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Inteligência artificial: da sala de emergência ao centro cirúrgico

A tecnologia veio mesmo para ficar. Começando pela sala de emergência, passando pelas consultas on-line e indo até o centro cirúrgico, a Inteligência Artificial (IA), com seus robôs e plataformas inteligentes, já faz parte do universo da medicina.

 

A Inteligência Artificial é um ramo da ciência da computação que tem como objetivo reproduzir aspectos do poder de aprendizado e resolução da mente humana em máquinas. A proposta é que tenhamos robôs com habilidades, capazes de tomar decisões e resolver problemas como se fossem um ser humano.

 

Vamos entender mais sobre as vantagens da IA?

 

Um avanço chamado inteligência artificial

 

Já pensou poder ter acesso a um programa de computador que analisa, em tempo real, os sinais vitais, o prontuário eletrônico e os resultados de exames, entre outros dados, de todos os pacientes de uma UTI e classifica o risco de cada um? Hoje em dia, isso já é possível.

 

E a meta é desenvolver ainda mais. Quando falamos em Inteligência Artificial dizemos de programas de computador e algoritmos matemáticos de última geração. A ideia é, a partir de uma base de dados, ensinar um robô a solucionar um problema específico. 

 

Além do mais, uma das vantagens da IA é a sua utilidade na detecção precoce de doenças. Por exemplo, ela pode analisar o histórico familiar do paciente, bem como seus hábitos alimentares e fatores de risco, avaliando a probabilidade de um paciente desenvolver certa doença no futuro. Ou seja, enquanto os robôs se ocupam com trabalhos operacionais, os médicos conseguem se dedicar a atividades mais estratégicas.

 

Nos hospitais, os robôs contam com braços mecânicos, câmeras de altíssima definição e capacidade de ampliação da imagem, além de instrumentos cirúrgicos, como pinças e tesouras. Inclusive, as cirurgias robóticas são vistas como mais precisas e menos invasivas. Elas facilitam a recuperação do paciente e deixam o tempo de internação menor. 

 

Somando-se a isso, a IA tem uma grande capacidade de processamento de dados e não conta com o fator cansaço. Por exemplo, um robô é capaz de analisar 10 mil exames consecutivos com a mesma disposição.

 

Apesar de todas essas vantagens, vale endossar que a inteligência artificial não substitui o trabalho do médico. Isso porque o trabalho do profissional pressupõe a relação médico-paciente. Por exemplo, muitas vezes, uma boa conversa e a empatia fazem tão bem à saúde quanto os comprimidos. Contudo, os atuais modelos de robôs ainda não têm essa capacidade de interação com as pessoas.

 

Vale a pena ressaltar que, da mesma forma como a telemedicina veio complementar e não substituir o atendimento presencial, a inteligência artificial será uma aliada da inteligência humana.

O uso da inteligência artificial na escolha de cuidados paliativos ou no tratamento do câncer

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com médicos intensivistas do HCor (Hospital do Coração) descobriram, em estudo recente, que a inteligência artificial pode contribuir para fazer prognósticos a respeito da qualidade de vida de pacientes com câncer em estágio avançado internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).  O trabalho científico foi publicado no Journal of Critical Care

Após a análise de 777 pacientes de câncer alojados em UTIs de hospitais oncológicos em São Paulo, os modelos de inteligência artificial testados tiveram um índice de 82% de acerto ao estimar o período de sobrevivência do paciente com qualidade de vida, ou seja, sobrevida com sintomas como a dor controlados por mais ou menos de 30 dias. 

O estudo durou dois anos. Nesse período, 66% dos enfermos monitorados vieram a óbito e 45% dos internados tiveram até 30 dias de qualidade de vida.  A média de sobrevida foi de 195 dia, sendo que foram registrados 70 dias com qualidade de vida. 

Já existiam algoritmos que fazem previsões assertivas sobre as chances de mortalidade do indivíduo, mas não conseguiam um prognóstico sobre a qualidade de vida dessas pessoas. 

Para os pesquisadores o estudo é valioso porque contribui para a tomada de decisões referentes à submissão do paciente a tratamentos agressivos ou a aplicação dos chamados cuidados paliativos para garantir algum conforto ao portador de doença fora da possibilidade de cura.  E auxilia o profissional médico na certeza de sua decisão.

Para o modelo matemático usado na pesquisa foram usados como dados características dos enfermos como a história sociodemográfica, hemograma, funcionamento renal e outros. 

Apesar dos resultados satisfatórios, o coordenador da pesquisa, Alexandre Chiavegatto Filho, professor da USP, afirmou que o modelo será testado em um grupo maior de pacientes com diferentes níveis de gravidade oncológica antes de ser colocado em prática. 

5 coisas que a IA pode mudar na medicina (e como isso vai afetar a sua vida)

Se tem uma área que se beneficia com as tecnologias de ponta, é a medicina. Conceitos que, há poucas décadas, eram vistos apenas como “coisa de ficção científica”, vêm se tornando comuns em uma velocidade incrível!

É o caso da inteligência artificial (IA), que possibilita que máquinas aprendam com experiências, se ajustem a novas entradas de dados e realizem tarefas como seres humanos.

Os computadores podem ser treinados para cumprir funções específicas ao processar grandes quantidades de dados, reconhecendo padrões neles.

Com isso, as possibilidades de aplicação dessa tecnologia no campo da medicina são várias e impactantes, podendo mudar, em pouco tempo, a nossa relação com os serviços de saúde. Confira alguns exemplos:

 

1 – Consultas e triagens

É verdade que hoje em dia já é possível acessar prontuários digitais, via computadores. Mas, com a IA, os dados podem ser preenchidos em poucos segundos por biometria (reconhecimento de rosto e voz).

Além disso, por meio dela, os sistemas podem tomar decisões assertivas sobre quais perguntas fazer. Eu explico: em vez de seguir cegamente uma lista de verificação, esses sistemas de consulta digital ​​aprendem com milhões de arquivos de casos reais para fazer perguntas realmente relevantes para cada paciente.

Assim, os algoritmos médicos podem também determinar a gravidade do problema. Um exemplo: se você chegar ao hospital com falta de ar repentina pela primeira vez,  o computador irá considerar que você deve ser atendido antes de um asmático, já que, no caso dele, uma ocorrência do tipo é algo comum, menos urgente e mais recorrente. Entendeu?

 

2 – Radiologia e imagens

A radiologia é a forma de medicina que lida com imagens: raios-x e ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas. É uma área que demanda bastante tempo e experiência dos profissionais, que precisam ​​analisar minuciosamente um grande volume de material.

Com a IA, por meio da visão computacional, os sistemas podem ser treinados para examinar radiografias ou outras digitalizações e aplicar uma técnica chamada deep learning (aprendizado profundo) para entender o que as imagens mostram. E, se tem uma coisa que a inteligência artificial sabe fazer bem, é ficar de olho em imagens para detectar padrões.

Como os resultados da detecção da IA ​​podem ser enviados para um médico, para que haja uma checagem final, essa solução já está em uso em alguns hospitais. O Centro Médico da Universidade de Rochester, em NY, por exemplo, usa essa tecnologia para ajudar a identificar e priorizar casos críticos.

Um sistema criado na França e na Alemanha já detecta câncer de pele com 95% de precisão. Já um sistema da DeepMind, do Google, é capaz de detectar com precisão superior a de médicos mais de 50 tipos de doenças dos olhos. O futuro já chegou!

 

3 – Medicina personalizada: diagnóstico mais rápido e preciso

Medicina personalizada é uma abordagem de cuidados de saúde em que os diagnósticos e tratamentos são altamente adaptados para atender a história pessoal e familiar do paciente, bem como seus fatores de risco específicos e genética.

À medida que mais e mais dados são coletados e analisados ​​pela IA, é fácil afirmar que a medicina personalizada se tornará um padrão, e não uma alternativa. Uma das aplicações da inteligência artificial nesse contexto se dá no estágio de diagnóstico: um sistema pode ser capaz de analisar o genoma de uma pessoa e determinar quais tratamentos podem ser ​​mais eficazes para cada caso.

 

4 – Robôs cirurgiões

Quem me acompanha já sabe que as soluções robóticas para cirurgias já existem há anos. Mas estamos falando aqui de robôs autônomos, que podem suturar pontos e remover tumores com extrema precisão e, consequentemente, menos danos aos tecidos circundantes. Além disso, muitos desses procedimentos robóticos podem ser realizados por laparoscopia, tornando a cura muito mais rápida e reduzindo o risco de infecção.

Mas esse é um nível totalmente elevado de uso da inteligência artificial. Sim, já existe e vários testes com robôs autônomos já foram realizados (com resultados bem sucedidos, inclusive). Mas o processo de aprovação desses cirurgiões robóticos é muito maior e mais complexo do que para as plataformas robóticas, que já nos ajudam tão brilhantemente.

Além do mais, nada, absolutamente nada, substitui o contato humano que o médico tem (e precisa ter!) com o paciente.

 

5 – Segurança cibernética

É fato que estes novos desenvolvimentos da IA ​​nos cuidados de saúde trarão imensos benefícios para médicos, hospitais e pacientes. Mas nem tudo são flores: eles também trazem novos riscos em termos de segurança. A diferença é que a própria inteligência artificial pode ajudar a fornecer saídas para isso.

Soluções avançadas podem usar machine learning (análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos) para entender o comportamento normal da rede e identificar e bloquear qualquer atividade anômala que possa indicar vulnerabilidade ou ataques.

Além dessa questão de segurança (que é muito, muito mais complexa do que o que eu expliquei aqui), ainda existem questões legais a serem consideradas para a implementação definitiva da IA em aplicações mais profundas.

Afinal, quem seria responsabilizado por um erro médico realizado por um robô/algoritmo? O hospital que comprou a máquina, o médico que sugeriu a compra, a indústria que a forneceu, ou os engenheiros que a projetaram?

Muita coisa ainda precisa ser estudada, discutida, viabilizada e definida. Mas, como eu disse, as mudanças estão acontecendo em uma velocidade impressionante. E, o que hoje parece coisa do futuro, amanhã já pode fazer parte da nossa rotina diária. Afinal, não foi assim com a cirurgia robótica?

O jeito é aguardar (e nos preparar para) o que o amanhã nos reserva!

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