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Queda excessiva de cabelo pode ser sinal de câncer de próstata

De acordo com um estudo americano, publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology, a calvície masculina pode estar atrelada a doenças como o câncer de próstata. A pesquisa mostrou que os homens que perderam cabelo na parte da frente da cabeça tinham 40% a mais de chances de desenvolver este tipo de tumor.

Vamos entender melhor sobre a pesquisa e a sua relação com o câncer de próstata?

 

O câncer de próstata

Sabemos que a próstata é um órgão que integra o aparelho reprodutor masculino. Ela fica situada na região pélvica e é responsável pela produção de parte do sêmem (esperma). De pequeno volume e situada logo abaixo da bexiga, a glândula seria um detalhe anatômico se não fosse frequentemente acometida por tumor maligno.

Inclusive, você sabia que o câncer de próstata  é o tipo mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma? Sim. A lesão se desenvolve, na maioria das vezes, em indivíduos acima dos 50 anos, sendo que mais da metade dos casos ocorre na faixa etária de 65 anos ou mais. 

O câncer de próstata começa quando há uma falha na multiplicação das células da glândula, que crescem descontroladamente, formando tumores que podem ser benignos (não são cancerosos) ou malignos (cancerosos).

A maioria dos tumores avança lentamente ao longo de anos, de forma que boa parte dos pacientes convive com a doença por muito tempo antes de apresentar sintomas. Quando aparecem, podem incluir micção frequente, fluxo urinário fraco, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina, disfunção erétil, fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.

Mas, mesmo assim,  muitos homens com idade avançada ainda relutam em seguir as recomendações do rastreamento, dificultando o diagnóstico precoce.

 

Queda de cabelo x câncer de próstata

Bom, vale dizer que a queda capilar pode sinalizar várias doenças, desde complicações cardíacas até problemas na tireoide. Porém, um estudo americano ligou a calvície a doenças como câncer de próstata, revelando que os homens que perderam cabelo na parte da frente da cabeça possuíam 40% a mais de chances de desenvolver este tipo de tumor.

O estudo foi realizado com 30 homens e evidenciou que os calvos apresentaram glândulas 34% maiores do que os que não sofriam do problema.

Por isso, vale se atentar se apresentar:

  • Queda excessiva de cabelos ou em tufos;
  • Couro cabeludo vermelho, que coça muito ou arde;
  • Cabelo mais oleoso que o normal;
  • Sinais de caspa nas roupas e nos fios.

 

Prevenção do câncer de próstata

A prevenção inclui uma alimentação balanceada e a prática de exercícios, o que evita a obesidade, por exemplo. Isso significa que manter o corpo em equilíbrio ajuda no sistema de defesa. Dessa forma, células defeituosas vão ter menos força para se espalhar. 

Além disso, o diagnóstico precoce pode representar até 90% de cura. O acompanhamento com especialistas desde os 45 ou 50 anos e a realização de exames preventivos, conforme o grupo de risco, é a melhor forma de garantir a prevenção.

Mais uma novidade no horizonte da cirurgia robótica

É impressionante como a cada dia nós nos deparamos com uma novidade diferente no mercado da cirurgia robótica. E como eu estou sempre pesquisando sobre o tema, fico fascinado com as possibilidades que estão no horizonte.

Uma delas é uma nova plataforma que está sendo desenvolvida pela empresa irlandesa Medtronic. A companhia vem trabalhando em um dispositivo que incorpora vários elementos do MiroSure, sistema que surgiu da pesquisa sobre telecirurgia e foi desenvolvido pela ala Robótica e Mecatrônica do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

O sistema MiroSure tem até cinco braços minimamente invasivos assistidos por robô que, ao contrário das demais plataformas, podem ser acoplados aos trilhos da mesa cirúrgica, permitindo reposicionamentos sem desencaixe do robô ou interrupção da cirurgia. 

Cada braço pesa 10 kg, proporciona sete graus de liberdade de movimento e utiliza uma variedade de instrumentos laparoscópicos. O sistema também contém um monitor 3D-HD com óculos 3D e o mecanismo de controle fornece feedback tátil.

Além disso, há outros recursos verdadeiramente exclusivos. Primeiro, os braços contêm um modo controlado por impedância, pelo qual o assistente consegue reposicionar os braços robóticos sem alterar a posição e orientação do efeito final, o que permite que a cirurgia continue ininterrupta. 

Segundo, inclui o AutoPointer, que projeta uma imagem no paciente para guiar o posicionamento ideal da porta para uma cinemática eficiente e sem colisões.

Com tudo isso, seria possível operar um coração batendo, com compensação de movimento e coordenação automática de efetores em sincronia com a sístole / diástole, fornecendo ao cirurgião uma imagem estática do órgão. Esse recurso permanece no estágio inicial da pesquisa, mas demonstra uma interessante aplicação futura do MiroSure.

A licença para uso comercial do MiroSure foi vendida para a Medtronic em 2013. Atualmente, a empresa está desenvolvendo seu décimo protótipo e o sistema robótico deve ser lançado nos próximos dois anos, primeiro na Índia e depois nos Estados Unidos.

Teste em urina detecta câncer de próstata 5 anos antes de ele aparecer

Um grupo de cientistas da Universidade de East Anglia (UEA), em Norwich, Reino Unido, desenvolveu um teste simples de urina que consegue revelar se homens terão câncer de próstata cinco anos antes do aparecimento da doença. E o mais interessante: sem que eles precisem passar por biópsias.

Segundo os pesquisadores, o Prostate Urine Risk (PUR) é tão sensível quanto os métodos atuais e consegue identificar, inclusive, o nível de agressividade da doença e em que ponto os homens precisarão de tratamento.

O estudo para o desenvolvimento do teste envolveu 537 homens e identificou 35 genes diferentes que eram marcadores de risco para o câncer, prevendo se os indivíduos teriam que realizar mais exames ou se eles precisariam se submeter a algum tipo de tratamento.

De acordo com o principal autor do estudo, Shea Connell, da Norwich Medical School da UEA, o objetivo do teste é reduzir, enormemente, a chance de os homens passarem por biópsias desnecessárias, o que realmente seria muito bom.

E, apesar de a indicação do PUR ser para homens com suspeita de câncer de próstata, ele também poderia ser usado para pessoas já diagnosticadas com câncer de baixo risco, para monitorar quando elas vão precisar de tratamento dentro desses cinco anos.

A expectativa dos cientistas é que o teste esteja disponível para o público dentro de três anos. 

Se tudo isso se comprovar e o Prostate Urine Risk passar nas exigências das agências reguladoras, um grande número de homens poderia evitar uma biópsia inicial desnecessária, e o acompanhamento repetido e invasivo de pacientes com doença de baixo risco poderia ser drasticamente reduzido. Portanto, fiquemos na torcida! 

Novas opções de tratamento aumentam sobrevida de pacientes com câncer de próstata

Quando o câncer de próstata chega no seu estado mais grave, há poucas opções terapêuticas a serem exploradas e essa é a razão pela qual insistimos no diagnóstico precoce.

Mas temos uma boa notícia para pacientes em estágios mais avançados da doença: de acordo com recentes estudos, a combinação entre medicamentos antitumorais e a terapia hormonal pode aumentar a vida de pacientes em estágio avançado e reduzir a progressão da doença.

Dois estudos apresentados no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia (Asco), maior evento mundial de oncologia, que aconteceu no início deste mês nos Estados Unidos, chegaram a esse resultado: o TITAN e o ENZAMET.

O TITAN avaliou a eficácia e a segurança da apalutamida, uma molécula pertencente a uma classe de medicamentos que inibem a função normal dos hormônios masculinos, como a testosterona (que alimenta e faz crescer o câncer de próstata).

Para chegar ao resultado, o estudo contou com a participação de 230 instituições em todo o mundo e mais de mil pacientes, todos com câncer de próstata metastático e, em média, 68 anos de idade.

Eles foram divididos em grupos: o primeiro recebeu a terapia hormonal junto com o medicamento apalutamida e, o outro, um placebo combinado com a terapia hormonal. Após 24 meses de tratamento, a intervenção combinada com a droga gerou uma redução de 33% no risco de morte e uma queda de 58% na chance de progressão da doença.

Com base nesses dados, a expectativa agora é que a apalutamida obtenha a aprovação da agência reguladora dos Estados Unidos para ser utilizada no câncer de próstata avançado já nos próximos meses.

Já o segundo estudo, chamado ENZAMET, foi o responsável por mostrar a efetividade do bloqueador hormonal enzalutamida. Os cientistas recrutaram 1.125 homens, divididos conforme o tratamento experimental.

O primeiro grupo recebeu o medicamento enzalutamida. O segundo, apenas outros remédios antitumorais. Os participantes também foram subdivididos quanto ao uso combinado ou não da droga odocetaxel, que é um remédio quimioterápico.

Dos 596 homens com tumores maiores e mais graves, 71% dos que receberam enzalutamida continuavam vivos após três anos de estudo. Entre os que receberam outros medicamentos esse número foi de 64%. E, entre os homens que receberam enzalutamida sem docetaxel, 83% estavam vivos, versus 70% do grupo controle.

Agora, os resultados do trabalho serão compilados com os de ensaios similares para que os pesquisadores tenham um conjunto de dados que inclua mais de 10 mil homens. Com esse grande agrupamento de informações, eles esperam poder fazer extensas comparações entre medicamentos e, assim, determinar quais grupos específicos de homens poderão se beneficiar com cada tipo de estratégia de tratamento.

Esse novo uso de drogas já conhecidas é muito animador e reforça a percepção de que, nem sempre, os avanços em termos de benefícios aos pacientes dependem exclusivamente do desenvolvimento de drogas inéditas. Vamos aguardar atentos aos desdobramentos desses estudos e torcer para que ele ofereçam, de fato, um novo caminho para todos nós.

Você é totalmente sincero com o seu médico?

Você diz toda a verdade quando o médico pergunta sobre o que você come, bebe e quais são os seus hábitos? Sim ou não?

 

Um levantamento realizado nos EUA mostrou que a maioria das pessoas não 👎 A pesquisa das universidades de Utah, Iowa e Michigan concluiu que entre 60 e 80% dos pacientes mentem sobre algum aspecto quando vai a uma consulta.

 

O motivo? Medo de ser julgado 😕

 

O estudo contou com mais de 4.500 norte-americanos que tiveram seus questionários avaliados pelos pesquisadores. Uma parte deles tinha, em média, 36 anos de idade, e a outra, perto de 61 anos.

 

As perguntas envolviam temas como mentir ou omitir informações sobre a dieta, a prática de exercícios, automedicação e o cumprimento de instruções médicas.

 

👉 Muitos também não têm coragem de dizer que discordam da recomendação ou que não entenderam direito o que era para fazer. A maioria admitiu já ter deixado de contar pelo menos um detalhe relevante desse tipo para o médico.

 

Você pode estar se perguntando: “Mas por que isso importa tanto?” 🤔

 

A questão é que certos hábitos podem ajudar a definir diagnósticos e tratamentos, especialmente no caso de doenças crônicas. Para quem trabalha com urologia, como eu, o desafio é ainda maior, já que os pacientes têm dificuldade de admitir certas práticas e até sintomas.

 

Por isso, eu sempre digo que é importante haver um esforço das duas partes: os médicos devem melhorar suas habilidades de comunicação, e os pacientes devem se lembrar que os profissionais não estão ali para julgá-los, mas sim para ajudá-los em tudo o que for necessário.

 

Quando vier ao meu consultório ou no de outro especialista, lembre-se disso! Quanto mais franca for a nossa conversa, melhor!

O futuro está aqui: o uso de hologramas na medicina

Vocês sabem que tecnologia é um assunto que sempre me interessa muito. E, há alguns dias, eu me deparei com uma novidade que me convenceu ainda mais de que já estamos vivendo no futuro.

 

Com certeza vocês já ouviram falar em hologramas, certo? Ou então já viram essa tecnologia em ação em vários filmes, especialmente nos de ficção-científica.

 

Mas agora os hologramas são coisa da vida real e estão, inclusive, presentes na medicina: com eles, é possível fornecer aos médicos uma imagem 3D completa de um corpo ou órgão específico.

 

Tradicionalmente, as imagens geradas a partir da varredura de máquinas de tomografia computadorizada e ressonância magnética são fundamentais para as decisões dos cirurgiões. Somente analisando os tumores com base em fotos tiradas de diferentes ângulos, eles podem decidir quando e como remover os tumores.

 

Mas a o ponto fraco dos scanners é que as imagens produzidas são bidimensionais, e os cirurgiões nem sempre são capazes de fornecer um diagnóstico 100% preciso sem uma visualização completa.

 

Holografia

 

É aí que entra o grande trunfo da holografia. Ela possibilita a identificação de problemas com órgãos muito complexos, como o coração ou cérebro, onde anomalias podem ser bem sutis e até passarem despercebidas pelos exames tradicionais.

 

Esse tipo de exibição pode adicionar um nível de detalhes que os atuais serviços de telemedicina, que apresentam apenas imagens planas, não conseguem. Em 3D, o médico pode ter uma noção da profundidade de uma ferida, dos contornos de uma inflamação ou da extensão de uma fratura.

 

Os especialistas podem mover as imagens, dar zoom e manipulá-las de diversas formas, tendo uma sensação muito mais clara da dimensão física e da forma da anatomia humana para avaliar melhor a situação antes de uma operação delicada, por exemplo.

 

No Brasil

 

Aqui no Brasil, alguns hospitais já foram equipados com esse dispositivo para estudos clínicos, pesquisas educacionais e até atendimento. É o caso do Hospital Central do Exército (HCE), no Rio de Janeiro, onde uma junta de médicos-especialistas, em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), já usam a tecnologia para prestar atendimento médico dentro dos hospitais de campanha do município de Assis Brasil, no Acre.

 

No site da FAPERJ – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, eles explicam que, além de ver o paciente em 3D, a junta interage na consulta, auxilia o médico local no diagnóstico de doenças de pacientes e até determinam a necessidade ou não de cirurgia e remoção para uma unidade hospitalar.

 

O aparato tecnológico foi desenvolvido pelos pesquisadores do Núcleo de Estudos de Tecnologias Avançadas da Escola de Engenharia (NETAv/UFF), em parceria com o Corpo de Saúde do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), e já está sendo utilizado semanalmente pelo Exército brasileiro.

 

Semelhante a um consultório comum, com maca, mesa e cadeira, o consultório virtual é equipado também com uma webcam, um microfone, Internet, um tripé – que garante a fixação de um celular capaz de fazer fotos nítidas –, um computador para transmissão de imagem holográfica e lâmpadas, posicionadas estrategicamente para garantir a boa visibilidade do paciente na sala.

 

Enquanto conversa com o médico à sua frente, o paciente também é ouvido e analisado por uma junta, reunida em um centro de saúde holográfico a quilômetros dali, em qualquer grande pólo urbano do País. Na sala, os médicos conseguem ouvir, conversar e ter a visão real da cena, como se estivessem também frente a frente com o paciente.

 

Nos últimos anos, vimos a tecnologia holográfica ser usada para permitir que CEOs, aspirantes a chefes de estado e estrelas da música se espalhassem pelo mundo. Agora, chegou a hora de vermos ela ajudar a salvar vidas e aperfeiçoar, cada vez mais, o atendimento médico a milhares de pessoas.

Cirurgia robótica: um avanço também para os cirurgiões

Muito se fala sobre os benefícios da cirurgia robótica para os pacientes. Eu mesmo sempre faço questão de ressaltar as vantagens das técnicas minimamente invasivas, inclusive aqui no blog.

Mas hoje eu vou tratar o assunto a partir de uma outra perspectiva. Afinal, a tecnologia também trouxe grandes avanços para o trabalho dos cirurgiões que, por meio da cirurgia robótica, são capazes de realizar intervenções muito mais complexas e desafiadoras.

Isso porque a inovação deu aos médicos e às equipes certas capacidades que vão além do que é naturalmente humano. Essas capacidades aumentadas são todas focadas em tornar a cirurgia mais eficaz, menos invasiva e mais fácil para nós e para os pacientes sob os nossos cuidados.

Ao mesmo tempo, as plataformas cirúrgicas inteligentes não substituem a habilidade, a experiência e o conhecimento do cirurgião. O que acontece é que elas elevam a visão e os movimentos a níveis que eram muito difíceis de serem alcançados.

A introdução da visão 3D de alta definição proporciona uma ampliação que dá aos médicos a capacidade de ver a anatomia de maneira mais clara e menos ambígua, possibilitando a capacidade de navegação em estruturas críticas com muito mais cuidado e precisão.

Em relação aos movimentos, as plataformas permitem que o computador e os algoritmos reproduzam fielmente os movimentos comandados pelas nossas mãos, punho e dedos em movimentos precisos, com tremores filtrados. Além disso, as pinças do equipamento alcança locais que a mão humana tem muita dificuldade, especialmente no caso de cirurgias de pequenos orifícios, como a de próstata e de rim.

Por isso, é importante frisar a todo o momento que o robô não substitui o médico, e que todo profissional deve ser muito bem capacitado para utilizar qualquer sistema robótico.

Por essas e outras, o poder dessas ferramentas tem sido transformador até no que pode ser considerado (erroneamente), por muitos, um mero detalhe: a questão da ergonomia. O console substitui as tantas horas que o médico passa de pé sobre um paciente por uma posição confortável que reduz a fadiga e as lesões por esforço repetitivo.

A robótica é uma tecnologia que permite que os cirurgiões façam um trabalho muito melhor e mais completo. Aprimorar os resultados dos pacientes e permitir que os médicos tenham esse desempenho, cada vez mais eficaz, são os pilares dos avanços que têm acontecido e dos muitos outros que chegarão em um futuro que é cada vez mais próximo.

POR QUE É TÃO IMPORTANTE UMA SEGUNDA OPINIÃO MÉDICA?

Um diagnóstico correto é o primeiro passo para um tratamento efetivo. Depois de uma primeira avaliação com um especialista, o paciente pode (e deve) recorrer à consulta de um segundo especialista para uma nova opinião médica. Essa busca deve ser encorajada, especialmente, se o médico não está tão seguro sobre o quadro do paciente.

 

Um estudo da Clínica Mayo, referência nos Estados Unidos em pesquisas de saúde, revelou neste ano que, depois de procurar a segunda opinião de um médico, em 88% dos casos houve divergência quanto ao diagnóstico. Apenas 12% dos participantes receberam a confirmação da primeira avaliação.

 

Para se aprofundar na extensão dos erros de diagnóstico, os pesquisadores examinaram os registros de pacientes durante dois anos. Em 21% dos casos, o diagnóstico foi completamente alterado e para 66% dos pacientes houve uma redefinição ou detalhamento do quadro.

 

A medicina não é uma ciência exata. Os profissionais dessa área estão sujeitos a erros como quaisquer outros. Muitas vezes, eles próprios recorrem à opinião de colegas e descobrem que estavam equivocados em sua avaliação. Além disso, há diferentes formas de tratar uma doença e, nem sempre, o que dá certo para um é o melhor para o outro.

 

Não ter um outro ponto de vista pode levar à realização de cirurgias desnecessárias ou à complicações que signifiquem procedimentos mais caros, atrasos na terapia ou até à piora do quadro. É preciso, por exemplo, avaliar se não há outras opções de tratamentos disponíveis, menos invasivas ou com melhor prognóstico. Uma segunda opinião deixa o paciente e a família mais confiantes. Não tenha vergonha ou receio de questionar o seu médico.

 

Câncer de rim: o que você precisa saber sobre essa doença letal e silenciosa

É pouco provável que você conheça alguém que enfrenta ou tenha enfrentado essa doença. Ao contrário do câncer de próstata (2ª maior causa de mortes entre homens), ou do mamário (o que mais mata mulheres em todo o mundo), os tumores renais são relativamente raros. Trabalhos publicados em periódicos como o Journal of the National Comprehensive Cancer Network apontam que sua incidência corresponde a menos de 3% total de carcinomas catalogados.

Por outro lado, quem já acompanhou um caso dessa enfermidade de perto frequentemente tem um final trágico para relatar. Segundo a Globocan (braço da Organização Mundial de Saúde que sistematiza estatísticas sobre diversos tipos de câncer), a taxa de mortalidade das neoplasias renais chega a 54% no Brasil. Ou seja: mais que o dobro da taxa de óbitos registrada para o câncer de próstata, que é de 25% (dados da Sociedade Brasileira de Urologia).

Estamos falando de um mal que, sim, muitas vezes avança de forma agressiva. A literatura médica, contudo, mostra que seu desenvolvimento pode ser lento em parte significativa dos pacientes. O maior trunfo do câncer renal é ser praticamente silencioso.

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