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Câncer de bexiga: Homens fumantes e mulheres são mais afetados

O câncer de bexiga, apesar de ser menos conhecido que o câncer de próstata, é uma doença grave que merece atenção e conscientização. 

 

Vamos explorar mais sobre essa condição, seus fatores de risco e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

 

Prevalência do câncer de bexiga

Na França, por exemplo, o câncer de bexiga afeta entre 13 mil e 20 mil novas pessoas todos os anos, sendo a maioria homens com mais de 60 anos de idade. Essa doença é responsável por cerca de 5 mil mortes anualmente. No Brasil e em outros países, as estatísticas também são alarmantes, destacando a necessidade de mais informações e medidas preventivas.

 

Fatores de risco

 

  1. Tabagismo: o fator de risco mais significativo para o câncer de bexiga é o tabagismo. Os produtos químicos presentes no tabaco são filtrados pelos rins e excretados na urina, entrando em contato direto com a parede da bexiga e aumentando o risco de desenvolvimento de células cancerígenas. Fumantes têm três vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga do que não fumantes.
  2. Gênero: homens são mais afetados pelo câncer de bexiga do que mulheres. Acredita-se que a diferença esteja relacionada ao maior consumo de tabaco entre homens, bem como a fatores ocupacionais, já que muitos homens estão expostos a produtos químicos industriais que podem aumentar o risco de câncer de bexiga.
  3. Idade: o risco de câncer de bexiga aumenta com a idade, sendo mais comum em pessoas com mais de 60 anos. No entanto, a doença pode ocorrer em qualquer faixa etária.
  4. Exposição a produtos químicos: trabalhadores em indústrias que utilizam produtos químicos, como a indústria de tintas, borracha, couro e têxtil, têm maior risco de desenvolver câncer de bexiga devido à exposição prolongada a substâncias nocivas.

 

Sinais e sintomas

Os sintomas do câncer de bexiga podem variar, mas os mais comuns incluem:

 

  • Hematúria: Presença de sangue na urina, que pode ser visível a olho nu ou detectado em exames laboratoriais.
  • Dor ao urinar: Sensação de queimação ou dor durante a micção.
  • Necessidade frequente de urinar: Aumento da frequência urinária, mesmo quando a bexiga não está cheia.
  • Dor abdominal ou nas costas: Dor na região inferior do abdômen ou nas costas pode ser um sinal de que o câncer está avançado.

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do câncer de bexiga é geralmente feito através de exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, além de exames laboratoriais de urina. A cistoscopia, um procedimento que permite visualizar diretamente o interior da bexiga, é fundamental para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da doença.

 

Os tratamentos variam conforme o estágio do câncer e podem incluir:

 

  • Cirurgia: Remoção do tumor através de cistoscopia ou cirurgia aberta.
  • Quimioterapia: Uso de medicamentos para destruir células cancerígenas.
  • Imunoterapia: Tratamentos que ajudam o sistema imunológico a combater o câncer.
  • Radioterapia: Uso de radiação para destruir células cancerígenas.

 

Prevenção e conscientização

A prevenção do câncer de bexiga passa principalmente pela redução dos fatores de risco conhecidos. A cessação do tabagismo é a medida mais eficaz para diminuir o risco. Além disso, trabalhadores expostos a produtos químicos devem seguir rigorosamente as normas de segurança ocupacional.

 

A conscientização sobre os sinais e sintomas do câncer de bexiga é crucial para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz. Campanhas de saúde pública e educação sobre os riscos do tabagismo e a importância da detecção precoce podem salvar vidas.

 

Considerações finais

Embora o câncer de bexiga seja menos conhecido do que outros tipos de câncer, sua gravidade não deve ser subestimada. Homens fumantes e mulheres precisam estar cientes dos riscos e dos sinais de alerta desta doença. A adoção de hábitos de vida saudáveis, a redução da exposição a produtos químicos nocivos e a realização de exames de saúde regulares são medidas essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de bexiga.

 

Converse com seu médico sobre os riscos e a melhor forma de cuidar da sua saúde urológica. A prevenção e a informação são as melhores armas contra o câncer de bexiga.

Cirurgia robótica: os planos de saúde cobrem esse procedimento?

Nos últimos anos, a cirurgia robótica tem se destacado como uma opção avançada e eficaz em diversas áreas da medicina. Com sistemas precisos e tecnologicamente avançados, essa modalidade cirúrgica oferece benefícios significativos para os pacientes, como incisões menores, menor tempo de recuperação e taxas reduzidas de complicações pós-operatórias.

 

No entanto, muitos pacientes se deparam com uma questão crucial: os planos de saúde cobrem esse procedimento?

 

Os benefícios da cirurgia robótica

A cirurgia robótica tem transformado a abordagem cirúrgica em uma variedade de especialidades médicas, incluindo urologia, ginecologia, cirurgia geral e cardiovascular. Com sistemas robóticos avançados, os cirurgiões podem realizar procedimentos complexos com incisões mínimas, reduzindo o trauma nos tecidos, o tempo de recuperação e o risco de complicações pós-operatórias.

 

Os desafios na cobertura dos planos de saúde

Apesar dos avanços na tecnologia e da crescente demanda por cirurgias robóticas, muitos pacientes enfrentam dificuldades para obter a cobertura desse tipo de procedimento por parte dos planos de saúde.

 

Isso se deve, em parte, ao fato de que a cirurgia robótica pode não estar incluída nos rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 

 

A busca por cobertura através da justiça

Diante da negativa de cobertura por parte dos planos de saúde, muitos pacientes têm recorrido ao sistema judiciário em busca de garantir o acesso à cirurgia robótica. Mesmo que eventualmente a cirurgia robótica não esteja listada nos procedimentos cobertos pela ANS, os pacientes têm obtido sucesso na obtenção de decisões judiciais favoráveis, garantindo a cobertura integral da cirurgia ou o reembolso das despesas com sua realização.

 

Os direitos dos pacientes e a legislação brasileira

A legislação brasileira reconhece o direito à saúde como um direito fundamental de todo cidadão, garantindo o acesso a tratamentos médicos adequados e eficazes. Nesse sentido, os pacientes têm o direito de buscar tratamentos modernos e avançados, como a cirurgia robótica, quando necessário, mesmo que inicialmente negados pelos planos de saúde.

 

Assessoria jurídica especializada e apoio aos pacientes

Para os pacientes que enfrentam dificuldades na obtenção da cobertura da cirurgia robótica, contar com o auxílio de uma assessoria jurídica especializada pode ser fundamental. Advogados especializados em direito à saúde podem orientar e representar os pacientes em processos judiciais, buscando garantir seus direitos e assegurar o acesso ao tratamento necessário.

 

Garantindo o acesso a tratamentos modernos

Em suma, a cirurgia robótica representa uma opção moderna e eficaz de tratamento em diversas condições médicas, oferecendo benefícios significativos para os pacientes. Embora os desafios na cobertura pelos planos de saúde ainda persistam, os pacientes têm o direito de buscar acesso a esse tipo de procedimento, seja por meio de decisões judiciais ou do reembolso das despesas. 

 

Com o apoio da legislação e da assistência jurídica especializada, é possível garantir o acesso a tratamentos modernos e avançados, promovendo a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Cigarro é o principal fator de risco para o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é uma doença grave que acomete aproximadamente meio milhão de pessoas em todo o mundo. No Brasil, as estatísticas são igualmente alarmantes, com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimando cerca de 11.370 novos casos a cada ano do triênio 2023-2025. 

 

Apesar de diversos fatores contribuírem para o desenvolvimento dessa enfermidade, o consumo de cigarro se destaca como o principal vilão, sendo responsável por uma porcentagem significativa dos casos diagnosticados.

 

Relação entre cigarro e câncer de bexiga

Entender a relação entre o cigarro e o câncer de bexiga é fundamental para a conscientização e prevenção. Quando uma pessoa fuma, substâncias químicas cancerígenas são inaladas e entram na corrente sanguínea. 

 

Os rins filtram essas toxinas do sangue, concentrando-as na urina, que fica armazenada na bexiga. Com o tempo, a exposição contínua ao coquetel tóxico presente na urina pode danificar o revestimento da bexiga, aumentando o risco de mutações celulares e, consequentemente, o desenvolvimento de câncer.

 

Sintomas do câncer de bexiga

O câncer de bexiga, muitas vezes, se manifesta silenciosamente, com sintomas que podem ser facilmente ignorados ou confundidos com outras condições menos graves. Sangue na urina, dor ao urinar, e a necessidade frequente de urinar são sinais que merecem atenção imediata e consulta com um profissional de saúde. O diagnóstico precoce é crucial para um prognóstico favorável, mas a prevenção continua sendo a melhor estratégia.

 

Como diminuir o risco do câncer de bexiga?

A cessação do tabagismo é, sem dúvida, a medida mais eficaz para diminuir o risco de desenvolver câncer de bexiga. Parar de fumar não apenas reduz esse risco, mas também melhora a saúde geral e a qualidade de vida. No entanto, a jornada para se livrar do vício em nicotina é desafiadora e muitas vezes requer uma combinação de apoio psicológico, tratamentos médicos e, sobretudo, um forte comprometimento pessoal.

 

Além dos esforços individuais, é essencial que haja políticas públicas eficazes de controle do tabaco, campanhas de conscientização sobre os riscos do fumo e programas de apoio àqueles que desejam parar de fumar. A sociedade como um todo deve se engajar na luta contra o cigarro, compreendendo que o impacto vai além do fumante, afetando a saúde pública e a economia.

 

Enquanto avançamos na ciência e tratamento do câncer de bexiga, a prevenção continua sendo o melhor caminho. É uma jornada de múltiplas frentes que inclui a promoção da educação sobre os riscos do tabagismo, o incentivo às políticas de saúde pública para redução do consumo de tabaco e o suporte contínuo aos indivíduos na sua luta contra a dependência. 

Cada cigarro não fumado é um passo em direção a uma vida mais saudável e a redução do risco de câncer de bexiga e de outras inúmeras doenças relacionadas ao tabaco.

 

Em resumo, o desafio é grande, mas a esperança é maior. Com ações coordenadas, conscientização e determinação, é possível reduzir significativamente o número de casos de câncer de bexiga relacionados ao tabagismo e, assim, salvar vidas. A luta contra o cigarro é árdua, mas a batalha contra o câncer de bexiga é ainda mais crítica. Juntos, podemos criar um futuro onde o fumo e suas consequências devastadoras sejam parte do passado.

Seu pai teve câncer de próstata? Então fique atento!

“Meu pai teve câncer de próstata. Isso significa que eu também terei a doença?” Essa é uma das muitas perguntas que escuto no consultório, e a resposta é: existe um aumento na taxa de incidência quando pai, irmãos e primos apresentam a doença – para se ter uma ideia, as chances aumentam em até 10 vezes.

Vamos entender melhor?

Sobre o câncer de próstata

De acordo com pesquisas, o câncer de próstata atinge cerca de 10% da população masculina com 50 anos no mundo e aproximadamente 30% dos homens com mais de 70 anos. Um estudo recente mostrou que o Brasil conta com mais de 60 mil casos de câncer de próstata por ano. Nesse sentido, estar atento aos sinais e fazer o diagnóstico precoce são fatores essenciais para garantir maior sucesso no tratamento.

Os sintomas mais comuns da doença são: 

◾Dificuldade ou sangramento ao urinar;

◾Dor na região da pelve;

◾Vontade frequente de urinar;

◾Sangue presente no sêmen.

Diagnóstico

Por meio do exame de toque e de alterações na dosagem do PSA é possível diagnosticar a doença que, se estiver em seu estágio inicial, há grandes chances de cura. Por isso, é fundamental ir ao urologista pelo menos uma vez ao ano.

Quando existe alteração nos níveis de PSA ou anormalidades identificadas no exame de toque retal, o médico poderá pedir outros exames para confirmar ou descartar a presença de um câncer.

Síndromes familiares

Existe um aumento na taxa de incidência quando pai, irmãos e primos apresentam o câncer de próstata. Com três familiares com a doença, por exemplo, as chances crescem em até 10 vezes. Sabendo disso, é crucial essa pessoa realizar exames preventivos de forma precoce, em torno dos 40 anos de idade.

No entanto, nem todo mundo que tem histórico familiar terá a doença. Mesmo assim, se existe histórico de câncer de próstata em sua família, converse com seu urologista sobre a periodicidade dos exames de rastreamento.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a investigação prostática anual para este tipo de paciente deve ser iniciada aos 45 anos de idade, mas em certos casos, é preciso antecipar ainda mais este cuidado.

Prevenção

Para evitar a doença é importante manter hábitos saudáveis como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo excessivo de cigarro e bebidas alcoólicas. Vale dizer que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos de atividade física por semana ajudam na prevenção.

Lembre-se: quanto antes o câncer de próstata for diagnosticado, maiores serão as chances de cura!

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

A tecnologia robótica representa um importante avanço no tratamento cirúrgico do câncer. 

Em muitas especialidades, como a urologia, por exemplo, ela tem sido cada vez mais usada, auxiliando na remissão do tumor com um importante resultado em termos de qualidade de vida do paciente.

É claro que essa não é a única alternativa para quem precisa fazer uma cirurgia de remoção do câncer de próstata. Além da robótica, contamos também com a laparoscopia e a cirurgia aberta, um leque de possibilidades que precisa ser analisado com muita atenção pelo paciente e cirurgião para que a melhor decisão seja tomada. 

Para a maior parte dos pacientes que vou operar, eu costumo recomendar a cirurgia robótica no lugar da técnica aberta ou laparoscópica, e hoje quero explicar os motivos pelos quais acredito que essa costuma ser a melhor escolha. 

O nível de precisão da cirurgia robótica é maior

Embora as técnicas aberta e laparoscópica também sejam consideradas precisas e eficientes no tratamento cirúrgico do câncer, a cirurgia robótica é capaz de levar as habilidades do cirurgião para outro nível.

Isso é possível porque a plataforma oferece visualização aumentada em 3D, podendo ser associada à tecnologia Firefly, que auxilia na diferenciação do tecido tumoral dos tecidos saudáveis, bem como na percepção do fluxo sanguíneo para o tumor. 

Além disso, os robôs contam com um sistema de instrumentos que possuem amplitude de movimento maior do que o pulso humano, possibilitando a manipulação de tecidos com muito mais precisão! 

Vale ressaltar, é claro, que a experiência do cirurgião faz toda a diferença. 

As chances de intercorrência durante intra e pós-operatórias são menores

A maioria dos procedimentos realizados com a cirurgia robótica está associada a menores riscos de intercorrência durante e após a operação, inclusive hemorragias. Afinal, o dano às estruturas adjacentes ao tumor durante a cirurgia é mínimo, o que diminui consideravelmente o sangramento. 

Essa é uma vantagem, especialmente, na cirurgia do rim, em que vamos manipular uma área extremamente vascularizada. 

Além disso, como o paciente fica menos tempo no hospital, os riscos de infecção hospitalar são muito menores do que numa cirurgia convencional

As chances de ter efeitos colaterais são menores

Na cirurgia de remoção de próstata, os principais efeitos colaterais podem ser a dificuldade de ereção e a incontinência urinária. Hoje, com a cirurgia robótica, conseguimos preservar ao máximo as estruturas neurais responsáveis por essas funções, de maneira que muitos pacientes sequer têm qualquer efeito colateral após o procedimento. 

Inclusive, muitos dos que de fato experienciam um pouco de disfunção erétil depois do procedimento conseguem recuperar a ereção. 

O tempo de internação é menor 

Por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, o paciente costuma receber alta rapidamente. O tempo de internação da prostatectomia e da nefrectomia radical, por exemplo, gira em torno de 48h.

Isso pode variar, entretanto, de acordo com o tipo de cirurgia e a saúde do paciente como um todo, mas, de maneira geral, como as incisões são pequenas, não é necessário manter a pessoa em ambiente hospitalar por muito tempo!

Além de permitir que o paciente se recupere no conforto do lar, um curto período de internação significa menores gastos e riscos de contrair infecções hospitalares. 

O retorno para as atividades cotidianas é mais rápido

Dependendo do tipo de cirurgia realizada, o paciente logo poderá voltar a dirigir e trabalhar, sempre respeitando as recomendações médicas. 

Para o paciente oncológico, o retorno para as suas atividades cotidianas é muito importante porque, muitas vezes, o diagnóstico de câncer parece se sobrepor a todos os outros aspectos da vida da pessoa. 

Poder voltar a caminhar, cuidar da casa e trabalhar é uma forma de resgatar o controle sobre a própria vida e a individualidade. 

As incisões são mais discretas 

E, por fim, não posso deixar de abordar um aspecto muito importante e por vezes negligenciado no cuidado com o paciente oncológico: as cicatrizes. 

Na cirurgia robótica, realizamos incisões de 3 cm a 5 cm no abdômen do paciente, para inserir os portais por onde vamos passar os instrumentos robóticos. Essa técnica substitui as grandes incisões realizadas na cirurgia aberta, que muitas vezes causam desconforto estético e se tornam um obstáculo na hora de seguir com uma vida livre de câncer. 

Por exemplo, na prostatectomia aberta, por exemplo, fazemos uma grande e profunda incisão do umbigo do paciente até a base do pênis. Já na nefrectomia aberta, a incisão também é grande, feita na lateral do abdômen. 

Bom senso na hora de escolher a técnica para sua cirurgia

Não faltam evidências das vantagens da cirurgia robótica. Entretanto, quero ressaltar que a laparoscopia e a cirurgia aberta também oferecem excelentes resultados e que outros fatores também precisam ser levados em conta na hora de escolher o melhor caminho para o seu tratamento.

Como você pode imaginar, os robôs são tecnologias incríveis que precisam ser manipuladas por médicos altamente treinados e experientes. Dependendo do nível de complexidade da cirurgia, pode ser mais vantajoso para determinado cirurgião realizar o procedimento por via laparoscópica ou aberta, já que ele domina melhor essa técnica do que a robótica. 

Isso significa que a experiência do cirurgião e sua familiaridade com o método, seja ele qual for, precisam ser levados em conta para que o procedimento tenha os melhores resultados possíveis. 

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Diversos estudos apontam que homens negros têm mais riscos de desenvolver câncer de próstata. Além disso, os tumores parecem ser mais agressivos nestes pacientes. 

Um estudo realizado em 2020 e publicado no Jama Network comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças. O número de afro-americanos que tiveram progressão da doença foi 11% maior do que o de homens brancos que também lidaram com esse problema num período de 7,6 anos. 

Entretanto, neste estudo, a mortalidade em decorrência do câncer de próstata foi menor entre os homens negros do que os de outras raças. Os motivos ainda não são certos e podem estar relacionados a um acompanhamento mais minucioso desses pacientes, por fazerem parte de uma investigação clínica. 

Afinal, outros estudos apontaram justamente o contrário: homens negros têm duas vezes mais chances de morrer de câncer de próstata do que aqueles de outras raças. 

De todo modo, essas diferenças parecem sustentar a teoria de que devemos acompanhar mais de perto a incidência e progressão do câncer de próstata em homens negros. Inclusive, pouquíssimos estudos envolvendo a vigilância ativa incluíram pacientes negros. 

Urologista em BH – Entendendo o risco aumentado para homens negros

Já é consenso entre a comunidade médica que a genética é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. Isso significa que um homem com parentes de primeiro grau com a doença possuem mais chances de desenvolvê-la do que aqueles que não têm.

Além disso, um estudo realizado ainda neste ano demonstrou que homens com ancestralidade africana têm uma pontuação de risco genético para câncer mais de duas vezes maior do que aqueles de ancestralidade europeia.

Entretanto, para além da ancestralidade e fatores genéticos, outras questões também parecem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata em homens negros.

A primeira delas é a obesidade. Um estudo de 2019 avaliou como as associações entre obesidade, ambientes obesogênicos e o racismo estrutural podem variar de acordo com a composição racial de diferentes países. Uma das conclusões da pesquisa foi que o racismo, trauma racial e fatores socioeconômicos aumentam os riscos de ter obesidade.

O status socioeconômico também tem um papel significativo nos cuidados com a saúde, pois está associado a maiores chances de desenvolver câncer por falta de acesso a tratamentos médicos pagos. Essa é uma realidade especialmente nos Estados Unidos, onde não a população não tem atendimento médico gratuito. 

Por fim, o preconceito racial também possui um papel importante nos altos índices de câncer de próstata em homens negros. Um estudo publicado no periódico Urology encontrou uma  disparidade racial significativa: eles possuem menos chances de passar pelos exames de rastreamento da doença e até mesmo de receberem indicação médica para tal. 

Todos esses fatores demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é saúde e igualdade racial. 

Acredito que uma das principais medidas que podemos tomar para mudar esse cenário é fazer com que informações seguras a respeito do câncer de próstata circulem entre homens de diversas comunidades, tornando-os cientes de seus direitos enquanto pacientes e do seu risco real de desenvolver a doença. Assim, poderão se tornar protagonistas de sua própria saúde, independentemente da raça ou da cor.

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