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Nova terapia para câncer de próstata resistente à castração

Nova terapia para câncer de próstata resistente à castração

Um dos maiores desafios no tratamento dos tumores da próstata é o câncer resistente à castração. Esse tipo de neoplasia não responde ao tratamento de bloqueio hormonal, que costuma ser necessário em muitos casos. Como consequência, o prognóstico para os pacientes diagnosticados com esse tipo de tumor, que é agressivo, costuma ser pessimista, especialmente quando a doença já entrou em metástase. 

Muitas pesquisas em tratamentos experimentais têm sido desenvolvidas com o intuito de prolongar a vida desses pacientes e oferecer mais possibilidades de cura. Um deles está na fase três de um ensaio clínico em que o número de mortes em decorrência da doença diminuiu em 40% em relação aos pacientes que receberam o tratamento padrão. 

Estratégia de tratamento é mais direcionada e sofisticada 

O estudo foi publicado no The New England Journal of Medicine, e acompanhou 831 pacientes com doença avançada em 10 países, por aproximadamente 20 meses. Esse novo tratamento é chamado de lutetion-177-PSMA-617 ou LuPSMA, e consiste numa molécula radioativa capaz de localizar uma proteína presente na superfície das células do câncer de próstata. 

Células saudáveis da próstata não contém a proteína chamada PSMA, ou contém pequenas quantidades, de maneira que o tratamento afeta somente as células doentes, causando poucos danos ao tecido próximo do tumor. Entretanto, para se submeter ao tratamento, os pacientes precisam ser testados para essa proteína, que pode ser identificada em exames de imagem.  

Como o estudo foi conduzido

Ao todo, 831 homens com câncer de próstata metastático resistente à castração foram divididos em dois grupos, sendo que um deles recebeu somente o tratamento padrão e o outro recebeu o tratamento padrão e o experimental. 

21 meses depois, os resultados demonstraram que a progressão do câncer foi mais atrasada no grupo que recebeu o tratamento com LuPSMA: 8.7 meses em relação a 3.4 no grupo controle. Além disso, o tratamento foi associado a uma sobrevivência melhor de forma geral, com 15.3 meses versus 11.3 meses. 

Os tumores dos pacientes que receberam o tratamento experimental foram mais propensos a encolher, seus níveis de PSA eram mais propensos a cair, e o risco de o câncer progredir foi reduzido em 60%.

Além disso, o tratamento do LuPSMA foi bem tolerado no geral, mas incluiu efeitos colaterais como fadiga, náusea, problemas renais e supressão da medula óssea. Embora o impacto na qualidade de vida seja relativo, os pesquisadores ressaltam que ainda é necessário aprofundar os estudos a respeito de quando e como utilizar esse tratamento, já que quando o paciente tem poucos anos de expectativa de vida, esses efeitos colaterais podem ser problemáticos. 

Caso seja aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), LuPSMA será a primeira droga direcionada à proteína de PSMA a entrar para o mercado. Vale ressaltar, entretanto, que o estudo tem suas limitações.

Trata-se de um estudo randomizado, mas devido às dificuldades de conduzir um estudo duplo-cego com um tratamento radioativo, o estudo foi aberto: tanto os pacientes quanto os médicos sabiam se estavam ou não recebendo o tratamento. Isso foi um desafio porque alguns pacientes ficaram decepcionados ao saber sua designação e se retiraram do estudo, por exemplo. 

 

5 dúvidas e respostas sobre o câncer de bexiga

5 dúvidas e respostas sobre o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é um tumor prevalente no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer estima que para cada ano, entre 2020 e 2022, mais de 10.600 novos casos da doença serão diagnosticados. Apesar de comum, esse é um tipo de câncer com pouca visibilidade, motivo pelo qual muitas pessoas têm dúvidas sobre o assunto quando alguém da família ou elas mesmas são diagnosticadas. 

Para ajudar a desmistificar o assunto e fazer circular informações científicas sobre esse tipo de tumor, separei cinco dúvidas que recebo muito no meu consultório para abordar aqui no blog. Com certeza, existem muitas outras perguntas que podem surgir a respeito do câncer de bexiga, inclusive, envolvendo seu tratamento, que, frequentemente, é cirúrgico. Entretanto, abordando essas questões mais gerais, podemos abrir caminho para perguntas mais específicas. Vamos lá?

O que pode causar o câncer de bexiga?

O câncer de bexiga pode ser causado por diversos fatores e, muitas vezes, é difícil determinar uma causa específica para o surgimento da doença. Atualmente, já sabemos que um dos principais fatores de risco para o problema é o tabagismo, já que as toxinas cancerígenas do cigarro são filtradas pelos rins e armazenadas na bexiga até serem eliminadas naturalmente pela urina. 

Outros fatores, como radiação da região pélvica e determinados tipos de quimioterapia feitas no passado, também podem aumentar as chances de um paciente desenvolver câncer de bexiga. Além disso, alguns profissionais estão expostos a substâncias que podem aumentar o risco de ter câncer de bexiga, especialmente aqueles que trabalham com diesel, petróleo, solventes e determinados tipos de tinta. 

E, por fim, o câncer de bexiga também pode ter causas genéticas, já que mutações no gene TP53 são encontradas em aproximadamente 60% dos tumores de bexiga invasivos, e o prognóstico desses pacientes também costuma ser pior. 

Como o câncer de bexiga é diagnosticado?

Existem muitos testes disponíveis para ajudar no diagnóstico do câncer de bexiga, como ultrassom, tomografia computadorizada e a ressonância magnética, que  são muito úteis para detectar irregularidades na parede da bexiga, o que sugere a presença do tumor. 

Depois, o médico, provavelmente, irá realizar uma cistoscopia para enxergar dentro da bexiga. Para isso, inserimos um cabo flexível com uma microcâmera pela uretra do paciente para examinar visualmente a bexiga e coletar amostras para biópsia.

Outra opção é a análise laboratorial da urina do paciente, para tentar detectar a presença de células cancerígenas. Felizmente, hoje já existem muitos estudos para que biomarcadores sejam cada vez mais utilizados no diagnóstico da doença, sem precisar recorrer a exames mais invasivos. 

Quais as opções de tratamento para câncer de bexiga?

As opções de tratamento para o câncer de bexiga irão variar de acordo com o estágio da doença e se o tumor invadiu ou não a camada muscular. No caso de tumores não invasivos, primeiro realizamos uma cirurgia para remover a neoplasia, preservando a bexiga. Depois, podemos utilizar quimioterapia ou Imuno BCG (isso mesmo, a vacina é aplicada diretamente na bexiga para tratar o câncer).

Já no caso do câncer invasivo, é necessário realizar uma cistectomia radical, ou seja, a remoção completa da bexiga do paciente. Nos homens, essa cirurgia pode envolver a remoção da próstata e da vesícula seminal. Nas mulheres, o útero, ovários, tuba uterina, parede anterior da vagina e uretra também podem ser removidos. 

Em ambos os casos, pode ser necessário remover, também, os gânglios linfáticos da pelve e realizar mais quimioterapia neoadjuvante, o que pode contribuir para aumentar a sobrevida do paciente.

O que acontece se eu não tratar o câncer de bexiga?

Para muitos pacientes, lidar com o tratamento do câncer pode parecer pior do que a doença em si, e alguns consideram não iniciar a quimioterapia ou passar pela cirurgia. Essa é uma decisão pessoal, mas é fundamental que o paciente compreenda as consequências dessa escolha:

Quanto mais tempo o tumor fica sem tratamento, maiores são as chances de complicações como sangue na urina, dor na hora de urinar, sensação de ardência, dificuldades para urinar, perda da urina, obstrução da saída da urina e dor pélvica. 

À medida em que o câncer se espalha para outras regiões do corpo, maior será a dificuldade de tratamento, então se o paciente mudar de ideia futuramente, o tratamento poderá não ser tão bem-sucedido. 

Ou seja, não tratar o câncer assim que ele é diagnosticado aumenta as chances de lidar com todos esses sintomas, prejudicando a qualidade de vida, e também as chances de morrer da doença. 

O que acontece depois da cirurgia de remoção da bexiga? 

Isso vai depender da abordagem utilizada durante o procedimento. Se realizamos um conduto ileal, o paciente deverá utilizar uma bolsa coletora de urina o tempo todo, já que não terá controle de sua eliminação. 

Se realizarmos uma neobexiga, ou seja, criarmos um novo reservatório para a urina, o paciente poderá ir ao banheiro normalmente e geralmente recupera a capacidade de conter a excreção. 

Enquanto a urostomia é um procedimento mais simples, ela está associada a maiores complicações e perda da função sexual em alguns casos. Por outro lado, a neobexiga também traz o risco de incontinência noturna e precisa de treinamento pós-operatório para que ela se expanda. 

Em ambos os casos, a cirurgia robótica tem oferecido os melhores resultados em termos de precisão, recuperação rápida e menores riscos de efeitos colaterais. 

Se você quer saber mais sobre como a cirurgia robótica tem ajudado pacientes com câncer de bexiga, confira esse post sobre o período pós-operatório da cistectomia robótica

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

A tecnologia robótica representa um importante avanço no tratamento cirúrgico do câncer. 

Em muitas especialidades, como a urologia, por exemplo, ela tem sido cada vez mais usada, auxiliando na remissão do tumor com um importante resultado em termos de qualidade de vida do paciente.

É claro que essa não é a única alternativa para quem precisa fazer uma cirurgia de remoção do câncer de próstata. Além da robótica, contamos também com a laparoscopia e a cirurgia aberta, um leque de possibilidades que precisa ser analisado com muita atenção pelo paciente e cirurgião para que a melhor decisão seja tomada. 

Para a maior parte dos pacientes que vou operar, eu costumo recomendar a cirurgia robótica no lugar da técnica aberta ou laparoscópica, e hoje quero explicar os motivos pelos quais acredito que essa costuma ser a melhor escolha. 

O nível de precisão da cirurgia robótica é maior

Embora as técnicas aberta e laparoscópica também sejam consideradas precisas e eficientes no tratamento cirúrgico do câncer, a cirurgia robótica é capaz de levar as habilidades do cirurgião para outro nível.

Isso é possível porque a plataforma oferece visualização aumentada em 3D, podendo ser associada à tecnologia Firefly, que auxilia na diferenciação do tecido tumoral dos tecidos saudáveis, bem como na percepção do fluxo sanguíneo para o tumor. 

Além disso, os robôs contam com um sistema de instrumentos que possuem amplitude de movimento maior do que o pulso humano, possibilitando a manipulação de tecidos com muito mais precisão! 

Vale ressaltar, é claro, que a experiência do cirurgião faz toda a diferença. 

As chances de intercorrência durante intra e pós-operatórias são menores

A maioria dos procedimentos realizados com a cirurgia robótica está associada a menores riscos de intercorrência durante e após a operação, inclusive hemorragias. Afinal, o dano às estruturas adjacentes ao tumor durante a cirurgia é mínimo, o que diminui consideravelmente o sangramento. 

Essa é uma vantagem, especialmente, na cirurgia do rim, em que vamos manipular uma área extremamente vascularizada. 

Além disso, como o paciente fica menos tempo no hospital, os riscos de infecção hospitalar são muito menores do que numa cirurgia convencional

As chances de ter efeitos colaterais são menores

Na cirurgia de remoção de próstata, os principais efeitos colaterais podem ser a dificuldade de ereção e a incontinência urinária. Hoje, com a cirurgia robótica, conseguimos preservar ao máximo as estruturas neurais responsáveis por essas funções, de maneira que muitos pacientes sequer têm qualquer efeito colateral após o procedimento. 

Inclusive, muitos dos que de fato experienciam um pouco de disfunção erétil depois do procedimento conseguem recuperar a ereção. 

O tempo de internação é menor 

Por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, o paciente costuma receber alta rapidamente. O tempo de internação da prostatectomia e da nefrectomia radical, por exemplo, gira em torno de 48h.

Isso pode variar, entretanto, de acordo com o tipo de cirurgia e a saúde do paciente como um todo, mas, de maneira geral, como as incisões são pequenas, não é necessário manter a pessoa em ambiente hospitalar por muito tempo!

Além de permitir que o paciente se recupere no conforto do lar, um curto período de internação significa menores gastos e riscos de contrair infecções hospitalares. 

O retorno para as atividades cotidianas é mais rápido

Dependendo do tipo de cirurgia realizada, o paciente logo poderá voltar a dirigir e trabalhar, sempre respeitando as recomendações médicas. 

Para o paciente oncológico, o retorno para as suas atividades cotidianas é muito importante porque, muitas vezes, o diagnóstico de câncer parece se sobrepor a todos os outros aspectos da vida da pessoa. 

Poder voltar a caminhar, cuidar da casa e trabalhar é uma forma de resgatar o controle sobre a própria vida e a individualidade. 

As incisões são mais discretas 

E, por fim, não posso deixar de abordar um aspecto muito importante e por vezes negligenciado no cuidado com o paciente oncológico: as cicatrizes. 

Na cirurgia robótica, realizamos incisões de 3 cm a 5 cm no abdômen do paciente, para inserir os portais por onde vamos passar os instrumentos robóticos. Essa técnica substitui as grandes incisões realizadas na cirurgia aberta, que muitas vezes causam desconforto estético e se tornam um obstáculo na hora de seguir com uma vida livre de câncer. 

Por exemplo, na prostatectomia aberta, por exemplo, fazemos uma grande e profunda incisão do umbigo do paciente até a base do pênis. Já na nefrectomia aberta, a incisão também é grande, feita na lateral do abdômen. 

Bom senso na hora de escolher a técnica para sua cirurgia

Não faltam evidências das vantagens da cirurgia robótica. Entretanto, quero ressaltar que a laparoscopia e a cirurgia aberta também oferecem excelentes resultados e que outros fatores também precisam ser levados em conta na hora de escolher o melhor caminho para o seu tratamento.

Como você pode imaginar, os robôs são tecnologias incríveis que precisam ser manipuladas por médicos altamente treinados e experientes. Dependendo do nível de complexidade da cirurgia, pode ser mais vantajoso para determinado cirurgião realizar o procedimento por via laparoscópica ou aberta, já que ele domina melhor essa técnica do que a robótica. 

Isso significa que a experiência do cirurgião e sua familiaridade com o método, seja ele qual for, precisam ser levados em conta para que o procedimento tenha os melhores resultados possíveis. 

#SemanadoHomem: Os 9 problemas de saúde mais comuns entre os homens

#SemanadoHomem: Os 9 problemas de saúde mais comuns entre os homens

Costumo sempre abordar por aqui o impacto dos problemas urológicos na saúde do homem: o câncer de próstata, que ainda é o tumor que mais afeta a população masculina, o câncer de rim e bexiga, que atingem duas vezes mais homens do que mulheres, e os tumores testiculares e de pênis que, apesar de mais raros, também podem ser muito graves.

Entretanto, essas não são as únicas condições que colocam a saúde masculina em risco. Na verdade, estima-se que uma parcela significativa dos homens no mundo inteiro sequer sabem que têm problemas de saúde que necessitam de tratamento para evitar complicações sérias. 

Justamente por isso, quero aproveitar que estamos na Semana do Homem para conscientizar você a respeito das principais questões e enfermidades que afetam a população masculina (para além do câncer de próstata), oferecendo algumas pistas do que fazer caso você desconfie que lida com algum esses problemas. Vamos lá? 

Obesidade 

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal, classificada como doença crônica pela OMS. Ela está ligada a muitos fatores, inclusive os sociais, ambientais, psicológicos e genéticos e, geralmente, é causada pela adoção de uma dieta hipercalórica e sedentarismo.

Infelizmente, a obesidade está associada a diversos outros problemas de saúde, como diversos tipos de câncer, diabetes, apnéia do sono, doença renal, doença hepática, hipertensão e problemas cardiovasculares. 

Para saber se você tem obesidade, o primeiro passo é calcular o seu IMC (Índice de Massa Corporal). Basta multiplicar a sua altura por ela mesma, em metros, e dividir o seu peso pelo valor obtido. 

Caso o valor seja acima de 30, você já pode ser considerado obeso, mas esse cálculo não leva em conta a massa muscular e por isso precisa ser associado a outras avaliações. Vale procurar ajuda médica para investigar. 

Doenças cardiovasculares

Nos Estados Unidos, problemas no coração são a principal causa de morte entre homens, sendo responsável por uma a cada quatro mortes masculinas. Para além dos infartos, as doenças cardiovasculares envolvem, também, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), arritmia cardíaca e hipertensão arterial.

Os principais sintomas desses tipos de problemas são dor no peito, falta de ar, fadiga ou esgotamento, falta de apetite, inchaço de pés e pernas, urinar muito à noite e episódios de desmaio.

Vale ressaltar que muitos homens acreditam que, ao tomar o remédio para pressão alta, o problema foi resolvido, mas isso não é verdade. A medicação apenas ajuda a controlar a pressão alta e os riscos de ter problemas associados ainda existe. 

Diabetes 

A diabetes tipo 2 é mais comum nos homens, especialmente entre os 35 e 54 anos. Inclusive, ao contrário das mulheres, nos homens a doença pode se desenvolver mesmo quando o IMC não é alto. Isso significa que mesmo um homem não obeso, mas que teve ganho de peso, é sedentário e mantém uma dieta pobre em nutrientes mas rica em açúcar tem maiores riscos de desenvolver diabetes.

Um problema comum que enfrentamos quando o assunto é a diabetes masculina é que muitos homens não aceitam que precisam tratar a doença, e não fazem mudanças no estilo de vida ou aderem ao tratamento medicamentoso. 

Infelizmente, entre as complicações da doença, estão a disfunção erétil, problemas nos nervos, desidratação, problemas nos olhos, rins e na audição. 

Problemas renais

Por fim, os homens também lidam mais com os problemas renais, talvez por consequência de todas as outras questões que discuti até agora. Afinal, o diabetes, pressão alta e obesidade podem aumentar o risco de desenvolver doença renal crônica. Hábitos nocivos como o tabagismo e o consumo exagerado de álcool também podem agravar o quadro.

Em alguns casos, as doenças renais não vão causar sintomas, mas os pacientes podem sentir fadiga, mal-estar, perda de apetite, urina em excesso e perda de peso inexplicável. Frequentemente, esse tipo de problemas causa impotência sexual no homem. 

Espero que o post de hoje tenha te ajudado a abrir os olhos a respeito da importância de cuidar melhor da sua saúde. E lembre-se de que, ao notar algum sintoma ou desconforto, você pode (e deve!) abordar o assunto com o seu urologista. Mesmo que ele não seja o profissional mais indicado para tratar determinado problema, ele poderá indicar a especialidade correta para que você tenha um tratamento multidisciplinar.

Vigilância ativa do câncer próstata: quando é indicada?

Vigilância ativa do câncer próstata: quando é indicada?

A vigilância ativa consiste no acompanhamento do crescimento de um tumor de baixo risco sem realizar nenhum tipo de intervenção terapêutica ou cirúrgica. No caso do câncer de próstata, essa pode ser uma alternativa muito interessante para preservar a saúde do paciente ao máximo e realmente iniciar o tratamento quando ele é necessário.

Nesse processo, o paciente passa por exames regulares dos níveis de PSA e toque retal, geralmente a cada seis meses, além de uma nova biópsia em um ano e outras biópsias a cada 3 anos. 

Caso uma alteração no tamanho ou agressividade do tumor seja detectada, aí sim a equipe irá iniciar uma estratégia de tratamento que pode envolver uma prostatectomia radical e radio ou quimioterapia. 

Nesse sentido, a vigilância ativa do câncer de próstata visa evitar que o paciente seja submetido a tratamentos invasivos. Precisamos nos lembrar que, quando o homem inicia o rastreamento do câncer de próstata precocemente, ou seja, aos 45 anos, a doença poderá ser detectada em estágios iniciais. 

Ao contrário de muitos outros tipos de tumor, o câncer de próstata costuma evoluir muito lentamente. Sem utilizar a vigilância ativa como uma estratégia no manejo da doença, diversos pacientes seriam submetidos à cirurgia e outros tratamentos quando poderiam se beneficiar muito dessa estratégia! 

Benefícios e desvantagens da vigilância ativa 

Naturalmente, um dos maiores benefícios da vigilância em relação aos tratamentos curativos é a menor morbidade, já que o paciente não irá correr riscos cirúrgicos e nem passar por radio ou quimioterapia, que tem efeitos adversos significativos. Além disso, essa estratégia não interfere na vida diária.

Apesar dos tratamentos estarem cada vez mais avançados, especialmente com o uso da cirurgia robótica, os efeitos colaterais podem acontecer e prejudicam a qualidade de vida do paciente. 

Entretanto, existe uma pequena chance de o tumor crescer mais rápido do que o esperado entre um exame e outro, o que pode dificultar o tratamento. Esse é um fator importante que deve ser levado em conta pelo paciente e médico na hora de tomar a decisão compartilhada pela vigilância ativa. 

Outra questão relevante é a necessidade de acompanhamento que nem sempre é bem tolerada pelo paciente, especialmente as biópsias e re-biópsias. Os procedimentos, em si, também podem acarretar no desenvolvimento de tecido cicatricial no local. 

E, por fim, precisamos levar em consideração que alguns homens ficam muito preocupados e ansiosos com as chances de mudança na atividade tumoral, situação na qual investir no tratamento pode ser mais vantajoso. 

Critérios para seleção de pacientes para vigilância ativa 

Os critérios para seleção desses pacientes podem variar de acordo com os trabalhos já existentes a respeito do assunto, mas no geral são os seguintes:

  • PSA <10 ng%
  • Tumor não palpável (T1c) 
  • Gleason ≤3 na biópsia (Gleason ≥4 é critério de exclusão)
  • Escala de Gleason ≤6
  • ≥2 biópsias de próstata. Cada biópsia deve ter no mínimo 6 fragmentos e nenhum dos fragmentos pode haver comprometimento maior ou igual a 50% por células neoplásicas, o tamanho do câncer deve ser menor que 3mm no fragmento da biópsia e o número de fragmentos positivos deve ser menor que 3
  • Densidade do PSA ≤0.10ng/ml por grama
  • PSA aumentar acima de 0.75ng/ano ou o tempo de duplicação for inferior a 3 anos
  • Identificação de alterações no toque retal
  • Quando a re-biópsia revelar progressão dos critérios: Gleason >6≥3 fragmentos positivos, fragmento >50% de tumor ou presença de infiltração perineural; 

Sempre conte com o acompanhamento do urologista para decidir o melhor tipo de tratamento para o seu caso em específico, certo? E se você quiser saber mais sobre os diferentes tratamentos do câncer de próstata, confira esse post aqui

Novo consenso para o manejo do câncer de próstata para países em desenvolvimento

Novo consenso para o manejo do câncer de próstata para países em desenvolvimento

Com o objetivo de oferecer as melhores estratégias de prevenção e tratamento do câncer de próstata na América Latina, África e Oriente Médio, dezenas de médicos se reuniram para produzir o I Consenso Mundial sobre Rastreamento, Diagnóstico e Tratamento Câncer de Próstata para Países em Desenvolvimento. 

 

A publicação é composta por uma série de artigos que reúne informações valiosas a respeito do rastreamento, diagnóstico, ferramentas de estadiamento, tratamento e acompanhamento de diferentes estágios do câncer de próstata, mesmo em áreas com recursos limitados. 

Ela foi desenvolvida por urologistas, cirurgiões, radiologistas, oncologistas, patologistas e radioterapeutas de diversos países e está disponível no Journal of Global Oncology

As principais orientações do novo consenso para o manejo do câncer de próstata 

A principal orientação a respeito do manejo do câncer de próstata em países em desenvolvimento é tornar o rastreamento da doença obrigatório aos 50 anos de idade. Ou seja, os homens devem passar pelo exame de PSA e o toque retal assim que completarem essa idade. 

Outra recomendação é a implantação de um fluxo mais eficiente no sistema, para que o paciente receba o tratamento após o diagnóstico sem atrasos, um problema muito real no Sistema Único de Saúde aqui no Brasil. 

Em relação a novas tecnologias e protocolos de tratamento, os especialistas participantes propuseram projetos que tornem acessíveis medicamentos com melhores índices de cura e sobrevivência.

Ao todo, sete artigos discutem questões muito importantes a respeito do câncer de próstata, avaliam o painel de votação e levantam discussões literárias sobre o assunto. No primeiro, o rastreamento, diagnóstico e ferramentas de estadiamento são o destaque, bem como os benefícios das práticas para a detecção precoce da doença e as limitações encontradas em países em desenvolvimento.

No segundo e terceiro artigos encontramos orientações a respeito do tratamento do câncer de próstata localizado de baixo, médio e alto risco, inclusive a vigilância ativa. No quarto texto, o tema é a recorrência bioquímica no câncer de próstata sensível à castração, enquanto no quinto artigo os autores discutem a resistência à castração não metastática.

Por fim, no sexto artigo o assunto é a metástase do câncer de próstata sensível à castração, e, no sétimo, os autores debatem o câncer de próstata metastático resistente à castração, um dos maiores desafios da urologia, especialmente nos países em desenvolvimento. 

A realidade do câncer de próstata no Brasil

Sempre falo por aqui que as chances de cura do câncer de próstata são altas quando o tumor é diagnosticado precocemente e que já contamos com tratamentos muito avançados.

Infelizmente, nem todas as pessoas têm acesso a essas informações ou a recursos como a 

cirurgia robótica, por exemplo, fazendo da divulgação científica uma ferramenta essencial para mudar um cenário preocupante:

No Brasil, o câncer de próstata ainda é o segundo tipo de tumor mais comum entre os homens. Somente em 2019, tivemos quase 16 mil mortes em decorrência da doença, e já temos estudos que mostram que a nossa população tem diagnóstico tardio e tratamentos mais limitados na rede pública. 

De acordo com dados do Global Cancer Observatory, a estimativa é de que os números do câncer de próstata no país e na América Latina cresçam consideravelmente até 2040, chegando a dobrar a quantidade de casos e registrar aumento exponencial na quantidade de mortes. 

Espero que a divulgação do Consenso seja capaz de frear esse aumento e melhorar o atendimento oferecido à grande parte da população.

O que as mulheres precisam saber sobre o câncer de bexiga

O que as mulheres precisam saber sobre o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é mais comum entre homens do que entre as mulheres. Porém, a taxa de sobrevivência, entre elas, é menor. De acordo com um relatório publicado pelo Instituto Nacional do Câncer, provavelmente, isso se deve ao fato de que elas estão recebendo o diagnóstico mais tarde. 

Provavelmente, isso se deve ao fato de que elas estão recebendo o diagnóstico mais tarde. Por um lado, as pacientes demoram a reportar ao médico a presença de sangue na urina, principal sintoma da doença e que costuma ser interpretado como sangue menstrual, sangramento pós-menopausa ou mesmo como sintoma de uma infecção urinária comum. 

Por outro, os médicos não tendem a suspeitar inicialmente do câncer de bexiga, já que esse tipo de tumor não está sequer entre as dez neoplasias mais comuns entre as mulheres. Na maioria dos casos, a mulher pode sair do consultório médico com uma receita para antibióticos. 

Como esse sangramento não é acompanhado de dor e os episódios podem demorar semanas e até meses para ocorrer de novo, médico e paciente pensam que o medicamento funcionou, quando na realidade o tumor só ganhou mais tempo para se desenvolver e se espalhar. 

Entretanto, vale ressaltar que a mulher pode ter câncer de bexiga e uma infecção urinária ao mesmo tempo. Se o sangramento persistir depois do tratamento com antibióticos, não deixe de procurar o médico e procure um urologista. 

Fatores de risco para o câncer de bexiga em mulheres

Assim como nos homens, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de bexiga é o tabagismo. Fumantes têm até três vezes mais chances de ter a doença do que não fumantes e aproximadamente 50% de todos os casos de paciente com câncer de bexiga estão relacionados ao cigarro.

Outro fator de risco importante é a exposição a determinados tipos de substâncias no trabalho. Para esse tipo de tumor, produtos químicos utilizados na indústria têxtil, couro, tintas e produtos de borracha e gráficas podem ser perigosos.

Fatores genéticos e histórico familiar também têm um papel importante no desenvolvimento do câncer de bexiga. Pessoas com mutações nos genes NAT e GST ou pessoas com parentes próximos que já tiveram a doença estão mais propensas a desenvolvê-la.

Como você pode ver, nem todos os fatores de risco estão sob controle da paciente, motivo pelo qual deve-se evitar acumular mais de um deles

Sintomas da doença 

O principal sintoma do câncer de bexiga em mulheres é o sangue na urina, que pode aparecer em pequena quantidade ou chegar a mudar a cor do líquido para rosa, laranja ou vermelho.

Inclusive, nem sempre o sangue presente na urina é visível a olho nu. A paciente pode achar que o sangramento desapareceu, mas ele só se tornou sutil o suficiente para não ser notado por ela no vaso sanitário, e somente um exame laboratorial poderá determinar se há ou não a presença de sangue na urina. 

Outros sinais precoces do câncer de bexiga são a necessidade de urinar com mais frequência do que o normal, dor ou queimação ao urinar, vontade de ir ao banheiro mesmo depois de já ter ido ou dificuldades para urinar. Esses sintomas, naturalmente, não são exclusivos desse tipo de câncer e podem ser indicativos de infecções na bexiga ou trato urinário. 

Depois que a doença já está avançada e se espalhou para outras partes do corpo, a mulher pode não conseguir urinar, perder o apetite, sentir dor na lombar ou nos ossos, cansaço excessivo e ter perda de peso não explicada. 

Tratamento cirúrgico do câncer de bexiga em mulheres 

Principalmente quando o tumor não está mais em estágios muito iniciais, a cirurgia é uma parte importante do tratamento da doença. Nesse procedimento, removemos a bexiga e, dependendo do caso, construiremos uma neobexiga. Também é possível fazer uma derivação urinária, em que a urina será drenada por meio de uma saída pelo abdômen da paciente.  

Nesse sentido, uma das principais diferenças entre a cistectomia radical para homens e mulheres é que, quando as chances do câncer ter se espalhado são altas, também é necessário remover os ovários e parte da vagina. Isso pode trazer, inclusive, implicações em relação à fertilidade da mulher. 

Tanto nos homens quanto nas mulheres, a cirurgia robótica tem sido uma excelente alternativa para passar por esse procedimento de maneira minimamente invasiva, o que significa mais precisão durante a cirurgia e recuperação mais rápida para o paciente

Espero que o post de hoje tenha trazido informações importantes a respeito do câncer de bexiga em mulheres. Se você suspeita que pode ter a doença, busque ajuda médica, e se você está procurando tratamento cirúrgico, entre em contato com a minha equipe. Estou preparado para te ajudar a enfrentar o câncer. 

Startup cria teste rápido e indolor para detectar câncer de bexiga

Startup cria teste rápido e indolor para detectar câncer de bexiga

Para diagnosticar o câncer de bexiga, geralmente realizamos um exame chamado cistoscopia, em que inserimos um instrumento fino e flexível pela uretra do paciente. O cistoscópio é equipado com uma microcâmera. Então, o exame possibilita enxergar toda essa estrutura até chegar na bexiga. 

 

Apesar de ser considerado efetivo, esse método tem custo elevado e causa muito desconforto ao paciente, motivo pelo qual é solicitado por último, para confirmar a suspeita do diagnóstico. Frequentemente, após o tratamento da doença, a pessoa precisa realizar cistoscopias regularmente, o que acaba impondo ainda mais sofrimento a alguém que já enfrentou muitas dificuldades para vencer o câncer. 

 

Para superar esses e outros desafios relacionados ao câncer de bexiga, uma startup de São Carlos (SP) desenvolveu um kit de diagnóstico rápido, simples, não invasivo e de baixo custo capaz de identificar o câncer de bexiga e auxiliar na detecção e acompanhamento da doença. 

 

A iniciativa foi desenvolvida por meio de um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). 

Como o novo teste para câncer de bexiga funciona 

O teste funciona por meio da coleta da urina normalmente, como qualquer outro exame laboratorial. Depois de ser misturada à outra solução, uma mudança de cor e aspecto da urina indica que o paciente tem câncer de bexiga. 

 

Isso é possível porque o teste conta com anticorpos capazes de identificar assinaturas moleculares (biomarcadores) do câncer de bexiga que acabam saindo na urina.

 

Além disso, os pesquisadores desenvolveram um outro modelo de teste parecido com os testes de gravidez disponíveis na farmácia. A ideia é que ele custe cerca de R$ 20 e possa indicar rapidamente se o paciente tem ou não a doença, mas o protótipo ainda está sendo aprimorado.

 

Vale ressaltar, entretanto, que nenhum dos dois testes desenvolvidos pela startup será capaz de substituir a cistoscopia, mas sim ajudar a identificar o tumor em estágios iniciais e evitar que o paciente passe por um exame caro e desconfortável desnecessariamente. 

 

Afinal, para desenvolver o melhor plano de tratamento, é necessário saber qual o tamanho do tumor, seu estágio e entender melhor a sua morfologia. Além de possibilitar a visualização do crescimento maligno, a cistoscopia possibilita a coleta de material para biópsia. 

 

De acordo com os pesquisadores, um dos objetivos é evitar a retirada desnecessária da bexiga, a cistectomia. Quando o tumor é identificado em estágios muito iniciais, esse tipo de procedimento pode não ser necessário para que o paciente seja curado. 

 

Embora a cirurgia de remoção da bexiga esteja cada vez mais moderna, especialmente com a cirurgia robótica, a preservação do órgão por meio de um diagnóstico precoce é uma excelente notícia para os pacientes! Além disso, poder realizar o acompanhamento de pacientes oncológicos com um teste não invasivo também poderá poupá-los de muito desconforto. 

 

 

 

Câncer de próstata vai cair para o 14º tipo de tumor mais prevalente em 2040

Câncer de próstata vai cair para o 14º tipo de tumor mais prevalente em 2040

Atualmente, o câncer de próstata ainda é o segundo tipo de tumor que mais afeta os homens e o quarto mais comum na população como um todo. Entretanto, um recente estudo publicado no Jama Network parece prever um cenário diferente para os Estados Unidos, em que esse tumor passará a ser o 14º mais comum, em 2040. 

A partir de estimativas de crescimento populacional e a incidência de câncer e de mortes em decorrência da doença na população atual dos EUA, os pesquisadores foram capazes de estabelecer estimativas a respeito de diversos tipos de câncer. 

Por exemplo, o estudo apontou que os tipos de tumor mais prevalentes entre a população norte-americana, em 2040, serão os de mama, melanoma, pulmão e intestino. Em 2020, os tumores mais comuns foram os de mama, pulmão, próstata e intestino. 

Isso significa que a incidência do câncer de próstata terá uma queda muito expressiva nos próximos vinte anos, passando da terceira para a décima quarta posição. 

Essa projeção foi baseada no registro de uma diminuição expressiva no diagnóstico de câncer de próstata de 1999 a 2015, o que pode estar relacionado a recomendações da Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos. 

Em 2008, a instituição desencorajou o rastreamento da doença em homens acima de 75 anos, e, em 2012, recomendou que nenhum homem passasse por exames de rastreamento. Felizmente, em 2018, orientou que homens de 55 a 69 anos façam uma decisão pessoal e informada a respeito do rastreamento do câncer de próstata. 

Urologista em BH – Outros tumores urológicos serão prevalentes entre os homens, em 2040

Apesar da boa notícia da diminuição na prevalência do câncer de próstata entre os homens nos próximos vinte anos, outros tumores urológicos se tornarão mais comuns entre eles. O destaque fica para o câncer de rim, que ocupava a sexta posição e agora está entre os cinco tumores mais prevalentes entre os homens:

Melanoma, câncer de pulmão, bexiga, rim e intestino serão os principais tipos de neoplasia que afetarão os homens norte-americanos. Em 2020, os tumores mais comuns entre os indivíduos do sexo masculino foram os de próstata, pulmão, intestino e bexiga

Tumor de próstata continua entre as principais causas de morte relacionadas ao câncer

Entretanto, em 2040, o câncer de próstata vai continuar sendo a segunda principal causa de morte por câncer entre os homens. A doença fica atrás do câncer de pulmão e à frente do câncer de fígado e pâncreas.

Esse pode ser um reflexo das mudanças de posicionamento da Força Tarefa de Serviços Preventivos, considerando que as chances de cura para o câncer de próstata são muito menores quando a doença é diagnosticada em estágio avançado. 

Além disso, vale considerar que as projeções estão sujeitas a mudanças e não são determinantes do que de fato irá acontecer nos próximos vinte anos. De todo modo, o estudo nos oferece algumas orientações importantes a respeito do perfil dos pacientes urológicos até 2040, e nos lembra que a saúde do homem vai muito além da próstata. 

 

Conheça os tipos de câncer de rim e as diferenças entre eles

Conheça os tipos de câncer de rim e as diferenças entre eles

Nem todo câncer de rim é igual e isso é muito importante para pensarmos no prognóstico e tratamento do paciente. Esse é um órgão bastante complexo, formado por estruturas de células diversas que podem todas passar por processos carcinogênicos e se multiplicarem até formarem tumores. 

Podemos dizer que o câncer de rim se divide em duas grandes categorias chamadas carcinoma de células renais ou tumores corticais renais, e tumores uroteliais ou carcinoma de células transicionais. Existem muitos outros subtipos de carcinoma de células renais e ainda mais tipos de câncer de rim considerados raros, então vou explicar um pouco sobre cada um. 

Carcinoma de células renais

Até 90% dos casos de câncer de rim correspondem a carcinomas de células reais. Esse tipo de tumor se desenvolve na parte principal do rim, que contém as estruturas que chamamos de túbulos renais. 

Cada rim humano contém milhões de néfrons, unidade funcional do rim responsável pela formação da urina. Cada néfron está associado a um túbulo renal, que se unem para formar dutos condutores da urina. Todo tumor desenvolvido nessa região é chamado de carcinoma de célula renal ou cortical renal, mas nem todos eles são malignos. 

Carcinoma de células renais claras: Esse tipo de câncer de rim corresponde a 7 em cada 10 casos registrados aqui no Brasil. Ele possui esse nome porque quando analisamos suas células cancerosas sob o microscópio, elas têm uma aparência clara ou pálida. 

Tumores papilares: Correspondem a 10 a 15% dos tumores renais, e formam pequenas projeções semelhantes a um dedo no tumor, por isso se chamam papilares. Existem, também, mais dois subtipos de tumores papilares, sendo que o timo 1 é mais comum e cresce  lentamente, enquanto o tipo 2 é muito mais agressivo e imprevisível. 

Além disso, os tumores papilares estão associados a algumas síndromes genéticas hereditárias, e se o médico suspeitar que esse pode ser o seu caso, ele poderá sugerir um teste genético. Ter certeza de que o paciente é portador desse tipo de síndrome pode oferecer informações muito úteis para traçarmos um plano de tratamento eficaz.

Carcinoma cromófobo de células renais: Correspondem a 5% a 10% dos tumores de células renais. Assim como o tumor de células renais claras, ele também tem aparência clara sob o microscópio, mas podem atingir tamanhos significativos. Apesar disso, são considerados tumores menos agressivos. 

Tumores de ducto coletor: Considerado extremamente raro, esse tipo de tumor é muito agressivo e costuma não responder ao tratamento convencional. 

Tumores não classificados: Esses tipos de câncer de rim não se parece com nenhum outro tipo de tumor sob o microscópio, e geralmente são muito agressivos. Correspondem a 3% a 5% dos tumores renais.

Carcinoma de células transicionais 

Os tumores uroteliais começam no revestimento da pelve renal, onde os túbulos renais deixam a urina. Como esse revestimento é formado por células de transição que se parecem com aquelas que revestem os ureteres e a bexiga, esse tipo de tumor pode se parecer com um com um tumor de bexiga sob o microscópio. 

Outra semelhança com o câncer de bexiga é que esse tipo de tumor está frequentemente associado ao tabagismo ou à exposição a determinados químicos industriais. 

Tipos muito raros de câncer de rim

Existem dois tipos de câncer de rim que são excepcionalmente raros: o tumor de Wilms, que costuma acometer crianças e é raríssimo em adultos e o sarcoma renal.

A maioria dos tumores de Wilms é unilateral e costumam crescer e alcançar grandes volumes antes de serem diagnosticados. Não é incomum que a doença seja descoberta quando o tumor já está maior do que o próprio rim, o que não é, necessariamente, um indicativo de metástase. 

Já o sarcoma renal é um tipo raro e muito agressivo de câncer de rim que se desenvolve nos vasos sanguíneos ou no tecido conjuntivo renal. Geralmente, o prognóstico do paciente não é positivo. 

Espero que o post de hoje tenha te ajudado a entender melhor o câncer de rim, que é uma doença considerada silenciosa e perigosa! Se tiver alguma dúvida, pode deixar aqui nos comentários.

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