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Meu pai foi diagnosticado com câncer de próstata. E agora?

Receber a notícia de que um ente querido foi diagnosticado com câncer de próstata pode ser uma experiência avassaladora. Muitas famílias se veem em um turbilhão de emoções e incertezas, sem saber exatamente como ajudar ou o que esperar. Por isso, trouxe algumas orientações que podem ajudar a passar com mais leveza por este momento desafiador.

 

Entendendo o diagnóstico

O primeiro passo é entender o que é câncer de próstata e o que o diagnóstico significa. Este tipo de câncer ocorre na próstata, uma pequena glândula que produz o fluido seminal em homens. 

 

Os sintomas do câncer de próstata podem incluir dificuldades para urinar, fluxo urinário fraco ou interrompido, a necessidade de urinar com mais frequência à noite, sangue na urina ou no sêmen, dor no quadril, nas costas ou na pelve que não desaparece, e disfunção erétil. No entanto, esses sintomas podem também estar associados a outras condições não cancerosas da próstata.

 

O diagnóstico precoce é crucial, pois as chances de tratamento bem-sucedido são maiores quando o câncer é detectado cedo. Quando detectado precocemente, enquanto ainda está confinado à próstata, as chances de cura são maiores. É por isso que a detecção precoce, através de exames de rastreamento como o teste de PSA (antígeno específico da próstata) no sangue e o exame de toque retal, é crucial.

 

A importância do apoio familiar

O apoio da família é fundamental no processo de tratamento. Estar presente, oferecer apoio emocional e acompanhar em consultas e todo o tratamento pode fazer uma grande diferença para a pessoa afetada. O paciente pode se sentir mais fortalecido para enfrentar a doença sabendo que tem uma rede de apoio.

 

Adesão ao tratamento

A família desempenha um papel vital na adesão ao tratamento. Isso envolve entender o plano de tratamento proposto, discutir opções e garantir que o paciente siga as recomendações médicas. Participar ativamente das decisões relacionadas ao tratamento pode ajudar a manter todos informados e engajados.

 

As opções de tratamento para o câncer de próstata podem variar dependendo de quão rápido o câncer está crescendo, quão extenso ele é e se ele se espalhou para outras partes do corpo. Os tratamentos podem incluir vigilância ativa, cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia, terapia biológica ou terapia de feixe de prótons.

 

Rastreamento para filhos homens

Se você é filho de um pai com câncer de próstata, é importante estar ciente do seu próprio risco. Discuta com seu médico sobre quando começar o rastreamento. Embora a genética não seja o único fator, ter um pai ou irmão com câncer de próstata pode aumentar suas chances de desenvolver a doença.

 

Cuidando de si mesmo

Enquanto cuida do seu ente querido, não se esqueça de cuidar de si mesmo. Lidar com o câncer de um ente querido pode ser emocionalmente exaustivo. Busque suporte emocional para si mesmo, seja através de amigos, grupos de apoio ou profissionais de saúde mental.

 

Buscando informação e suporte profissional

Busque informações confiáveis e suporte profissional. Os profissionais de saúde envolvidos no tratamento podem oferecer orientações valiosas e ajudar a esclarecer dúvidas. Além disso, grupos de apoio podem oferecer conforto e conselhos úteis de pessoas que estão passando ou já passaram por situações semelhantes.

 

Conclusão

Ser informado, apoiar ativamente e cuidar de si mesmo são partes fundamentais para ajudar um ente querido com câncer de próstata. Lembre-se de que cada jornada é única e o mais importante é estar presente e procurar recursos que possam ajudar você e sua família a navegar por este caminho.

 

Como escolher o seu cirurgião

Formação acadêmica, participação em congressos, artigos publicados, número de cirurgias realizadas, capacidade de diagnóstico, pacientes famosos, e por aí vai. Há muitas maneiras de avaliar um médico cirurgião e escolher o melhor entre tantas opções. Mas, geralmente, uma das questões mais importantes não é levada em conta: a relação médico/paciente.

Na minha opinião, um bom cirurgião é também aquele que acolhe as pessoas e as deixam confortáveis, em uma relação de confiança e muita clareza. Afinal, a empatia é o primeiro laço criado entre médico e paciente. Laço que se solidifica com o preparo técnico e a humanização do atendimento prestado durante a consulta.

Além dessa questão, algumas dicas podem ajudar no processo de encontrar um profissional, com segurança e confiabilidade:

1 – Não escolher o médico ao acaso

Busque referências. Converse com pessoas que tenham feito alguma cirurgia com o profissional e pergunte como foi o atendimento no pré e, principalmente, no pós-operatório. Hoje, isso pode ser feito de uma maneira muito simples e rápida, por exemplo, via redes sociais. Verificar os comentários nas páginas do médico é um bom começo.

2 – Checar a formação técnica e científica do médico

Cheque se o profissional é membro efetivo da entidade de classe da sua especialidade – no meu caso, temos a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) – e se ele tem certificação e habilitação para realizar o procedimento proposto. Essas informações podem ser facilmente verificadas na internet, no site do Conselho Regional de Medicina. Informe-se também sobre a titulação acadêmica (Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado) e a instituição onde foi realizada, assim como participações em congressos, simpósios, palestras, apresentações de trabalhos e publicações (nacionais e internacionais).

3 – Analisar o peso da experiência

Verifique se o cirurgião é um especialista na operação específica que você precisa e se ele já atuou em alguma instituição pública ou privada com alto volume de pacientes (centros de referência). Isso pode sinalizar experiência na resolução de casos clínicos mais complexos. Esse critério é muito importante quando se trata, especialmente, de cirurgias para o tratamento do câncer de próstata, quando há alguma chance de o paciente ficar impotente e incontinente após a cirurgia.

4 – Analisar o atendimento

Já na consulta, além da questão do atendimento humanizado que eu já citei (e tenho como pilar fundamental da atuação médica), avalie também o cuidado com que o profissional explica o procedimento que será realizado e o critério para selecionar sua equipe, hospital e materiais. O ideal é optar por um lugar onde diferentes especialidades trabalhem juntas, principalmente se o caso for câncer de próstata. Poder contar com uma abordagem multidisciplinar faz toda a diferença no tratamento.

5 – Fazer perguntas

Não fique com dúvidas! Faça quantas perguntas quiser até se sentir totalmente seguro. Afinal, é a sua vida e a sua saúde que estão em questão. Pergunte ao cirurgião sobre resultados, quantas vezes ele realizou a cirurgia, quantas operações faz por semana/mês/ano, qual é a sua taxa de sucesso, que porcentagem de pacientes requer tratamentos adicionais após a prostatectomia radical (em casos de câncer de próstata), como ele lida com complicações específicas que podem surgir após a cirurgia…

E pergunte também sobre a sua busca pelo aprimoramento profissional em novas tecnologias. A formação de um bom cirurgião depende de treinamento, talento, desejo de melhorar e revisão meticulosa das técnicas mais modernas e dos resultados de cada uma delas.

Cirurgia robótica: um avanço também para os cirurgiões

Muito se fala sobre os benefícios da cirurgia robótica para os pacientes. Eu mesmo sempre faço questão de ressaltar as vantagens das técnicas minimamente invasivas, inclusive aqui no blog.

Mas hoje eu vou tratar o assunto a partir de uma outra perspectiva. Afinal, a tecnologia também trouxe grandes avanços para o trabalho dos cirurgiões que, por meio da cirurgia robótica, são capazes de realizar intervenções muito mais complexas e desafiadoras.

Isso porque a inovação deu aos médicos e às equipes certas capacidades que vão além do que é naturalmente humano. Essas capacidades aumentadas são todas focadas em tornar a cirurgia mais eficaz, menos invasiva e mais fácil para nós e para os pacientes sob os nossos cuidados.

Ao mesmo tempo, as plataformas cirúrgicas inteligentes não substituem a habilidade, a experiência e o conhecimento do cirurgião. O que acontece é que elas elevam a visão e os movimentos a níveis que eram muito difíceis de serem alcançados.

A introdução da visão 3D de alta definição proporciona uma ampliação que dá aos médicos a capacidade de ver a anatomia de maneira mais clara e menos ambígua, possibilitando a capacidade de navegação em estruturas críticas com muito mais cuidado e precisão.

Em relação aos movimentos, as plataformas permitem que o computador e os algoritmos reproduzam fielmente os movimentos comandados pelas nossas mãos, punho e dedos em movimentos precisos, com tremores filtrados. Além disso, as pinças do equipamento alcança locais que a mão humana tem muita dificuldade, especialmente no caso de cirurgias de pequenos orifícios, como a de próstata e de rim.

Por isso, é importante frisar a todo o momento que o robô não substitui o médico, e que todo profissional deve ser muito bem capacitado para utilizar qualquer sistema robótico.

Por essas e outras, o poder dessas ferramentas tem sido transformador até no que pode ser considerado (erroneamente), por muitos, um mero detalhe: a questão da ergonomia. O console substitui as tantas horas que o médico passa de pé sobre um paciente por uma posição confortável que reduz a fadiga e as lesões por esforço repetitivo.

A robótica é uma tecnologia que permite que os cirurgiões façam um trabalho muito melhor e mais completo. Aprimorar os resultados dos pacientes e permitir que os médicos tenham esse desempenho, cada vez mais eficaz, são os pilares dos avanços que têm acontecido e dos muitos outros que chegarão em um futuro que é cada vez mais próximo.

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