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Câncer de próstata: este assunto precisa deixar de ser tabu

O câncer de próstata e a realização de exames preventivos como toque retal, ainda são um tabu para grande parte do público masculino.

O problema é que, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), muitas pessoas morrem, por ano, com a doença, justamente pela falta de diagnóstico precoce.

Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde apontam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor. No ano passado, 16.055 homens morreram em consequência da patologia, o que equivale a aproximadamente de 44 mortes por dia.

Mas por que falar do câncer de próstata ainda é um tabu em pleno 2022?

Continue a leitura para saber mais sobre o assunto, principalmente agora, que estamos na campanha Novembro Azul.

Sobre o câncer de próstata

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, depois do câncer de pele não melanoma, sendo o segundo que mais mata, depois do câncer de pulmão. Os fatores de risco são atrelados à idade avançada, sobrepeso e exposição a certos produtos e substâncias químicas.

O que dificulta o diagnóstico do câncer de próstata é que, geralmente, ele não apresenta sintomas evidentes em estágio inicial. De toda maneira, um dos sinais é a dificuldade em urinar ou a necessidade de urinar mais vezes.

O diagnóstico da doença é feito por meio da testagem do sangue, por um exame conhecido como dosagem de PSA e através do toque retal, em que o médico avalia a presença de nódulos ou tecidos endurecidos, o que pode ser um indicativo para câncer de próstata.

O tabu do toque retal

O exame de toque retal é, sem dúvida, o principal motivo de tabu entre os homens. Porém, ele se faz necessário para que os cuidados adequados sejam adotados.

O preconceito é fruto de uma cultura machista ainda muito arraigada e que leva os homens a se recusarem a fazer o exame.

Para quebrar o tatu, é importante muita divulgação, informação e campanhas de conscientização, falando sobre o tema de forma natural e como algo que faz parte da vida do homem.

É crucial que o público masculino entenda que a saúde deve ser colocada em primeiro lugar, acima de qualquer construção cultural que possa levar ao preconceito.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com o estado de saúde do sujeito e do estágio da doença, podendo variar, por exemplo, entre: radioterapia, terapia hormonal e cirurgia.

Prevenção

Os homens a partir de 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, devem procurar um urologista para avaliação individualizada. Aqueles que integram o grupo de risco são orientados a começar os exames mais cedo, a partir dos 45 anos.

Pandemia afeta diagnóstico de câncer de pênis

Pandemia afeta diagnóstico de câncer de pênis

O mês de fevereiro é marcado por uma importante campanha da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU): Prevenção ao Câncer de Pênis. Apesar de não ser uma doença tão recorrente, acometendo cerca de 2% dos brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, INCA, o câncer de pênis, se não diagnosticado de forma precoce, pode levar a graves consequências, como a amputação do membro. 

 

E a pandemia provocada pela Covid-19 fez com que o diagnóstico da doença caísse bastante, se comparado aos anos anteriores. De acordo com o Datasus, em 2019, o Brasil registrou 2.197 casos da doença, enquanto em 2020, ano em que se iniciou a pandemia, o número de diagnósticos de câncer de pênis não passou de 1.791. 

 

Sem diagnóstico precoce, as chances de um tratamento mais conservador para o câncer de pênis são reduzidas de forma drástica. Só para efeito de comparação, em 2019 quando foram registrados mais casos da doença, o número de penectomia (amputação do pênis) foi de 637 casos, enquanto que em 2020, mesmo com um número menor de diagnósticos, as amputações chegaram a 455. Esses dados revelam que, mesmo com menor número de diagnósticos, os casos estão cada vez mais graves, sendo a penectomia a única solução definitiva para combater a doença. 

 

A penectomia traz várias consequências para a qualidade de vida do homem muito além da sexualidade. Além do preconceito que envolve a doença, o paciente pode ter dificuldades para urinar, não conseguir mais ter relações sexuais satisfatórias e problemas emocionais graves. 

 

Fatores de risco para o Câncer de Pênis

 

A doença ainda está bastante ligada a fatores culturais e à vulnerabilidade social. Infelizmente, ainda não é comum falar abertamente sobre os cuidados com a saúde íntima e a má higiene do pênis é um fator de risco para o desenvolvimento da doença. O simples ato de lavar a genitália com água e sabão já ajuda o homem a se prevenir do câncer. 

 

Outros fatores de risco são: 

  • Papilomavírus Humano, HPV, infecção sexualmente transmissível que causa desde verrugas até o câncer de pênis; 
  • Fimose; 
  • Tabagismo;
  • Doenças sexualmente transmissíveis;
  • Lesões no pênis não tratadas;
  • Zoofilia. 

 

O câncer de pênis também está ligado à falta de saneamento básico, baixo índice de escolaridade, difícil acesso ao sistema de saúde e higiene inadequada do local. 

 

Sinais e Sintomas

 

Uma das maneiras de detectar a doença de forma precoce é observar o órgão genital. Lesões no pênis avermelhadas ou que mudam de cor, prurido na região, feridas que não cicatrizam, alteração na textura do pênis, principalmente em cima da lesão que podem se tornar mais ásperas, secreção malcheirosas, verrugas, nódulos no pênis ou na região da virilha merecem uma atenção especial e uma consulta com o médico urologista. 

 

Prevenção e Diagnóstico Precoce

 

Além da higienização adequada, é impressidível que os homens usem preservativos em todas as relações sexuais e façam a postectomia, que é a retirada da fimose. Crianças e adolescentes também devem ser vacinados contra o HPV, que ajuda a proteger contra a doença na fase adulta. 

 

O tratamento vai depender, em grande parte, do grau de acometimento das lesões no pênis. Em tumores pequenos, o médico consegue ressecar os nódulos, mantendo o órgão e com chances de cura bastante elevadas. Em pacientes com diagnóstico tardio e lesões extensas, a penectomia parcial ou total pode ser a única alternativa. 

 

Infelizmente, o Brasil hoje está entre os países com maior incidência de câncer de pênis do mundo, comparado a nações cujo índice de pobreza é bastante elevado. Por isso mesmo, campanhas como essa realizadas pela Sociedade Brasileira de Urologia são tão importantes para esclarecer sobre a doença e promover a prevenção e o diagnóstico precoce. 

O papel do urologista na saúde e bem-estar do homem

O papel do urologista na saúde e bem-estar do homem

Além de ser responsável pelo tratamento de problemas relacionados ao trato urinário de ambos os sexos e ao aparelho genital masculino, o urologista é, também, aquele que vai trabalhar com questões muito delicadas e específicas do homem. É papel desse profissional estar ao lado do paciente para lidar com sua intimidade, sexualidade e fragilidades em momentos difíceis como depois do diagnóstico de câncer de próstata, por exemplo.

Infelizmente, ainda é um desafio convencer os homens a frequentar o médico urologista para fazer o exame preventivo do câncer de próstata e também para diagnosticar e tratar a causa de sintomas que, muitas vezes, se arrastam por meses e até anos. 

O homem ainda tem dificuldades de cuidar da própria saúde

Na nossa cultura, os homens não são ensinados a demonstrar fraquezas porque precisam ocupar o papel de herói ou provedor da família. Na prática, isso acaba se refletindo em muita negligência com a própria saúde. Muitos estudos apontam que os homens vão menos ao médico (em todas as especialidades), consomem mais álcool e, de maneira geral, morrem mais cedo do que as mulheres. 

Esse é um dos motivos pelos quais a cada 41 homens, um morrerá de câncer de próstata. Afinal, a doença é silenciosa e precisa ser detectada precocemente, quando as chances de cura são altíssimas. Se o homem não vai ao médico, é impossível diagnosticar a doença em estágios iniciais. 

Preconceito contra a especialidade da urologia

Embora seja comum que as mulheres frequentem o ginecologista antes mesmo de iniciar sua vida sexual, muitos homens passam a vida inteira sem visitar o médico urologista. Outros, têm sua primeira consulta com esse profissional depois de aparecerem os sintomas de doenças como o câncer de próstata.

Ainda existe um preconceito contra o urologista que não passa de desinformação. Por esse motivo campanhas como o Novembro Azul são tão importantes: elas ajudam a desmistificar a especialidade, fazendo com que o homem entenda que a ida ao urologista é benéfica e fundamental para manter a saúde como um todo. 

O urologista é o médico ideal para lidar com questões da intimidade masculina

Desde a puberdade, o corpo do homem passa por mudanças específicas que podem levantar muitas dúvidas. O adolescente, inclusive, está sujeito a ter problemas urológicos como doenças sexualmente transmissíveis, varicocele e ejaculação precoce. 

Idealmente, o homem começaria a frequentar o médico urologista desde esse período, para compreender ainda cedo como seu corpo funciona e como preservar a sua saúde reprodutiva e sexual. Entretanto, essa ainda não é a realidade, e, atualmente, recomenda-se que os homens procurem esse especialista para realizar os exames de rastreamento do câncer de próstata, somente aos 50 anos (ou 45, para quem tem histórico da doença na família). 

Esse tipo de tumor ainda é muito comum, e afeta significativamente a auto-estima, sexualidade e intimidade do homem. Logo após o diagnóstico, os homens já costumam levar um grande choque porque são forçados a lidar, bruscamente, com sua fragilidade humana, aspecto que foram ensinados a ignorar. 

Além dos complexos sentimentos que vem à tona nesse momento, o próprio tratamento do câncer de próstata pode trazer efeitos colaterais que impactam a identidade masculina. A impotência sexual e a incontinência urinária são os mais comuns e, em alguns casos, chegam a afastar o homem do tratamento adequado. 

Em todo esse processo, o acompanhamento do urologista é fundamental. Afinal, é ele quem vai explicar para o paciente todos os detalhes sobre os tratamentos disponíveis e trazer orientações a respeito da recuperação da potência sexual e da continência. 

Ao longo dos meus 20 anos de profissão, percebi que para o paciente, se curar do câncer de próstata, em muitos casos, não é suficiente. Os homens querem se recuperar de maneira plena e continuar com sua vida sexual, que é uma parte tão importante da vida adulta. 

De qualquer forma, o médico é, frequentemente, a única pessoa com quem o homem consegue compartilhar esse aspecto do câncer, já que pode estar enfrentando o medo, o constrangimento e até mesmo a depressão durante esse período. 

O urologista está preparado para estar ao lado do paciente em todo esse processo e ajudá-lo a resgatar sua sexualidade. Se for o caso, poderá trabalhar de maneira multidisciplinar com um sexólogo ou psicólogo, já que a mente também tem um papel central na função erétil.

Espero que esse texto tenha te ajudado a entender o papel central do urologista na saúde masculina. Se você quer continuar se informando a respeito desse universo, me acompanhe no Instagram ou no Facebook. Estou preparando conteúdos muito bacanas para as próximas semanas. 

Preciso mesmo fazer o toque retal, doutor?

Sim, precisa! E vou te explicar porquê: ele pode te livrar do câncer de próstata que, quando não tratado a tempo, pode ocasionar prejuízos físicos, psicológicos e sociais de difícil superação. Impotência, incontinência urinária, apenas para citar alguns deles.

E não há porque temer o exame, pois ele é um procedimento indolor e muito rápido. Entre o momento em que o urologista veste a luva de látex e o instante em que diz “pronto, pode se vestir”, leva dois minutos, no máximo. Ou seja: quando você assusta, já foi! 

O toque retal ou exame de próstata também serve para detectar a hiperplasia benigna da glândula (aumento natural) ou a presença de tumores malignos na área. Para realizá-lo, o urologista insere o dedo indicador devidamente lubrificado e protegido por uma luva de látex no ânus do paciente, a fim de examinar a região situada no fim do intestino grosso. 

A intenção do médico é tão somente verificar, por meio do tato,  o tamanho, densidade e formato da próstata, procurando por caroços, pontos moles ou endurecidos e outras anormalidades. Ás vezes, pedimos para que o paciente faça força como se fosse defecar. O ânus, assim, fica mais acessível, o que torna o procedimento mais rápido. 

Se você nunca fez o exame de próstata, não tema ter que ficar em posições vexatórias dentro do consultório. Isso de maneira alguma é necessário. Há casos em que a pessoa pode se posicionar até mesmo de pé. O mais importante é manter-se o mais relaxado possível. 

O toque é geralmente feito junto com um outro teste, chamado PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a concentração de uma enzima produzida pela próstata no sangue. 

Quem deve fazer o toque retal, a partir de quando?

Até 2008, era comum ver campanhas governamentais como a Novembro Azul incentivando todos os homens acima dos 45 anos a se submeterem aos exames de rotina (toque retal e PSA). O que faz algum sentido dentro da perspectiva de que o diagnóstico precoce é o melhor caminho para a cura do câncer de próstata. 

Ocorre que, depois de rever estudos publicados desde a década de 1950 sobre o assunto, pesquisadores de países como o Canadá e os Estados Unidos verificaram que o rastreamento universal não reduz significativamente a mortalidade pela doença. 

Outra constatação foi de que o resultado do PSA e do toque retal, não raro, levam à  recomendação de cirurgias e terapêuticas desnecessárias a pacientes assintomáticos, cujos tumores, quando encontrados, são muitas vezes inofensivos. A retirada total da próstata, a radioterapia, as biópsias e outros procedimentos do clássico protocolo de combate ao carcinoma prostático podem, portanto, afetar sobremaneira a qualidade de vida do indivíduo sem que haja aí uma vantagem real pra ele. Muitos desses tumores permanecem “quietos” no organismo do paciente sem causar grandes prejuízos. 

Diante dessas conclusões, o protocolo de rastreio do câncer de próstata foi então atualizado. Acompanhe algumas de suas mais importantes diretrizes: 

Recomenda-se a avaliação de todos os homens com mais de 50 anos, desde que sua expectativa de vida compreenda ao menos mais uma década. Caso contrário, o benefício de um possível tratamento não compensará as complicações associadas.

Sobre idade para iniciar os exames  preventivos: depende do risco associado ao perfil do paciente. 

50 anos para homens de risco igual ao da média;

45 anos para os de alto risco (descendentes de negros familiares de primeiro grau diagnosticados com de câncer de próstata antes dos 65 anos);

40 anos para os de altíssimo risco (diversos parentes com câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos).

3) Níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL:  o exame pode ser repetido apenas a cada 2 anos (ao contrário da repetição anual recomendada anteriormente). Quando os níveis estiverem acima desse valor, o exame deve ser anual;

4) PSA entre 2,5 e 4,0 ng/mL requer conduta individualizada: biópsia quando houver risco mais alto (ascendência negra, história familiar de câncer de próstata, idade mais avançada e toque retal alterado). 

5) O tradicional valor de 4,0 ng/mL para o PSA ainda é considerado como o limite a partir do qual deve ser indicada a biópsia de próstata, apesar de não haver segurança de que esse seja o ponto de corte ideal.

Dúvidas? É só me chamar nos comentários. E por favor, marmanjada: superem o medo do toque retal!

Câncer de próstata: para cada fase, um tipo de tratamento

Para todas as fases da evolução do câncer de próstata, há um tratamento adequado. E a escolha mais adequada deve ser individualizada e definida após discussão entre médico e paciente sobre os riscos e benefícios de cada método.

As opções para cada fase são:

➡ Doença localizada (confinada à próstata)

  • Vigilância ativa – acompanhamento clínico da doença, quando o tumor é pouco agressivo

O paciente é acompanhado de perto, fazendo exames regulares de PSA e toque retal a cada 6 meses. Biópsias poderão ser realizadas, para verificar a evolução da doença. Mas, se a qualquer momento for constatado o crescimento do tumor ou alguma alteração com base nos resultados dos exames de acompanhamento, o tratamento é iniciado. Essa abordagem pode ser indicada se a doença não estiver provocando nenhum sintoma e se o tumor estiver se desenvolvendo lentamente, for pequeno e estiver contido dentro da próstata. 

  • Cirurgia radical – aberta (convencional), laparoscópica e robótica

A cirurgia — chamada prostatectomia radical — consiste na remoção de toda a próstata, das vesículas seminais e, por vezes, dos linfonodos regionais. É obrigatória a retirada da próstata inteira porque, na maioria das vezes, o tumor é multifocal. 

A prostatectomia radical realizada em plataforma robótica é, atualmente, a cirurgia mais comum para o tratamento do câncer da próstata, sendo responsável por mais de 90% de todas as prostatectomias realizadas nos Estados Unidos. Isso porque a tecnologia fornece visão HD e 3D da região, filtragem de tremor, incisões pequenas e uma série de outros importantes recursos. Com isso, o paciente tem um retorno mais rápido às suas atividades rotineiras, um tempo mais curto de hospitalização e um risco reduzido de ter incontinência e impotência sexual. Outras vantagens são a menor perda sanguínea, menor necessidade de transfusão e menos dor em todo o processo.

A prostatectomia radical laparoscópica também é uma cirurgia minimamente invasiva que não demanda uma grande incisão e que conta com importantes tecnologias, como a fibra ótica e a magnificação da imagem pela visão ampliada, o que permite realizar o procedimento de forma precisa. Ela também possibilita benefícios como menor índice de infecção, redução da dor pós-operatória e do sangramento, um menor período de hospitalização e um retorno mais rápido às atividades normais.

  • Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais com radiação. As técnicas evoluíram bastante na última década e, hoje, é possível dirigir os raios com muito mais precisão, de modo a atingir predominantemente a próstata e poupar ao máximo o reto e a bexiga. 

Podem ser empregadas duas formas: a radioterapia externa e a interna. Na radioterapia externa, o tumor de próstata é enquadrado no campo de radiação através de exames de imagem e de cálculos matemáticos. O tratamento tem a duração aproximada de sete a oito semanas (de segunda a sexta-feira).

Já a radioterapia interna é uma técnica que se baseia na colocação de sementes radioativas no interior da próstata, que são introduzidas por via retal sob anestesia. O procedimento é realizado em um único dia, e não requer internação hospitalar. Mas o procedimento só é indicado para tumores pequenos, com PSA baixo (geralmente menor do que 10 ng/mL) e pouco agressivos.

➡ Doença localmente avançada (ultrapassa somente os limites da próstata)

Cirurgia radical acompanhada ou não de hormônio e Radioterapia.

➡ Doença avançada (já presente em outros órgãos):

Tratamento clínico com hormonioterapia, quimioterapia e drogas orais, que melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida.

A hormonioterapia é uma indicação para pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, com uma probabilidade de resposta maior que 85%. Porém, ao contrário da radioterapia e da cirurgia, na doença localizada, o tratamento hormonal tem a capacidade de controlar, e não de curar o câncer.

Na prática, a hormonioterapia do câncer de próstata consiste em privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona, hormônio masculino que alimenta a doença. As duas drogas mais utilizadas para o bloqueio hormonal medicamentoso são a gosserrelina e a leuprolida.

Embora a hormonioterapia seja bastante eficaz nas fases iniciais, as células malignas eventualmente se tornam resistentes ao tratamento hormonal. Nessas situações, podem ser utilizadas outras medicações que bloqueiam a ação da testosterona, por exemplo: dietilestilbestrol, bicalutamida, flutamida, nilutamida e cetoconazol. Em certos casos, os corticoides também podem ser utilizados.

Quimioterapia

A quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, administrados por via intravenosa ou por via oral. Para atingir as células cancerígenas em todo o corpo, ela é administrada na corrente sanguínea, tornando este tratamento potencialmente útil para tumores que se disseminaram (metástase) para outros órgãos.

Em alguns casos, a quimioterapia é usada se a doença está disseminada e a terapia hormonal não dá nenhuma resposta. Pesquisas recentes mostraram que a quimioterapia pode ser útil se administrada junto com a hormonioterapia. 

Precisamos falar sobre depressão masculina

Muitas vezes nós, urologistas, desempenhamos um papel a mais no nosso consultório: o de psicólogo. Principalmente porque muitos homens ainda têm um pensamento extremamente racional acerca de si mesmos e de seus problemas quando, na verdade, há questões muito mais profundas que precisamos trazer à luz.

Se tem uma coisa que tantos anos de urologia me ensinaram é que certas queixas masculinas, não raro, constituem a ponta de um iceberg que, muitas vezes, atende pelo nome de depressão.

E é justamente sobre esse tema tão importante que eu gostaria de conversar com vocês hoje, neste Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “mal do século XXI”, a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo (dados da própria OMS). Em uma década – de de 2005 a 2015 – esse número cresceu 18,4%, o que é bem preocupante.

A prevalência do transtorno na população mundial é de 4,4%. Já no Brasil, 5,8% da população enfrenta esse problema, ou seja: 11,5 milhões de brasileiros.  Na América Latina, aliás, somos campeões do ranking de deprimidos e, na américas, ficamos atrás apenas dos Estados Unidos.

Ainda de acordo com OMS, apenas 10% das pessoas conseguem ter acesso a estratégias de tratamento e prevenção dessa doença, cujo desfecho, em muitos casos, é o suicídio – sobretudo entre os homens. Enquanto as mulheres são mais propensas à depressão, a prevalência de autoextermínio entre nós é significativamente maior, numa proporção de 4 para 1.

Sintomas da depressão masculina

Estamos falando, portanto, de um mal que, entre os homens, é mais letal. E por quê? O primeiro motivo é que a depressão masculina é mais silenciosa. Em nossa cultura, infelizmente machista, homem não chora, nem expõe seus sentimentos. Deste modo, enquanto as mulheres estão acostumadas a falar sobre suas tristezas, entre outras questões internas, assim como a buscar ajuda e informação, nós ainda somos seres muito reprimidos pela cultura do machão.  

Normalmente, só buscamos esse tipo de tratamento quando obrigados pela mãe, irmã ou namorada. Dificilmente, o homem toma a iniciativa de cuidar de sua saúde mental. Quando (e se) ele procura um médico espontaneamente, a intenção é quase sempre resolver problemas aparentemente superficiais, mas que já começaram a afetar terceiros. Suas queixas, nesse sentido, normalmente são:

  • Não tenho vontade de fazer sexo e isso está acabando com meu casamento;
  • Sinto raiva o tempo todo e isso está arruinando minha vida profissional;
  • Tudo o que eu quero fazer no meu tempo livre é dormir porque trabalho muito e me sinto cansado, mas as pessoas não entendem isso.

E é claro que 99% desses relatos terminam com um pedido de “remédio” que faça o sujeito parar de ser incomodado e/ou de incomodar os outros. Esses, no entanto, são justamente os sinais que podem indicar a presença da depressão que, em nós, têm ainda as seguintes peculiaridades:

  • Abuso de pornografia
  • Dedicação em excesso ao trabalho (o homem se torna um workaholic)
  • Perda de apetite para a vida e da capacidade de tomar decisões
  • Emagrecimento (perda de 5% do peso em cerca de um mês, por exemplo) ou ganho de peso
  • Falta de apetite ou compulsão alimentar
  • Adoção de comportamentos de risco (dirigir em alta velocidade, jogos de azar etc)
  • Maior frequência do consumo de álcool e outros psicotrópicos

Como sair dessa

Infelizmente, eu não posso oferecer nenhuma solução mágica, tampouco remédio milagroso. Mas posso apontar um caminho de cura ou convivência com a depressão (sim, em alguns casos, a doença é crônica). Alguns passos importantes nessa direção incluem:

👉 Procurar ajuda

Deixe que um profissional (psicólogo e/ou psiquiatra) avalie a melhor abordagem para a restauração do seu equilíbrio emocional.

👉 Fique atento aos seus níveis de testosterona

Homens com níveis baixos desse hormônio têm mais risco de desenvolver depressão. A testosterona, afinal, estimula a produção de dopamina, o mediador químico do humor.

👉 Regule seu sono

Noites mal-dormidas elevam o estresse e, assim, podem nos deixar melancólicos.  Aliás, tanto a insônia, quanto o excesso de sono são indícios de depressão. Procure dormir, no mínimo 7 e no máximo 9 horas por noite.

👉 Pratique exercícios

Diversos estudos têm demonstrado que o exercício físico é um poderoso aliado dos antidepressivos no tratamento da depressão.

👉 Cuide da sua alimentação

Há também pesquisas que demonstram como alimentos naturais e integrais como ovos, carne, legumes e frutas auxiliam no processo de recuperação de crises depressivas, assim como  o junk food atrapalha.

Minha última e principal recomendação é: reconheça-se frágil. Como bem define o psicólogo e autor paulista Frederico Mattos: “A depressão masculina é um tipo de lembrete da própria humanidade do homem que é chacoalhado em sua tentativa de se defender dos seus próprios medos.”

POR QUE É TÃO IMPORTANTE UMA SEGUNDA OPINIÃO MÉDICA?

Um diagnóstico correto é o primeiro passo para um tratamento efetivo. Depois de uma primeira avaliação com um especialista, o paciente pode (e deve) recorrer à consulta de um segundo especialista para uma nova opinião médica. Essa busca deve ser encorajada, especialmente, se o médico não está tão seguro sobre o quadro do paciente.

 

Um estudo da Clínica Mayo, referência nos Estados Unidos em pesquisas de saúde, revelou neste ano que, depois de procurar a segunda opinião de um médico, em 88% dos casos houve divergência quanto ao diagnóstico. Apenas 12% dos participantes receberam a confirmação da primeira avaliação.

 

Para se aprofundar na extensão dos erros de diagnóstico, os pesquisadores examinaram os registros de pacientes durante dois anos. Em 21% dos casos, o diagnóstico foi completamente alterado e para 66% dos pacientes houve uma redefinição ou detalhamento do quadro.

 

A medicina não é uma ciência exata. Os profissionais dessa área estão sujeitos a erros como quaisquer outros. Muitas vezes, eles próprios recorrem à opinião de colegas e descobrem que estavam equivocados em sua avaliação. Além disso, há diferentes formas de tratar uma doença e, nem sempre, o que dá certo para um é o melhor para o outro.

 

Não ter um outro ponto de vista pode levar à realização de cirurgias desnecessárias ou à complicações que signifiquem procedimentos mais caros, atrasos na terapia ou até à piora do quadro. É preciso, por exemplo, avaliar se não há outras opções de tratamentos disponíveis, menos invasivas ou com melhor prognóstico. Uma segunda opinião deixa o paciente e a família mais confiantes. Não tenha vergonha ou receio de questionar o seu médico.

 

11 MITOS E VERDADES SOBRE SAÚDE DO HOMEM

Homens vivem em média 7 anos a menos que as mulheres, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Muitas vezes, eles não buscam ajuda especializada para seus problemas por medo de se mostrarem frágeis E, assim, o desconhecimento sobre a própria saúde só cresce entre a população masculina, dando espaço para que falsas informações ganhem força e se propaguem rapidamente.

Por isso resolvi abordar, em mais uma conversa com vocês, alguns mitos que envolvem a saúde do homem. Destaquei 11 temas:

1- “Câncer de próstata só acomete idosos”

MITO! Cerca de 35% dos casos da doença são entre pessoas de 40 a 65 anos. Homens que têm história familiar de câncer de próstata (pai, irmãos e tios) e/ou são da raça negra devem fazer exames preventivos a partir dos 45 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Existem fatores de risco nesses casos.

2- “O exame de toque retal dói”

MITO! O homem só sente um leve desconforto durante o exame de toque retal. O incômodo pode ser um pouco maior caso ele não esteja relaxado. O exame dura apenas cerca de 5 segundos. O risco da dor só existe se o homem tiver inflamação na próstata.

3- “Homens têm menos infecções urinárias que as mulheres”

VERDADE! A mulheres têm a uretra mais curta, o que torna as infecções mais frequentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estimativas apontam que 50% das mulheres terão ao menos um episódio de infecção urinária na vida.

4- “Se o exame de PSA deu baixo, não preciso fazer o toque retal”

MITO! O PSA (sigla de antígeno prostático específico, em inglês) avalia somente se algo não vai bem com a próstata. Para determinar se é um tumor, uma inflamação ou apenas um aumento benigno, é preciso fazer o exame de toque. O toque retal é a única forma de se chegar a um diagnóstico definitivo. Cerca de 20% dos tumores de próstata crescem sem aumentar o PSA.

5- “Disfunção erétil pode ser um problema psicológico”

VERDADE! A disfunção erétil, ou impotência sexual, pode ocorrer tanto por questões físicas quanto psicológicas (10 a 20% dos casos). Quando relacionada à razões psicológicas, é uma reação a outros problemas, como más experiências, traumas sexuais, ou mesmo estresse, ansiedade, depressão e até baixa auto-estima. Este problema pode acontecer ao longo da vida, mas é mais comum depois dos 40 anos de idade.

6- “Câncer de próstata não é fatal”

MITO! O câncer de próstata é uma doença silenciosa que, em muitos casos, tem um crescimento lento e não apresenta sintomas. Apesar disso, é a segunda maior causa de morte no país, por câncer, entre os homens. Fica atrás somente do câncer de pulmão.  O diagnóstico precoce garante maior chance de cura ao paciente.

7- “Caxumba causa infertilidade”

VERDADE! A doença é causada por um vírus que, além de afetar a glândula parótida (glândulas salivares), pode acometer os testículos. Homens que têm caxumba depois da puberdade correm o risco de ter inflamação testicular, o que, dependendo da gravidade, pode causar uma atrofia do testículo e, logo, a infertilidade. Esses casos, no entanto, são mais raros.

8- “Homens não contraem HPV”

MITO! Homens e mulheres podem contrair o vírus HPV (papiloma vírus humano). Ele é transmitido pelo contato da pele e mucosas durante o sexo. Nos homens, além do surgimento de verrugas no órgão genital e ânus, pode gerar tumores na boca, garganta, pênis e ânus.  

9- “Fumar causa câncer”

VERDADE! O cigarro tem 43 substâncias cancerígenas. Tabagistas têm 10 vezes mais chance de ter câncer do que pessoas que não fumam.

10- “Câncer de próstata é hereditário”

VERDADE! Homens com histórico familiar de câncer de próstata têm maior probabilidade de ter a doença. É recomendado que eles façam o exame preventivo de câncer de próstata antes dos demais, aos 45 anos.

11- “Todo homem que tem câncer de próstata ficará impotente”

MITO! A impotência afeta cerca de 10% dos pacientes. Com tratamentos minimamente invasivos, como a cirurgia robótica, que garante maior precisão no procedimento, esses índices estão cada vez menores.

Cientistas britânicos associam três características físicas ao maior risco de câncer de próstata

Já estamos nos minutos finais do segundo tempo do Novembro Azul mas, aproveitando o mote da campanha anual, resolvi falar desse estudo que associa algumas características físicas ao maior risco de desenvolver câncer de próstata: altura, índice de massa corporal (IMC) e circunferência do abdômen.

 

A conclusão é de cientistas britânicos que avaliaram dados de 141.896 homens, coletados pelo estudo European Prospective Investigation on Cancer and Nutrition (EPIC) em oito países: Grécia, Dinamarca, Alemanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Suécia e Espanha.

 

Detalhes da pesquisa foram divulgados recentemente na revista BMC Medicine.

Foram detectados 7.024 casos de câncer de próstata entre o grupo pesquisado. Os cientistas observaram que o IMC estava relacionado ao maior risco de tumores de alto grau e ao risco de morte pela doença. O mesmo foi verificado em relação à medida da circunferência do abdômen.

 

A cada 10 centímetros a mais, os homens aumentavam em 18% a taxa de letalidade pelo câncer de próstata e em 13% a chance de ter a doença em nível mais agressivo. Os pesquisadores usaram as métricas da Organização Mundial da Saúde (OMS)  — 94 cm a 102 cm — como parâmetro.

 

A lógica também se repetiu em relação à altura. A cada 10 centímetros adicionais, foi verificado um aumento de 21% no risco de desenvolvimento de doença de alto grau e 17% no número de mortes por complicações do câncer. Os pesquisadores usaram a estatura média da região, de 1,65m, como base para a comparação e, nesse quesito, o estudo aposta ainda na associação entre hormônios de crescimento e o câncer de próstata.

 

Já existia um indicativo de que o sobrepeso e a maior altura poderiam listar como fatores de risco para o surgimento de tumores. Contudo, a equipe de pesquisadores foi além e está examinando diferentes tipos de tumor para analisar a associação desses atributos (altura, IMC e circunferência do abdômen) aos estágios e categorias da doença.

 

A análise ainda é inicial, mas já é possível especular sobre esses pontos de acordo com os resultados preliminares. O ponto crucial do estudo é estabelecer a associação científica do sobrepeso, único dos três fatores que pode ser controlado pelo indivíduo, à um maior risco de desenvolver a doença. A iniciativa serve de alerta aos homens para manter um peso saudável. Praticar exercícios físicos regulares e adotar uma dieta equilibrada

são ações importantes de cuidado para reduzir a chance de desenvolver o câncer.

 

Novembro Azul Não deixe o câncer te pegar!

Estamos a todo vapor para mais uma edição da campanha Novembro Azul que, desde 2003, vem na luta de conscientizar os homens de todo o mundo sobre o câncer de próstata.

De lá pra cá, 15 anos já se passaram, mas o maior desafio contra a doença continua sendo o mesmo: preconceito.

E é importante falar disso porque cerca de 20% dos casos são diagnosticados já em estágios avançados, quando os recursos terapêuticos são escassos e as chances de cura se tornam infinitamente menores.

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