Formação acadêmica, participação em congressos, artigos publicados, número de cirurgias realizadas, capacidade de diagnóstico, pacientes famosos, e por aí vai. Há muitas maneiras de avaliar um médico cirurgião e escolher o melhor entre tantas opções. Mas, geralmente, uma das questões mais importantes não é levada em conta: a relação médico/paciente.

Na minha opinião, um bom cirurgião é também aquele que acolhe as pessoas e as deixam confortáveis, em uma relação de confiança e muita clareza. Afinal, a empatia é o primeiro laço criado entre médico e paciente. Laço que se solidifica com o preparo técnico e a humanização do atendimento prestado durante a consulta.

Além dessa questão, algumas dicas podem ajudar no processo de encontrar um profissional, com segurança e confiabilidade:

1 – Não escolher o médico ao acaso

Busque referências. Converse com pessoas que tenham feito alguma cirurgia com o profissional e pergunte como foi o atendimento no pré e, principalmente, no pós-operatório. Hoje, isso pode ser feito de uma maneira muito simples e rápida, por exemplo, via redes sociais. Verificar os comentários nas páginas do médico é um bom começo.

2 – Checar a formação técnica e científica do médico

Cheque se o profissional é membro efetivo da entidade de classe da sua especialidade – no meu caso, temos a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) – e se ele tem certificação e habilitação para realizar o procedimento proposto. Essas informações podem ser facilmente verificadas na internet, no site do Conselho Regional de Medicina. Informe-se também sobre a titulação acadêmica (Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado) e a instituição onde foi realizada, assim como participações em congressos, simpósios, palestras, apresentações de trabalhos e publicações (nacionais e internacionais).

3 – Analisar o peso da experiência

Verifique se o cirurgião é um especialista na operação específica que você precisa e se ele já atuou em alguma instituição pública ou privada com alto volume de pacientes (centros de referência). Isso pode sinalizar experiência na resolução de casos clínicos mais complexos. Esse critério é muito importante quando se trata, especialmente, de cirurgias para o tratamento do câncer de próstata, quando há alguma chance de o paciente ficar impotente e incontinente após a cirurgia.

4 – Analisar o atendimento

Já na consulta, além da questão do atendimento humanizado que eu já citei (e tenho como pilar fundamental da atuação médica), avalie também o cuidado com que o profissional explica o procedimento que será realizado e o critério para selecionar sua equipe, hospital e materiais. O ideal é optar por um lugar onde diferentes especialidades trabalhem juntas, principalmente se o caso for câncer de próstata. Poder contar com uma abordagem multidisciplinar faz toda a diferença no tratamento.

5 – Fazer perguntas

Não fique com dúvidas! Faça quantas perguntas quiser até se sentir totalmente seguro. Afinal, é a sua vida e a sua saúde que estão em questão. Pergunte ao cirurgião sobre resultados, quantas vezes ele realizou a cirurgia, quantas operações faz por semana/mês/ano, qual é a sua taxa de sucesso, que porcentagem de pacientes requer tratamentos adicionais após a prostatectomia radical (em casos de câncer de próstata), como ele lida com complicações específicas que podem surgir após a cirurgia…

E pergunte também sobre a sua busca pelo aprimoramento profissional em novas tecnologias. A formação de um bom cirurgião depende de treinamento, talento, desejo de melhorar e revisão meticulosa das técnicas mais modernas e dos resultados de cada uma delas.