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Torção testicular é emergência médica e pode necessitar de cirurgia

A torção testicular é caracterizada pela rotação de um dos testículos, bloqueando o fluxo sanguíneo para o órgão e causando dor característica. É mais comum em adolescentes, mas também pode acontecer com crianças e adultos. Uma das consequências da torção pode ser a perda da fertilidade, então, buscar atendimento médico urgente é fundamental. 

Como acontece a torção testicular

A principal causa da torção é um problema genético que leva a má fixação do testículo durante o desenvolvimento do feto. Com maior mobilidade dentro do saco escrotal, o testículo tende a torcer em seu próprio eixo, espontaneamente ou após algum trauma. Essa anomalia está presente em 12% dos homens e a torção costuma ocorrer até os 25 anos de idade

Quando esse problema acontece, o cordão espermático gira no seu próprio eixo. Nele, estão as estruturas vasculares que irrigam o testículo, reduzindo drasticamente a quantidade de sangue arterial no órgão e causando o que chamamos de isquemia. 

Quanto mais torções no próprio eixo acontecem, menor o fluxo sanguíneo para a região, podendo variar entre giros de 180º e 720º. 

Sintomas da torção testicular 

Quando a entrada de oxigênio para o testículo é diminuída ou cessa abruptamente, começa uma dor intensa no local, com inchaço e aumento da sensibilidade. 

A dor, geralmente, é contínua, mas pode, também, se apresentar de maneira intermitente, bem como irradiar para o abdômen e virilha. Em alguns casos, a dor pode causar náuseas e vômitos, além de febre. 

Outros sinais de torção testicular são a presença de um testículo mais elevado do que o outro e vontade de urinar constante. 

O que fazer em caso de torção

Quando surgem esses sintomas é recomendado ir o mais rápido possível para o pronto-socorro, onde ele irá passar por exame clínico e de imagem. Quanto menor for o tempo de torção, melhor o prognóstico de salvamento do órgão, então agir com rapidez é fundamental. 

O médico verifica se a bolsa testicular está endurecida, avermelhada e inchada, bem como observa se o testículo afetado está ligeiramente mais elevado do que o normal. O reflexo cremastérico, caracterizado pela tração do testículo por toque na face interna da coxa, costuma estar ausente. 

Será solicitado que o paciente passe por um ultrassom doppler da bolsa testicular, para detectar a presença ou ausência do fluxo sanguíneo no órgão. 

Em alguns casos, o médico poderá distorcer o testículo apalpando o saco escrotal e rodando-o para fora, o que pode aliviar a dor significativamente. Entretanto, geralmente ainda é necessário planejar uma cirurgia para fixá-lo, evitando outros episódios de torção.

Tratamento cirúrgico

Caso não seja possível realizar a distorção manual, a cirurgia deve ser feita imediatamente. O tempo ideal é de até seis horas após a distorção, já que cerca de 90% dos testículos podem ser salvos nesse prazo. Após 12h, as taxas de sucesso do procedimento caem significativamente. 

Na cirurgia, o médico irá auxiliar na recuperação da vascularização do testículo. A coloração azul será substituída por um tom rosado, e só então  o órgão deverá ser fixado na bolsa testicular. Para evitar problemas futuros, o cirurgião irá realizar o mesmo procedimento no testículo saudável. 

A principal consequência da torção é a infertilidade, mas também pode gerar uma infecção. Mesmo casos de jovens em que foi possível salvar o testículo torcido, um espermograma futuro poderá acusar queda no número de espermatozóides. Portanto, homens que passaram por uma torção testicular podem se beneficiar de uma avaliação da fertilidade no futuro. 

Testículos: Já fez seu autoexame hoje?

Felizmente, não estamos falando de uma doença muito frequente. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer testicular representa cerca de 5% de todos os tumores que afetam os homens no Brasil. Falar sobre esse assunto, no entanto, é muito importante por vários motivos.

✔O primeiro deles é que a doença atinge majoritariamente  jovens em idade produtiva – segundo o INCA, rapazes na faixa dos 20 aos 40 anos.

✔O carcinoma é também um dos poucos que partem do princípio de cura e não de sobrevida. Conforme demonstra a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a chances de cura chegam a 95%, mesmo com metástase instalada.

✔Temos ainda o fato de que, embora rara, a incidência da enfermidade tem aumentado nos últimos anos. Um estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute mostrou que, de 1988 a 2008, a prevalência passou de 3,7 casos por 100 mil americanos para 5,4 por 100 mil (as causas do fenômeno ainda não são claras).

✔Trata-se, por fim, de uma neoplasia cujos sintomas podem ser detectadas por meio do autoexame – o que ajuda muito no diagnóstico precoce, situação desejável em qualquer tipo de câncer.

No post de hoje, portanto, minha intenção é ajudar você a entender melhor esse tema, além de ensiná-lo a examinar sua genitália.

O que é como se manifesta o câncer testicular?

Eu sei que você sabe, mas não custa relembrar: testículos são estruturas localizadas dentro da bolsa escrotal. Sua principal função é produzir espermatozóides e testosterona, o hormônio sexual masculino.

O câncer nessa região pode pertencer a dois grandes tipos: germinativo não seminomatoso, de caráter mais agressivo, e o tumor germinativo seminomatoso, de crescimento mais lento. Há ainda uma terceira variedade bem mais rara, constituída por linfomas, sarcomas e pelo tumor de Sertoli e Leydig.

As causas da doenças ainda são um tanto misteriosas para a ciência. Sabe-se, porém, que alguns fatores de risco podem estar associados ao seu aparecimento. O mais comum é a criptorquidia, isto é, a permanência do testículo fora da bolsa escrotal depois do nascimento. Outros elementos relacionados são algumas síndromes genéticas raras, traumas crônicos, infecção por HIV e história da doença no passado. Alguns estudos mostram risco ligeiramente maior em pessoas com histórico familiar de câncer de testículo.


O tumor é normalmente sentido na forma de nódulo ou massa rígida, que cresce e fica perceptível ao ver ou apalpar o saco escrotal (frequentemente, do lado direito) e seus arredores. Pouquíssimos pacientes apresentam dor aguda nos testículos – geralmente provocada por hemorragia interna nesse órgão. Dor nas costas, tosse, edema indicam metástases decorrentes do avanço da doença.

Autoexame e diagnóstico

Embora a presença do tumor testicular nem sempre seja sempre perceptível, o ideal é que os homens realizem mensalmente o autoexame da genitália, a fim de detectar os sintomas da doença. Simples, o procedimento não costuma levar mais que cinco minutos. Para fazê-lo, basta ficar de pé, em frente ao espelho e procurar por alterações visíveis na região. Depois, é preciso examinar cada testículo com as mãos e os dedos, bem como identificar o epidídimo – canal pelo qual o transporte do esperma acontece – para diferenciá-lo de nódulos. Ao fim do post tem um passo a passo bem detalhado sobre o método 😉

Qualquer alteração deve ser relatada ao seu médico. No consultório, o protocolo é a realização do exame físico, seguido de solicitação de exames. O mais importante é a ultrassonografia, que, além de revelar a existência do tumor (muitas vezes, em  estágio não não palpável), aponta sua relação com os órgãos vizinhos.

Testes laboratoriais também estão no pacote, sobretudo os que avaliam marcadores tumorais como Beta HCG, DHL, e alfa-fetoproteína. A tomografia pélvica e do abdômen e os raios X são comumente solicitados no pré-e pós operatório.

Tratamento

O tratamento do câncer de testículo é, principalmente, cirúrgico. O que o cirurgião faz é retirar o testículo afetado, substituindo-o por uma prótese de silicone. Desde que um dos órgãos seja preservado, a operação não afeta permanentemente a fertilidade, tampouco a sexualidade.

Em alguns ocasiões – bem mais raras, por sinal – há necessidade de remoção dos dois testículos. A capacidade de ter filhos, nesse caso, pode se garantida através do congelamento do esperma. Já para manter a normalidade da função sexual, o paciente passa a fazer reposição de testosterona sob orientação médica.

A presença ou não de metástases determinará a necessidade de tratamentos adjuvantes como radioterapia e quimioterapia. A literatura médica recomenda que, mesmo nos casos de infertilidade temporária, a pessoa só tenha filhos dois anos após o término do tratamento quimioterápico.

Passo a passo do autoexame dos testículos

Como fazer

  • De pé, em frente ao espelho, verifique a existência de alterações em alto relevo na pele do escroto.
  • Examine cada testículo com as duas mãos. Posicione-o entre os dedos indicador, médio e polegar e movimente-o. Você não deve sentir dor. Não se assuste se um dos testículos parecer ligeiramente maior que o outro — é normal.
  • Procure o epidídimo — pequeno canal localizado atrás do testículo e que coleta e carrega o esperma. Isso é importante para se familiarizar com tal estrutura e não confundi-la como uma massa suspeita.

O que procurar

  • Qualquer alteração no tamanho dos testículos
  • Sensação de peso no escroto
  • Dor no abdômen inferior, na virilha, nos testículos ou no escroto
  • Líquido que sai do escroto.

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