O câncer de próstata nem sempre é considerado uma ameaça. Homens com idade mais avançada e que apresentam crescimento lento da doença por vezes não precisam de tratamento. Neste caso pode usar o método da vigilância ativa, ou seja, monitorá-lo de tempos em tempos para ver como ele se desenvolve. 

Porém, o desafio para os médicos de todo o mundo é diagnosticar e tratar rapidamente os homens que têm tumores mais agressivos, de crescimento rápido e com potencial para se espalharem para outras partes do corpo. 

Atualmente, para detectar o câncer de próstata, segundo tipo mais comum no Brasil, são utilizados os exames de toque retal e o PSA. Porém, esses testes não são capazes de identificar a agressividade dos tumores.

 

Bactérias que podem identificar o câncer de próstata

Por isso, pesquisadores do Reino Unido estão estudando bactérias presentes na urina que podem estar ligadas ao câncer de próstata em estágio avançado, fazendo com que essas pessoas tenham tratamento precoce, possibilitando, assim, mais chances de cura.

No estudo, publicado na revista European Urology Oncology, os cientistas mapearam mais de 600 pacientes, com e sem câncer de próstata, para avaliar as bactérias presentes na urina deles.

Eles encontraram cinco tipos de bactérias na urina que também estavam presentes em tecidos da próstata, cujo câncer se tornou agressivo. Três dessas bactérias ainda não tinham sido descobertas pela ciência. 

De acordo com os pesquisadores, o caminho ainda é longo até chegar a respostas definitivas sobre como essas bactérias podem ajudar no tratamento dessas pessoas. Uma das questões ainda sem resposta é como esses homens foram contaminados por essas bactérias ou se elas são uma espécie de resposta do sistema imunológico dessas pessoas. 

 

Possibilidades de tratamento

Os pesquisadores já sabem que quatro em cada 10 casos de câncer de próstata têm a ver com fatores conhecidos, como o tabagismo e a obesidade. Agora eles estão estudando a relação das bactérias com a doença. 

 Caso seja confirmada a relação entre essas bactérias e o câncer de próstata agressivo, podem ser desenvolvidos antibióticos capazes de impedir a progressão da doença, porém mais estudos são necessários. 

Para a equipe que desenvolveu a pesquisa, apesar dos dados ainda não serem conclusivos, esse estudo pode ajudar na triagem de pacientes com o tumor potencialmente agressivo, diminuindo o número de mortes relacionadas à doença.