Tag: urologia Page 2 of 3

Vigilância ativa do câncer próstata: quando é indicada?

Vigilância ativa do câncer próstata: quando é indicada?

A vigilância ativa consiste no acompanhamento do crescimento de um tumor de baixo risco sem realizar nenhum tipo de intervenção terapêutica ou cirúrgica. No caso do câncer de próstata, essa pode ser uma alternativa muito interessante para preservar a saúde do paciente ao máximo e realmente iniciar o tratamento quando ele é necessário.

Nesse processo, o paciente passa por exames regulares dos níveis de PSA e toque retal, geralmente a cada seis meses, além de uma nova biópsia em um ano e outras biópsias a cada 3 anos. 

Caso uma alteração no tamanho ou agressividade do tumor seja detectada, aí sim a equipe irá iniciar uma estratégia de tratamento que pode envolver uma prostatectomia radical e radio ou quimioterapia. 

Nesse sentido, a vigilância ativa do câncer de próstata visa evitar que o paciente seja submetido a tratamentos invasivos. Precisamos nos lembrar que, quando o homem inicia o rastreamento do câncer de próstata precocemente, ou seja, aos 45 anos, a doença poderá ser detectada em estágios iniciais. 

Ao contrário de muitos outros tipos de tumor, o câncer de próstata costuma evoluir muito lentamente. Sem utilizar a vigilância ativa como uma estratégia no manejo da doença, diversos pacientes seriam submetidos à cirurgia e outros tratamentos quando poderiam se beneficiar muito dessa estratégia! 

Benefícios e desvantagens da vigilância ativa 

Naturalmente, um dos maiores benefícios da vigilância em relação aos tratamentos curativos é a menor morbidade, já que o paciente não irá correr riscos cirúrgicos e nem passar por radio ou quimioterapia, que tem efeitos adversos significativos. Além disso, essa estratégia não interfere na vida diária.

Apesar dos tratamentos estarem cada vez mais avançados, especialmente com o uso da cirurgia robótica, os efeitos colaterais podem acontecer e prejudicam a qualidade de vida do paciente. 

Entretanto, existe uma pequena chance de o tumor crescer mais rápido do que o esperado entre um exame e outro, o que pode dificultar o tratamento. Esse é um fator importante que deve ser levado em conta pelo paciente e médico na hora de tomar a decisão compartilhada pela vigilância ativa. 

Outra questão relevante é a necessidade de acompanhamento que nem sempre é bem tolerada pelo paciente, especialmente as biópsias e re-biópsias. Os procedimentos, em si, também podem acarretar no desenvolvimento de tecido cicatricial no local. 

E, por fim, precisamos levar em consideração que alguns homens ficam muito preocupados e ansiosos com as chances de mudança na atividade tumoral, situação na qual investir no tratamento pode ser mais vantajoso. 

Critérios para seleção de pacientes para vigilância ativa 

Os critérios para seleção desses pacientes podem variar de acordo com os trabalhos já existentes a respeito do assunto, mas no geral são os seguintes:

  • PSA <10 ng%
  • Tumor não palpável (T1c) 
  • Gleason ≤3 na biópsia (Gleason ≥4 é critério de exclusão)
  • Escala de Gleason ≤6
  • ≥2 biópsias de próstata. Cada biópsia deve ter no mínimo 6 fragmentos e nenhum dos fragmentos pode haver comprometimento maior ou igual a 50% por células neoplásicas, o tamanho do câncer deve ser menor que 3mm no fragmento da biópsia e o número de fragmentos positivos deve ser menor que 3
  • Densidade do PSA ≤0.10ng/ml por grama
  • PSA aumentar acima de 0.75ng/ano ou o tempo de duplicação for inferior a 3 anos
  • Identificação de alterações no toque retal
  • Quando a re-biópsia revelar progressão dos critérios: Gleason >6≥3 fragmentos positivos, fragmento >50% de tumor ou presença de infiltração perineural; 

Sempre conte com o acompanhamento do urologista para decidir o melhor tipo de tratamento para o seu caso em específico, certo? E se você quiser saber mais sobre os diferentes tratamentos do câncer de próstata, confira esse post aqui

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Diversos estudos apontam que homens negros têm mais riscos de desenvolver câncer de próstata. Além disso, os tumores parecem ser mais agressivos nestes pacientes. 

Um estudo realizado em 2020 e publicado no Jama Network comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças. O número de afro-americanos que tiveram progressão da doença foi 11% maior do que o de homens brancos que também lidaram com esse problema num período de 7,6 anos. 

Entretanto, neste estudo, a mortalidade em decorrência do câncer de próstata foi menor entre os homens negros do que os de outras raças. Os motivos ainda não são certos e podem estar relacionados a um acompanhamento mais minucioso desses pacientes, por fazerem parte de uma investigação clínica. 

Afinal, outros estudos apontaram justamente o contrário: homens negros têm duas vezes mais chances de morrer de câncer de próstata do que aqueles de outras raças. 

De todo modo, essas diferenças parecem sustentar a teoria de que devemos acompanhar mais de perto a incidência e progressão do câncer de próstata em homens negros. Inclusive, pouquíssimos estudos envolvendo a vigilância ativa incluíram pacientes negros. 

Urologista em BH – Entendendo o risco aumentado para homens negros

Já é consenso entre a comunidade médica que a genética é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. Isso significa que um homem com parentes de primeiro grau com a doença possuem mais chances de desenvolvê-la do que aqueles que não têm.

Além disso, um estudo realizado ainda neste ano demonstrou que homens com ancestralidade africana têm uma pontuação de risco genético para câncer mais de duas vezes maior do que aqueles de ancestralidade europeia.

Entretanto, para além da ancestralidade e fatores genéticos, outras questões também parecem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata em homens negros.

A primeira delas é a obesidade. Um estudo de 2019 avaliou como as associações entre obesidade, ambientes obesogênicos e o racismo estrutural podem variar de acordo com a composição racial de diferentes países. Uma das conclusões da pesquisa foi que o racismo, trauma racial e fatores socioeconômicos aumentam os riscos de ter obesidade.

O status socioeconômico também tem um papel significativo nos cuidados com a saúde, pois está associado a maiores chances de desenvolver câncer por falta de acesso a tratamentos médicos pagos. Essa é uma realidade especialmente nos Estados Unidos, onde não a população não tem atendimento médico gratuito. 

Por fim, o preconceito racial também possui um papel importante nos altos índices de câncer de próstata em homens negros. Um estudo publicado no periódico Urology encontrou uma  disparidade racial significativa: eles possuem menos chances de passar pelos exames de rastreamento da doença e até mesmo de receberem indicação médica para tal. 

Todos esses fatores demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é saúde e igualdade racial. 

Acredito que uma das principais medidas que podemos tomar para mudar esse cenário é fazer com que informações seguras a respeito do câncer de próstata circulem entre homens de diversas comunidades, tornando-os cientes de seus direitos enquanto pacientes e do seu risco real de desenvolver a doença. Assim, poderão se tornar protagonistas de sua própria saúde, independentemente da raça ou da cor.

O papel do urologista na saúde e bem-estar do homem

O papel do urologista na saúde e bem-estar do homem

Além de ser responsável pelo tratamento de problemas relacionados ao trato urinário de ambos os sexos e ao aparelho genital masculino, o urologista é, também, aquele que vai trabalhar com questões muito delicadas e específicas do homem. É papel desse profissional estar ao lado do paciente para lidar com sua intimidade, sexualidade e fragilidades em momentos difíceis como depois do diagnóstico de câncer de próstata, por exemplo.

Infelizmente, ainda é um desafio convencer os homens a frequentar o médico urologista para fazer o exame preventivo do câncer de próstata e também para diagnosticar e tratar a causa de sintomas que, muitas vezes, se arrastam por meses e até anos. 

O homem ainda tem dificuldades de cuidar da própria saúde

Na nossa cultura, os homens não são ensinados a demonstrar fraquezas porque precisam ocupar o papel de herói ou provedor da família. Na prática, isso acaba se refletindo em muita negligência com a própria saúde. Muitos estudos apontam que os homens vão menos ao médico (em todas as especialidades), consomem mais álcool e, de maneira geral, morrem mais cedo do que as mulheres. 

Esse é um dos motivos pelos quais a cada 41 homens, um morrerá de câncer de próstata. Afinal, a doença é silenciosa e precisa ser detectada precocemente, quando as chances de cura são altíssimas. Se o homem não vai ao médico, é impossível diagnosticar a doença em estágios iniciais. 

Preconceito contra a especialidade da urologia

Embora seja comum que as mulheres frequentem o ginecologista antes mesmo de iniciar sua vida sexual, muitos homens passam a vida inteira sem visitar o médico urologista. Outros, têm sua primeira consulta com esse profissional depois de aparecerem os sintomas de doenças como o câncer de próstata.

Ainda existe um preconceito contra o urologista que não passa de desinformação. Por esse motivo campanhas como o Novembro Azul são tão importantes: elas ajudam a desmistificar a especialidade, fazendo com que o homem entenda que a ida ao urologista é benéfica e fundamental para manter a saúde como um todo. 

O urologista é o médico ideal para lidar com questões da intimidade masculina

Desde a puberdade, o corpo do homem passa por mudanças específicas que podem levantar muitas dúvidas. O adolescente, inclusive, está sujeito a ter problemas urológicos como doenças sexualmente transmissíveis, varicocele e ejaculação precoce. 

Idealmente, o homem começaria a frequentar o médico urologista desde esse período, para compreender ainda cedo como seu corpo funciona e como preservar a sua saúde reprodutiva e sexual. Entretanto, essa ainda não é a realidade, e, atualmente, recomenda-se que os homens procurem esse especialista para realizar os exames de rastreamento do câncer de próstata, somente aos 50 anos (ou 45, para quem tem histórico da doença na família). 

Esse tipo de tumor ainda é muito comum, e afeta significativamente a auto-estima, sexualidade e intimidade do homem. Logo após o diagnóstico, os homens já costumam levar um grande choque porque são forçados a lidar, bruscamente, com sua fragilidade humana, aspecto que foram ensinados a ignorar. 

Além dos complexos sentimentos que vem à tona nesse momento, o próprio tratamento do câncer de próstata pode trazer efeitos colaterais que impactam a identidade masculina. A impotência sexual e a incontinência urinária são os mais comuns e, em alguns casos, chegam a afastar o homem do tratamento adequado. 

Em todo esse processo, o acompanhamento do urologista é fundamental. Afinal, é ele quem vai explicar para o paciente todos os detalhes sobre os tratamentos disponíveis e trazer orientações a respeito da recuperação da potência sexual e da continência. 

Ao longo dos meus 20 anos de profissão, percebi que para o paciente, se curar do câncer de próstata, em muitos casos, não é suficiente. Os homens querem se recuperar de maneira plena e continuar com sua vida sexual, que é uma parte tão importante da vida adulta. 

De qualquer forma, o médico é, frequentemente, a única pessoa com quem o homem consegue compartilhar esse aspecto do câncer, já que pode estar enfrentando o medo, o constrangimento e até mesmo a depressão durante esse período. 

O urologista está preparado para estar ao lado do paciente em todo esse processo e ajudá-lo a resgatar sua sexualidade. Se for o caso, poderá trabalhar de maneira multidisciplinar com um sexólogo ou psicólogo, já que a mente também tem um papel central na função erétil.

Espero que esse texto tenha te ajudado a entender o papel central do urologista na saúde masculina. Se você quer continuar se informando a respeito desse universo, me acompanhe no Instagram ou no Facebook. Estou preparando conteúdos muito bacanas para as próximas semanas. 

Conheça as possibilidades da cirurgia robótica em urologia

Conheça as possibilidades da cirurgia robótica em urologia

A cirurgia robótica revolucionou diversas especialidades da medicina mas, sem dúvidas, é um grande destaque na urologia. Pode ser utilizada para tratar doenças malignas e benignas da próstata, rins e bexiga, com versatilidade e altíssima precisão. 

Por esse motivo, a cirurgia robótica tem sido cada vez mais utilizada em todo o mundo, na direção de consolidar-se como tratamento padrão ouro quando o assunto é prostatectomia radical e nefrectomia parcial, por exemplo. 

Nesse artigo, vou contar em quais tipos de cirurgia urológica a tecnologia robótica pode ser utilizada e como ela se destaca em relação à outras técnicas. Todos eles são procedimentos minimamente invasivos, em que são feitas pequenas aberturas no abdômen do paciente, por onde são inseridos os instrumentos do robô. 

Inclusive, vale ressaltar que o sistema robótico funciona sob o comando do cirurgião e, apesar da alta tecnologia envolvida, no fim das contas, a experiência do médico tem papel central no sucesso de qualquer procedimento. 

Prostatectomia por via robótica 

O objetivo da prostatectomia é remover parte ou a totalidade da próstata quando ela apresenta problemas como aumento de tamanho (hiperplasia) ou câncer. 

A próstata aumentada pode pressionar os ductos por onde passam a urina e causar uma série de desconfortos relacionados à micção. O tratamento pode envolver medicação e, em alguns casos, a realização de uma prostatectomia parcial. 

Nesse procedimento, vamos remover parte da glândula, preservando sua cápsula.

Já quando paciente desenvolveu um tumor na próstata, o procedimento ideal é a prostatectomia radical, em que toda a glândula é removida. 

Em ambos os procedimentos, a cirurgia robótica é uma grande aliada para resultados mais satisfatórios. 

Primeiramente, por ser um procedimento minimamente invasivo, a cirurgia robótica não vai necessitar de uma grande abertura no abdômen do paciente, o que possibilita recuperação mais rápida. 

Em indivíduos que já passaram ou vão precisar passar por sessões de radioterapia, por exemplo, esse é um grande diferencial, já que a cirurgia será menos traumática para o organismo.

Em segundo lugar, a cirurgia robótica é muito mais precisa e, atualmente, já existem técnicas que visam preservar os nervos responsáveis pela ereção e pela continência urinária, minimizando os efeitos colaterais desse tipo de procedimento.

Ainda que o paciente apresente um quadro de impotência sexual e incontinência urinária após esse tratamento, é perfeitamente possível que ele se recupere de maneira plena devido à preservação dos tecidos da região. 

Cistectomia por via robótica 

A cistectomia é a cirurgia de remoção total ou parcial da bexiga. Ela é utilizada, principalmente, no tratamento de tumores no órgão. 

Como o câncer de bexiga costuma ser detectado quando a doença já está em estágio mais avançado, é frequente também ser necessário remover as estruturas que cercam o tumor, como a próstata e vesículas seminais, no caso dos homens, e ovários, tuba uterina, útero, colo do útero e uma pequena parte da vagina, no caso das mulheres. 

Trata-se de um procedimento delicado, em que será necessário reconstruir o fluxo da urina do paciente. O método mais utilizado é uma derivação externa, mas também possível criar uma neobexiga ileal ou colônica.

Por via robótica, esse procedimento está associado a um menor percentual de complicações peri-operatórias, com tempo reduzido da cirurgia. 

Nefrectomia por via robótica

A nefrectomia é a cirurgia para retirada total ou parcial de um dos rins. É muito indicado em casos de tumor maligno ou de perda de função renal com risco para a saúde do paciente.

Dependendo do tamanho e localização do tumor renal, pode ser possível remover apenas a porção comprometida do órgão, preservando a maior quantidade de néfrons possível (estrutura responsável pela filtragem do sangue).

O advento da cirurgia robótica foi fundamental para que a nefrectomia parcial fosse uma possibilidade para mais pacientes. 

Como um grande fluxo sanguíneo passa através da artéria e veia renal, poderá ser usada uma técnica chamada clampeamento (ou isquemia) dos vasos renais. Depois de fazer o clampeamento, o cirurgião precisa ser muito ágil para restabelecer o fluxo de sangue do rim e preservar as estruturas saudáveis do órgão.

Caso não seja possível realizar a isquemia, haverá maior sangramento na região. Em ambas as situações, a cirurgia robótica oferece muitas vantagens por permitir que o cirurgião seja rápido e ágil tanto nas ressecções quanto no processo de sutura. Com isso, o risco de sangramento excessivo é muito menor. 

Um outro ponto forte da cirurgia robótica na nefrectomia total e parcial é seu caráter minimamente invasivo. Na técnica aberta, é necessário fazer um grande e profundo corte na lateral do abdômen do paciente, enquanto por via laparoscópica ou robótica, o procedimento pode ser feito por pequenas incisões, diminuindo o desconforto estético causado por uma grande cicatriz. Além disso, a recuperação será mais rápida e tranquila.

5 fatos sobre o câncer de rim que todos precisam saber

5 fatos sobre o câncer de rim que todos precisam saber

O câncer de rim é o terceiro tumor mais frequente do aparelho geniturinário e representa cerca de 3% dos cânceres diagnosticados em adultos. Infelizmente, ainda é comum que esse tipo de doença só seja descoberto depois de entrar em metástase.

Isso se deve, em parte, à falta de conhecimento da população a respeito da incidência e prevenção desse tipo de tumor. Por esse motivo, reuni 5 fatos importantíssimos a respeito do câncer de rim para que você fique bem informado e possa tomar atitudes concretas para evitar esse e outros problemas de saúde. 

Tabagismo, obesidade e hipertensão são os principais fatores de risco

Fator de risco é tudo aquilo que aumenta a possibilidade de a pessoa desenvolver uma doença. O Tabagismo, a obesidade e a hipertensão estão ligados à diversos tipos de de tumor, mas no caso do câncer de rim, a questão tem a ver, principalmente, com a função primária do órgão, que é filtrar o sangue. 

Um estudo publicado em 2014 na revista científica The Lancet apontou que o aumento de 5kg/m² no Índice de Massa Corporal está relacionado a um risco 25% maior de desenvolver a doença. O ganho de peso faz com que o órgão precise filtrar mais sangue do que o normal para atender à demanda do organismo.

Quando o assunto é tabagismo, as substâncias cancerígenas presentes no cigarro entram na corrente sanguínea através dos pulmões e vão ser filtradas pelos rins, onde podem incentivar o desenvolvimento de um tumor.

Já a relação entre o câncer de rim e a hipertensão não está totalmente clara ainda. Alguns estudo sugerem que certos medicamentos utilizados no tratamento da doença podem aumentar o risco de tumores.

Atividade física é uma grande aliada na prevenção do câncer de rim

De acordo com uma pesquisa publicada no British Journal of Cancer, que analisou a associação entre atividade física e câncer renal, a prática de exercício físico pode chegar a diminuir o risco de desenvolver a neoplasia em até 22%. 

Ainda faltam pesquisas para determinar quais tipos, intensidade e frequência de exercícios físicos podem ser mais efetivos. Entretanto, não faltam evidências científicas de que levar uma vida ativa faz toda a diferença na prevenção do câncer. 

O câncer de rim não costuma apresentar sintomas na fase inicial

Atualmente, quase metade dos tumores renais é diagnosticada acidentalmente, durante um exame de check-up, por exemplo. Geralmente, as massas nos rins são identificadas em exames de imagem como ultrassom ou tomografia computadorizada realizados por outro motivo.

Isso ocorre porque raramente o câncer de rim apresenta sintomas em fases iniciais. Alguns deles são sangue na urina, dor lombar, varicocele e massa abdominal palpável. 

Homens têm três vezes mais chances de ter câncer de rim do que mulheres

As estatísticas sempre demonstraram que a porcentagem de homens que desenvolvem câncer de rim é três vezes maior do que a de mulheres. 

O motivo, segundo um estudo publicado na revista científica Nature Communications, parece ser os andrógenos, conjunto de hormônios masculinos como a testosterona. 

Os pesquisadores também identificaram que os homens são mais suscetíveis a metástases pulmonares do câncer renal do que as mulheres. Em contrapartida, houve pouca diferença entre os gêneros em relação à metástases nos gânglios linfáticos. 

Isso parece acontecer porque as células cancerígenas no sistema linfático têm poucos receptores de andrógenos. 

O principal tratamento é a remoção de parte ou todo o rim

Quando uma massa é identificada no rim do paciente, é difícil dizer se é maligna ou benigna. Por esse motivo, o padrão de tratamento é a remoção do tumor para biópsia, juntamente de parte ou a totalidade do órgão. 

Dependendo do tamanho do tumor, localização e estado de saúde do paciente, pode ser possível remover somente parte do rim. Esse procedimento é chamado de nefrectomia parcial. 

Entretanto, em muitos casos é mais indicado remover todo o órgão, numa cirurgia chamada nefrectomia radical. 

Ambos os procedimentos podem ser realizados de maneira minimamente invasiva, com a videolaparoscopia ou cirurgia robótica. 

Se você quer continuar se informando sobre o tratamento do câncer de rim, me acompanhe no Facebook e Instagram. Sempre abordo esse assunto por lá!

Pesquisa comprova: meninos não vão ao urologista

Este foi o resultado de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, feita com 3.305 adolescentes dentro dessa faixa etária. E sabem o que é mais preocupante? É exatamente nessa fase que nós descobrimos e prevenimos algumas doenças que causam infertilidade na vida adulta, como a varicocele, por exemplo. 

Por isso, é importante reforçar que os adolescentes do sexo masculino podem começar a frequentar o urologista assim que a puberdade der seus primeiros sinais, independentemente da idade. Principalmente porque nós não temos a função exclusiva de tratar doenças, mas também de esclarecer dúvidas em um período de rápido desenvolvimento físico, cognitivo, social e sexual que traz consequências diretas para a vida adulta. 

Portanto, pais, incentivem seus filhos! Agendem uma consulta para eles. E se você tiver nessa faixa etária, deixe todos os medos e preconceitos de lado e procure um bom urologista. Ter alguém em quem confiar numa fase tão importante fará toda a diferença em todos os aspectos da sua vida.

Os principais problemas urológicos na adolescência:

Varicocele – dilatação das veias nos testículos. É a causa mais comum, conhecida e tratável de infertilidade masculina: acomete em torno de 35% dos homens com infertilidade primária e 80% com infertilidade secundária, embora esteja presente em aproximadamente 20-25% da população masculina em geral. Assintomática, a doença é geralmente detectada em consulta de rotina pelo exame físico dos genitais e, quando necessário, corrigida por microcirurgia.

Balanopostite – é o processo inflamatório mais frequente que ocorre no pênis. É uma inflamação conjunta da glande e prepúcio (balanite é inflamação da glande; postite é inflamação do prepúcio). A causa mais comum é uma infecção fúngica aguda causada pela candida albicans. Não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, pois pode-se desenvolver sem a realização de penetração, embora o casal possa compartilhar a cândida durante o ato sexual. O tratamento é feito com cremes tópicos associados à medicação via oral.

Fimose – é a incapacidade (ou apenas uma dificuldade, em diversos graus) para retrair o prepúcio, que é a pele que recobre a glande ou a “cabeça” do pênis. Pais e pacientes podem confundir fimose com o excesso de prepúcio, que não sugere nenhum problema, se não há dificuldade de retração prepucial.

Ejaculação precoce – é caracterizada pela ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, quando o tempo desde a penetração vaginal até a ejaculação passa a ser insatisfatório para o homem ou para o casal. No jovem, a causa costuma estar relacionada à ansiedade e à inexperiência do ato sexual. O tratamento é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual e de farmacoterapia. 

Ressonância Multiparamétrica: mais uma aliada dos portadores de câncer de próstata

Durante anos, o padrão de atendimento para quem apresentasse um PSA alto e um exame de toque anormal era o encaminhamento para a biópsia da próstata. Mas o avanço da tecnologia tem nos dado opções cada vez menos invasivas e cada vez mais seguras e precisas.

Uma delas é esse exame de nome complicado: ressonância multiparamétrica. Com ele, é possível identificar a localização exata das lesões suspeitas em áreas específicas e, com isso, realizar uma biópsia dirigida especificamente para a região afetada, sendo uma alternativa às biópsias padronizadas em toda a próstata.

Isso é importante porque a biópsia é um procedimento invasivo e possui certas limitações, sendo a principal delas o fato de ser feita de maneira randômica: quando o médico faz a biópsia pelo ultrassom, não consegue ver a lesão na próstata e colhe fragmentos aleatórios na periferia e na porção central da próstata, no ápice, terço médio e na base. Com isso, existe a possibilidade de que os fragmentos biopsiados não contenham uma amostra de neoplasia, mesmo que o paciente a tenha.

Outra limitação importante é que o fragmento biopsiado pode conter apenas uma área menos agressiva do câncer de próstata, o que pode ter impacto na escolha do tratamento do paciente.

Por resolver esses problemas, a ressonância é muito útil no diagnóstico, no estadiamento, no seguimento de alguns pacientes e na avaliação de pacientes já tratados, com suspeita de recidiva.

Do ponto de vista do diagnóstico, ela apresenta uma acurácia tão boa quanto a biópsia, sobretudo nos tumores mais agressivos. Do ponto de vista do estadiamento, o exame auxilia também na avaliação do paciente com câncer para identificar eventual invasão de outras estruturas além da próstata, permitindo a escolha do tratamento mais adequado.

Mesmo em pacientes que possuem a forma menos agressiva da doença e não passam por tratamento, a ressonância multiparamétrica permite a vigilância ativa, ou seja, o acompanhamento para identificar eventuais mudanças que exijam alguma intervenção. Outra vantagem é no caso de pacientes que já tiveram a doença e que estão sob suspeita de recidiva, por ser um diagnóstico preciso.

O exame é bastante tranquilo, sobretudo com as novas técnicas, e realiza várias sequências que avaliam a anatomia e a morfologia prostática, além da celeridade e vascularização da lesão. Isso porque ele consiste em uma fusão de ressonância magnética, dados de biópsia e ecografia em tempo real, permitindo que os urologistas tratem o câncer de próstata com menos danos ao tecido saudável e minimizem os efeitos colaterais, como incontinência e impotência.

Contudo, apesar dos pontos positivos, nem todos os homens devem realizar este tipo de ressonância. O exame só deve ser feito com a indicação do urologista que, baseado em sua avaliação ao toque retal e com os dados de PSA, decidirá ou não pela técnica.

5 tecnologias que estão revolucionando a cirurgia: Bisturis inteligentes

Embora ultra-afiados e eficazes, bisturis e facas cirúrgicas nunca passaram de instrumentos para a realização de cirurgias. Até agora!  Os chamados bisturis inteligentes, já disponíveis no mercado, podem analisar, com rapidez e precisão, a composição do tecido que toca para determinar se ele é saudável ou não.

E saber fazer isso é vital, especialmente na cirurgia do câncer, onde o objetivo da operação é remover o tumor deixando os tecidos saudáveis preservados.

O iKnife por exemplo é uma faca eletrocirúrgica, desenvolvida pela Imperial College London, que é conectada a um dispositivo chamado espectrômetro de massa. Conforme a lâmina eletrificada corta o tecido, a fumaça é liberada e canalizada para esse espectrômetro, que analisa os produtos químicos contidos nela para determinar se ele é ou não maligno. 

Outro exemplo do que já está desenvolvido é o bisturi que informa o cirurgião, em menos de meio segundo, o tipo de tecido a ser tocado, com notificações visuais ou auditivas. 

Embora não corte, essa ferramenta portátil, criada por uma parceria entre a Universidade Técnica de Monterrey, Universidade de Hanover e Universidade Livre de Bruxelas, consegue medir as correntes elétricas microscópicas que a ponta do bisturi gera quando entra em contato com vários tipos de tecido, um fenômeno conhecido como efeito piezoelétrico.

Este novo bisturi possui sensores e algoritmos avançados de processamento digital de sinais. Quando se trata de detectar tecidos saudáveis ​​e aqueles afetados pelo tumor, o bisturi vibra 400 milissegundos no cérebro a 4.000 frequências diferentes. Isto gera uma imagem de como o cérebro está vibrando e essas freqüências são analisadas para obter um modelo matemático das propriedades do que está sendo tocado.

Segundo os cientistas, o bisturi é tão preciso que pode ajudar até mesmo a detectar tumores precocemente, quando a diferença entre tecido saudável e afetado é quase imperceptível ao sentido da visão e ao toque dos cirurgiões.

Além disso, o dispositivo poderia ser usado para remover tumores em outras partes do corpo (atualmente, ele está sendo estudado no cérebro), seja na forma de um bisturi ou de um endoscópio inteligente para cirurgias de estômago ou intestino, por exemplo. Por agora, a ferramenta está em processo de patente e com autorização pendente para iniciar testes em humanos.

Teste em urina detecta câncer de próstata 5 anos antes de ele aparecer

Um grupo de cientistas da Universidade de East Anglia (UEA), em Norwich, Reino Unido, desenvolveu um teste simples de urina que consegue revelar se homens terão câncer de próstata cinco anos antes do aparecimento da doença. E o mais interessante: sem que eles precisem passar por biópsias.

Segundo os pesquisadores, o Prostate Urine Risk (PUR) é tão sensível quanto os métodos atuais e consegue identificar, inclusive, o nível de agressividade da doença e em que ponto os homens precisarão de tratamento.

O estudo para o desenvolvimento do teste envolveu 537 homens e identificou 35 genes diferentes que eram marcadores de risco para o câncer, prevendo se os indivíduos teriam que realizar mais exames ou se eles precisariam se submeter a algum tipo de tratamento.

De acordo com o principal autor do estudo, Shea Connell, da Norwich Medical School da UEA, o objetivo do teste é reduzir, enormemente, a chance de os homens passarem por biópsias desnecessárias, o que realmente seria muito bom.

E, apesar de a indicação do PUR ser para homens com suspeita de câncer de próstata, ele também poderia ser usado para pessoas já diagnosticadas com câncer de baixo risco, para monitorar quando elas vão precisar de tratamento dentro desses cinco anos.

A expectativa dos cientistas é que o teste esteja disponível para o público dentro de três anos. 

Se tudo isso se comprovar e o Prostate Urine Risk passar nas exigências das agências reguladoras, um grande número de homens poderia evitar uma biópsia inicial desnecessária, e o acompanhamento repetido e invasivo de pacientes com doença de baixo risco poderia ser drasticamente reduzido. Portanto, fiquemos na torcida! 

“Miraram no coração e acertaram na próstata!”

Essa é uma brincadeira recorrente entre os profissionais que trabalham com cirurgia robótica e resume bem a importância que a técnica conquistou na urologia, apesar de o robô da Vinci ter sido idealizado para procedimentos cardiológicos.

Podemos dizer que as características das cirurgias urológicas (extremamente delicadas por se realizarem em áreas de difícil acesso e de campo operatório restrito) “casaram” bem com a precisão proporcionada pelo robô.

Além disso, mais na urologia do que em qualquer outra especialidade, essa precisão tem garantido maior adesão dos pacientes aos tratamentos por cirurgia robótica.

Graças a benefícios como menor tempo de internação e menos riscos de efeitos colaterais importantes, como disfunção erétil e incontinência urinária, no caso do câncer de próstata, vem aumentando a procura pelo procedimento. Embora envolva custos maiores, o paciente que pode arcar com eles tende a considerar que a opção pela cirurgia robótica representa um “investimento” na sua saúde.

O risco de incontinência urinária após cirurgia robótica varia de 2% a 3%. Na cirurgia convencional, o risco é de 6%. Em relação à disfunção erétil, embora fatores pré-cirurgia também interfiram no resultado (idade, obesidade, diabetes etc.), influenciem no resultado, a possibilidade de preservar a função pode variar entre 80% e 90% com a robótica. Em relação à cura do câncer, essa tecnologia também apresenta os melhores resultados.

Mais um dado contundente: segundo a empresa H.Strattner, responsável pela distribuição dos robôs no país, das cerca de 9 mil cirurgias que serão realizadas esse ano, no Brasil, 5 mil são urológicas e 90% delas, de próstata.

Particularmente, considero um privilégio poder contar com a plataforma robótica para cuidar dos meus pacientes, especialmente em procedimentos como a prostatectomia, a cistectomia a nefrectomia parcial. Confira os diferenciais que a plataforma robótica proporciona em cada um deles:

– Na prostatectomia:

A prostatectomia é a remoção cirúrgica da próstata. É realizada em casos de tumores e quando a glândula se torna muito grande, a ponto de restringir o fluxo de urina através da uretra.

Quando realizada por meio da cirurgia robótica (ou prostatectomia radical assistida por robô), oferece grande sucesso em relação à preservação de nervos e da função erétil, com redução significativa na perda de sangue e cicatrização bem mais rápida.

Por isso, a abordagem padrão para todas as prostatectomias passou a ser robótica (sendo que, anteriormente, ela era realizada usando técnicas abertas ou laparoscópicas).

– Na cistectomia:

Cistectomia é como chamamos a remoção cirúrgica de parte ou de toda a bexiga urinária. E, embora seja um procedimento longo e complexo, uma cistectomia robótica permite menos complicações e inconveniências para o paciente.

Isso porque, pela liberdade de movimentos do robô, a reconstrução da bexiga é facilitada e muito mais precisa. Além disso, há redução do tempo cirúrgico, de riscos de sangramentos e de complicações pós-cirúrgicas, assim como das chances de infecções.

– Na nefrectomia:

Já a nefrectomia é a remoção cirúrgica de um rim ou até dos dois rins. E a realização da nefrectomia parcial robótica, além da preservação do rim, oferece benefícios como incisões muito  menores, cicatrizes discretas, menor perda sanguínea sem necessidade de doação ou transfusão de sangue, menos dor, menor uso de analgésicos, alta hospitalar e recuperação mais rápida.

Agora que as técnicas robóticas e laparoscópicas são o método padrão, as nefrectomias abertas, envolvendo dissecções de costelas parciais, já não são mais necessárias.

Para os cirurgiões

E os benefícios também se escancaram para os cirurgiões, que conseguem trabalhar em espaços muito pequenos com um alto grau de liberdade de movimento.

Além disso, a introdução da visão 3D de alta definição proporciona uma ampliação que dá aos médicos a capacidade de ver a anatomia de maneira mais clara e menos ambígua, possibilitando a capacidade de navegação em estruturas críticas com muito mais cuidado e precisão.

As plataformas também permitem que o computador e os algoritmos reproduzam fielmente os os comandos das nossas mãos, punhos e dedos em movimentos precisos, com tremores filtrados. Além disso, as pinças do equipamento alcançam locais em que a mão humana não chegaria, especialmente no caso de cirurgias de pequenos orifícios.

Page 2 of 3

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén