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PSA alterado: é hiperplasia benigna da próstata ou câncer?

O exame PSA é recomendado a todos os pacientes a partir dos 50 anos ou dos 45 quando há casos de câncer de próstata na família ou sintomas que levantam suspeita dessa doença.

 

Para quem não sabe, ele é uma proteína dosada no sangue que nos ajuda a dizer como está a saúde da próstata. O aumento do PSA acende um sinal de alerta, porém, nem sempre significa câncer. 

 

Isso porque existem outras condições, como hiperplasia, que é o crescimento natural do tamanho da próstata com o avanço da idade, assim como a prostatite, que é uma infecção causada por uma bactéria, que também podem elevar o valor do PSA.

 

Vamos entender melhor?

 

O PSA

 

Como dito, o PSA é uma proteína produzida pelo tecido prostático e funciona como um termômetro de que algo pode estar acontecendo nela – desde uma inflamação (prostatite), e crescimento da próstata, até o câncer na região.

 

De acordo com o Oncoguia, o exame de PSA salva a vida de 1 a cada 39 homens que o realizam, tendo em vista que permite a identificação precoce do que está acontecendo internamente. Por isso, ao realizá-lo e identificar um valor alterado, é preciso de muita atenção.

 

Se o homem tem tecido prostático, tanto benigno como maligno, ela será detectada no exame de sangue. Como a próstata, nos humanos, aumenta de forma benigna com o passar dos anos, o PSA também costuma aumentar. Da mesma maneira, o PSA aumenta com o evoluir do câncer de próstata. Assim, se o PSA estiver aumentando, o urologista pode definir se a alteração do é por uma causa benigna ou maligna

 

Para isso, em muitos casos, recomenda-se fazer outros exames, como o toque retal e a biópsia da próstata, se necessária. Já em outros, pode-se indicar a repetição do PSA.

 

PSA alterado: o que pode ser?

 

Pode se tratar de um câncer de próstata? Sim, mas essa não é a única condição, como mencionamos anteriormente. É bem comum a presença de uma hiperplasia benigna da próstata, situação onde a glândula sofre algum tipo de alteração, contudo, sem a presença de tumores malignos. A hiperplasia benigna da próstata costuma ocorrer em idade superior a 50 anos.

 

Outra condição comum é a prostatite, uma inflamação no órgão que pode ser ocasionada a partir da presença de microrganismos, como vírus, bactérias e fungos. A infecção urinária também provoca alterações no exame, aumentando os níveis de PSA.

 

Sabendo disso, o ideal é fazer o acompanhamento médico periódico, a fim de prevenir doenças ou diagnosticá-las a tempo. Na verdade, é crucial ter esse autocuidado durante todas as fases da vida, pela busca de uma vida saudável física e mentalmente.

Seu pai teve câncer de próstata? Então fique atento!

“Meu pai teve câncer de próstata. Isso significa que eu também terei a doença?” Essa é uma das muitas perguntas que escuto no consultório, e a resposta é: existe um aumento na taxa de incidência quando pai, irmãos e primos apresentam a doença – para se ter uma ideia, as chances aumentam em até 10 vezes.

Vamos entender melhor?

Sobre o câncer de próstata

De acordo com pesquisas, o câncer de próstata atinge cerca de 10% da população masculina com 50 anos no mundo e aproximadamente 30% dos homens com mais de 70 anos. Um estudo recente mostrou que o Brasil conta com mais de 60 mil casos de câncer de próstata por ano. Nesse sentido, estar atento aos sinais e fazer o diagnóstico precoce são fatores essenciais para garantir maior sucesso no tratamento.

Os sintomas mais comuns da doença são: 

◾Dificuldade ou sangramento ao urinar;

◾Dor na região da pelve;

◾Vontade frequente de urinar;

◾Sangue presente no sêmen.

Diagnóstico

Por meio do exame de toque e de alterações na dosagem do PSA é possível diagnosticar a doença que, se estiver em seu estágio inicial, há grandes chances de cura. Por isso, é fundamental ir ao urologista pelo menos uma vez ao ano.

Quando existe alteração nos níveis de PSA ou anormalidades identificadas no exame de toque retal, o médico poderá pedir outros exames para confirmar ou descartar a presença de um câncer.

Síndromes familiares

Existe um aumento na taxa de incidência quando pai, irmãos e primos apresentam o câncer de próstata. Com três familiares com a doença, por exemplo, as chances crescem em até 10 vezes. Sabendo disso, é crucial essa pessoa realizar exames preventivos de forma precoce, em torno dos 40 anos de idade.

No entanto, nem todo mundo que tem histórico familiar terá a doença. Mesmo assim, se existe histórico de câncer de próstata em sua família, converse com seu urologista sobre a periodicidade dos exames de rastreamento.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a investigação prostática anual para este tipo de paciente deve ser iniciada aos 45 anos de idade, mas em certos casos, é preciso antecipar ainda mais este cuidado.

Prevenção

Para evitar a doença é importante manter hábitos saudáveis como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo excessivo de cigarro e bebidas alcoólicas. Vale dizer que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos de atividade física por semana ajudam na prevenção.

Lembre-se: quanto antes o câncer de próstata for diagnosticado, maiores serão as chances de cura!

O câncer de próstata é uma doença de família?

O câncer de próstata é uma doença de família?

Muitas questões estão envolvidas no desenvolvimento de tumores. No caso do câncer de próstata, além de fatores de risco como má alimentação, tabagismo e consumo de álcool, a genética também influencia na probabilidade do indivíduo desenvolver um tumor.

Isso significa que se um homem tem histórico de câncer de próstata na família, com um parente de primeiro grau diagnosticado com a doença, suas chances de desenvolver o tumor chegam a duplicar. Ter dois familiares de primeiro grau com câncer de próstata, por exemplo, aumenta esse risco em até cinco vezes.

Embora nem todos os homens com histórico familiar vão ter câncer, recomendamos que, nesses pacientes, o rastreamento com exame de PSA e toque retal seja iniciado antes da população masculina em geral, aos 40 ou 45 anos de idade. Isso porque, geralmente, os tumores familiares tendem a surgir mais cedo e podem ser mais agressivos do que os comuns. 

Os três tipos principais de risco de câncer

De maneira geral, entendemos que existem três tipos principais de risco de desenvolver câncer de próstata:

Risco da população geral: descreve cânceres esporádicos que ocorrem por acaso, sem influências genéticas ou familiares. Nesses casos, os pacientes não apresentam mutações genéticas causadoras de câncer e seus parentes próximos também não desenvolveram o tumor.

Risco de câncer familiar: descreve o risco de câncer que surge de fatores genéticos, tendendo a se agrupar em famílias e não apresentam um padrão de herança específico. Isso significa que não foram identificadas mutações hereditárias específicas que podem ter causado o desenvolvimento do tumor.

Risco de câncer hereditário: corresponde à menor porcentagem dos casos de câncer de próstata e descreve o risco de desenvolver o tumor quando o paciente apresenta mutações genéticas em todas as suas células do corpo. Esse tipo de câncer ocorre quando o pai ou mãe passa um gene alterado a seu filho. 

Vale ressaltar que só é possível ter certeza que o paciente herdou a mutação genética dos pais se realizar um sequenciamento de genoma humano. 

É muito comum que pacientes com mutações genéticas causadoras de câncer de próstata apresentem, também, outros tipos de tumor. Mutações nos genes BRCA, por exemplo, são muito conhecidas por causarem câncer de mama e ovário em mulheres, mas, em homens, podem causar câncer de próstata. Já o gene MSH6 está associado, principalmente, ao câncer colorretal, mas também pode aumentar o risco de tumor na próstata em até 30%. 

Ou seja, o câncer de próstata nem sempre é uma doença de família, já que pode acometer o paciente tanto por acaso quanto estar associado à fatores de risco ambientais. Entretanto, uma parcela pequena, mas significativa dos casos do tumor estão sim associadas à questões familiares que podem ou não partir de mutações genéticas hereditárias. 

Portanto, homens que já sabem que têm maiores riscos de desenvolver a doença devem cuidar ainda melhor da saúde e manter, sempre, os exames urológicos em dia. 

Como evitar o câncer de próstata quando se tem histórico familiar

A melhor forma de prevenir o câncer de próstata é ter um estilo de vida saudável, com prática de atividade física regular, alimentação equilibrada, baixo consumo de bebida alcoólica e sem tabagismo. Isso vale para todos os homens, tanto os que não possuem histórico familiar de câncer quanto os que têm casos próximos na família. 

Com isso em mente, os homens que possuem histórico familiar de câncer de próstata ou mutações genéticas causadoras da doença devem iniciar os exames de rastreamento mais cedo do que a população em geral. Apesar dessa medida não ser capaz de prevenir a doença, possibilita que o tumor seja identificado em fases iniciais, quando o tratamento tem maior eficácia

Dependendo do histórico familiar, da idade do paciente e outros fatores, pode ser interessante adiar o tratamento e realizar uma vigilância ativa, em que vamos acompanhar o tumor de perto sem realizar nenhuma intervenção cirúrgica ou medicamentosa. Caso o câncer aumente de tamanho, mudaremos, então, a estratégia. 

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