concede ao seu titular o direito de excluir a concorrência para a invenção coberta por um período limitado de tempo, geralmente de 20 anos. Sendo assim, as patentes da Intuitive Surgical serviram como barreiras para a entrada de possíveis concorrentes no mercado de cirurgia robótica.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa de 2016 no banco de dados do Escritório de Marcas e Patentes dos EUA (USPTO) indicou que a Intuitive Surgical tinha, àquela época, 649 patentes no país ou pedidos de patentes publicados. No entanto, esse número não abrange patentes que a empresa possa ter direitos, por meio de licenças, nem pedidos de registros que ainda não estavam disponíveis publicamente. Ou seja: o número de patentes que a companhia pode ter cobrindo a sua tecnologia é ainda maior que esse. 

No entanto, as coisas já começaram a mudar (e vão mudar ainda mais): devido às nuances da lei de patentes norte-americana, muitas das primeiras patentes da Intuitive Surgical irão expirar nos próximos anos, abrindo caminho para que os concorrentes também desenvolvam seus programas robóticos. Alguns deles já estão, inclusive, disponíveis para uso clínico.

Aliás, várias das primeiras registradas já expiraram em 2016, quando o prazo de vigência chegou ao fim. Essas patentes cobriam alguns dos conceitos robóticos básicos implementados nos produtos da empresa, incluindo o controle de ferramentas e braços com um controle remoto e a funcionalidade de geração de imagens fornecida pelo robô cirúrgico.

Muitas outras expirarão até 2022, quando devemos passar por um novo “boom” da cirurgia robótica com a chegada de novas plataformas ainda mais avançadas e, espera-se, mais acessíveis.

No entanto, isso não significa que a Intuitive deixará os seus produtos sem cobertura. Com o contínuo desenvolvimento do sistema da Vinci ao longo desses anos, muitas patentes mais recentes levarão bastante tempo até serem expiradas. Afinal, a empresa continua a registrar novos pedidos para as suas tecnologias mais atuais.

Mas isso não muda o fato de que as patentes originais da companhia continuam a expirar, permitindo que mais e mais players entrem no mercado atraídos por enormes receitas potenciais e pela diminuição das barreiras impostas pela Intuitive Surgical. Com isso, todos nós temos a ganhar. Que o futuro seja cada vez mais democrático e acessível!

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Robô cirúrgico do Google

O Google também está entrando com tudo no campo da cirurgia robótica. A partir de uma colaboração entre a Ethicon Endo-Surgery (uma divisão da Johnson & Johnson) e a Verily (antiga Google Life sciences), foi fundada em 2015 a Verb Surgical, uma empresa que usará tecnologia robótica para ser pioneira no que eles chamam de “Cirurgia 4.0”, que transcende o paradigma atual de cirurgia mestre-escrava e incorpora o aumento da autonomia robótica e aprendizado de máquina.

Para isso, a plataforma da Verb consiste em cinco pilares de tecnologia: robótica, visualização, instrumentação avançada, conectividade e análise de dados. Quando lançada, essa será a primeira plataforma de cirurgia digital totalmente conectada do mundo.

Fora isso, ainda se sabe pouco sobre a novidade, já que o sistema está envolto em sigilo corporativo. O que se pode adiantar é que a companhia está trabalhando ativamente com empresas parceiras e com médicos para testar a plataforma em laboratórios pré-clínicos.

Apesar de todo o mistério, nós já temos algumas pistas: a Verb Surgical está licenciando a tecnologia robótica da Stanford Research International Robotics (SRI), que iniciou o desenvolvimento do sistema cirúrgico telerobótico M7 em 1998.

As principais características deste sistema incluem 2 braços robóticos com 7 graus de liberdade, um sistema leve pesando 15 kg, feedback visual, auditivo e tátil ao cirurgião e compensação para movimentos externos.

Este sistema foi desenvolvido principalmente para telecirurgia de longa distância (particularmente no campo de batalha) e testes foram conduzidos tanto a 60 pés debaixo d’água quanto a bordo da aeronave NASA C-9, simulando cirurgia em gravidade zero.

O Big Data e o aprendizado de máquina baseados no Google também terão, naturalmente, um papel importante para ajudar os cirurgiões a tomar decisões melhores e mais completas no meio de uma operação.

Além disso, já se sabe que o robô de Verb terá cerca de 20% do tamanho das plataformas atuais, permitindo que o cirurgião trabalhe mais próximo do paciente. Por isso, a aposta do mercado é que o sistema seja consideravelmente mais barato que os atuais, podendo custar cerca de 2 milhões de dólares ou mais.

Diante todas essas pistas e dado o considerável apoio financeiro e expertise das empresas envolvidas, o potencial da Verb Surgical é, no mínimo, muito estimulante.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Sistema Senhance

O da Vinci continua sendo o robô cirurgião mais conhecido e utilizado mundialmente. Mas ele não é o único: nos últimos anos, muitas empresas desenvolveram sistemas com recursos de alta tecnologia que tornam a cirurgia robótica cada vez mais avançada e abrangente.

Um deles é o Senhance, que compete no mercado com o com a Intuitive Surgical e sua linha de sistemas da Vinci. Desenvolvido pela empresa norte-americana TransEnterix, a plataforma já sendo utilizada para reparar hérnias, remover vesículas biliares e tratar várias outras condições urológicas e ginecológicas.

Diferenciais

Embora funcione de maneira semelhante ao da Vinci, o Senhance conta com um enorme diferencial: feedback tátil nos controles. O cirurgião consegue “sentir”, nas pontas dos próprios dedos e em tempo real, quando o robô entra em contato com estruturas anatômicas.

Além disso, os controles do instrumento são mais ergonômicos e se assemelham bastante aos instrumentos cirúrgicos tradicionais, o que pode ajudar bastante na transferência de habilidades do cirurgião da cirurgia convencional para o sistema robótico.

Outro importante avanço proporcionado pelo Senhance é o óculos laparoscópico em 3D-HD, que além de permitir que o médico veja o interior do corpo em alta definição, conta com um sistema de rastreamento ocular para controle de câmera. Pela primeira vez em uma plataforma cirúrgica robótica, o cirurgião consegue mover a câmera laparoscópica simplesmente movendo os próprios olhos. 

A dinâmica da cirurgia é a mesma: pequenos instrumentos cirúrgicos são inseridos através de mínimos orifícios e os cirurgiões controlam o robô a partir de uma estação de trabalho. O equipamento conta com três braços robóticos laparoscópicos em carrinhos separados (em oposição ao carrinho único do da Vinci) e alças laparoscópicas com seis graus de liberdade para controlar os instrumentos.

Aprovações

Na Europa, o sistema é licenciado para uso em procedimentos abdominais, pélvicos e torácicos, excluindo cirurgia cardíaca. Nos Estados Unidos, o Senhance recebeu aprovação da FDA em outubro de 2017, tornando-se o primeiro novo operador de robótica cirúrgica abdominal no país desde 2000. 

Recentemente, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão concedeu aprovação ao robô para laparoscopia em cirurgia geral, ginecológica, urológica e alguns procedimentos torácicos, o que é um marco importante já que o país é o segundo maior mercado de robótica cirúrgica do mundo, perdendo apenas para os estadunidenses.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Imagiologia optoacústica

Os raios X já foram o padrão ouro para a visualização não invasiva do interior de um paciente. Embora ainda sejam populares, outras modalidades de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada nos permitem ver características anatômicas que ficam ocultas nesse exame.

Essas modalidades revolucionaram a medicina: a TC dá dimensão às radiografias planas para ajudar a diagnosticar lesões traumáticas e monitorar o progresso de algumas formas de câncer, e a RM é comumente usada para lesões relacionadas ao movimento, podendo mostrar até partes ativas do cérebro.

Especialmente na oncologia, elas podem revelar muito sobre a estrutura de um tumor em potencial. No entanto, os tumores podem ser enganosos, muitas vezes se assemelhando muito ao tecido saudável em torno dele. 

Mas há uma característica que diferencia os tecidos saudáveis ​​de impostores cancerígenos: o conteúdo de oxigênio presente no tecido. E é aí que entra a imagiologia optoacústica. Esse método permite direcionar rajadas de luz laser em um tumor em potencial. Cada explosão aquece e expande o tecido levemente, fazendo com que uma pequena onda mecânica se propague através do tecido circundante.

Essas ondas podem ser detectadas e convertidas em imagens de alta resolução com reflexos verdes ou vermelhos, indicando a concentração de oxigênio para ajudar o oncologista a determinar o que é canceroso.

Embora todas essas modalidades de imagem tenham limites sobre o que podem escanear com precisão, elas podem ser combinadas ou complementadas com outros tipos de exames clínicos para preencher lacunas, abrindo um novo campo de aplicações clínicas.

Tomemos por exemplo o Seno Medical, baseado no Texas: eles estão desenvolvendo uma técnica que combina a tecnologia de imagem optoacústica com imagens de ultrassom convencionais. A imagem resultante de alta resolução será capaz de mostrar a localização, forma e conteúdo de oxigênio dos tumores de câncer de mama para ajudar a fornecer um diagnóstico mais claro e um plano de tratamento mais eficaz.

E tem mais: os avanços nos gráficos gerados por computador, holografia e realidade aumentada já permitem que os médicos visualizem, manipulem e até percorram, virtualmente, varreduras tridimensionais de uma parte do corpo.

Exemplo: uma empresa chamada EchoPixel, com sede na Califórnia, usa os exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassonografia para gerar uma imagem holográfica em 3D. O holograma resultante pode ser visto em um monitor especial com um par de óculos 3D e manipulado com uma caneta para familiarizar o cirurgião, com toda a riqueza de detalhes, à anatomia de cada paciente, permitindo um melhor planejamento cirúrgico.

Mais um: várias empresas estão deixando de lado o monitor ao integrar imagens 3D no popular headset HoloLens da Microsoft. Lembram quando eu disse da realidade aumentada aqui? Na sala de cirurgia, o HoloLens está sendo testado em muitas funções, desde a exibição dos sinais vitais de um paciente até a identificação de sangue e ossos embaixo da pele. 

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Treinamento de cirurgiões com Realidade Virtual

Você já pensou em como os futuros médicos cirurgiões poderiam treinar suas técnicas de forma totalmente segura, ainda que algum erro seja cometido durante a cirurgia?


O mercado tecnológico sim, e a solução para isso é a realidade virtual (Virtual Reality – VR, em inglês). Uma tecnologia utilizada nos videogames e que agora permite, tanto a residentes quanto a cirurgiões mais experientes, o desenvolvimento de suas habilidades em ambientes que se aproximam muito dos reais. 


Como funciona

A aparelhagem (geralmente composta por um notebook, óculos de realidade virtual e controles ou luvas) permite que o médico simule uma cirurgia, desde a entrada no centro cirúrgico, passando pela execução da intervenção, até o momento de finalização do procedimento, que é previamente selecionado para o teste. Algumas plataformas oferecem, inclusive, a simulação de eventuais complicações.

Para isso, os simuladores utilizam aspectos chave como o realismo visual, realismo fisiológico e estímulo háptico (sensação do tato). Ao iniciar o treinamento, o médico tem a oportunidade de experimentar a sensação de pegar os instrumentos, encaixar e desencaixar peças acessórias e realizar a cirurgia em um paciente virtual, que tem suas funções vitais monitoradas por aparelhos como se estivesse em um centro cirúrgico real.

Feedback

Como ferramenta de aprendizagem, os sistemas contam com uma avaliação crítica e um feedback de tudo o que é feito nos testes. Geralmente, os programas classificam o desempenho de cada um com base no tempo, na precisão e em outras métricas nas quais os cirurgiões são comumente avaliados. Assim, o profissional pode aprimorar ainda mais suas habilidades, diminuindo o tempo de uma cirurgia e facilitando o pós-operatório dos pacientes.

Uma inovação necessária

Várias empresas já disponibilizam a tecnologia para diferentes especialidades, e ela já está em uso aqui no Brasil em estados como São Paulo e Pernambuco. A expectativa dos especialistas é que, em até 10 anos, haja uma implementação efetiva da inteligência artificial e da realidade virtual no campo da medicina não só aqui, mas em todo o mundo.

E isso é muito necessário: estudos internacionais apresentados pelo Johnson & Johson Institute mostraram que há cinco bilhões de pessoas no mundo sem acesso a cuidados cirúrgicos. Os relatórios revelaram ainda que médicos cirurgiões não qualificados geram três vezes mais complicações e cinco vezes mais mortalidade nas cirurgias frente a cirurgiões qualificados.

Sem dúvidas, o futuro caminha para o uso do máximo apoio da tecnologia na área médica, principalmente na cirúrgica. Entretanto, nunca é demais lembrar que isso não significa a substituição do contato interpessoal entre nós e o paciente. O papel do médico é, e sempre será, fundamental em qualquer tipo de tratamento.

Cirurgia robótica completa 11 anos no Brasil

Já são 11 anos desde que a primeira cirurgia robótica foi realizada no Brasil. A tecnologia tão revolucionária, especialmente para a urologia, foi ao país pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Naquela época, tínhamos apenas dois sistemas robóticos no país, havia poucos cirurgiões brasileiros treinados e a cirurgia era acessível somente a uma pequena parcela da população.

Hoje, já há plataformas disponíveis em todas as regiões do país. Nos últimos cinco anos, o número de cirurgias robóticas cresceu 500%, tornando-se mais disponível e acessível a um número maior de pessoas.

Mas pode melhorar, e muito. Atualmente, a cirurgia robótica ainda não consta na lista de procedimentos da ANS e, por isso, ainda existe a necessidade de o paciente complementar com parte do custo (que já foi bem maior) para pagar materiais e equipe.

Agora, mais do que nunca, vislumbramos um futuro bastante animador em relação ao uso da tecnologia na urologia.

O números não param de crescer:

  • Mundialmente, as principais cirurgias realizadas com o uso do robô são as urológicas, representando 60% do total (seguida pelas cirurgias gerais e ginecológicas);
  • Nos Estados Unidos, onde os robôs cirúrgicos são amplamente disponíveis, mais de 90% das cirurgias para o tratamento do câncer de próstata são realizados utilizando a técnica robótica;
  • E, atualmente, todas as cirurgias abdominais em urologia, que eram comumente realizadas por via aberta, já podem ser feitas por robótica.

Os avanços são cada vez mais positivos, principalmente para casos de câncer de próstata. Afinal, a plataforma permite realizar cirurgias altamente precisas em regiões mais profundas ou de difícil acesso pelos métodos convencional ou laparoscópico.

E com a transformação digital que já estamos vivenciando, espera-se que, em breve, aplicativos similares aos de rotas sejam utilizados na cirurgia robótica, funcionando como uma espécie de navegador que mostrará, ao cirurgião, quais os melhores caminhos para o procedimento. E este é só um exemplo do que está sendo desenvolvido por aí.

Mas além dessas novidades, o que esperamos mesmo para o futuro é que haja um custo mais baixo dos aparelhos e dos insumos utilizados, um maior número de médicos treinados no nosso próprio país prontos para operar o sistema, e um maior número de sistemas nos nossos hospitais, para que possamos beneficiar, universalmente, toda a nossa população.

Cirurgia robótica: uma tecnologia em constante evolução

A empresa norte-americana Intuitive Surgical tem vivenciado um crescimento contínuo dentro do mercado de cirurgias robóticas. Em meio à crescente concorrência, a companhia conta com uma base instalada de 5.114 sistemas e teve um aumento de 15% em sua receita só no primeiro trimestre de 2019.

E por que isso nos interessa? Porque com o aumento da pressão competitiva de empresas como Stryker, Medtronic e Mazel, a Intuitive Surgical precisa permanecer inovadora para manter essa posição de líder de mercado.

E uma das maiores ameaças à sua hegemonia é a Johnson & Johnson. A Ethicon, subsidiária da empresa, já é importante no mercado de energia cirúrgica e pode criar alternativas favoráveis ​​e acessíveis para hospitais em relação a ofertas de sistemas robóticos. Além disso, a empresa anunciou em fevereiro que está adquirindo a Auris Health, cujo fundador, Fred Moll, também fundou a Intuitive Surgical.

Isso é muito bom porque, à medida que os principais atores entram no mercado e o desenvolvimento da cirurgia minimamente invasiva permite a crescente adoção desses sistemas, cada empresa precisará diferenciar seu portfólio para ter uma vantagem sobre a concorrência.

Portanto, parece certo que o mercado de sistemas cirúrgicos robóticos será significativamente mais competitivo, em poucos anos, do que é hoje. E há uma outra razão, muito importante, que nos leva a acreditar nisso: as tendências demográficas.

O envelhecimento da população está causando impactos em toda a sociedade e, em especial, na área da saúde. Afinal, não é segredo que indivíduos mais velhos tendem a precisar mais dos serviços de saúde, incluindo cirurgias. E muitos dos tipos de procedimentos que tendem a aumentar em volume, à medida que esse envelhecimento acontece, serão contemplados pelos sistemas robóticos.

Há também outra reviravolta nessas tendências: os Millennials, como são chamados os nascidos entre 1979 e 1995. Nos próximos 10 anos, muitas mulheres dessa geração estarão na casa dos 40 anos. E isso importa porque essa é a faixa etária mais comum para histerectomias, que é um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados em ginecologia usando o da Vinci.

Vários fabricantes estão entrando na arena da cirurgia robótica projetando sistemas inovadores para certos tipos de procedimentos. Existem agora sistemas robóticos especiais disponíveis para cirurgia cerebral, cirurgia de coluna, orientação em broncoscopia, substituição de articulações… E a lista não para de crescer.

Com isso, reforço a esperança de que a cirurgia robótica seja cada vez mais acessível, tanto para os hospitais quanto para os pacientes. E com essa sinalização de aumento da demanda e também da oferta, acho que podemos nos animar com essa possibilidade.

“Miraram no coração e acertaram na próstata!”

Essa é uma brincadeira recorrente entre os profissionais que trabalham com cirurgia robótica e resume bem a importância que a técnica conquistou na urologia, apesar de o robô da Vinci ter sido idealizado para procedimentos cardiológicos.

Podemos dizer que as características das cirurgias urológicas (extremamente delicadas por se realizarem em áreas de difícil acesso e de campo operatório restrito) “casaram” bem com a precisão proporcionada pelo robô.

Além disso, mais na urologia do que em qualquer outra especialidade, essa precisão tem garantido maior adesão dos pacientes aos tratamentos por cirurgia robótica.

Graças a benefícios como menor tempo de internação e menos riscos de efeitos colaterais importantes, como disfunção erétil e incontinência urinária, no caso do câncer de próstata, vem aumentando a procura pelo procedimento. Embora envolva custos maiores, o paciente que pode arcar com eles tende a considerar que a opção pela cirurgia robótica representa um “investimento” na sua saúde.

O risco de incontinência urinária após cirurgia robótica varia de 2% a 3%. Na cirurgia convencional, o risco é de 6%. Em relação à disfunção erétil, embora fatores pré-cirurgia também interfiram no resultado (idade, obesidade, diabetes etc.), influenciem no resultado, a possibilidade de preservar a função pode variar entre 80% e 90% com a robótica. Em relação à cura do câncer, essa tecnologia também apresenta os melhores resultados.

Mais um dado contundente: segundo a empresa H.Strattner, responsável pela distribuição dos robôs no país, das cerca de 9 mil cirurgias que serão realizadas esse ano, no Brasil, 5 mil são urológicas e 90% delas, de próstata.

Particularmente, considero um privilégio poder contar com a plataforma robótica para cuidar dos meus pacientes, especialmente em procedimentos como a prostatectomia, a cistectomia a nefrectomia parcial. Confira os diferenciais que a plataforma robótica proporciona em cada um deles:

– Na prostatectomia:

A prostatectomia é a remoção cirúrgica da próstata. É realizada em casos de tumores e quando a glândula se torna muito grande, a ponto de restringir o fluxo de urina através da uretra.

Quando realizada por meio da cirurgia robótica (ou prostatectomia radical assistida por robô), oferece grande sucesso em relação à preservação de nervos e da função erétil, com redução significativa na perda de sangue e cicatrização bem mais rápida.

Por isso, a abordagem padrão para todas as prostatectomias passou a ser robótica (sendo que, anteriormente, ela era realizada usando técnicas abertas ou laparoscópicas).

– Na cistectomia:

Cistectomia é como chamamos a remoção cirúrgica de parte ou de toda a bexiga urinária. E, embora seja um procedimento longo e complexo, uma cistectomia robótica permite menos complicações e inconveniências para o paciente.

Isso porque, pela liberdade de movimentos do robô, a reconstrução da bexiga é facilitada e muito mais precisa. Além disso, há redução do tempo cirúrgico, de riscos de sangramentos e de complicações pós-cirúrgicas, assim como das chances de infecções.

– Na nefrectomia:

Já a nefrectomia é a remoção cirúrgica de um rim ou até dos dois rins. E a realização da nefrectomia parcial robótica, além da preservação do rim, oferece benefícios como incisões muito  menores, cicatrizes discretas, menor perda sanguínea sem necessidade de doação ou transfusão de sangue, menos dor, menor uso de analgésicos, alta hospitalar e recuperação mais rápida.

Agora que as técnicas robóticas e laparoscópicas são o método padrão, as nefrectomias abertas, envolvendo dissecções de costelas parciais, já não são mais necessárias.

Para os cirurgiões

E os benefícios também se escancaram para os cirurgiões, que conseguem trabalhar em espaços muito pequenos com um alto grau de liberdade de movimento.

Além disso, a introdução da visão 3D de alta definição proporciona uma ampliação que dá aos médicos a capacidade de ver a anatomia de maneira mais clara e menos ambígua, possibilitando a capacidade de navegação em estruturas críticas com muito mais cuidado e precisão.

As plataformas também permitem que o computador e os algoritmos reproduzam fielmente os os comandos das nossas mãos, punhos e dedos em movimentos precisos, com tremores filtrados. Além disso, as pinças do equipamento alcançam locais em que a mão humana não chegaria, especialmente no caso de cirurgias de pequenos orifícios.

da Vinci SP®: um dos robôs mais populares da Intuitive Surgical

Em 1999 chegava ao mercado americano o primeiro robô Da Vinci. A inovação tecnológica que revolucionaria operações de diversas especialidades – em especial as urológicas.

Hoje, 20 anos depois, já contamos com quatro gerações dos sistemas cirúrgicos da Vinci. Uma das plataformas mais utilizadas é o da Vinci SP. Talvez, ela seja até a mais onipresente, uma vez que foi especialmente projetada para possibilitar acesso profundo e estreito aos tecidos.

A tecnologia oferece visão 3D ampliada, de alta definição e instrumentos minúsculos de pulso (ou seja, tesouras, bisturis e pinças) que alcançam até 24 cm de profundidade e podem girar e dobrar muito mais que qualquer mão humana. O equipamento conta, ainda, com câmera cirúrgica miniaturizada, projetada para ajudar a fazer dissecções e reconstruções mais precisas no interior do corpo.

Na prática, isso significa uma capacidade de entrar no corpo através de uma única incisão, muito pequena, ou através de um orifício natural, oferecendo uma experiência minimamente traumática para o paciente até em procedimentos mais complexos.

O sistema cirúrgico da Vinci SP pode ser utilizado em procedimentos de prostatectomia radical, pieloplastia, nefrectomia e nefrectomia parcial, exigindo do corpo uma menor resposta ao trauma.

Falando em procedimentos, é interessante observar que, apesar de a urologia ser a especialidade que mais realiza cirurgias robóticas, principalmente no tratamento de tumores na próstata e no rim, várias outras especialidades também têm utilizado esta tecnologia, como a ginecologia, a cirurgia geral e a coloproctologia.

Existem vários modelos do sistema cirúrgico da Vinci, mas é importante lembrar que nenhum deles é programado para realizar cirurgias por conta própria. Em vez disso, o procedimento é realizado inteiramente por um cirurgião, que controla todo o sistema.

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