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Meu PSA veio alterado. E agora?

O câncer de próstata é um dos mais incidentes e letais entre os homens de todo o mundo, mas muitos deles nem sabem que têm essa glândula. A próstata se localiza na parte baixa do abdômen, abaixo da bexiga e em frente ao reto. Trata-se de uma glândula do sistema reprodutor masculino que fabrica o líquido prostático, que protege os espermatozoides.

No passado, o diagnóstico de câncer de próstata costumava ser feito quando o tumor já estava avançado, invadindo órgãos vizinhos e formando metástases ósseas. A introdução do PSA e do toque retal nas recomendações internacionais para a saúde dos homens, permitiu a detecção mais precoce da doença, reduzindo a chance dos pacientes morrerem por complicações do câncer.

Como funciona o teste do PSA e quando é considerado alto? 

O teste de PSA é um exame de sangue que mede uma proteína que a próstata produz. Homens com câncer de próstata, geralmente, apresentam altos níveis dessa proteína. No entanto, níveis elevados nem sempre significam câncer.

O PSA tende a aumentar com o avanço da idade, mas, em geral, considera-se alto um PSA acima de 4,0 ng/mL. Neste caso, o urologista vai solicitar a repetição do teste e outros exames complementares. Pacientes com idade avançada, fatores de risco ou histórico familiar também podem ser submetidos a uma biópsia de próstata para verificar se há câncer. 

Doenças ligadas ao PSA alto

Descartado o câncer de próstata, o médico irá averiguar outras doenças ligadas à próstata que também causam o aumento do PSA. São elas: 

Hiperplasia prostática benigna –  é um problema bastante comum em homens após os 50 anos, que se caracteriza pelo aumento da próstata e pode aumentar os níveis de PSA. A hiperplasia prostática benigna não aumenta o risco de câncer de próstata, mas seus sintomas podem ser semelhantes. Os sintomas incluem:  dificuldade para urinar, irritação ou demora para começar e terminar de urinar, várias ao banheiro frequentes, jato de urina fraco. 

Prostatite – se caracteriza por uma inflamação da próstata, podendo se tornar um problema crônico. Essa condição pode ocorrer devido a uma infecção bacteriana. Homens com prostatite tendem a apresentar elevação dos níveis de PSA, além de dificuldade e dor ao urinar, febre, pressão no reto, problemas de ejaculação ou alterações na função sexual. 

Infecções no trato urinário – essas infecções podem se desenvolver na uretra, rins ou bexiga, causando alterações no nível de PSA. Exames simples de urina podem detectar se a alteração no teste advém de doenças prostáticas ou de infecções urinárias. 

Colocação de cateter urinário ou procedimentos médicos – após a inserção de um cateter urinário ou depois de exames como a cistoscopia, toque retal, biópsia, cirurgia ou ressecção transuretral da próstata, o PSA pode sofrer alterações. O ideal é que o teste seja realizado passadas algumas semanas desses procedimentos.

Outros fatores também podem aumentar o PSA, entre eles: exercícios de alta intensidade, alteração na ejaculação, retenção urinária, etc. 

E agora? 

Como você pode observar, vários fatores podem aumentar o nível de PSA. Apesar desta alteração ser sinal de alerta, não significa que pacientes com essa condição tenham o câncer de próstata. 

Consultas regulares com o urologista e exames anuais para acompanhamento do PSA, principalmente em homens acima dos 50 anos, são de suma importância para a detecção precoce tanto do câncer quanto de outras doenças que atingem a próstata. E você, já fez sua consulta de rotina? 

#AbrilLilás Mês de conscientização sobre o câncer de testículo

Conhecido como Abril Lilás, este é o mês dedicado à prevenção e conscientização a respeito do câncer de testículo, um tumor mais raro, que acomete entre 2% e 3% da população masculina. 

O que são os testículos e qual a sua função? 

Antes de falarmos propriamente sobre o câncer de testículo, é importante entender o que são os testículos e para que eles servem. 

Os testículos fazem parte do sistema reprodutor masculino e, em geral, são do tamanho de uma bola de ping pong, nos homens adultos. Eles se localizam dentro do escroto, que fica pendurado sob a base do pênis. As principais funções dos testículos são produzir os espermatozóides, responsáveis pela fecundação feminina, e hormônios, como a testosterona.

Fatores de Risco e Sintomas

Os  principais fatores  de risco para o desenvolvimento de câncer de testículo são: a criptorquidia, que é quando o testículo se encontra fora do escroto durante o nascimento, lesões na bolsa escrotal ou exposição a agrotóxicos. 

Um sintoma típico do câncer de testículo é um inchaço ou nódulo indolor em um dos testículos ou alteração na forma ou textura deles. Em geral, o tumor acomete homens entre 15 e 50 anos e é descoberto por um acaso, quando o homem toca o órgão. Em muitos casos, esses nódulos são descobertos pelas companheiras, que incentivam os homens a procurarem uma consulta médica.

Muitas vezes, o  câncer de testículo pode ser confundido com outras patologias. Por isso, conhecer o próprio corpo e fazer o autoexame regularmente ajuda a detectar a doença em suas fases iniciais, melhorando as chances de cura do paciente. 

Diagnóstico e Tratamento

Durante o exame para diagnosticar o câncer de testículo, o médico vai palpar o órgão em busca de nódulos. E o exame clínico é o que muitas vezes afasta os homens do consultório do urologista, seja por vergonha ou preconceito.

Após os testes clínicos, o médico irá solicitar um exame de ultrassom para comprovar ou descartar a enfermidade. Exames de urina, radiografia e tomografia computadorizada também podem ser solicitados. 

Com o diagnóstico confirmado, o tratamento geralmente é a orquiectomia, que é a remoção testicular. Após a retirada do órgão, o paciente pode ser submetido à radioterapia ou quimioterapia, que em geral apresentam boas respostas no estadiamento da doença, com chances de cura de cerca de 95%.

Na maioria dos homens, a remoção do testículo não causa problemas em ter filhos ou durante o sexo, pois a parte que ficou continua produzindo espermatozóide e a testosterona. Para restabelecer uma aparência normal, o homem pode colocar uma prótese testicular implantada cirurgicamente no escroto, que se parece com um testículo normal.

Portanto, lembre-se de fazer o autoexame pelo menos uma vez por mês e, caso note que algo está diferente do normal, procure o seu médico. O diagnóstico precoce é o melhor aliado do homem para a cura do câncer de testículo.

4 problemas urológicos com os quais você deveria se preocupar

O câncer de próstata é o tumor maligno que mais atinge os homens, no Brasil. Mas, outras doenças podem atingir o sistema reprodutor e urinário masculino e, se não tratadas, afetam significativamente a qualidade de vida dos homens. 

No post de hoje, detalho quatro problemas urológicos que são muito comuns entre o público masculino e com os quais todo homem deveria se preocupar!

 

  • Hiperplasia Prostática Benigna 

 

A próstata é uma glândula, do tamanho de uma noz. Com a idade, a próstata tende a aumentar de tamanho. 

A hiperplasia prostática benigna, HPB, é um aumento não maligno da próstata, também conhecido como próstata aumentada. As causas do HPB ainda não são bem conhecidas pelos médicos, mas sabemos que essa condição pode começar a se manifestar por volta dos 30 anos e evoluir lentamente, só causando sintomas após os 50 anos.

A idade avançada, portanto, é um fator de risco para o aumento da próstata, problema que chega a afetar 40% a 50% dos homens com idade entre 51 e 60 anos. Porém, desses, apenas 10% precisam de tratamento. 

Os sinais e sintomas mais comuns da hiperplasia prostática benigna são: fluxo de urina fraco, dificuldade em começar a urinar, incapacidade de esvaziar completamente a bexiga, sangue na urina e incontinência urinária.

O tratamento é à base de medicamentos que promovem o relaxamento da próstata. Caso o paciente não responda ao tratamento clínico, uma cirurgia pode ser recomendada. As cirurgias mais comuns são a ressecção transuretral da próstata, RTU, em que é feita uma raspagem no interior do órgão, ou a aplicação de laser para desobstruir a uretra. Esse segundo método tem a vantagem de ser menos invasivo e é realizado principalmente em homens que fazem uso de anticoagulantes. 

 

  • Prostatite

 

Como o próprio nome já indica, a prostatite é uma inflamação na próstata. Prosta (próstata) + tite (inflamação). A doença pode ser causada por bactérias originárias do trato urinário ou pela manipulação da próstata, como para a realização de biópsias.

Apesar de poder atingir homens de todas as idades, a prostatite é comum em homens jovens e de meia idade. Os sintomas variam dependendo da causa da prostatite e podem incluir: micção dolorosa, difícil ou frequente, sangue na urina, dor na região da virilha, reto, abdominal ou lombar, febre e calafrios, dor ao ejacular ou disfunção sexual. 

A escolha do melhor tratamento vai depender do grau da prostatite e também da origem do problema. Em caso de prostatites originadas por infecções bacterianas, o médico pode receitar antibióticos. Como tratamento coadjuvante, também podem ser prescritos anti-inflamatórios, para alívio da dor, e alfa-bloqueadores, que irão ajudar a relaxar a próstata e a bexiga, ajudando na micção. 

 

  • Estenose Uretral  

 

A estenose uretral é o estreitamento da uretra, tubo que transporta a urina da bexiga até o pênis durante a micção. Esse estreitamento pode ser causado por inflamações ou lesões na uretra, provenientes de tuberculose, infecções sexualmente transmissíveis ou colocação de sondas, por exemplo. 

Muitos homens com estenose relatam desconforto ao urinar, diminuição do fluxo urinário, várias idas ao banheiro, vontade de ir ao banheiro à noite, ardência ao urinar e gotejamento após urinar. O problema pode se desenvolver gradualmente, levando o homem a ter que “empurrar ou forçar” para a urina sair ou de repente, exigindo atendimento médico imediato.

Depois do diagnóstico da estenose uretral o paciente pode ser submetido a uma  uretrotomia, que  é quando o médico corta o tecido cicatricial para abrir a área de bloqueio ou a reconstrução da uretra. 

 

  • Bexiga Hiperativa

 

A bexiga hiperativa é um grupo de sintomas urinários onde há uma necessidade ou desejo súbito e descontrolado de urinar. Outro sintoma é a necessidade de urinar muitas vezes durante o dia e a noite ou, ainda, a sensação de que você “tem que ir” ao banheiro com urgência e várias vezes. Mas, ao contrário do que muitos pensam, a bexiga hiperativa não é uma doença e sim um sintoma de algum outro problema. 

Em geral, a bexiga hiperativa aparece em homens com mais de 50 anos, sendo mais comum depois dos 75 anos devido a fatores fisiológicos provenientes do envelhecimento. Com o passar dos anos, a bexiga perde a capacidade de segurar a urina por conta do enfraquecimento da região pélvica. 

O tratamento inclui fisioterapia para fortalecimento do assoalho pélvico e medicamentos. Em casos mais complexos o médico pode prescrever a aplicação de toxina botulínica, estimulação nervosa ou mesmo a cirurgia. 

Idas regulares ao médico, podem ajudar a prevenir ou descobrir precocemente essas e outras doenças urológicas, melhorando a resposta do organismo ao tratamento. 

Lifting de escroto: cirurgia oferece riscos para quem busca só tratamento estético

 

O lifting de escroto, nome popular da escrotoplastia, é um procedimento cirúrgico usado para reparar, tratar ou até criar um novo escroto.

 

O procedimento é indicado para tratar crianças que nasceram com defeitos congênitos, adultos com lesões ou má-formação e cirurgias para mudança de identidade sexual. No entanto, a cirurgia tem se tornado bastante popular principalmente em homens acima dos 50 anos, que buscam um padrão estético para o escroto, que com o envelhecimento tende a aumentar de tamanho e ficar mais flácido. 

 

Mas o que é o escroto e para que ele serve? No texto de hoje vou responder a essa e outras perguntas.

 

O que é o escroto e qual a sua função?

 

O escroto é uma das estruturas do sistema reprodutor masculino, semelhante a um saco, localizado logo abaixo do pênis. O escroto ajuda a proteger os testículos, que é responsável pela produção e armazenamento dos espermatozóides. 

 

A localização do escroto também é estratégica. Como ele está pendurado para fora do corpo, ajuda a manter o sêmem em uma temperatura mais baixa, criando condições ideais para a produção do esperma. 

 

Dentro da bolsa escrotal também se encontra o epidídimo, tubos localizados em cada um dos testículos, cuja função é mover os espermatozóides dos testículos e carregá-los para fora dele. Portanto, muito mais que proteger os testículos, o escroto também protege os tubos que liberam os espermatozóides durante a ejaculação. 

 

Ao longo do dia é comum tanto a forma quanto a textura do escroto sofrerem variações devido  a vários estímulos, como a excitação sexual, temperatura, atividades físicas etc. Por exemplo, é comum o escroto se contrair quando a temperaturas está mais baixa, durante o sexo ou quando se pratica algum exercício. Da mesma forma, quando o homem está mais relaxado, o escroto se alonga e fica “maior”. 

 

Com o passar dos anos, assim como outras partes do corpo, o escroto pode ficar mais flácido, o que gera incômodo em muitos homens, que recorrem ao lifting de escroto para melhorar o aspecto do mesmo, seja por insatisfação própria ou para agradar o parceiro(a).

 

Como é realizado o lifting de escroto? 

 

Como eu citei no começo deste texto, o lifting de escroto é uma recomendação médica para corrigir patologias congênitas, tanto em bebês quanto em adultos, lesões e para cirurgia de mudança de identidade sexual. 

 

O tipo de procedimento vai depender do tipo de reconstrução necessária. Em geral, após a anestesia, o cirurgião faz uma pequena incisão na base do pênis para remover o excesso de pele, que na sequência é cortada. Dependendo do caso, a pele de outra parte do corpo pode ser enxertada no escroto, como forma de reforçar a estrutura. Finalizada a cirurgia, o corte é fechado. Depois do procedimento, alguns cuidados são necessários e o médico pode também recomendar abstinência sexual, que gira em torno de três semanas para a recuperação do local. 

 

Riscos do lifting de escroto

 

Apesar de ser uma cirurgia simples, a escrotoplastia ou lifting de escroto traz riscos ao paciente, como sangramento e infecções, como qualquer outro procedimento médico. 

 

As principais complicações da cirurgia são: lesão do nervo, rejeição do tecido implantado, cicatrização difícil, gerando marcas no local operado, lesão no seu trato urinário, problemas durante a relação sexual. 

 

Por isso, caso você pense em fazer o lifting de escroto por razões puramente estéticas, avalie bem os riscos e complicações decorrentes da cirurgia e converse com o seu urologista se a cirurgia é realmente necessária. E lembre-se, não a aparência que irá definir sua masculinidade.

 

Saúde mental do paciente com câncer: O que você precisa saber

O câncer é uma doença muito estigmatizada, que requer tratamentos complexos e envolve uma equipe médica multidisciplinar e outros profissionais de saúde com psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, etc, além de cuidadores e da família do paciente. 

 

Por se tratar de uma doença crônica, cujo tratamento muitas vezes é longo, o diagnóstico pode afetar a saúde emocional do paciente e de todos que estão à sua volta. Nesse momento, é comum um turbilhão de emoções e sentimentos como ansiedade, angústia, depressão, nervosismo e  apatia. 

 

Todas essas oscilações de humor podem ter reflexo na vida conjugal/familiar, laboral, social ou acadêmica do paciente. É comum vermos pacientes em tratamento do câncer se cobrando uma rotina como a que tinha antes do diagnóstico. Entretanto, é importante lembrar que cada um tem um período para digerir e se adaptar à nova realidade e desafios.

 

Além de tentar manter uma rotina, as pessoas em tratamento de câncer também têm que enfrentar os efeitos colaterais da terapia, da escolha dos métodos terapêuticos, dos impactos da doença e de possíveis complicações que podem até se tornar permanentes. 

 

Saúde Mental do Paciente com Câncer de Próstata

 

O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil e ainda hoje repleto de estigmas. Muitos homens ainda não fazem os exames para a detecção precoce da doença devido à falta de informação e preconceito. Em muitos casos, quando a doença é descoberta, o tratamento tem que ser mais agressivo, diminuindo as chances de cura ou fazendo com que os pacientes tenham algum tipo de complicação. 

 

Além dos fatores psicológicos que afetam as pessoas com câncer, homens com câncer de próstata tem ainda mais um agravante: o medo da impotência sexual e da disfunção erétil. Muitos homens retardam o início do tratamento por questões ligadas à masculinidade e medo de não conseguirem mais ter relações sexuais satisfatórias.

 

Apesar dos dados sobre o assunto ainda serem escassos e não existir uma compilação dos mesmos, acredita-se que entre 30% a 50% dos pacientes em tratamento do câncer de próstata apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico, seja a depressão, ansiedade ou agressividade, chegando a afetar o cônjuge do paciente. 

 

Em pacientes com esse quadro é recomendada a psicoterapia, que auxilia no controle da depressão e ansiedade, contribuindo até mesmo para a redução da dor. Uma abordagem  combinada entre o psiquiatra/psicólogo, o urologista e o oncologista é bastante benéfica ao paciente pois a combinação de fármacos pode auxiliar tanto no tratamento da depressão, quanto no tratamento do tumor. 

 

É normal ter medo e dúvidas neste momento, mas o importante é a pessoa ter em mente que não está sozinha. Sua equipe de saúde tem o conhecimento e a experiência para ajudá-lo. Mas continue lembrando-se de que você é especialista em sua própria saúde. Sempre que perceber que algo não vai bem procure ajuda, seja ela médica, psicológica ou de amigos e familiares, pois o câncer é uma doença que se vence juntos!

IST’s podem levar ao desenvolvimento de câncer, infertilidade e até óbito

As Infecções Sexualmente Transmissíveis, IST’s, antigamente conhecidas como Doenças Sexualmente Transmissíveis, DST´s, são infecções causadas por vírus, bactérias ou parasitas e transmitidas principalmente através das relações sexuais desprotegidas, sejam elas vaginais, anais ou orais. 

 

A terminologia sofreu alteração em seu nome, porque, de acordo com o Ministério da Saúde, Infecções Sexualmente Transmissíveis remetem ao fato de que uma pessoa pode transmitir uma infecção, mesmo sem apresentar nenhum sintoma. Quando as infecções são sintomáticas, o mais comum é que a pessoa apresente corrimento vaginal, corrimento uretral ou queimação nos homens, úlceras genitais e dor abdominal.

 

As IST’s são compostas por mais de 30 diferentes  tipos de infecção, que causam várias doenças, entre elas, a sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase, que são curáveis, e outras infecções virais consideradas incuráveis, como a  hepatite B, herpes, HIV e papilomavírus humano (HPV). Algumas IST’s também podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação.

 

Dados da IST’s

 

As IST´s têm um impacto profundo na saúde sexual e reprodutiva em todo o mundo. Dados da Organização Mundial de Saúde, OMS, estimam que mais de um milhão de pessoas sejam afetadas por essas doenças todos os dias no mundo. 

 

No Brasil, segundo o IBGE, 0,6% da população contraíram algum tipo de infeção sexualmente transmissível, somente em 2019, o que corresponde a cerca de um milhão de pessoas com mais de 18 anos. 

 

E os dados são ainda mais alarmantes, pois somente 22% dos entrevistados afirmaram que usaram preservativos em todas as relações sexuais nos 12 meses que antecederam a pesquisa, enquanto 59% relataram que não fizeram uso de nenhum tipo de proteção e 17% que usaram de forma esporádica. 

 

E os jovens estão entre os mais afetados pelas IST´s. Ainda de acordo com o IBGE, quase 42 mil pessoas foram diagnosticadas com HIV e 37 mil com Aids, em 2019. Desse total, o público mais afetado foi entre 25 e 39 anos de idade.

 

Impactos das IST’s sobre a saúde

 

As IST’s podem ter consequências graves além do impacto imediato da própria infecção. Pessoas com infecções sexuais estão mais propensas a infertilidade, alguns tipos de câncer e até mesmo a morte precoce. 

 

Mulheres com IST’s podem ter problemas para engravidar devido a inflamação nas trompas, enquanto os homens podem ter as estruturas do trato reprodutivo danificadas em caso de doenças não tratadas.

 

Vários tipos de câncer também estão relacionados às infecções sexuais. Somente o HPV está ligado a 13 tipos potenciais de cânceres, sendo o de colo de útero o mais comumente associado ao tumor. Porém, pessoas com HPV também podem desenvolver câncer de orofaringe, vulva e pênis.

 

Apesar do HIV ser a IST’s considerada mais grave, se não tratadas, essas outras infecções podem levar a doenças graves, culminando até mesmo com o óbito do paciente. Por isso é importante que todas as relações sexuais sejam protegidas e que haja um acompanhamento médico períodico, pois como essas doenças muita vezes não apresentam sintomas e a pessoa pode ter uma IST’s e nem sequer fazer ideia. 

 

E a mudança de comportamento sexual é a chave para se evitar as infecções sexualmente transmissíveis. 

O câncer está entre as principais causas de morte prematura em todo mundo.

O câncer está entre as principais causas de morte prematura em todo mundo.

As estimativas mais recentes apontam que, somente em 2018, mais de 18 milhões de novos casos de câncer foram diagnosticados no mundo, levando a quase 10 milhões de óbitos. Em parte, o aumento de casos se deve ao envelhecimento da população. Porém, o desenvolvimento socioeconômico e determinados hábitos de vida como o sedentarismo, alimentação inadequada, entre outros, têm contribuído para o surgimento da doença.

Entre os tipos de câncer mais comuns no mundo estão o de pulmão e mama, com 2,1 milhões de casos, seguido pelo câncer colorretal, com 1,8 milhão, e o de próstata, atingindo 1,3 milhões de pessoas.

No Brasil, os dados também são alarmantes. Serão 66 mil homens diagnosticados com câncer de próstata, somente em 2022, o que corresponde a 62,95 novos casos a cada 100 mil pessoas. O câncer de bexiga também deve acometer 10.640 pessoas somente este ano. Estes dados fazem parte do documento Incidência do Câncer no Brasil, do Instituto Nacional do Câncer José Gomes da Silva, INCA, órgão ligado ao Ministério da Saúde.

Como prevenir o câncer de próstata?

Muitos tipos de câncer, assim como outras doenças como as respiratórias, cardiovasculares, renais e a diabetes podem ser evitadas, desde que a pessoa mantenha hábitos saudáveis e evite a exposição a fatores de risco. Para isso, é importante conhecer esses fatores, reduzindo as chances de adoecer.

Alguns fatores de risco, como raça, histórico familiar e idade, não podem ser evitados e as chances de desenvolver a doença aumentam significativamente a partir dos 50 anos. Porém, muitos outros podem ser controlados, entre eles o tabagismo, etilismo, sedentarismo e a alimentação inadequada.

É muito importante que todo homem, especialmente a partir dos 40 anos de idade, consulte regularmente o urologista e faça o exame de toque retal e a dosagem do antígeno prostático específico, PSA. A detecção precoce aumenta as chances de cura da doença e o sucesso no tratamento.

Câncer de bexiga, causas e prevenção

O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário e é classificado em três tipos principais: carcinoma de células de transição, carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma invasivo ou não invasivo, sendo que 95% dos carcinomas de células uroteliais ou carcinomas de células de transição se desenvolvem no interior do trato urinário.

A doença, apesar de atingir ambos os sexos, é mais comum entre os homens que são acometidos duas vezes mais que as mulheres. Dentre os principais fatores de risco para a doença, está o tabagismo, que responde de 50% a 70% dos casos. De acordo com vários estudos, os fumantes têm de duas a seis vezes mais chances de ter a doença em comparação aos não fumantes.

Entre outros fatores que aumentam o risco para o câncer de bexiga estão os ligados a questões ocupacionais. Exposição a compostos químicos como azocorantes, benzeno, benzidina, cromo, poeira de metais, petróleo e tintas podem contribuir para o desenvolvimento da neoplasia. Trabalhadores da agricultura que têm contato frequente com agrotóxicos também devem fazer exames preventivos com mais frequência.

As recomendações para prevenir o câncer de bexiga são semelhantes às do câncer de próstata. Incluir a prática de atividade física na rotina, manter uma dieta equilibrada rica em fibras, reduzir o consumo de processados, ultraprocessados e proteína de origem animal contribuem para o baixo risco de desenvolver as células cancerígenas. Além dos exames regulares de rotina.

Mantendo esses hábitos é possível evitar que tanto o câncer de próstata e bexiga apareçam ou que sejam diagnosticados e tratados precocemente, garantido sucesso no tratamento e qualidade de vida para o paciente.

Robô Hugo, da Medtronic, é utilizado pela primeira vez, numa prostatectomia radical

Robô Hugo, da Medtronic, é utilizado pela primeira vez, numa prostatectomia radical

A Medtronic, empresa líder global em tecnologia médica, anunciou na semana passada que o primeiro procedimento realizado com seu novo robô cirurgião, o Hugo, foi realizado com sucesso no Chile. O procedimento foi realizado pelo Dr. Ruben Olivares, na Clínica Santa Maria, em Santiago.

Trata-se de uma prostatectomia radical, ou seja, a remoção total da próstata do paciente, uma das principais cirurgias em que se destacam as técnicas minimamente invasivas, especialmente a robótica

A plataforma robótica Hugo RAS vinha sendo desenvolvida há alguns anos e, finalmente, iniciou seu registro de pacientes para coletar dados clínicos que, futuramente, serão utilizados para ser submetida a regulações em diversos países. 

Hugo RAS promete menores custos e mais praticidade para cirurgiões e hospitais 

Atualmente, somente uma pequena parcela das cirurgias realizadas no mundo inteiro são realizadas com robôs. Nesse sentido, de acordo com os responsáveis pelo Hugo, essa plataforma tem o potencial de oferecer soluções versáteis, compatíveis e portáteis com custo efetivo

A ideia é diminuir os custos da cirurgia robótica e otimizar a logística de utilização dessa tecnologia com modularidade nos braços robóticos, visualização avançada e compatibilidade com instrumentos da Medtronic já utilizados em cirurgias laparoscópicas e abertas. 

Com esses recursos, a empresa busca solucionar, também, um dilema comum quando falamos de tecnologia: à medida que surgem novos avanços, as tecnologias vão se tornando obsoletas. 

O objetivo é que o Hugo possa ser atualizado sem se tornar obsoleto, possibilitando troca de peças e geradores ao invés de comprar um sistema novo, o que reduz custos tanto para o hospital quanto para o paciente. 

Os cirurgiões podem, inclusive, utilizar muitos dos instrumentos com os quais já estão familiarizados, o que aproveita a experiência que o médico já tem e ainda mantém o catálogo de instrumentos da Medtronic ativo. Diversos equipamentos do robô também podem ser utilizados em cirurgias laparoscópicas e até mesmo abertas, inclusive o seu gerador.

Além disso, o Hugo pode ser facilmente transportado entre salas de cirurgia, maximizando sua utilização por diferentes espaços do hospital ao invés de ficar restrito a um local específico. Ele também pode ser desmontado para ser utilizado em duas operações diferentes ao mesmo tempo. 

Outro aspecto interessante do robô é que ele oferece alguns insights importantes do procedimento, possibilitando que o médico possa acessar, analisar e compartilhar vídeos de procedimentos que são gravados e transmitidos para a nuvem diretamente da sala de cirurgia.  

E, por fim, a Medtronic oferece treinamento e serviços personalizados para que cada médico possa explorar ao máximo as vantagens da sua plataforma robótica. Para isso, ela utiliza simulações e laboratórios práticos.

Corrida robótica se intensifica com avanços do Hugo 

Este é, sem dúvidas, um grande passo para a Medtronic, que já se destaca com a Mazor X Stealth, plataforma cirúrgica dedicada às cirurgias da coluna vertebral. Entretanto, ainda é muito cedo para dizer se o Hugo será um competidor agressivo no mercado em relação à Intuitive Surgical, empresa responsável pelos sistemas cirúrgicos da Vinci, mais utilizados em todo o mundo. 

A Medtronic não é a única a se debruçar sobre os problemas que ainda encontramos na cirurgia robótica, como o volume e o custo das plataformas. A própria Intuitive Surgical tem encontrado caminhos interessantes para tornar seus sistemas mais acessíveis e práticos, enquanto a Virtual Incision caminha a passos largos com o MIRA, o menor e mais leve robô cirúrgico até o momento. 

Continuo na torcida para que essas tecnologias continuem avançando para que os melhores tratamentos estejam disponíveis para o maior número possível de pacientes, que tanto se beneficiam de técnicas minimamente invasivas e de alta precisão. Assim que tivermos mais notícias sobre o Hugo e outras plataformas, contarei aqui no blog! 

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Diversos estudos apontam que homens negros têm mais riscos de desenvolver câncer de próstata. Além disso, os tumores parecem ser mais agressivos nestes pacientes. 

Um estudo realizado em 2020 e publicado no Jama Network comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças. O número de afro-americanos que tiveram progressão da doença foi 11% maior do que o de homens brancos que também lidaram com esse problema num período de 7,6 anos. 

Entretanto, neste estudo, a mortalidade em decorrência do câncer de próstata foi menor entre os homens negros do que os de outras raças. Os motivos ainda não são certos e podem estar relacionados a um acompanhamento mais minucioso desses pacientes, por fazerem parte de uma investigação clínica. 

Afinal, outros estudos apontaram justamente o contrário: homens negros têm duas vezes mais chances de morrer de câncer de próstata do que aqueles de outras raças. 

De todo modo, essas diferenças parecem sustentar a teoria de que devemos acompanhar mais de perto a incidência e progressão do câncer de próstata em homens negros. Inclusive, pouquíssimos estudos envolvendo a vigilância ativa incluíram pacientes negros. 

Urologista em BH – Entendendo o risco aumentado para homens negros

Já é consenso entre a comunidade médica que a genética é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. Isso significa que um homem com parentes de primeiro grau com a doença possuem mais chances de desenvolvê-la do que aqueles que não têm.

Além disso, um estudo realizado ainda neste ano demonstrou que homens com ancestralidade africana têm uma pontuação de risco genético para câncer mais de duas vezes maior do que aqueles de ancestralidade europeia.

Entretanto, para além da ancestralidade e fatores genéticos, outras questões também parecem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata em homens negros.

A primeira delas é a obesidade. Um estudo de 2019 avaliou como as associações entre obesidade, ambientes obesogênicos e o racismo estrutural podem variar de acordo com a composição racial de diferentes países. Uma das conclusões da pesquisa foi que o racismo, trauma racial e fatores socioeconômicos aumentam os riscos de ter obesidade.

O status socioeconômico também tem um papel significativo nos cuidados com a saúde, pois está associado a maiores chances de desenvolver câncer por falta de acesso a tratamentos médicos pagos. Essa é uma realidade especialmente nos Estados Unidos, onde não a população não tem atendimento médico gratuito. 

Por fim, o preconceito racial também possui um papel importante nos altos índices de câncer de próstata em homens negros. Um estudo publicado no periódico Urology encontrou uma  disparidade racial significativa: eles possuem menos chances de passar pelos exames de rastreamento da doença e até mesmo de receberem indicação médica para tal. 

Todos esses fatores demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é saúde e igualdade racial. 

Acredito que uma das principais medidas que podemos tomar para mudar esse cenário é fazer com que informações seguras a respeito do câncer de próstata circulem entre homens de diversas comunidades, tornando-os cientes de seus direitos enquanto pacientes e do seu risco real de desenvolver a doença. Assim, poderão se tornar protagonistas de sua própria saúde, independentemente da raça ou da cor.

Síndromes genéticas e o câncer urológico

Síndromes genéticas e o câncer urológico

A maioria dos tumores não têm causas hereditárias. Entretanto, as pessoas que são portadoras de mutações genéticas causadoras de cânceres urológicos precisam estar cientes de seus riscos para conhecerem as medidas de prevenção e rastreamento da doença. 

Em sua maioria,  as mutações genéticas são autossômicas dominantes, o que significa que um portador tem 50% de chance de transmitir o gene causador de câncer para cada filho. 

Felizmente, hoje já contamos com o rastreamento genético, tecnologia capaz de diagnosticar síndromes causadoras de câncer. Isso possibilitou a implantação de diretrizes globais para o manejo desses pacientes e também a identificação de portadores assintomáticos nas famílias. 

Quando o assunto é câncer urológico, muitas das manifestações de síndromes genéticas podem estar envolvidas, aumentando significativamente as chances de o paciente ter tumores no rim, bexiga, próstata ou testículos. 

Síndromes genéticas causadoras de câncer de rim

O carcinoma hereditário de células renais representa cerca de 5% a 8% de todos os tumores de rim. Alguns sinais de que o paciente pode ser portador de alguma síndrome hereditária causadora da doença são histórico familiar de câncer renal, tumores bilaterais ou multifocais e idade jovem (menos de 46 anos). 

Até o momento, estão registradas pelo menos sete síndromes genéticas causadoras de câncer de rim: Von Hippel-Lindau, Birt-Hogg-Dube, carcinoma papilar de células renais hereditário, leiomiomatose hereditária, câncer renal de succinato desidrogenase, esclerose tuberosa e síndrome de Cowden. Elas estão associadas, respectivamente, à mutações nos seguintes genes: VHL, FLCN, MET, FH, SDHB/C/D, TSC1/2 ou PTEN.

Síndromes genéticas causadoras de câncer de bexiga

O câncer de bexiga está associado, principalmente, à Síndrome de Lynch, previamente conhecida como câncer colorretal hereditário não polipóide. Trata-se de de uma mutação genética autossômica dominante que pode se manifestar a partir de mutações nos genes MSH2 ou MLH1. 

Além de neoplasias da bexiga, a Síndrome de Lynch também pode causar tumores na uretra e na pelve renal, aumentando os riscos de desenvolver a doença em até 22%, na comparação com a população geral. 

Síndromes genéticas causadoras de tumores na próstata

Aproximadamente 42% dos casos de câncer de próstata podem ser atribuídos a fatores familiares ou hereditários, sendo que o histórico familiar da doença é um dos principais fatores de risco. 

Ao contrário de outros tipos de tumores, tudo indica que a suscetibilidade do câncer de próstata seja consideravelmente mais complexa, com o envolvimento de diversos genes. Até o momento, os genes de alta permanência associados ao desenvolvimento desse tipo de neoplasia são o BRCA 1 e BRCA2, especialmente este último, que pode aumentar o risco de ter a doença em até 40%. 

Além de serem caracterizados pelo diagnóstico precoce da doença, os tumores causados por mutações nesses genes também costumam ser mais agressivos e atingir estágios mais avançados em comparação com a população em geral. 

Síndromes genéticas causadoras de câncer de testículo

Aproximadamente 2% dos pacientes com tumores de células germinativas testiculares têm um parente de primeiro grau afetado pela doença. Estima-se que o risco aumente em até 10 vezes para irmãos e até 6 vezes para filhos de pacientes com esse tipo de tumor. 

Por se tratar de um câncer raro, ainda é difícil determinar quais são exatamente as mutações genéticas capazes de aumentar os riscos de desenvolver a doença. 

Até o momento, as evidências sugerem que alelos específicos em genes envolvidos na diferenciação de células germinativas seriam os responsáveis pelo risco familiar de homens com tumores no testículo. 

Se você desconfia que pode ser portador de alguma dessas síndromes, procure o urologista e considere fazer aconselhamento genético. Confirmar o diagnóstico por meio do rastreamento genético possibilita que você realize exames importantes periodicamente, para assim tratar o tumor em estágios iniciais e até mesmo preveni-los. 

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