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Estudo urodinâmico: entenda melhor sobre esse exame e quando ele é indicado!

O estudo urodinâmico, ou avaliação urodinâmica, é um exame médico crucial para verificar a função do trato urinário inferior e identificar a origem de diversos problemas urinários. Este teste detalhado fornece insights importantes sobre como a bexiga e a uretra estão funcionando, ajudando a diagnosticar a causa exata de sintomas urinários e a planejar o tratamento adequado.

 

Este exame detalhado ajuda os médicos a entender como a bexiga e a uretra estão funcionando, sendo crucial para diagnosticar problemas relacionados ao armazenamento e esvaziamento urinário. A bexiga possui funções vitais, principalmente armazenar urina e permitir uma micção eficiente e controlada, aspectos fundamentais para a saúde e o bem-estar do indivíduo.

 

Disfunções no sistema urinário inferior podem manifestar-se de várias maneiras, como incontinência urinária, urgência, frequência urinária aumentada, dificuldade de esvaziamento da bexiga, ou sensações dolorosas durante a micção. Esses sintomas não só causam desconforto físico, mas também afetam a qualidade de vida, a saúde mental e o bem-estar social do paciente.

 

O estudo urodinâmico avalia diversos parâmetros, como o fluxo urinário, volume da bexiga, pressões internas e funcionamento dos esfíncteres, fornecendo informações detalhadas da dinâmica urinária. Essas informações são vitais para que o médico possa compreender qualquer anormalidade ou disfunção e, assim, determinar o melhor curso de tratamento.

 

Entender a necessidade e o processo envolvido em uma avaliação urodinâmica pode ajudar pacientes a se sentirem mais preparados e tranquilos ao se submeterem ao exame. Além disso, promove uma maior conscientização sobre a importância da saúde urinária e encoraja as pessoas a procurarem assistência médica ao experimentarem sintomas, contribuindo para diagnósticos precoces e tratamentos mais eficazes.

 

Como é realizado o estudo urodinâmico?

Durante o exame, que é minimamente invasivo, medem-se a pressão na bexiga e na uretra e o fluxo de urina em diversas situações. O paciente pode ser solicitado a urinar em um equipamento especial que mede o fluxo e a quantidade de urina. Sensores são utilizados para registrar as pressões e o comportamento da musculatura envolvida no processo de armazenamento e liberação da urina.

 

Quando o exame é indicado?

O estudo urodinâmico é indicado para pacientes que apresentam sintomas como incontinência urinária, frequência urinária aumentada, urgência para urinar, dificuldades para iniciar a micção, sensações de esvaziamento incompleto ou esforço durante a micção. Também é relevante para casos de sintomas neurogênicos relacionados à bexiga, resultantes de condições como lesões na medula espinhal ou doenças neurológicas.

 

Preparação e o que esperar

Geralmente, o estudo urodinâmico não requer uma preparação complexa. É recomendado que o paciente chegue ao exame confortavelmente hidratado e com a bexiga moderadamente cheia. Após o exame, é comum sentir uma leve sensação de desconforto ao urinar, mas isso geralmente se resolve em pouco tempo.

O impacto da diabetes da saúde urológica

A diabetes é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada pelo descontrole dos níveis de açúcar no sangue devido à incapacidade do pâncreas em produzir insulina suficiente ou pela ineficiência do corpo em utilizar essa insulina, a diabetes pode ter repercussões em várias partes do corpo, incluindo o sistema urológico. Este artigo explora como a diabetes afeta a saúde urológica e as medidas que os indivíduos podem tomar para mitigar esses efeitos.

 

Entendendo a diabetes e seu impacto geral

Antes de nos aprofundarmos nos efeitos urológicos, é essencial entender o que é a diabetes. Existem dois tipos principais: Tipo 1, onde o corpo não produz insulina, e Tipo 2, onde o corpo não usa insulina de forma eficaz. Ambos resultam em altos níveis de glicose no sangue, que, ao longo do tempo, podem causar uma série de complicações em várias partes do corpo, incluindo nervos, rins, olhos e vasos sanguíneos.

A conexão entre diabetes e saúde urológica

A saúde urológica refere-se ao funcionamento do sistema urinário e dos órgãos reprodutivos. Em pessoas com diabetes, a saúde urológica pode ser significativamente impactada de várias maneiras:

 

  • Infecções do Trato Urinário (ITUs): os altos níveis de glicose na urina podem ser um terreno fértil para bactérias, aumentando o risco de ITUs. Estas infecções podem ser mais frequentes, graves e difíceis de tratar em diabéticos.
  • Disfunção da bexiga: a neuropatia diabética, danos nos nervos causados por altos níveis de açúcar no sangue, pode levar a uma bexiga hiperativa ou a uma bexiga que não se esvazia completamente. Isso pode resultar em incontinência urinária ou retenção urinária crônica.
  • Disfunção Erétil (DE): nos homens, o diabetes pode danificar nervos e vasos sanguíneos, o que pode levar à dificuldade em obter ou manter uma ereção. Estima-se que homens com diabetes sejam 3 vezes mais propensos a ter DE do que homens não diabéticos.
  • Doença Renal Diabética: os rins filtram o excesso de glicose do sangue. Com o tempo, o alto nível de glicose pode sobrecarregar e danificar esses filtros, levando a uma condição conhecida como nefropatia diabética, que pode progredir para insuficiência renal.

 

Gerenciando o impacto da diabetes na saúde urológica

Enquanto a diabetes pode ter um impacto significativo na saúde urológica, existem várias estratégias que os indivíduos podem adotar para gerenciar ou minimizar esses efeitos:

 

  • Controle rigoroso do açúcar no sangue: manter os níveis de glicose dentro de uma faixa saudável é crucial. Isso pode envolver monitoramento regular, medicamentos, insulina e mudanças no estilo de vida, como dieta e exercício.
  • Hidratação adequada: beber bastante água pode ajudar a diluir a urina e reduzir o risco de ITUs.
  • Exames regulares: consultas regulares com um urologista podem ajudar a identificar e tratar precocemente qualquer problema urológico.
  • Estilo de vida saudável: um estilo de vida saudável, incluindo dieta balanceada, exercícios regulares e abstenção de fumar, pode ajudar a gerenciar tanto a diabetes quanto os problemas urológicos relacionados.
  • Educação e conscientização: entender a conexão entre diabetes e saúde urológica e estar ciente dos sinais e sintomas de problemas urológicos pode levar a diagnósticos e tratamentos mais precoces.

 

O impacto da diabetes na saúde urológica é significativo e multifacetado. No entanto, com um gerenciamento eficaz da condição e uma comunicação aberta com profissionais de saúde, os indivíduos com diabetes podem tomar medidas proativas para proteger sua saúde urológica. Entender os riscos e adotar um estilo de vida saudável são passos cruciais para manter tanto o bem-estar urológico quanto o geral em face da diabetes.

 

Inteligência artificial: da sala de emergência ao centro cirúrgico

A tecnologia veio mesmo para ficar. Começando pela sala de emergência, passando pelas consultas on-line e indo até o centro cirúrgico, a Inteligência Artificial (IA), com seus robôs e plataformas inteligentes, já faz parte do universo da medicina.

 

A Inteligência Artificial é um ramo da ciência da computação que tem como objetivo reproduzir aspectos do poder de aprendizado e resolução da mente humana em máquinas. A proposta é que tenhamos robôs com habilidades, capazes de tomar decisões e resolver problemas como se fossem um ser humano.

 

Vamos entender mais sobre as vantagens da IA?

 

Um avanço chamado inteligência artificial

 

Já pensou poder ter acesso a um programa de computador que analisa, em tempo real, os sinais vitais, o prontuário eletrônico e os resultados de exames, entre outros dados, de todos os pacientes de uma UTI e classifica o risco de cada um? Hoje em dia, isso já é possível.

 

E a meta é desenvolver ainda mais. Quando falamos em Inteligência Artificial dizemos de programas de computador e algoritmos matemáticos de última geração. A ideia é, a partir de uma base de dados, ensinar um robô a solucionar um problema específico. 

 

Além do mais, uma das vantagens da IA é a sua utilidade na detecção precoce de doenças. Por exemplo, ela pode analisar o histórico familiar do paciente, bem como seus hábitos alimentares e fatores de risco, avaliando a probabilidade de um paciente desenvolver certa doença no futuro. Ou seja, enquanto os robôs se ocupam com trabalhos operacionais, os médicos conseguem se dedicar a atividades mais estratégicas.

 

Nos hospitais, os robôs contam com braços mecânicos, câmeras de altíssima definição e capacidade de ampliação da imagem, além de instrumentos cirúrgicos, como pinças e tesouras. Inclusive, as cirurgias robóticas são vistas como mais precisas e menos invasivas. Elas facilitam a recuperação do paciente e deixam o tempo de internação menor. 

 

Somando-se a isso, a IA tem uma grande capacidade de processamento de dados e não conta com o fator cansaço. Por exemplo, um robô é capaz de analisar 10 mil exames consecutivos com a mesma disposição.

 

Apesar de todas essas vantagens, vale endossar que a inteligência artificial não substitui o trabalho do médico. Isso porque o trabalho do profissional pressupõe a relação médico-paciente. Por exemplo, muitas vezes, uma boa conversa e a empatia fazem tão bem à saúde quanto os comprimidos. Contudo, os atuais modelos de robôs ainda não têm essa capacidade de interação com as pessoas.

 

Vale a pena ressaltar que, da mesma forma como a telemedicina veio complementar e não substituir o atendimento presencial, a inteligência artificial será uma aliada da inteligência humana.

Biópsia de próstata: em quais casos ela é recomendada?

Você já ouviu falar da biópsia de próstata? Também conhecida como biópsia prostática trans-rectal, esse é um exame onde o especialista colhe pequenos fragmentos do tecido da próstata com o objetivo de analisar possíveis anormalidades, incluindo o câncer.

Saiba mais!

 

O procedimento

Esse tipo de biópsia ecoguiada analisa as células ao microscópio, sendo um exame crucial e eficaz para identificar patologias da próstata. Na verdade, ele é o único que consegue diagnosticar o câncer de próstata e, por isso, é importante para que o médico, junto com o paciente, possa perceber o grau do tumor e, assim, definir os melhores tratamentos.

A biópsia é feita com anestesia local, podendo ser aplicada no canal anal ou nos nervos em torno da próstata, com gel anestético. Ao contrário do que muitos podem pensar, esse é um exame tranquilo, desde que feito nas condições adequadas.

Ao realizar o procedimento, o especialista deve colher ao menos 12 fragmentos para análise do laboratório, seguindo protocolos definidos e rigorosos.

 

Biópsia de saturação

Em alguns pacientes, pode ser necessário fazer a biópsia de saturação, que consiste em uma biópsia padronizada, com uma colheita uniformizada de fragmentos de todas as áreas da próstata. Nesse caso, são recolhidos cerca de 30 ou 40 fragmentos, a depender do volume do órgão. Esse exame já é feito por via perineal.

Geralmente, ela é indicada para pacientes com suspeita de cancro da próstata, mas que já realizaram biópsias com resultados negativos. A técnica visa ao esclarecimento etiológico definitivo. 

 

Recomendações

A biópsia de próstata é recomendada em casos de aumento nos níveis de PSA e para pacientes com  alterações no exame de toque retal, fatores que podem sugerir a presença de tumor.

Antes desse exame, os médicos costumam indicar a ressonância magnética da próstata para localizar possíveis regiões suspeitas e, dessa forma, melhorar a performance da biópsia. 

 

Possíveis complicações da biópsia prostática

A principal complicação é a ocorrência de hemorragia e o desenvolvimento de uma infecção, chamada de prostatite. A fim de combatê-la, os pacientes podem realizar uma preparação para a biópsia, que inclui a suspensão de medicamentos anticoagulantes e antiagregantes alguns dias antes do procedimento, bem como a realização de micro-clister para limpeza intestinal/retal e o uso de antibiótico. 

O procedimento de biópsia da próstata é feito por urologistas experientes na área, que trabalham para proporcionar o menor desconforto possível ao paciente, seguindo critérios recomendados pelas associações internacionais de urologia.

Queda excessiva de cabelo pode ser sinal de câncer de próstata

De acordo com um estudo americano, publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology, a calvície masculina pode estar atrelada a doenças como o câncer de próstata. A pesquisa mostrou que os homens que perderam cabelo na parte da frente da cabeça tinham 40% a mais de chances de desenvolver este tipo de tumor.

Vamos entender melhor sobre a pesquisa e a sua relação com o câncer de próstata?

 

O câncer de próstata

Sabemos que a próstata é um órgão que integra o aparelho reprodutor masculino. Ela fica situada na região pélvica e é responsável pela produção de parte do sêmem (esperma). De pequeno volume e situada logo abaixo da bexiga, a glândula seria um detalhe anatômico se não fosse frequentemente acometida por tumor maligno.

Inclusive, você sabia que o câncer de próstata  é o tipo mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma? Sim. A lesão se desenvolve, na maioria das vezes, em indivíduos acima dos 50 anos, sendo que mais da metade dos casos ocorre na faixa etária de 65 anos ou mais. 

O câncer de próstata começa quando há uma falha na multiplicação das células da glândula, que crescem descontroladamente, formando tumores que podem ser benignos (não são cancerosos) ou malignos (cancerosos).

A maioria dos tumores avança lentamente ao longo de anos, de forma que boa parte dos pacientes convive com a doença por muito tempo antes de apresentar sintomas. Quando aparecem, podem incluir micção frequente, fluxo urinário fraco, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina, disfunção erétil, fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.

Mas, mesmo assim,  muitos homens com idade avançada ainda relutam em seguir as recomendações do rastreamento, dificultando o diagnóstico precoce.

 

Queda de cabelo x câncer de próstata

Bom, vale dizer que a queda capilar pode sinalizar várias doenças, desde complicações cardíacas até problemas na tireoide. Porém, um estudo americano ligou a calvície a doenças como câncer de próstata, revelando que os homens que perderam cabelo na parte da frente da cabeça possuíam 40% a mais de chances de desenvolver este tipo de tumor.

O estudo foi realizado com 30 homens e evidenciou que os calvos apresentaram glândulas 34% maiores do que os que não sofriam do problema.

Por isso, vale se atentar se apresentar:

  • Queda excessiva de cabelos ou em tufos;
  • Couro cabeludo vermelho, que coça muito ou arde;
  • Cabelo mais oleoso que o normal;
  • Sinais de caspa nas roupas e nos fios.

 

Prevenção do câncer de próstata

A prevenção inclui uma alimentação balanceada e a prática de exercícios, o que evita a obesidade, por exemplo. Isso significa que manter o corpo em equilíbrio ajuda no sistema de defesa. Dessa forma, células defeituosas vão ter menos força para se espalhar. 

Além disso, o diagnóstico precoce pode representar até 90% de cura. O acompanhamento com especialistas desde os 45 ou 50 anos e a realização de exames preventivos, conforme o grupo de risco, é a melhor forma de garantir a prevenção.

As medidas que tornam a cirurgia robótica ainda mais segura

As medidas que tornam a cirurgia robótica ainda mais segura

A cirurgia robótica trouxe muitos avanços para o tratamento de diversos tipos de enfermidade, reduzindo riscos associados a procedimentos.

Isso não significa, naturalmente, que procedimentos assistidos por robô são livres de riscos. Ainda que minimamente invasiva, a cirurgia robótica pode ter intercorrências. Nesse sentido, contar com um cirurgião experiente, equipe preparada e tecnologia de ponta para prevenir e controlar qualquer tipo de problema é fundamental. 

Quais os riscos de uma cirurgia robótica?

De maneira geral, podemos categorizar os riscos da cirurgia robótica como aqueles relacionados ao uso do sistema e aqueles que são gerais, parte do procedimento em si. 

A telecirurgia, por exemplo, em que o médico está localizado em outra cidade e até estado em relação ao paciente tem seus riscos específicos. Afinal, o controle preciso dos movimentos do robô vai depender da qualidade da conexão de dados entre o console do cirurgião e o robô na sala de cirurgia. De todo modo, essa não é uma prática comum.

Além disso, qualquer tipo de dispositivo mecânico ou eletrônico está sujeito a falhas, motivo pelo qual as plataformas robóticas são equipadas com recursos para minimizar as chances de qualquer problema técnico acontecer. 

Como a cirurgia robótica reduz os riscos dos procedimentos

Os mecanismos pelos quais a plataforma robótica minimiza os riscos diretos para os pacientes são a redundância do sistema, tolerância a falhas e o uso de alertas do sistema. 

A redundância é a adição de um dispositivo ou componente no sistema capaz de operar com excelência quando o dispositivo primário falha. A tolerância a falhas é a habilidade de um sistema continuar operando sem interrupção quando um de seus componentes falham. Por fim, o alerta do sistema é a entrega imediata de informações a respeito de determinadas circunstâncias durante a cirurgia em tempo real.

Além disso, o Food and Drug Administration (FDA) recomenda que médicos e hospitais que utilizam cirurgia assistida por robô se assegurem de que os cirurgiões tenham o treinamento adequado e as credenciais necessárias, além de outros membros da equipe. 

Lembrando que o processo de treinamento de um cirurgião para operar com o robô é longo e envolve uma série de etapas. Primeiro, ele precisa passar por muitas horas de cirurgias num simulador, que conta com todos os instrumentos que existem no robô real.

Essa plataforma, chamada Mimic, gera relatórios para que o médico possa descobrir quais pontos precisa melhorar antes de passar para os próximos níveis de expertise. É necessário completar pelo menos 20 horas de simulações antes de partir para algum centro de treinamento, onde ele poderá tirar a sua certificação

Depois de voltar para casa, o médico poderá operar somente com a presença de um proctor, cirurgião mais experiente que estará ao seu lado para oferecer segurança e passar ainda mais ensinamentos por pelo menos 20 cirurgias. 

Como você pode ver, o treinamento para operar com o robô é rigoroso e a própria plataforma conta com diversos recursos para blindar qualquer tipo de problema técnico durante a cirurgia. 

Se você ainda tem dúvidas sobre como funciona a cirurgia robótica, confira esses posts aqui do meu blog e, se tiver alguma pergunta em específico, pode me mandar no Instagram, ok?

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

6 motivos para você escolher a cirurgia robótica no tratamento de câncer

A tecnologia robótica representa um importante avanço no tratamento cirúrgico do câncer. 

Em muitas especialidades, como a urologia, por exemplo, ela tem sido cada vez mais usada, auxiliando na remissão do tumor com um importante resultado em termos de qualidade de vida do paciente.

É claro que essa não é a única alternativa para quem precisa fazer uma cirurgia de remoção do câncer de próstata. Além da robótica, contamos também com a laparoscopia e a cirurgia aberta, um leque de possibilidades que precisa ser analisado com muita atenção pelo paciente e cirurgião para que a melhor decisão seja tomada. 

Para a maior parte dos pacientes que vou operar, eu costumo recomendar a cirurgia robótica no lugar da técnica aberta ou laparoscópica, e hoje quero explicar os motivos pelos quais acredito que essa costuma ser a melhor escolha. 

O nível de precisão da cirurgia robótica é maior

Embora as técnicas aberta e laparoscópica também sejam consideradas precisas e eficientes no tratamento cirúrgico do câncer, a cirurgia robótica é capaz de levar as habilidades do cirurgião para outro nível.

Isso é possível porque a plataforma oferece visualização aumentada em 3D, podendo ser associada à tecnologia Firefly, que auxilia na diferenciação do tecido tumoral dos tecidos saudáveis, bem como na percepção do fluxo sanguíneo para o tumor. 

Além disso, os robôs contam com um sistema de instrumentos que possuem amplitude de movimento maior do que o pulso humano, possibilitando a manipulação de tecidos com muito mais precisão! 

Vale ressaltar, é claro, que a experiência do cirurgião faz toda a diferença. 

As chances de intercorrência durante intra e pós-operatórias são menores

A maioria dos procedimentos realizados com a cirurgia robótica está associada a menores riscos de intercorrência durante e após a operação, inclusive hemorragias. Afinal, o dano às estruturas adjacentes ao tumor durante a cirurgia é mínimo, o que diminui consideravelmente o sangramento. 

Essa é uma vantagem, especialmente, na cirurgia do rim, em que vamos manipular uma área extremamente vascularizada. 

Além disso, como o paciente fica menos tempo no hospital, os riscos de infecção hospitalar são muito menores do que numa cirurgia convencional

As chances de ter efeitos colaterais são menores

Na cirurgia de remoção de próstata, os principais efeitos colaterais podem ser a dificuldade de ereção e a incontinência urinária. Hoje, com a cirurgia robótica, conseguimos preservar ao máximo as estruturas neurais responsáveis por essas funções, de maneira que muitos pacientes sequer têm qualquer efeito colateral após o procedimento. 

Inclusive, muitos dos que de fato experienciam um pouco de disfunção erétil depois do procedimento conseguem recuperar a ereção. 

O tempo de internação é menor 

Por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, o paciente costuma receber alta rapidamente. O tempo de internação da prostatectomia e da nefrectomia radical, por exemplo, gira em torno de 48h.

Isso pode variar, entretanto, de acordo com o tipo de cirurgia e a saúde do paciente como um todo, mas, de maneira geral, como as incisões são pequenas, não é necessário manter a pessoa em ambiente hospitalar por muito tempo!

Além de permitir que o paciente se recupere no conforto do lar, um curto período de internação significa menores gastos e riscos de contrair infecções hospitalares. 

O retorno para as atividades cotidianas é mais rápido

Dependendo do tipo de cirurgia realizada, o paciente logo poderá voltar a dirigir e trabalhar, sempre respeitando as recomendações médicas. 

Para o paciente oncológico, o retorno para as suas atividades cotidianas é muito importante porque, muitas vezes, o diagnóstico de câncer parece se sobrepor a todos os outros aspectos da vida da pessoa. 

Poder voltar a caminhar, cuidar da casa e trabalhar é uma forma de resgatar o controle sobre a própria vida e a individualidade. 

As incisões são mais discretas 

E, por fim, não posso deixar de abordar um aspecto muito importante e por vezes negligenciado no cuidado com o paciente oncológico: as cicatrizes. 

Na cirurgia robótica, realizamos incisões de 3 cm a 5 cm no abdômen do paciente, para inserir os portais por onde vamos passar os instrumentos robóticos. Essa técnica substitui as grandes incisões realizadas na cirurgia aberta, que muitas vezes causam desconforto estético e se tornam um obstáculo na hora de seguir com uma vida livre de câncer. 

Por exemplo, na prostatectomia aberta, por exemplo, fazemos uma grande e profunda incisão do umbigo do paciente até a base do pênis. Já na nefrectomia aberta, a incisão também é grande, feita na lateral do abdômen. 

Bom senso na hora de escolher a técnica para sua cirurgia

Não faltam evidências das vantagens da cirurgia robótica. Entretanto, quero ressaltar que a laparoscopia e a cirurgia aberta também oferecem excelentes resultados e que outros fatores também precisam ser levados em conta na hora de escolher o melhor caminho para o seu tratamento.

Como você pode imaginar, os robôs são tecnologias incríveis que precisam ser manipuladas por médicos altamente treinados e experientes. Dependendo do nível de complexidade da cirurgia, pode ser mais vantajoso para determinado cirurgião realizar o procedimento por via laparoscópica ou aberta, já que ele domina melhor essa técnica do que a robótica. 

Isso significa que a experiência do cirurgião e sua familiaridade com o método, seja ele qual for, precisam ser levados em conta para que o procedimento tenha os melhores resultados possíveis. 

Vigilância ativa do câncer próstata: quando é indicada?

Vigilância ativa do câncer próstata: quando é indicada?

A vigilância ativa consiste no acompanhamento do crescimento de um tumor de baixo risco sem realizar nenhum tipo de intervenção terapêutica ou cirúrgica. No caso do câncer de próstata, essa pode ser uma alternativa muito interessante para preservar a saúde do paciente ao máximo e realmente iniciar o tratamento quando ele é necessário.

Nesse processo, o paciente passa por exames regulares dos níveis de PSA e toque retal, geralmente a cada seis meses, além de uma nova biópsia em um ano e outras biópsias a cada 3 anos. 

Caso uma alteração no tamanho ou agressividade do tumor seja detectada, aí sim a equipe irá iniciar uma estratégia de tratamento que pode envolver uma prostatectomia radical e radio ou quimioterapia. 

Nesse sentido, a vigilância ativa do câncer de próstata visa evitar que o paciente seja submetido a tratamentos invasivos. Precisamos nos lembrar que, quando o homem inicia o rastreamento do câncer de próstata precocemente, ou seja, aos 45 anos, a doença poderá ser detectada em estágios iniciais. 

Ao contrário de muitos outros tipos de tumor, o câncer de próstata costuma evoluir muito lentamente. Sem utilizar a vigilância ativa como uma estratégia no manejo da doença, diversos pacientes seriam submetidos à cirurgia e outros tratamentos quando poderiam se beneficiar muito dessa estratégia! 

Benefícios e desvantagens da vigilância ativa 

Naturalmente, um dos maiores benefícios da vigilância em relação aos tratamentos curativos é a menor morbidade, já que o paciente não irá correr riscos cirúrgicos e nem passar por radio ou quimioterapia, que tem efeitos adversos significativos. Além disso, essa estratégia não interfere na vida diária.

Apesar dos tratamentos estarem cada vez mais avançados, especialmente com o uso da cirurgia robótica, os efeitos colaterais podem acontecer e prejudicam a qualidade de vida do paciente. 

Entretanto, existe uma pequena chance de o tumor crescer mais rápido do que o esperado entre um exame e outro, o que pode dificultar o tratamento. Esse é um fator importante que deve ser levado em conta pelo paciente e médico na hora de tomar a decisão compartilhada pela vigilância ativa. 

Outra questão relevante é a necessidade de acompanhamento que nem sempre é bem tolerada pelo paciente, especialmente as biópsias e re-biópsias. Os procedimentos, em si, também podem acarretar no desenvolvimento de tecido cicatricial no local. 

E, por fim, precisamos levar em consideração que alguns homens ficam muito preocupados e ansiosos com as chances de mudança na atividade tumoral, situação na qual investir no tratamento pode ser mais vantajoso. 

Critérios para seleção de pacientes para vigilância ativa 

Os critérios para seleção desses pacientes podem variar de acordo com os trabalhos já existentes a respeito do assunto, mas no geral são os seguintes:

  • PSA <10 ng%
  • Tumor não palpável (T1c) 
  • Gleason ≤3 na biópsia (Gleason ≥4 é critério de exclusão)
  • Escala de Gleason ≤6
  • ≥2 biópsias de próstata. Cada biópsia deve ter no mínimo 6 fragmentos e nenhum dos fragmentos pode haver comprometimento maior ou igual a 50% por células neoplásicas, o tamanho do câncer deve ser menor que 3mm no fragmento da biópsia e o número de fragmentos positivos deve ser menor que 3
  • Densidade do PSA ≤0.10ng/ml por grama
  • PSA aumentar acima de 0.75ng/ano ou o tempo de duplicação for inferior a 3 anos
  • Identificação de alterações no toque retal
  • Quando a re-biópsia revelar progressão dos critérios: Gleason >6≥3 fragmentos positivos, fragmento >50% de tumor ou presença de infiltração perineural; 

Sempre conte com o acompanhamento do urologista para decidir o melhor tipo de tratamento para o seu caso em específico, certo? E se você quiser saber mais sobre os diferentes tratamentos do câncer de próstata, confira esse post aqui

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Câncer de próstata em homens negros: o que muda?

Diversos estudos apontam que homens negros têm mais riscos de desenvolver câncer de próstata. Além disso, os tumores parecem ser mais agressivos nestes pacientes. 

Um estudo realizado em 2020 e publicado no Jama Network comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças. O número de afro-americanos que tiveram progressão da doença foi 11% maior do que o de homens brancos que também lidaram com esse problema num período de 7,6 anos. 

Entretanto, neste estudo, a mortalidade em decorrência do câncer de próstata foi menor entre os homens negros do que os de outras raças. Os motivos ainda não são certos e podem estar relacionados a um acompanhamento mais minucioso desses pacientes, por fazerem parte de uma investigação clínica. 

Afinal, outros estudos apontaram justamente o contrário: homens negros têm duas vezes mais chances de morrer de câncer de próstata do que aqueles de outras raças. 

De todo modo, essas diferenças parecem sustentar a teoria de que devemos acompanhar mais de perto a incidência e progressão do câncer de próstata em homens negros. Inclusive, pouquíssimos estudos envolvendo a vigilância ativa incluíram pacientes negros. 

Urologista em BH – Entendendo o risco aumentado para homens negros

Já é consenso entre a comunidade médica que a genética é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. Isso significa que um homem com parentes de primeiro grau com a doença possuem mais chances de desenvolvê-la do que aqueles que não têm.

Além disso, um estudo realizado ainda neste ano demonstrou que homens com ancestralidade africana têm uma pontuação de risco genético para câncer mais de duas vezes maior do que aqueles de ancestralidade europeia.

Entretanto, para além da ancestralidade e fatores genéticos, outras questões também parecem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata em homens negros.

A primeira delas é a obesidade. Um estudo de 2019 avaliou como as associações entre obesidade, ambientes obesogênicos e o racismo estrutural podem variar de acordo com a composição racial de diferentes países. Uma das conclusões da pesquisa foi que o racismo, trauma racial e fatores socioeconômicos aumentam os riscos de ter obesidade.

O status socioeconômico também tem um papel significativo nos cuidados com a saúde, pois está associado a maiores chances de desenvolver câncer por falta de acesso a tratamentos médicos pagos. Essa é uma realidade especialmente nos Estados Unidos, onde não a população não tem atendimento médico gratuito. 

Por fim, o preconceito racial também possui um papel importante nos altos índices de câncer de próstata em homens negros. Um estudo publicado no periódico Urology encontrou uma  disparidade racial significativa: eles possuem menos chances de passar pelos exames de rastreamento da doença e até mesmo de receberem indicação médica para tal. 

Todos esses fatores demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é saúde e igualdade racial. 

Acredito que uma das principais medidas que podemos tomar para mudar esse cenário é fazer com que informações seguras a respeito do câncer de próstata circulem entre homens de diversas comunidades, tornando-os cientes de seus direitos enquanto pacientes e do seu risco real de desenvolver a doença. Assim, poderão se tornar protagonistas de sua própria saúde, independentemente da raça ou da cor.

O papel do urologista na saúde e bem-estar do homem

O papel do urologista na saúde e bem-estar do homem

Além de ser responsável pelo tratamento de problemas relacionados ao trato urinário de ambos os sexos e ao aparelho genital masculino, o urologista é, também, aquele que vai trabalhar com questões muito delicadas e específicas do homem. É papel desse profissional estar ao lado do paciente para lidar com sua intimidade, sexualidade e fragilidades em momentos difíceis como depois do diagnóstico de câncer de próstata, por exemplo.

Infelizmente, ainda é um desafio convencer os homens a frequentar o médico urologista para fazer o exame preventivo do câncer de próstata e também para diagnosticar e tratar a causa de sintomas que, muitas vezes, se arrastam por meses e até anos. 

O homem ainda tem dificuldades de cuidar da própria saúde

Na nossa cultura, os homens não são ensinados a demonstrar fraquezas porque precisam ocupar o papel de herói ou provedor da família. Na prática, isso acaba se refletindo em muita negligência com a própria saúde. Muitos estudos apontam que os homens vão menos ao médico (em todas as especialidades), consomem mais álcool e, de maneira geral, morrem mais cedo do que as mulheres. 

Esse é um dos motivos pelos quais a cada 41 homens, um morrerá de câncer de próstata. Afinal, a doença é silenciosa e precisa ser detectada precocemente, quando as chances de cura são altíssimas. Se o homem não vai ao médico, é impossível diagnosticar a doença em estágios iniciais. 

Preconceito contra a especialidade da urologia

Embora seja comum que as mulheres frequentem o ginecologista antes mesmo de iniciar sua vida sexual, muitos homens passam a vida inteira sem visitar o médico urologista. Outros, têm sua primeira consulta com esse profissional depois de aparecerem os sintomas de doenças como o câncer de próstata.

Ainda existe um preconceito contra o urologista que não passa de desinformação. Por esse motivo campanhas como o Novembro Azul são tão importantes: elas ajudam a desmistificar a especialidade, fazendo com que o homem entenda que a ida ao urologista é benéfica e fundamental para manter a saúde como um todo. 

O urologista é o médico ideal para lidar com questões da intimidade masculina

Desde a puberdade, o corpo do homem passa por mudanças específicas que podem levantar muitas dúvidas. O adolescente, inclusive, está sujeito a ter problemas urológicos como doenças sexualmente transmissíveis, varicocele e ejaculação precoce. 

Idealmente, o homem começaria a frequentar o médico urologista desde esse período, para compreender ainda cedo como seu corpo funciona e como preservar a sua saúde reprodutiva e sexual. Entretanto, essa ainda não é a realidade, e, atualmente, recomenda-se que os homens procurem esse especialista para realizar os exames de rastreamento do câncer de próstata, somente aos 50 anos (ou 45, para quem tem histórico da doença na família). 

Esse tipo de tumor ainda é muito comum, e afeta significativamente a auto-estima, sexualidade e intimidade do homem. Logo após o diagnóstico, os homens já costumam levar um grande choque porque são forçados a lidar, bruscamente, com sua fragilidade humana, aspecto que foram ensinados a ignorar. 

Além dos complexos sentimentos que vem à tona nesse momento, o próprio tratamento do câncer de próstata pode trazer efeitos colaterais que impactam a identidade masculina. A impotência sexual e a incontinência urinária são os mais comuns e, em alguns casos, chegam a afastar o homem do tratamento adequado. 

Em todo esse processo, o acompanhamento do urologista é fundamental. Afinal, é ele quem vai explicar para o paciente todos os detalhes sobre os tratamentos disponíveis e trazer orientações a respeito da recuperação da potência sexual e da continência. 

Ao longo dos meus 20 anos de profissão, percebi que para o paciente, se curar do câncer de próstata, em muitos casos, não é suficiente. Os homens querem se recuperar de maneira plena e continuar com sua vida sexual, que é uma parte tão importante da vida adulta. 

De qualquer forma, o médico é, frequentemente, a única pessoa com quem o homem consegue compartilhar esse aspecto do câncer, já que pode estar enfrentando o medo, o constrangimento e até mesmo a depressão durante esse período. 

O urologista está preparado para estar ao lado do paciente em todo esse processo e ajudá-lo a resgatar sua sexualidade. Se for o caso, poderá trabalhar de maneira multidisciplinar com um sexólogo ou psicólogo, já que a mente também tem um papel central na função erétil.

Espero que esse texto tenha te ajudado a entender o papel central do urologista na saúde masculina. Se você quer continuar se informando a respeito desse universo, me acompanhe no Instagram ou no Facebook. Estou preparando conteúdos muito bacanas para as próximas semanas. 

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