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Seu pai teve câncer de próstata? Então fique atento!

“Meu pai teve câncer de próstata. Isso significa que eu também terei a doença?” Essa é uma das muitas perguntas que escuto no consultório, e a resposta é: existe um aumento na taxa de incidência quando pai, irmãos e primos apresentam a doença – para se ter uma ideia, as chances aumentam em até 10 vezes.

Vamos entender melhor?

Sobre o câncer de próstata

De acordo com pesquisas, o câncer de próstata atinge cerca de 10% da população masculina com 50 anos no mundo e aproximadamente 30% dos homens com mais de 70 anos. Um estudo recente mostrou que o Brasil conta com mais de 60 mil casos de câncer de próstata por ano. Nesse sentido, estar atento aos sinais e fazer o diagnóstico precoce são fatores essenciais para garantir maior sucesso no tratamento.

Os sintomas mais comuns da doença são: 

◾Dificuldade ou sangramento ao urinar;

◾Dor na região da pelve;

◾Vontade frequente de urinar;

◾Sangue presente no sêmen.

Diagnóstico

Por meio do exame de toque e de alterações na dosagem do PSA é possível diagnosticar a doença que, se estiver em seu estágio inicial, há grandes chances de cura. Por isso, é fundamental ir ao urologista pelo menos uma vez ao ano.

Quando existe alteração nos níveis de PSA ou anormalidades identificadas no exame de toque retal, o médico poderá pedir outros exames para confirmar ou descartar a presença de um câncer.

Síndromes familiares

Existe um aumento na taxa de incidência quando pai, irmãos e primos apresentam o câncer de próstata. Com três familiares com a doença, por exemplo, as chances crescem em até 10 vezes. Sabendo disso, é crucial essa pessoa realizar exames preventivos de forma precoce, em torno dos 40 anos de idade.

No entanto, nem todo mundo que tem histórico familiar terá a doença. Mesmo assim, se existe histórico de câncer de próstata em sua família, converse com seu urologista sobre a periodicidade dos exames de rastreamento.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a investigação prostática anual para este tipo de paciente deve ser iniciada aos 45 anos de idade, mas em certos casos, é preciso antecipar ainda mais este cuidado.

Prevenção

Para evitar a doença é importante manter hábitos saudáveis como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo excessivo de cigarro e bebidas alcoólicas. Vale dizer que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos de atividade física por semana ajudam na prevenção.

Lembre-se: quanto antes o câncer de próstata for diagnosticado, maiores serão as chances de cura!

Inteligência artificial: da sala de emergência ao centro cirúrgico

A tecnologia veio mesmo para ficar. Começando pela sala de emergência, passando pelas consultas on-line e indo até o centro cirúrgico, a Inteligência Artificial (IA), com seus robôs e plataformas inteligentes, já faz parte do universo da medicina.

 

A Inteligência Artificial é um ramo da ciência da computação que tem como objetivo reproduzir aspectos do poder de aprendizado e resolução da mente humana em máquinas. A proposta é que tenhamos robôs com habilidades, capazes de tomar decisões e resolver problemas como se fossem um ser humano.

 

Vamos entender mais sobre as vantagens da IA?

 

Um avanço chamado inteligência artificial

 

Já pensou poder ter acesso a um programa de computador que analisa, em tempo real, os sinais vitais, o prontuário eletrônico e os resultados de exames, entre outros dados, de todos os pacientes de uma UTI e classifica o risco de cada um? Hoje em dia, isso já é possível.

 

E a meta é desenvolver ainda mais. Quando falamos em Inteligência Artificial dizemos de programas de computador e algoritmos matemáticos de última geração. A ideia é, a partir de uma base de dados, ensinar um robô a solucionar um problema específico. 

 

Além do mais, uma das vantagens da IA é a sua utilidade na detecção precoce de doenças. Por exemplo, ela pode analisar o histórico familiar do paciente, bem como seus hábitos alimentares e fatores de risco, avaliando a probabilidade de um paciente desenvolver certa doença no futuro. Ou seja, enquanto os robôs se ocupam com trabalhos operacionais, os médicos conseguem se dedicar a atividades mais estratégicas.

 

Nos hospitais, os robôs contam com braços mecânicos, câmeras de altíssima definição e capacidade de ampliação da imagem, além de instrumentos cirúrgicos, como pinças e tesouras. Inclusive, as cirurgias robóticas são vistas como mais precisas e menos invasivas. Elas facilitam a recuperação do paciente e deixam o tempo de internação menor. 

 

Somando-se a isso, a IA tem uma grande capacidade de processamento de dados e não conta com o fator cansaço. Por exemplo, um robô é capaz de analisar 10 mil exames consecutivos com a mesma disposição.

 

Apesar de todas essas vantagens, vale endossar que a inteligência artificial não substitui o trabalho do médico. Isso porque o trabalho do profissional pressupõe a relação médico-paciente. Por exemplo, muitas vezes, uma boa conversa e a empatia fazem tão bem à saúde quanto os comprimidos. Contudo, os atuais modelos de robôs ainda não têm essa capacidade de interação com as pessoas.

 

Vale a pena ressaltar que, da mesma forma como a telemedicina veio complementar e não substituir o atendimento presencial, a inteligência artificial será uma aliada da inteligência humana.

Biópsia de próstata: em quais casos ela é recomendada?

Você já ouviu falar da biópsia de próstata? Também conhecida como biópsia prostática trans-rectal, esse é um exame onde o especialista colhe pequenos fragmentos do tecido da próstata com o objetivo de analisar possíveis anormalidades, incluindo o câncer.

Saiba mais!

 

O procedimento

Esse tipo de biópsia ecoguiada analisa as células ao microscópio, sendo um exame crucial e eficaz para identificar patologias da próstata. Na verdade, ele é o único que consegue diagnosticar o câncer de próstata e, por isso, é importante para que o médico, junto com o paciente, possa perceber o grau do tumor e, assim, definir os melhores tratamentos.

A biópsia é feita com anestesia local, podendo ser aplicada no canal anal ou nos nervos em torno da próstata, com gel anestético. Ao contrário do que muitos podem pensar, esse é um exame tranquilo, desde que feito nas condições adequadas.

Ao realizar o procedimento, o especialista deve colher ao menos 12 fragmentos para análise do laboratório, seguindo protocolos definidos e rigorosos.

 

Biópsia de saturação

Em alguns pacientes, pode ser necessário fazer a biópsia de saturação, que consiste em uma biópsia padronizada, com uma colheita uniformizada de fragmentos de todas as áreas da próstata. Nesse caso, são recolhidos cerca de 30 ou 40 fragmentos, a depender do volume do órgão. Esse exame já é feito por via perineal.

Geralmente, ela é indicada para pacientes com suspeita de cancro da próstata, mas que já realizaram biópsias com resultados negativos. A técnica visa ao esclarecimento etiológico definitivo. 

 

Recomendações

A biópsia de próstata é recomendada em casos de aumento nos níveis de PSA e para pacientes com  alterações no exame de toque retal, fatores que podem sugerir a presença de tumor.

Antes desse exame, os médicos costumam indicar a ressonância magnética da próstata para localizar possíveis regiões suspeitas e, dessa forma, melhorar a performance da biópsia. 

 

Possíveis complicações da biópsia prostática

A principal complicação é a ocorrência de hemorragia e o desenvolvimento de uma infecção, chamada de prostatite. A fim de combatê-la, os pacientes podem realizar uma preparação para a biópsia, que inclui a suspensão de medicamentos anticoagulantes e antiagregantes alguns dias antes do procedimento, bem como a realização de micro-clister para limpeza intestinal/retal e o uso de antibiótico. 

O procedimento de biópsia da próstata é feito por urologistas experientes na área, que trabalham para proporcionar o menor desconforto possível ao paciente, seguindo critérios recomendados pelas associações internacionais de urologia.

Queda excessiva de cabelo pode ser sinal de câncer de próstata

De acordo com um estudo americano, publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology, a calvície masculina pode estar atrelada a doenças como o câncer de próstata. A pesquisa mostrou que os homens que perderam cabelo na parte da frente da cabeça tinham 40% a mais de chances de desenvolver este tipo de tumor.

Vamos entender melhor sobre a pesquisa e a sua relação com o câncer de próstata?

 

O câncer de próstata

Sabemos que a próstata é um órgão que integra o aparelho reprodutor masculino. Ela fica situada na região pélvica e é responsável pela produção de parte do sêmem (esperma). De pequeno volume e situada logo abaixo da bexiga, a glândula seria um detalhe anatômico se não fosse frequentemente acometida por tumor maligno.

Inclusive, você sabia que o câncer de próstata  é o tipo mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma? Sim. A lesão se desenvolve, na maioria das vezes, em indivíduos acima dos 50 anos, sendo que mais da metade dos casos ocorre na faixa etária de 65 anos ou mais. 

O câncer de próstata começa quando há uma falha na multiplicação das células da glândula, que crescem descontroladamente, formando tumores que podem ser benignos (não são cancerosos) ou malignos (cancerosos).

A maioria dos tumores avança lentamente ao longo de anos, de forma que boa parte dos pacientes convive com a doença por muito tempo antes de apresentar sintomas. Quando aparecem, podem incluir micção frequente, fluxo urinário fraco, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina, disfunção erétil, fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.

Mas, mesmo assim,  muitos homens com idade avançada ainda relutam em seguir as recomendações do rastreamento, dificultando o diagnóstico precoce.

 

Queda de cabelo x câncer de próstata

Bom, vale dizer que a queda capilar pode sinalizar várias doenças, desde complicações cardíacas até problemas na tireoide. Porém, um estudo americano ligou a calvície a doenças como câncer de próstata, revelando que os homens que perderam cabelo na parte da frente da cabeça possuíam 40% a mais de chances de desenvolver este tipo de tumor.

O estudo foi realizado com 30 homens e evidenciou que os calvos apresentaram glândulas 34% maiores do que os que não sofriam do problema.

Por isso, vale se atentar se apresentar:

  • Queda excessiva de cabelos ou em tufos;
  • Couro cabeludo vermelho, que coça muito ou arde;
  • Cabelo mais oleoso que o normal;
  • Sinais de caspa nas roupas e nos fios.

 

Prevenção do câncer de próstata

A prevenção inclui uma alimentação balanceada e a prática de exercícios, o que evita a obesidade, por exemplo. Isso significa que manter o corpo em equilíbrio ajuda no sistema de defesa. Dessa forma, células defeituosas vão ter menos força para se espalhar. 

Além disso, o diagnóstico precoce pode representar até 90% de cura. O acompanhamento com especialistas desde os 45 ou 50 anos e a realização de exames preventivos, conforme o grupo de risco, é a melhor forma de garantir a prevenção.

Pesquisa comprova: meninos não vão ao urologista

Este foi o resultado de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, feita com 3.305 adolescentes dentro dessa faixa etária. E sabem o que é mais preocupante? É exatamente nessa fase que nós descobrimos e prevenimos algumas doenças que causam infertilidade na vida adulta, como a varicocele, por exemplo. 

Por isso, é importante reforçar que os adolescentes do sexo masculino podem começar a frequentar o urologista assim que a puberdade der seus primeiros sinais, independentemente da idade. Principalmente porque nós não temos a função exclusiva de tratar doenças, mas também de esclarecer dúvidas em um período de rápido desenvolvimento físico, cognitivo, social e sexual que traz consequências diretas para a vida adulta. 

Portanto, pais, incentivem seus filhos! Agendem uma consulta para eles. E se você tiver nessa faixa etária, deixe todos os medos e preconceitos de lado e procure um bom urologista. Ter alguém em quem confiar numa fase tão importante fará toda a diferença em todos os aspectos da sua vida.

Os principais problemas urológicos na adolescência:

Varicocele – dilatação das veias nos testículos. É a causa mais comum, conhecida e tratável de infertilidade masculina: acomete em torno de 35% dos homens com infertilidade primária e 80% com infertilidade secundária, embora esteja presente em aproximadamente 20-25% da população masculina em geral. Assintomática, a doença é geralmente detectada em consulta de rotina pelo exame físico dos genitais e, quando necessário, corrigida por microcirurgia.

Balanopostite – é o processo inflamatório mais frequente que ocorre no pênis. É uma inflamação conjunta da glande e prepúcio (balanite é inflamação da glande; postite é inflamação do prepúcio). A causa mais comum é uma infecção fúngica aguda causada pela candida albicans. Não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, pois pode-se desenvolver sem a realização de penetração, embora o casal possa compartilhar a cândida durante o ato sexual. O tratamento é feito com cremes tópicos associados à medicação via oral.

Fimose – é a incapacidade (ou apenas uma dificuldade, em diversos graus) para retrair o prepúcio, que é a pele que recobre a glande ou a “cabeça” do pênis. Pais e pacientes podem confundir fimose com o excesso de prepúcio, que não sugere nenhum problema, se não há dificuldade de retração prepucial.

Ejaculação precoce – é caracterizada pela ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, quando o tempo desde a penetração vaginal até a ejaculação passa a ser insatisfatório para o homem ou para o casal. No jovem, a causa costuma estar relacionada à ansiedade e à inexperiência do ato sexual. O tratamento é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual e de farmacoterapia. 

Novidades no mercado da cirurgia robótica

A CMR Surgical é uma das líderes de uma nova leva de empresas que estão surgindo para desafiar a Intuitive Surgical, fabricante do sistema robótico da Vinci e líder do mercado de cirurgia robótica. 

Mas ela não é apenas mais uma empresa de dispositivos médicos: a CMR veio para promover uma mudança de paradigma nesse campo, criando uma plataforma cerca de 40 vezes mais barata do que as já existentes e tornando a tecnologia uma opção mais acessível para as instituições de saúde. 

Prova disso é que, com apenas 5 anos de existência, a companhia levantou recentemente a impressionante quantia de 195 milhões de libras em uma rodada de financiamento, o que elevou o valor da empresa para mais de 1 bilhão de libras antes mesmo do lançamento de seu primeiro produto, o robô Versius.

Foi a terceira de uma série de financiamentos que, em 2018, levantou US$ 100 milhões em investimentos e, em 2017, US$ 46 milhões. 

Essa última grande leva de investimentos financiará totalmente a comercialização global dos negócios da CMR, que deve lançar o robô cirúrgico Versius ainda neste ano no Reino Unido, em outros países da Europa e na Índia, onde foram realizados ensaios clínicos no Hospital Deenanath Mangeshkar, em Pune.

Lá, os procedimentos realizados com a plataforma envolveram operações em pacientes com distúrbios ginecológicos e gastrointestinais, incluindo histerectomia e remoção da vesícula biliar.

O Versius

As vantagens competitivas do Versius incluem uma maior portabilidade e versatilidade, já que ele foi projetado para fornecer ao cirurgião vários braços robóticos separados, cada um com seu próprio instrumento cirúrgico e seu próprio pilar.

Esses braços são montados em carrinhos que podem ser facilmente movidos entre salas de operações e até entre hospitais, o que seria um enorme avanço tendo em mente que o da Vinci, robô mais utilizado no mundo hoje, tem uma estrutura de 750 quilos que não pode ser movida e, portanto, demanda uma sala de operação exclusiva.

Mas isso tudo não significa que Intuitive esteja em risco. O sistema da Vinci já foi instalado em quase 5 mil hospitais em todo o mundo e já vem realizando operações há 20 anos. Além disso, a empresa anunciou uma expansão de suas operações britânicas, abrindo uma nova sede no Reino Unido, país de origem da CMR.

Porém, para os próximos 3 ou 4 anos, a expectativa é que o topo do mercado da cirurgia robótica seja divido com mais três empresas: a Medtronic, a Johnson & Johnson e, claro, a CMR.

Como é o pré e o pós-operatório na cirurgia robótica

Incisões mínimas e mais certeiras que machucam menos os tecidos, deixam menos sequelas e garantem menor risco de complicações. Não é mágica: é cirurgia robótica, a inovação que veio para ficar e que é fruto do bom uso da tecnologia a favor da medicina e da saúde.

Mais ágil e tão segura quanto os métodos tradicionais, a robótica vem auxiliando médicos na busca por resultados cada vez melhores em cirurgias que antes ofereciam riscos aos pacientes, seja na hora da operação ou em um segundo momento. É por isso que, no caso do tratamento cirúrgico para câncer de próstata, por exemplo, ela é, hoje, considerada a melhor opção. 

Entre os benefícios para o paciente, podemos citar melhores resultados oncológicos, menos dor, menos chances de sangramento e, portanto, menos chances de transfusões sanguíneas, recuperação pós-operatória mais rápida, menos uso de analgésicos, retorno mais rápido às atividades e menos tempo de hospitalização. Outro aspecto positivo é a excelente qualidade de vida do paciente após o tratamento.

Pré-operatório

Antes da cirurgia, é nossa rotina incentivar metas significativas de estilo de vida. Ou seja: nós aconselhamos os pacientes sobre os benefícios dos hábitos alimentares saudáveis, dos exercícios físicos e, se necessário, da perda de peso.

Quando o paciente é muito sedentário, recomendamos a caminhada de um a dois quilômetros por dia, como preparação para o procedimento.

O paciente também precisa fazer avaliação física, cardiológica e anestésica: eletrocardiograma, ecocardiograma, testes de esforço, ressonância magnética, mapeamento ósseo em busca de metástases e outros exames e avaliações com especialistas de outras áreas, dependendo de cada caso

Pós-operatório

É muito importante que, já no primeiro dia após a cirurgia, o paciente tente se sentar em uma cadeira e caminhar o quanto for tolerado. A recuperação costuma ser mais rápida naqueles que conseguem se movimentar logo nesse comecinho.

Atividades mais pesadas como academia, corrida, bicicleta e qualquer outra de maior impacto devem ser evitadas durantes as três primeiras semanas. Já caminhadas de até 30 minutos em superfícies planas, trabalhos de escritório e exercícios leves são liberados já nos primeiros dias.

Geralmente, 97% a 98% dos pacientes recebem alta na manhã seguinte à operação. Todos deixam o hospital com um cateter urinário, que é removido após 6 ou 7 dias em um procedimento simples e indolor, realizado no próprio consultório.

Os cuidados com a ferida operatória incluem a limpeza com água e sabão, e só. Antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios e remédios contra gases costumam fazer parte da prescrição médica.

E, por fim, o acompanhamento tem um período mínimo de cinco anos após a cirurgia. Nos primeiros dois anos, o retorno ocorre a cada três meses, com exames de sangue (PSA) e imagem (ultrassom em geral).

Do segundo ao quinto ano, os retornos ocorrem a cada seis meses. A partir do quinto, o retorno acontece anualmente.

Ressonância Multiparamétrica: mais uma aliada dos portadores de câncer de próstata

Durante anos, o padrão de atendimento para quem apresentasse um PSA alto e um exame de toque anormal era o encaminhamento para a biópsia da próstata. Mas o avanço da tecnologia tem nos dado opções cada vez menos invasivas e cada vez mais seguras e precisas.

Uma delas é esse exame de nome complicado: ressonância multiparamétrica. Com ele, é possível identificar a localização exata das lesões suspeitas em áreas específicas e, com isso, realizar uma biópsia dirigida especificamente para a região afetada, sendo uma alternativa às biópsias padronizadas em toda a próstata.

Isso é importante porque a biópsia é um procedimento invasivo e possui certas limitações, sendo a principal delas o fato de ser feita de maneira randômica: quando o médico faz a biópsia pelo ultrassom, não consegue ver a lesão na próstata e colhe fragmentos aleatórios na periferia e na porção central da próstata, no ápice, terço médio e na base. Com isso, existe a possibilidade de que os fragmentos biopsiados não contenham uma amostra de neoplasia, mesmo que o paciente a tenha.

Outra limitação importante é que o fragmento biopsiado pode conter apenas uma área menos agressiva do câncer de próstata, o que pode ter impacto na escolha do tratamento do paciente.

Por resolver esses problemas, a ressonância é muito útil no diagnóstico, no estadiamento, no seguimento de alguns pacientes e na avaliação de pacientes já tratados, com suspeita de recidiva.

Do ponto de vista do diagnóstico, ela apresenta uma acurácia tão boa quanto a biópsia, sobretudo nos tumores mais agressivos. Do ponto de vista do estadiamento, o exame auxilia também na avaliação do paciente com câncer para identificar eventual invasão de outras estruturas além da próstata, permitindo a escolha do tratamento mais adequado.

Mesmo em pacientes que possuem a forma menos agressiva da doença e não passam por tratamento, a ressonância multiparamétrica permite a vigilância ativa, ou seja, o acompanhamento para identificar eventuais mudanças que exijam alguma intervenção. Outra vantagem é no caso de pacientes que já tiveram a doença e que estão sob suspeita de recidiva, por ser um diagnóstico preciso.

O exame é bastante tranquilo, sobretudo com as novas técnicas, e realiza várias sequências que avaliam a anatomia e a morfologia prostática, além da celeridade e vascularização da lesão. Isso porque ele consiste em uma fusão de ressonância magnética, dados de biópsia e ecografia em tempo real, permitindo que os urologistas tratem o câncer de próstata com menos danos ao tecido saudável e minimizem os efeitos colaterais, como incontinência e impotência.

Contudo, apesar dos pontos positivos, nem todos os homens devem realizar este tipo de ressonância. O exame só deve ser feito com a indicação do urologista que, baseado em sua avaliação ao toque retal e com os dados de PSA, decidirá ou não pela técnica.

Mais uma novidade no horizonte da cirurgia robótica

É impressionante como a cada dia nós nos deparamos com uma novidade diferente no mercado da cirurgia robótica. E como eu estou sempre pesquisando sobre o tema, fico fascinado com as possibilidades que estão no horizonte.

Uma delas é uma nova plataforma que está sendo desenvolvida pela empresa irlandesa Medtronic. A companhia vem trabalhando em um dispositivo que incorpora vários elementos do MiroSure, sistema que surgiu da pesquisa sobre telecirurgia e foi desenvolvido pela ala Robótica e Mecatrônica do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

O sistema MiroSure tem até cinco braços minimamente invasivos assistidos por robô que, ao contrário das demais plataformas, podem ser acoplados aos trilhos da mesa cirúrgica, permitindo reposicionamentos sem desencaixe do robô ou interrupção da cirurgia. 

Cada braço pesa 10 kg, proporciona sete graus de liberdade de movimento e utiliza uma variedade de instrumentos laparoscópicos. O sistema também contém um monitor 3D-HD com óculos 3D e o mecanismo de controle fornece feedback tátil.

Além disso, há outros recursos verdadeiramente exclusivos. Primeiro, os braços contêm um modo controlado por impedância, pelo qual o assistente consegue reposicionar os braços robóticos sem alterar a posição e orientação do efeito final, o que permite que a cirurgia continue ininterrupta. 

Segundo, inclui o AutoPointer, que projeta uma imagem no paciente para guiar o posicionamento ideal da porta para uma cinemática eficiente e sem colisões.

Com tudo isso, seria possível operar um coração batendo, com compensação de movimento e coordenação automática de efetores em sincronia com a sístole / diástole, fornecendo ao cirurgião uma imagem estática do órgão. Esse recurso permanece no estágio inicial da pesquisa, mas demonstra uma interessante aplicação futura do MiroSure.

A licença para uso comercial do MiroSure foi vendida para a Medtronic em 2013. Atualmente, a empresa está desenvolvendo seu décimo protótipo e o sistema robótico deve ser lançado nos próximos dois anos, primeiro na Índia e depois nos Estados Unidos.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Robô cirúrgico do Google

O Google também está entrando com tudo no campo da cirurgia robótica. A partir de uma colaboração entre a Ethicon Endo-Surgery (uma divisão da Johnson & Johnson) e a Verily (antiga Google Life sciences), foi fundada em 2015 a Verb Surgical, uma empresa que usará tecnologia robótica para ser pioneira no que eles chamam de “Cirurgia 4.0”, que transcende o paradigma atual de cirurgia mestre-escrava e incorpora o aumento da autonomia robótica e aprendizado de máquina.

Para isso, a plataforma da Verb consiste em cinco pilares de tecnologia: robótica, visualização, instrumentação avançada, conectividade e análise de dados. Quando lançada, essa será a primeira plataforma de cirurgia digital totalmente conectada do mundo.

Fora isso, ainda se sabe pouco sobre a novidade, já que o sistema está envolto em sigilo corporativo. O que se pode adiantar é que a companhia está trabalhando ativamente com empresas parceiras e com médicos para testar a plataforma em laboratórios pré-clínicos.

Apesar de todo o mistério, nós já temos algumas pistas: a Verb Surgical está licenciando a tecnologia robótica da Stanford Research International Robotics (SRI), que iniciou o desenvolvimento do sistema cirúrgico telerobótico M7 em 1998.

As principais características deste sistema incluem 2 braços robóticos com 7 graus de liberdade, um sistema leve pesando 15 kg, feedback visual, auditivo e tátil ao cirurgião e compensação para movimentos externos.

Este sistema foi desenvolvido principalmente para telecirurgia de longa distância (particularmente no campo de batalha) e testes foram conduzidos tanto a 60 pés debaixo d’água quanto a bordo da aeronave NASA C-9, simulando cirurgia em gravidade zero.

O Big Data e o aprendizado de máquina baseados no Google também terão, naturalmente, um papel importante para ajudar os cirurgiões a tomar decisões melhores e mais completas no meio de uma operação.

Além disso, já se sabe que o robô de Verb terá cerca de 20% do tamanho das plataformas atuais, permitindo que o cirurgião trabalhe mais próximo do paciente. Por isso, a aposta do mercado é que o sistema seja consideravelmente mais barato que os atuais, podendo custar cerca de 2 milhões de dólares ou mais.

Diante todas essas pistas e dado o considerável apoio financeiro e expertise das empresas envolvidas, o potencial da Verb Surgical é, no mínimo, muito estimulante.

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