“O trabalho é o alimento das almas nobres”.“Treine enquanto eles dormem”. “Mente vazia, oficina do diabo”. Você se lembra quando foi que essas frases entraram para o seu repertório? Ou melhor: saberia dizer em que momento começou a acreditar nas sedutoras promessas embutidas nas ideias de competição, produtividade e obstinação? Arrisco dizer que ainda na infância. Basta observar fábulas infantis como A cigarra e a formiga, por exemplo, cuja moral é: curtir o verão cantando por aí é para os fracos! Siga o exemplo da formiga, que nunca descansa.
Como médico que tem grande apreço pela profissão, concordo que trabalhar é, de fato, uma das melhores coisas da vida. Nascemos, afinal, para realizar, para tirar projetos do papel, para sermos úteis. Ocorre que precisamos tomar cuidado com as expectativas que depositamos na dedicação à carreira. Quem investe nela até a última gota de suas energias, apostando no sucesso profissional como única fonte de prazer e realização, pode acabar surpreendido pelo fracasso. Acredite: não há competência que resista a corpo e mente adoecidos pela Síndrome de Burnout