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Saúde mental do paciente com câncer: O que você precisa saber

O câncer é uma doença muito estigmatizada, que requer tratamentos complexos e envolve uma equipe médica multidisciplinar e outros profissionais de saúde com psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, etc, além de cuidadores e da família do paciente. 

 

Por se tratar de uma doença crônica, cujo tratamento muitas vezes é longo, o diagnóstico pode afetar a saúde emocional do paciente e de todos que estão à sua volta. Nesse momento, é comum um turbilhão de emoções e sentimentos como ansiedade, angústia, depressão, nervosismo e  apatia. 

 

Todas essas oscilações de humor podem ter reflexo na vida conjugal/familiar, laboral, social ou acadêmica do paciente. É comum vermos pacientes em tratamento do câncer se cobrando uma rotina como a que tinha antes do diagnóstico. Entretanto, é importante lembrar que cada um tem um período para digerir e se adaptar à nova realidade e desafios.

 

Além de tentar manter uma rotina, as pessoas em tratamento de câncer também têm que enfrentar os efeitos colaterais da terapia, da escolha dos métodos terapêuticos, dos impactos da doença e de possíveis complicações que podem até se tornar permanentes. 

 

Saúde Mental do Paciente com Câncer de Próstata

 

O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil e ainda hoje repleto de estigmas. Muitos homens ainda não fazem os exames para a detecção precoce da doença devido à falta de informação e preconceito. Em muitos casos, quando a doença é descoberta, o tratamento tem que ser mais agressivo, diminuindo as chances de cura ou fazendo com que os pacientes tenham algum tipo de complicação. 

 

Além dos fatores psicológicos que afetam as pessoas com câncer, homens com câncer de próstata tem ainda mais um agravante: o medo da impotência sexual e da disfunção erétil. Muitos homens retardam o início do tratamento por questões ligadas à masculinidade e medo de não conseguirem mais ter relações sexuais satisfatórias.

 

Apesar dos dados sobre o assunto ainda serem escassos e não existir uma compilação dos mesmos, acredita-se que entre 30% a 50% dos pacientes em tratamento do câncer de próstata apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico, seja a depressão, ansiedade ou agressividade, chegando a afetar o cônjuge do paciente. 

 

Em pacientes com esse quadro é recomendada a psicoterapia, que auxilia no controle da depressão e ansiedade, contribuindo até mesmo para a redução da dor. Uma abordagem  combinada entre o psiquiatra/psicólogo, o urologista e o oncologista é bastante benéfica ao paciente pois a combinação de fármacos pode auxiliar tanto no tratamento da depressão, quanto no tratamento do tumor. 

 

É normal ter medo e dúvidas neste momento, mas o importante é a pessoa ter em mente que não está sozinha. Sua equipe de saúde tem o conhecimento e a experiência para ajudá-lo. Mas continue lembrando-se de que você é especialista em sua própria saúde. Sempre que perceber que algo não vai bem procure ajuda, seja ela médica, psicológica ou de amigos e familiares, pois o câncer é uma doença que se vence juntos!

IST’s podem levar ao desenvolvimento de câncer, infertilidade e até óbito

As Infecções Sexualmente Transmissíveis, IST’s, antigamente conhecidas como Doenças Sexualmente Transmissíveis, DST´s, são infecções causadas por vírus, bactérias ou parasitas e transmitidas principalmente através das relações sexuais desprotegidas, sejam elas vaginais, anais ou orais. 

 

A terminologia sofreu alteração em seu nome, porque, de acordo com o Ministério da Saúde, Infecções Sexualmente Transmissíveis remetem ao fato de que uma pessoa pode transmitir uma infecção, mesmo sem apresentar nenhum sintoma. Quando as infecções são sintomáticas, o mais comum é que a pessoa apresente corrimento vaginal, corrimento uretral ou queimação nos homens, úlceras genitais e dor abdominal.

 

As IST’s são compostas por mais de 30 diferentes  tipos de infecção, que causam várias doenças, entre elas, a sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase, que são curáveis, e outras infecções virais consideradas incuráveis, como a  hepatite B, herpes, HIV e papilomavírus humano (HPV). Algumas IST’s também podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação.

 

Dados da IST’s

 

As IST´s têm um impacto profundo na saúde sexual e reprodutiva em todo o mundo. Dados da Organização Mundial de Saúde, OMS, estimam que mais de um milhão de pessoas sejam afetadas por essas doenças todos os dias no mundo. 

 

No Brasil, segundo o IBGE, 0,6% da população contraíram algum tipo de infeção sexualmente transmissível, somente em 2019, o que corresponde a cerca de um milhão de pessoas com mais de 18 anos. 

 

E os dados são ainda mais alarmantes, pois somente 22% dos entrevistados afirmaram que usaram preservativos em todas as relações sexuais nos 12 meses que antecederam a pesquisa, enquanto 59% relataram que não fizeram uso de nenhum tipo de proteção e 17% que usaram de forma esporádica. 

 

E os jovens estão entre os mais afetados pelas IST´s. Ainda de acordo com o IBGE, quase 42 mil pessoas foram diagnosticadas com HIV e 37 mil com Aids, em 2019. Desse total, o público mais afetado foi entre 25 e 39 anos de idade.

 

Impactos das IST’s sobre a saúde

 

As IST’s podem ter consequências graves além do impacto imediato da própria infecção. Pessoas com infecções sexuais estão mais propensas a infertilidade, alguns tipos de câncer e até mesmo a morte precoce. 

 

Mulheres com IST’s podem ter problemas para engravidar devido a inflamação nas trompas, enquanto os homens podem ter as estruturas do trato reprodutivo danificadas em caso de doenças não tratadas.

 

Vários tipos de câncer também estão relacionados às infecções sexuais. Somente o HPV está ligado a 13 tipos potenciais de cânceres, sendo o de colo de útero o mais comumente associado ao tumor. Porém, pessoas com HPV também podem desenvolver câncer de orofaringe, vulva e pênis.

 

Apesar do HIV ser a IST’s considerada mais grave, se não tratadas, essas outras infecções podem levar a doenças graves, culminando até mesmo com o óbito do paciente. Por isso é importante que todas as relações sexuais sejam protegidas e que haja um acompanhamento médico períodico, pois como essas doenças muita vezes não apresentam sintomas e a pessoa pode ter uma IST’s e nem sequer fazer ideia. 

 

E a mudança de comportamento sexual é a chave para se evitar as infecções sexualmente transmissíveis. 

O câncer está entre as principais causas de morte prematura em todo mundo.

O câncer está entre as principais causas de morte prematura em todo mundo.

As estimativas mais recentes apontam que, somente em 2018, mais de 18 milhões de novos casos de câncer foram diagnosticados no mundo, levando a quase 10 milhões de óbitos. Em parte, o aumento de casos se deve ao envelhecimento da população. Porém, o desenvolvimento socioeconômico e determinados hábitos de vida como o sedentarismo, alimentação inadequada, entre outros, têm contribuído para o surgimento da doença.

Entre os tipos de câncer mais comuns no mundo estão o de pulmão e mama, com 2,1 milhões de casos, seguido pelo câncer colorretal, com 1,8 milhão, e o de próstata, atingindo 1,3 milhões de pessoas.

No Brasil, os dados também são alarmantes. Serão 66 mil homens diagnosticados com câncer de próstata, somente em 2022, o que corresponde a 62,95 novos casos a cada 100 mil pessoas. O câncer de bexiga também deve acometer 10.640 pessoas somente este ano. Estes dados fazem parte do documento Incidência do Câncer no Brasil, do Instituto Nacional do Câncer José Gomes da Silva, INCA, órgão ligado ao Ministério da Saúde.

Como prevenir o câncer de próstata?

Muitos tipos de câncer, assim como outras doenças como as respiratórias, cardiovasculares, renais e a diabetes podem ser evitadas, desde que a pessoa mantenha hábitos saudáveis e evite a exposição a fatores de risco. Para isso, é importante conhecer esses fatores, reduzindo as chances de adoecer.

Alguns fatores de risco, como raça, histórico familiar e idade, não podem ser evitados e as chances de desenvolver a doença aumentam significativamente a partir dos 50 anos. Porém, muitos outros podem ser controlados, entre eles o tabagismo, etilismo, sedentarismo e a alimentação inadequada.

É muito importante que todo homem, especialmente a partir dos 40 anos de idade, consulte regularmente o urologista e faça o exame de toque retal e a dosagem do antígeno prostático específico, PSA. A detecção precoce aumenta as chances de cura da doença e o sucesso no tratamento.

Câncer de bexiga, causas e prevenção

O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário e é classificado em três tipos principais: carcinoma de células de transição, carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma invasivo ou não invasivo, sendo que 95% dos carcinomas de células uroteliais ou carcinomas de células de transição se desenvolvem no interior do trato urinário.

A doença, apesar de atingir ambos os sexos, é mais comum entre os homens que são acometidos duas vezes mais que as mulheres. Dentre os principais fatores de risco para a doença, está o tabagismo, que responde de 50% a 70% dos casos. De acordo com vários estudos, os fumantes têm de duas a seis vezes mais chances de ter a doença em comparação aos não fumantes.

Entre outros fatores que aumentam o risco para o câncer de bexiga estão os ligados a questões ocupacionais. Exposição a compostos químicos como azocorantes, benzeno, benzidina, cromo, poeira de metais, petróleo e tintas podem contribuir para o desenvolvimento da neoplasia. Trabalhadores da agricultura que têm contato frequente com agrotóxicos também devem fazer exames preventivos com mais frequência.

As recomendações para prevenir o câncer de bexiga são semelhantes às do câncer de próstata. Incluir a prática de atividade física na rotina, manter uma dieta equilibrada rica em fibras, reduzir o consumo de processados, ultraprocessados e proteína de origem animal contribuem para o baixo risco de desenvolver as células cancerígenas. Além dos exames regulares de rotina.

Mantendo esses hábitos é possível evitar que tanto o câncer de próstata e bexiga apareçam ou que sejam diagnosticados e tratados precocemente, garantido sucesso no tratamento e qualidade de vida para o paciente.

Robô Hugo, da Medtronic, é utilizado pela primeira vez, numa prostatectomia radical

Robô Hugo, da Medtronic, é utilizado pela primeira vez, numa prostatectomia radical

A Medtronic, empresa líder global em tecnologia médica, anunciou na semana passada que o primeiro procedimento realizado com seu novo robô cirurgião, o Hugo, foi realizado com sucesso no Chile. O procedimento foi realizado pelo Dr. Ruben Olivares, na Clínica Santa Maria, em Santiago.

Trata-se de uma prostatectomia radical, ou seja, a remoção total da próstata do paciente, uma das principais cirurgias em que se destacam as técnicas minimamente invasivas, especialmente a robótica

A plataforma robótica Hugo RAS vinha sendo desenvolvida há alguns anos e, finalmente, iniciou seu registro de pacientes para coletar dados clínicos que, futuramente, serão utilizados para ser submetida a regulações em diversos países. 

Hugo RAS promete menores custos e mais praticidade para cirurgiões e hospitais 

Atualmente, somente uma pequena parcela das cirurgias realizadas no mundo inteiro são realizadas com robôs. Nesse sentido, de acordo com os responsáveis pelo Hugo, essa plataforma tem o potencial de oferecer soluções versáteis, compatíveis e portáteis com custo efetivo

A ideia é diminuir os custos da cirurgia robótica e otimizar a logística de utilização dessa tecnologia com modularidade nos braços robóticos, visualização avançada e compatibilidade com instrumentos da Medtronic já utilizados em cirurgias laparoscópicas e abertas. 

Com esses recursos, a empresa busca solucionar, também, um dilema comum quando falamos de tecnologia: à medida que surgem novos avanços, as tecnologias vão se tornando obsoletas. 

O objetivo é que o Hugo possa ser atualizado sem se tornar obsoleto, possibilitando troca de peças e geradores ao invés de comprar um sistema novo, o que reduz custos tanto para o hospital quanto para o paciente. 

Os cirurgiões podem, inclusive, utilizar muitos dos instrumentos com os quais já estão familiarizados, o que aproveita a experiência que o médico já tem e ainda mantém o catálogo de instrumentos da Medtronic ativo. Diversos equipamentos do robô também podem ser utilizados em cirurgias laparoscópicas e até mesmo abertas, inclusive o seu gerador.

Além disso, o Hugo pode ser facilmente transportado entre salas de cirurgia, maximizando sua utilização por diferentes espaços do hospital ao invés de ficar restrito a um local específico. Ele também pode ser desmontado para ser utilizado em duas operações diferentes ao mesmo tempo. 

Outro aspecto interessante do robô é que ele oferece alguns insights importantes do procedimento, possibilitando que o médico possa acessar, analisar e compartilhar vídeos de procedimentos que são gravados e transmitidos para a nuvem diretamente da sala de cirurgia.  

E, por fim, a Medtronic oferece treinamento e serviços personalizados para que cada médico possa explorar ao máximo as vantagens da sua plataforma robótica. Para isso, ela utiliza simulações e laboratórios práticos.

Corrida robótica se intensifica com avanços do Hugo 

Este é, sem dúvidas, um grande passo para a Medtronic, que já se destaca com a Mazor X Stealth, plataforma cirúrgica dedicada às cirurgias da coluna vertebral. Entretanto, ainda é muito cedo para dizer se o Hugo será um competidor agressivo no mercado em relação à Intuitive Surgical, empresa responsável pelos sistemas cirúrgicos da Vinci, mais utilizados em todo o mundo. 

A Medtronic não é a única a se debruçar sobre os problemas que ainda encontramos na cirurgia robótica, como o volume e o custo das plataformas. A própria Intuitive Surgical tem encontrado caminhos interessantes para tornar seus sistemas mais acessíveis e práticos, enquanto a Virtual Incision caminha a passos largos com o MIRA, o menor e mais leve robô cirúrgico até o momento. 

Continuo na torcida para que essas tecnologias continuem avançando para que os melhores tratamentos estejam disponíveis para o maior número possível de pacientes, que tanto se beneficiam de técnicas minimamente invasivas e de alta precisão. Assim que tivermos mais notícias sobre o Hugo e outras plataformas, contarei aqui no blog! 

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Diversos estudos apontam que homens negros têm mais riscos de desenvolver câncer de próstata. Além disso, os tumores parecem ser mais agressivos nestes pacientes. 

Um estudo realizado em 2020 e publicado no Jama Network comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças. O número de afro-americanos que tiveram progressão da doença foi 11% maior do que o de homens brancos que também lidaram com esse problema num período de 7,6 anos. 

Entretanto, neste estudo, a mortalidade em decorrência do câncer de próstata foi menor entre os homens negros do que os de outras raças. Os motivos ainda não são certos e podem estar relacionados a um acompanhamento mais minucioso desses pacientes, por fazerem parte de uma investigação clínica. 

Afinal, outros estudos apontaram justamente o contrário: homens negros têm duas vezes mais chances de morrer de câncer de próstata do que aqueles de outras raças. 

De todo modo, essas diferenças parecem sustentar a teoria de que devemos acompanhar mais de perto a incidência e progressão do câncer de próstata em homens negros. Inclusive, pouquíssimos estudos envolvendo a vigilância ativa incluíram pacientes negros. 

Urologista em BH – Entendendo o risco aumentado para homens negros

Já é consenso entre a comunidade médica que a genética é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. Isso significa que um homem com parentes de primeiro grau com a doença possuem mais chances de desenvolvê-la do que aqueles que não têm.

Além disso, um estudo realizado ainda neste ano demonstrou que homens com ancestralidade africana têm uma pontuação de risco genético para câncer mais de duas vezes maior do que aqueles de ancestralidade europeia.

Entretanto, para além da ancestralidade e fatores genéticos, outras questões também parecem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata em homens negros.

A primeira delas é a obesidade. Um estudo de 2019 avaliou como as associações entre obesidade, ambientes obesogênicos e o racismo estrutural podem variar de acordo com a composição racial de diferentes países. Uma das conclusões da pesquisa foi que o racismo, trauma racial e fatores socioeconômicos aumentam os riscos de ter obesidade.

O status socioeconômico também tem um papel significativo nos cuidados com a saúde, pois está associado a maiores chances de desenvolver câncer por falta de acesso a tratamentos médicos pagos. Essa é uma realidade especialmente nos Estados Unidos, onde não a população não tem atendimento médico gratuito. 

Por fim, o preconceito racial também possui um papel importante nos altos índices de câncer de próstata em homens negros. Um estudo publicado no periódico Urology encontrou uma  disparidade racial significativa: eles possuem menos chances de passar pelos exames de rastreamento da doença e até mesmo de receberem indicação médica para tal. 

Todos esses fatores demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é saúde e igualdade racial. 

Acredito que uma das principais medidas que podemos tomar para mudar esse cenário é fazer com que informações seguras a respeito do câncer de próstata circulem entre homens de diversas comunidades, tornando-os cientes de seus direitos enquanto pacientes e do seu risco real de desenvolver a doença. Assim, poderão se tornar protagonistas de sua própria saúde, independentemente da raça ou da cor.

Síndromes genéticas e o câncer urológico

Síndromes genéticas e o câncer urológico

A maioria dos tumores não têm causas hereditárias. Entretanto, as pessoas que são portadoras de mutações genéticas causadoras de cânceres urológicos precisam estar cientes de seus riscos para conhecerem as medidas de prevenção e rastreamento da doença. 

Em sua maioria,  as mutações genéticas são autossômicas dominantes, o que significa que um portador tem 50% de chance de transmitir o gene causador de câncer para cada filho. 

Felizmente, hoje já contamos com o rastreamento genético, tecnologia capaz de diagnosticar síndromes causadoras de câncer. Isso possibilitou a implantação de diretrizes globais para o manejo desses pacientes e também a identificação de portadores assintomáticos nas famílias. 

Quando o assunto é câncer urológico, muitas das manifestações de síndromes genéticas podem estar envolvidas, aumentando significativamente as chances de o paciente ter tumores no rim, bexiga, próstata ou testículos. 

Síndromes genéticas causadoras de câncer de rim

O carcinoma hereditário de células renais representa cerca de 5% a 8% de todos os tumores de rim. Alguns sinais de que o paciente pode ser portador de alguma síndrome hereditária causadora da doença são histórico familiar de câncer renal, tumores bilaterais ou multifocais e idade jovem (menos de 46 anos). 

Até o momento, estão registradas pelo menos sete síndromes genéticas causadoras de câncer de rim: Von Hippel-Lindau, Birt-Hogg-Dube, carcinoma papilar de células renais hereditário, leiomiomatose hereditária, câncer renal de succinato desidrogenase, esclerose tuberosa e síndrome de Cowden. Elas estão associadas, respectivamente, à mutações nos seguintes genes: VHL, FLCN, MET, FH, SDHB/C/D, TSC1/2 ou PTEN.

Síndromes genéticas causadoras de câncer de bexiga

O câncer de bexiga está associado, principalmente, à Síndrome de Lynch, previamente conhecida como câncer colorretal hereditário não polipóide. Trata-se de de uma mutação genética autossômica dominante que pode se manifestar a partir de mutações nos genes MSH2 ou MLH1. 

Além de neoplasias da bexiga, a Síndrome de Lynch também pode causar tumores na uretra e na pelve renal, aumentando os riscos de desenvolver a doença em até 22%, na comparação com a população geral. 

Síndromes genéticas causadoras de tumores na próstata

Aproximadamente 42% dos casos de câncer de próstata podem ser atribuídos a fatores familiares ou hereditários, sendo que o histórico familiar da doença é um dos principais fatores de risco. 

Ao contrário de outros tipos de tumores, tudo indica que a suscetibilidade do câncer de próstata seja consideravelmente mais complexa, com o envolvimento de diversos genes. Até o momento, os genes de alta permanência associados ao desenvolvimento desse tipo de neoplasia são o BRCA 1 e BRCA2, especialmente este último, que pode aumentar o risco de ter a doença em até 40%. 

Além de serem caracterizados pelo diagnóstico precoce da doença, os tumores causados por mutações nesses genes também costumam ser mais agressivos e atingir estágios mais avançados em comparação com a população em geral. 

Síndromes genéticas causadoras de câncer de testículo

Aproximadamente 2% dos pacientes com tumores de células germinativas testiculares têm um parente de primeiro grau afetado pela doença. Estima-se que o risco aumente em até 10 vezes para irmãos e até 6 vezes para filhos de pacientes com esse tipo de tumor. 

Por se tratar de um câncer raro, ainda é difícil determinar quais são exatamente as mutações genéticas capazes de aumentar os riscos de desenvolver a doença. 

Até o momento, as evidências sugerem que alelos específicos em genes envolvidos na diferenciação de células germinativas seriam os responsáveis pelo risco familiar de homens com tumores no testículo. 

Se você desconfia que pode ser portador de alguma dessas síndromes, procure o urologista e considere fazer aconselhamento genético. Confirmar o diagnóstico por meio do rastreamento genético possibilita que você realize exames importantes periodicamente, para assim tratar o tumor em estágios iniciais e até mesmo preveni-los. 

Tudo sobre hormônios masculinos e saúde do homem

Tudo sobre hormônios masculinos e saúde do homem

O equilíbrio hormonal é fundamental para a saúde, afinal, os hormônios se relacionam a coordenam as diversas atividades do organismo. 

Por isso, na falta o excesso dessas substâncias, o indivíduo vai notar o surgimento de alguns sintomas que, a longo prazo, podem evoluir para problemas mais graves. 

Quais são os hormônios masculinos e seu papel no organismo

Os principais hormônios masculinos são produzidos nos testículos e são responsáveis por determinar as características sexuais secundárias, além de promoverem o impulso sexual e induzirem a formação de espermatozóides 

Na puberdade, uma glândula chamada hipófise produz dois hormônios chamados de gonadotrofinas, o folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH). Eles têm esse nome porque agem diretamente nas gônadas (testículos), estimulando a produção de testosterona. 

Depois que esse hormônio passa a circular pelo corpo do menino, começam as mudanças típicas do período: a voz engrossa, os pêlos aumentam, o pênis se desenvolve e o impulso sexual aumenta. Juntos, a testosterona e as gonadotrofinas provocam a espermatogênese. 

Além de atuar no desejo sexual e nas ereções, a testosterona, no adulto, também afeta muitas atividades metabólicas, como a produção de células do sangue, a medula óssea, o formação do osso, o metabolismo de lipídios e carboidratos, a função hepática e o crescimento natural da próstata.

O que é e como lidar com a testosterona baixa

Uma parcela significativa dos homens acima dos 40 anos vai apresentar uma queda na produção de testosterona. Trata-se da DAEM (Doença Androgênica do Envelhecimento Masculino), conhecida popularmente como andropausa. 

Como falei acima, esse hormônio exerce diversas funções no organismo do homem, de maneira que esse desequilíbrio pode gerar uma série de sintomas, como problemas de cognição, raciocínio,memória,  diminuição da força muscular e da libido, bem como perda da disposição geral. 

Em casos mais graves, as alterações dos níveis desse hormônio no corpo podem levar até mesmo à infertilidade, já que a testosterona é fundamental na produção de espermatozóides. 

A DAEM precisa ser sempre diagnosticada e tratada por um urologista ou endocrinologista, já que a reposição de testosterona pode ter efeitos colaterais e contraindicações. Alguns pacientes desconfiam que estão com níveis baixos de testosterona e realizam aplicações desse hormônio por conta própria, o que pode causar problemas muito sérios à saúde masculina. 

A questão hormonal e o câncer de próstata 

Uma das situações em a reposição de testosterona não é indicada é quando o paciente tem alguns tipos de câncer, principalmente o de próstata localmente avançado.

Níveis mais altos de testosterona podem fazer com que esse tipo de tumor aumente de tamanho. Não é à toa que muitos casos de câncer de próstata também são tratados com terapias de privação de andrógeno, fazendo com que o tumor pare de crescer e até mesmo diminua. Como efeito colateral, o homem pode experienciar diminuição da libido, disfunção erétil, ganho de peso e até mesmo diminuição do tamanho dos testículos e do pênis. 

Entretanto, em alguns pacientes que já conseguiram se curar da doença, é sim possível repor a testosterona (sempre com acompanhamento médico) e assim recuperar a potência sexual, por exemplo. 

Espero que esse texto tenha te ajudado a entender melhor a respeito do papel da testosterona na saúde masculina. Se você quer continuar se informando sobre saúde do homem, me acompanhe no Instagram, onde sempre faço reflexões a respeito desse assunto. 

Quase 30% dos homens terá prostatite ao longo da vida: entenda mais sobre a doença

Prostatite é a inflamação da próstata, glândula responsável pela produção do líquido que ajuda a compor o sêmen. Geralmente, a doença é causada por infecção bacteriana que, sem o tratamento adequado, pode se tornar um quadro crônico de inflamação e até levar à sepse. Entre os sintomas, estão dores pélvicas e urgência para urinar, devido ao inchaço da próstata. 

Como o homem desenvolve a prostatite

A prostatite bacteriana costuma ser causada por uma bactéria chamada Escherichia Coli, que também é responsável por muitas infecções urinárias. Entretanto, outros microorganismos como Proteus, Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas, Serratia e até mesmo a Enterococcus fecalis também podem estar relacionados à doença. 

Alguns fatores de risco que podem levar à contaminação são infecção urinária, uso de cateter vesical, infecção pelo HIV e inflamações da uretra causadas por doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia ou clamídia. 

Mais uma vez, o uso de preservativo é fundamental na prevenção de diversas doenças, inclusive durante o sexo anal. Afinal, o ânus é uma região com alta concentração de bactérias que podem levar à prostatite e outras infecções. 

Os principais sintomas da inflamação da próstata são os seguintes: 

  • Febre
  • Calafrios
  • Disúria (dor ao urinar)
  • Dificuldade em urinar
  • Vontade frequente de urinar
  • Dor pélvica
  • Urina turva
  • Mal estar
  • Dores musculares e nas articulações

Com a inflamação, a próstata incha, o que comprime a uretra e dificulta a passagem da urina. Se o paciente já apresentar um quadro pregresso de hiperplasia benigna da próstata, este sintoma poderá aparecer ainda no começo da inflamação e de maneira mais intensa. 

Tratamento é feito com antibióticos

Depois do diagnóstico clínico, associado a um exame simples de urina ou urocultura, o médico irá receitar antibióticos por um período médio de quatro semanas. 

Dependendo do resultado da urocultura, que demora um pouco mais para ficar pronto, a medicação poderá ser alterada para um fármaco mais específico, voltado para a bactéria encontrada no exame. 

Geralmente, os sintomas melhoram com 48h do início do tratamento e alguns analgésicos ou antiinflamatórios também podem ser utilizados para minimizar o desconforto. 

Possíveis complicações da prostatite

A principal complicação da prostatite é um quadro crônico de inflamação, com sintomas leves que podem se assemelhar a uma cistite. Geralmente, ela é decorrência do tratamento inadequado da prostatite aguda. 

Uma das principais diferenças entre os dois quadros é a alta concentração bacteriana na próstata, de maneira que o toque retal pode ajudar no diagnóstico da prostatite crônica mas causar complicações quando o paciente está lidando com a infecção aguda. 

Outra complicação possível é o choque séptico, caracterizado por um intenso estado infeccioso no organismo. Ele corre quando a corrente sanguínea é invadida por agentes infecciosos, levando à uma intensa resposta inflamatória em todo o corpo. 

Se você quer saber mais sobre doenças benignas da próstata, não deixe de me acompanhar, também, no Instagram e Facebook. 

Orientação por Realidade Aumentada 3D: mais um avanço na cirurgia robótica

Novidade no campo da cirurgia robótica: Pesquisadores italianos desenvolveram uma ferramenta para a navegação cirúrgica intra operatória que sobrepõe, em tempo real, imagens de modelos tridimensionais da anatomia do paciente às imagens captadas pelos equipamentos cirúrgicos durante o procedimento videolaparoscópico ou robótico. 

O estudo compara esse recurso à ultrassonografia e foi divulgado na edição de novembro de 2019 da revista @euro_urol, uma publicação da Associação Europeia de Urologia. 👨🏻‍🔬

Ao utilizar o Sistema Cirúrgico da Vinci, por exemplo, o cirurgião já tem visualização em 3D, com um aumento de até 15 vezes da área operada. Com o novo recurso, ele vai enxergar ainda melhor as estruturas a serem operadas.

Se pensarmos, por exemplo numa nefrectomia (cirurgia indicada para casos de câncer de rim), fica fácil entender as vantagens da tecnologia: evitar que o paciente perca todo o órgão, permitindo que apenas a parte com tumor, mesmo os de maior extensão, seja extraída durante a operação. 🕹️

No estudo, os modelos tridimensionais foram criados a partir de tomografias computadorizadas pré-operatórias. Depois, com uma plataforma desenvolvida especialmente para essa finalidade, os modelos podem ser “manipulados” de acordo com a intervenção a ser feita. Por fim, esse vídeo é sobreposto às imagens da anatomia do paciente em tempo real e é exibido no monitor do Sistema Cirúrgico da Vinci. 

Interessante, não é? Reconstruções de alta precisão como essa são possíveis graças à colaboração entre urologistas e bioengenheiros. Assim, a nefrectomia parcial pode ser feita aliando duas das mais modernas tecnologias para o tratamento do câncer de rim: cirurgia robótica e realidade aumentada 🤝

De maneira geral, os resultados demonstraram que o uso de Realidade Aumentada tridimensional diminuiu o risco do desenvolvimento de complicações pós-operatórias, além de ter mostrado um impacto positivo no retorno da função renal pós-cirurgia. 👍🏻

A técnica ainda apresenta algumas limitações. Exige uma grande equipe de profissionais, além de ser necessário realizar novos estudos utilizando um grupo amostral maior. No entanto, ela já aponta possibilidades de aperfeiçoar ainda mais a cirurgia e, consequentemente, a recuperação e qualidade de vida dos pacientes. 🔭

Nova modalidade de cirurgia robótica permite a retomada da vida sexual mais cedo

Novas técnicas de cirurgia robótica estão sendo empregadas no tratamento do câncer de próstata com grande eficácia e redução de complicações para o paciente.

Uma das mais novas apostas é a prostatectomia robótica com preservação da fáscia endopélvica associada à disseccão retrógrada dos feixes neurovasculares. O nome é complicado, eu sei! Mas, na prática, significa tratar o câncer de próstata com a mesma segurança oncológica de outras técnicas, mas permitindo, além disso, uma recuperação mais precoce da continência urinária e da potência sexual.

Depois do câncer de pele não-melanoma, o tumor da próstata é o mais preponderante entre os homens. E a disfunção erétil é o efeito colateral mais temido entre os que sabem que terão que passar por um tratamento para curar a doença.

A técnica que citei foi descrita, inicialmente, pelo colega Rafael Coelho (@coelho_urologia), que tem se destacado no cenário internacional como grande pesquisador do assunto e como expert no tratamento do câncer de próstata, especialmente pela via robótica.

A ideia é preservar, o máximo possível, as estruturas anatômicas ao redor da próstata. Com a plataforma robótica, que permite enxergar melhor e também realizar movimentos mais delicados, é possível fazer uma dissecção mais precisa, mantendo íntegras tais estruturas.

Os resultados têm nos surpreendido positivamente e, por essa razão, temos difundido a técnica entre os colegas cirurgiões da urologia. Em diversos eventos da área realizados ao longo de 2019, pudemos compartilhar esses resultados, além de mostrar, em cirurgias realizadas ao vivo, como tudo é feito.

Desde o ano 2.000, homens diagnosticados com câncer de próstata podem tratar a doença por meio da prostatectomia radical assistida por robô. Atualmente, cerca de 10% das cirurgias para remoção desse tipo de neoplasia, no Brasil, já são feitas com o auxílio da robótica. 

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