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Maior empresa de dispositivos médicos do mundo lança seu próprio robô cirúrgico

Mais uma nova alternativa ao sistema da Vinci vem surgindo no horizonte da cirurgia robótica. A Medtronic, maior empresa de dispositivos médicos do mundo, está divulgando uma nova plataforma de cirurgia assistida por robô, mais flexível e econômica do que os sistemas atualmente disponíveis no mercado: o sistema Hugo RAS.

A empresa planeja lançar o sistema em locais não divulgados, mas fora dos EUA, no início do próximo ano. O objetivo é começar a coletar dados clínicos para obter a liberação no país em cerca de dois anos.

Em relação aos possíveis valores da plataforma, a expectativa da Medtronic é reduzir os custos dos procedimentos do sistema aos níveis observados nos sistemas laparoscópicos, o que seria muito bom.

O sistema Hugo inclui uma torre, console para o cirurgião, efetores terminais cirúrgicos e carrinhos de braços robóticos.

Os principais aspectos do sistema incluem:

Modularidade – Os braços e outras partes do sistema são modulares e ficam sobre rodas, permitindo flexibilidade quando se trata de posicionamento e troca de peças da plataforma. Um cirurgião poderia concluir um procedimento com um braço, afastá-lo e iniciar um procedimento laparoscópico ainda usando a torre, por exemplo.

Após a operação, a equipe do hospital poderia desmontar o sistema e transformá-lo em uma segunda “sala de cirurgia” já esterilizada e preparada, para que o cirurgião pudesse iniciar rapidamente um novo procedimento após um pequeno intervalo. Além disso, como os braços são modulares, o hospital pode dividi-los para usá-los em diferentes operações ao mesmo tempo.

Uso universal – A torre e seu sistema de visualização, gerador, processadores e endoscópio destinam-se a suportar cirurgias assistidas por robô, aplicações laparoscópicas e até cirurgias abertas. O gerador FT10 que alimenta o sistema robótico é o mesmo tipo de gerador que alimenta dispositivos laparoscópicos e de cirurgia tradicional.

Atualização – A Medtronic projetou o Hugo RAS para que os prestadores de serviços de saúde possam trocar novos sistemas, geradores etc assim que estiverem disponíveis, sem que seja necessário comprar um sistema totalmente novo. A empresa também possui uma linha de aplicativos e recursos de software que serão lançados e atualizados continuamente.

Console aberto – O design do console cirúrgico possui uma arquitetura aberta com pedais, para que os cirurgiões possam interagir com o paciente e com a equipe de cirurgia durante os procedimentos. Ao mesmo tempo, os óculos tridimensionais de alta definição proporcionam uma experiência imersiva.

Aproveitamento da experiência existente em ferramentas cirúrgicas – A ideia da Medtronic é aproveitar a experiência e o know-how do seu portfólio de instrumentação cirúrgica já existente, o que faz sentido uma vez que os instrumentos do sistema podem ser uma grande fonte de receita para a empresa. Além disso, poder contar com instrumentos familiares é algo que faz uma grande diferença para os cirurgiões.

Em resumo, é isso. Lembrando que a Medtronic já é ativa no mercado de cirurgia da coluna assistida por robô desde 2018, após comprar a empresa Mazor Robotics por 1,7 bilhão de dólares. Um mês depois da compra, eles lançaram nos EUA sua própria plataforma cirúrgica de coluna vertebral assistida por robô, a Mazor X Stealth.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Robô cirúrgico do Google

O Google também está entrando com tudo no campo da cirurgia robótica. A partir de uma colaboração entre a Ethicon Endo-Surgery (uma divisão da Johnson & Johnson) e a Verily (antiga Google Life sciences), foi fundada em 2015 a Verb Surgical, uma empresa que usará tecnologia robótica para ser pioneira no que eles chamam de “Cirurgia 4.0”, que transcende o paradigma atual de cirurgia mestre-escrava e incorpora o aumento da autonomia robótica e aprendizado de máquina.

Para isso, a plataforma da Verb consiste em cinco pilares de tecnologia: robótica, visualização, instrumentação avançada, conectividade e análise de dados. Quando lançada, essa será a primeira plataforma de cirurgia digital totalmente conectada do mundo.

Fora isso, ainda se sabe pouco sobre a novidade, já que o sistema está envolto em sigilo corporativo. O que se pode adiantar é que a companhia está trabalhando ativamente com empresas parceiras e com médicos para testar a plataforma em laboratórios pré-clínicos.

Apesar de todo o mistério, nós já temos algumas pistas: a Verb Surgical está licenciando a tecnologia robótica da Stanford Research International Robotics (SRI), que iniciou o desenvolvimento do sistema cirúrgico telerobótico M7 em 1998.

As principais características deste sistema incluem 2 braços robóticos com 7 graus de liberdade, um sistema leve pesando 15 kg, feedback visual, auditivo e tátil ao cirurgião e compensação para movimentos externos.

Este sistema foi desenvolvido principalmente para telecirurgia de longa distância (particularmente no campo de batalha) e testes foram conduzidos tanto a 60 pés debaixo d’água quanto a bordo da aeronave NASA C-9, simulando cirurgia em gravidade zero.

O Big Data e o aprendizado de máquina baseados no Google também terão, naturalmente, um papel importante para ajudar os cirurgiões a tomar decisões melhores e mais completas no meio de uma operação.

Além disso, já se sabe que o robô de Verb terá cerca de 20% do tamanho das plataformas atuais, permitindo que o cirurgião trabalhe mais próximo do paciente. Por isso, a aposta do mercado é que o sistema seja consideravelmente mais barato que os atuais, podendo custar cerca de 2 milhões de dólares ou mais.

Diante todas essas pistas e dado o considerável apoio financeiro e expertise das empresas envolvidas, o potencial da Verb Surgical é, no mínimo, muito estimulante.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Sistema Senhance

O da Vinci continua sendo o robô cirurgião mais conhecido e utilizado mundialmente. Mas ele não é o único: nos últimos anos, muitas empresas desenvolveram sistemas com recursos de alta tecnologia que tornam a cirurgia robótica cada vez mais avançada e abrangente.

Um deles é o Senhance, que compete no mercado com o com a Intuitive Surgical e sua linha de sistemas da Vinci. Desenvolvido pela empresa norte-americana TransEnterix, a plataforma já sendo utilizada para reparar hérnias, remover vesículas biliares e tratar várias outras condições urológicas e ginecológicas.

Diferenciais

Embora funcione de maneira semelhante ao da Vinci, o Senhance conta com um enorme diferencial: feedback tátil nos controles. O cirurgião consegue “sentir”, nas pontas dos próprios dedos e em tempo real, quando o robô entra em contato com estruturas anatômicas.

Além disso, os controles do instrumento são mais ergonômicos e se assemelham bastante aos instrumentos cirúrgicos tradicionais, o que pode ajudar bastante na transferência de habilidades do cirurgião da cirurgia convencional para o sistema robótico.

Outro importante avanço proporcionado pelo Senhance é o óculos laparoscópico em 3D-HD, que além de permitir que o médico veja o interior do corpo em alta definição, conta com um sistema de rastreamento ocular para controle de câmera. Pela primeira vez em uma plataforma cirúrgica robótica, o cirurgião consegue mover a câmera laparoscópica simplesmente movendo os próprios olhos. 

A dinâmica da cirurgia é a mesma: pequenos instrumentos cirúrgicos são inseridos através de mínimos orifícios e os cirurgiões controlam o robô a partir de uma estação de trabalho. O equipamento conta com três braços robóticos laparoscópicos em carrinhos separados (em oposição ao carrinho único do da Vinci) e alças laparoscópicas com seis graus de liberdade para controlar os instrumentos.

Aprovações

Na Europa, o sistema é licenciado para uso em procedimentos abdominais, pélvicos e torácicos, excluindo cirurgia cardíaca. Nos Estados Unidos, o Senhance recebeu aprovação da FDA em outubro de 2017, tornando-se o primeiro novo operador de robótica cirúrgica abdominal no país desde 2000. 

Recentemente, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão concedeu aprovação ao robô para laparoscopia em cirurgia geral, ginecológica, urológica e alguns procedimentos torácicos, o que é um marco importante já que o país é o segundo maior mercado de robótica cirúrgica do mundo, perdendo apenas para os estadunidenses.

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