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Conheça os principais sintomas do câncer de próstata e formas de prevenir a doença

Conheça os principais sintomas do câncer de próstata e formas de prevenir a doença

Esse é o segundo tipo de tumor mais frequente entre os homens, ficando atrás somente do câncer de pulmão. Infelizmente, ainda é comum que a doença só seja descoberta em estágios mais avançados e, por isso, é fundamental conhecer os principais sintomas do câncer de próstata e como preveni-lo. 

O que é câncer de próstata 

Mais frequente em homens a partir dos 40 anos, o tumor na próstata é uma neoplasia maligna, que costuma ser diagnosticada a partir dos exames de toque retal, de sangue e biópsia. 

Atualmente, já existem diversos tratamentos para a doença, entre elas a cirurgia de remoção de próstata (prostatectomia), que pode ser realizada tanto por via aberta quanto minimamente invasiva

Os principais sintomas do câncer de próstata 

A maioria dos sintomas do câncer de próstata também pode ser provocada por outras condições. Então, se você notar algum dos sintomas abaixo, não se desespere: procure um urologista para receber o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado. 

Os principais sintomas que indicam câncer de próstata são os seguintes:

  • Micção frequente
  • Jato urinário fraco ou interrompido
  • Vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria)
  • Sangue na urina
  • Sangue no sêmen
  • Disfunção erétil.
  • Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos, em caso de metástase
  • Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.

Prevenção do câncer de próstata ainda é o melhor caminho 

Na maioria dos casos, o câncer de próstata se desenvolve lentamente, sem sequer ameaçar a vida do homem durante anos. 

Como a doença não costuma causar sintomas nesse estágio inicial, o rastreamento tem um papel fundamental na detecção precoce da doença, quando as chances de cura da doença podem ser superiores a 90%. 

Em algumas situações, inclusive, fazemos apenas uma vigilância ativa, para acompanhar o desenvolvimento da doença. 

Entretanto, uma pesquisa realizada em 2018 pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) apontou que 49% dos homens acima dos 45 anos nunca realizaram o exame de toque retal, fundamental para o diagnóstico da neoplasia. 

Eles costumam evitar a ida ao urologista e só procuram o médico quando identificam algum sintoma. O problema é que esperar o aparecimento dos sintomas significa, na maioria das vezes, deixar que o câncer evolua para estágios mais avançados, com tratamento mais difícil e menores chances de cura. 

Como prevenir o câncer de próstata na prática

A melhor forma de prevenir o câncer de próstata e outros tipos de tumor é levado uma vida saudável. Isso inclui uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, com pouca gordura de origem animal. 

A prática de atividade física regular também é fundamental, fazendo o controle do ganho de peso. 

Outros fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata são o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas. A American Cancer Society recomenda não ingerir bebidas alcoólicas, mas, se forem beber, os homens não devem passar de duas doses diárias. 

Por fim, como falei, é importantíssimo que o homem faça o acompanhamento urológico a partir dos 40 anos de idade, quando o risco de desenvolver câncer de próstata aumenta significativamente. 

Câncer de próstata: Como escolher entre cirurgia e outros tratamentos

O câncer, por si só, é uma doença que afeta muito o psicológico das pessoas. Quando o assunto é um tumor na próstata, estamos em terreno ainda mais delicado. Além de lidar com a finitude da vida, o paciente tem sua sexualidade e intimidade abaladas, então é natural que ele fique confuso entre as várias possibilidades de tratamento.

No geral, o câncer de próstata pode ser tratado de diferentes formas, como por cirurgia, em que a próstata é removida; por radioterapia, em que radiações ionizantes são utilizadas para destruir ou diminuir o tumor; ou por HIFU, um ultrassom focalizado de alta intensidade. 

Há, também, casos em que não fazemos nenhum tipo de tratamento mas, sim, a chamada  vigilância ativa com exames periódicos.

Como cada caso é único, o médico vai definir, junto com o paciente, qual a melhor conduta  na busca da cura para a doença. Todos os métodos citados acima têm efetividade comprovada, quando bem indicados.

A radioterapia pode causar perda do controle das funções intestinais, além de ser realizada em sessões, num processo que pode levar um tempo relativamente longo. Depois desse tratamento, pode demorar alguns meses até que os exames mostrem, com certeza, que o câncer foi curado. Além disso, uma terapia hormonal pode se fazer necessária para complementar a radioterapia. 

A prostatectomia, por outro lado, oferece riscos como qualquer procedimento cirúrgico, como hemorragia, infecções e problemas com a anestesia. Apesar de algumas delas serem imprevisíveis, um cirurgião experiente e ambiente hospitalar preparado são grandes aliados para lidar com esses problemas.

Por outro lado, é importante ressaltar que principalmente graças à cirurgia robótica, as prostatectomias estão cada vez mais bem sucedidas em preservar os nervos responsáveis pela contenção da urina e manutenção da ereção, possíveis sequelas do tratamento do câncer de próstata. Além disso, com bastante paciência e acompanhamento médico adequado, a impotência pode ser reversível.

Outro ponto a ser levado em consideração é que enquanto a cirurgia oferece a possibilidade de remover completamente o câncer, as sessões de radioterapia buscam diminuí-lo cada vez mais, até que desapareça. Alguns homens se sentem desconfortáveis com a ideia de manter o tumor no corpo por esse período, e preferem removê-lo juntamente da próstata. 

Já o  HIFU, que tem apresentado resultados bastante positivos na cura dessa neoplasia, só pode ser utilizado em tumores de tamanho pequeno a intermediário. Então, apesar de bem-sucedido, tem aplicabilidade limitada. 

Cada caso é único e sempre defendo que essa deve ser uma decisão compartilhada, em que tanto o conhecimento técnico do médico quanto o desejo do paciente devem ser levados em conta. 

Também encorajo meus pacientes a conversarem com outros homens que passaram pelo diagnóstico de câncer de próstata, ou pelo menos realizar uma extensa pesquisa para tomar essa decisão com mais segurança

Câncer de próstata: para cada fase, um tipo de tratamento

Para todas as fases da evolução do câncer de próstata, há um tratamento adequado. E a escolha mais adequada deve ser individualizada e definida após discussão entre médico e paciente sobre os riscos e benefícios de cada método.

As opções para cada fase são:

➡ Doença localizada (confinada à próstata)

  • Vigilância ativa – acompanhamento clínico da doença, quando o tumor é pouco agressivo

O paciente é acompanhado de perto, fazendo exames regulares de PSA e toque retal a cada 6 meses. Biópsias poderão ser realizadas, para verificar a evolução da doença. Mas, se a qualquer momento for constatado o crescimento do tumor ou alguma alteração com base nos resultados dos exames de acompanhamento, o tratamento é iniciado. Essa abordagem pode ser indicada se a doença não estiver provocando nenhum sintoma e se o tumor estiver se desenvolvendo lentamente, for pequeno e estiver contido dentro da próstata. 

  • Cirurgia radical – aberta (convencional), laparoscópica e robótica

A cirurgia — chamada prostatectomia radical — consiste na remoção de toda a próstata, das vesículas seminais e, por vezes, dos linfonodos regionais. É obrigatória a retirada da próstata inteira porque, na maioria das vezes, o tumor é multifocal. 

A prostatectomia radical realizada em plataforma robótica é, atualmente, a cirurgia mais comum para o tratamento do câncer da próstata, sendo responsável por mais de 90% de todas as prostatectomias realizadas nos Estados Unidos. Isso porque a tecnologia fornece visão HD e 3D da região, filtragem de tremor, incisões pequenas e uma série de outros importantes recursos. Com isso, o paciente tem um retorno mais rápido às suas atividades rotineiras, um tempo mais curto de hospitalização e um risco reduzido de ter incontinência e impotência sexual. Outras vantagens são a menor perda sanguínea, menor necessidade de transfusão e menos dor em todo o processo.

A prostatectomia radical laparoscópica também é uma cirurgia minimamente invasiva que não demanda uma grande incisão e que conta com importantes tecnologias, como a fibra ótica e a magnificação da imagem pela visão ampliada, o que permite realizar o procedimento de forma precisa. Ela também possibilita benefícios como menor índice de infecção, redução da dor pós-operatória e do sangramento, um menor período de hospitalização e um retorno mais rápido às atividades normais.

  • Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais com radiação. As técnicas evoluíram bastante na última década e, hoje, é possível dirigir os raios com muito mais precisão, de modo a atingir predominantemente a próstata e poupar ao máximo o reto e a bexiga. 

Podem ser empregadas duas formas: a radioterapia externa e a interna. Na radioterapia externa, o tumor de próstata é enquadrado no campo de radiação através de exames de imagem e de cálculos matemáticos. O tratamento tem a duração aproximada de sete a oito semanas (de segunda a sexta-feira).

Já a radioterapia interna é uma técnica que se baseia na colocação de sementes radioativas no interior da próstata, que são introduzidas por via retal sob anestesia. O procedimento é realizado em um único dia, e não requer internação hospitalar. Mas o procedimento só é indicado para tumores pequenos, com PSA baixo (geralmente menor do que 10 ng/mL) e pouco agressivos.

➡ Doença localmente avançada (ultrapassa somente os limites da próstata)

Cirurgia radical acompanhada ou não de hormônio e Radioterapia.

➡ Doença avançada (já presente em outros órgãos):

Tratamento clínico com hormonioterapia, quimioterapia e drogas orais, que melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida.

A hormonioterapia é uma indicação para pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, com uma probabilidade de resposta maior que 85%. Porém, ao contrário da radioterapia e da cirurgia, na doença localizada, o tratamento hormonal tem a capacidade de controlar, e não de curar o câncer.

Na prática, a hormonioterapia do câncer de próstata consiste em privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona, hormônio masculino que alimenta a doença. As duas drogas mais utilizadas para o bloqueio hormonal medicamentoso são a gosserrelina e a leuprolida.

Embora a hormonioterapia seja bastante eficaz nas fases iniciais, as células malignas eventualmente se tornam resistentes ao tratamento hormonal. Nessas situações, podem ser utilizadas outras medicações que bloqueiam a ação da testosterona, por exemplo: dietilestilbestrol, bicalutamida, flutamida, nilutamida e cetoconazol. Em certos casos, os corticoides também podem ser utilizados.

Quimioterapia

A quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, administrados por via intravenosa ou por via oral. Para atingir as células cancerígenas em todo o corpo, ela é administrada na corrente sanguínea, tornando este tratamento potencialmente útil para tumores que se disseminaram (metástase) para outros órgãos.

Em alguns casos, a quimioterapia é usada se a doença está disseminada e a terapia hormonal não dá nenhuma resposta. Pesquisas recentes mostraram que a quimioterapia pode ser útil se administrada junto com a hormonioterapia. 

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