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Cirurgia robótica no câncer de bexiga: entenda!

A cirurgia robótica é uma tecnologia que veio mesmo para ficar. É indiscutível que os robôs vêm revolucionando a medicina, já que, com pequenas incisões, é possível retirar tumores, ter uma ampla visão da região e contar com muito mais precisão. A cirurgia robótica, por exemplo, tem sido eficaz quando o assunto é o câncer de bexiga.

Continue a leitura para saber mais!

O câncer de bexiga

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano, cerca de 10 mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil. Esse tipo de câncer é o 6º mais comum nos homens e o 19º mais frequente nas mulheres. A maior incidência no sexo masculino está atrelada a hábitos como o fumo e contato com outras substancias químicas. 

A partir de sintomas sugestivos da doença, como dor ao urinar e sangue na urina, os pacientes podem ser submetidos a testes clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Alterações como urgência para urinar ou aumento da frequência urinária também são sintomas que merecem atenção e investigação.

Nos casos mais avançados, podem ocorrer sintomas como perda de peso, cansaço, fraqueza, perda do apetite, dor óssea e incapacidade de urinar. Porém, vale destacar que esses sintomas também são comuns em outras doenças como infecção urinária, aumento benigno da próstata, bexiga hiperativa e pedras nos rins e bexiga.

Na presença de sintomas, é fundamental buscar o auxílio de um profissional o quanto antes. O diagnóstico será feito após exames e a alternativa de tratamento vai depender do grau de evolução da doença.

Cirurgia robótica no câncer de bexiga

Há uns anos, usava-se a cirurgia aberta para tratamento de câncer na bexiga, chamada de cistectomia, onde se fazia um grande corte do abdômen. Mas, hoje em dia, a cirurgia robótica vem oferecendo uma opção menos invasiva para este tipo de procedimento.

Sendo uma técnica minimamente invasiva, essa cirurgia é feita com incisões mínimas, o que diminui o tempo de recuperação e internação, oferecendo mais conforto ao paciente e menos riscos de infecções, por exemplo.

A cirurgia robótica permite que o cirurgião tenha uma excelente visão da cavidade interna e uma ótima precisão dos movimentos. Consequentemente, há menor chance de sangramento e maior segurança para realizar a retirada do tumor.

Câncer de bexiga: doença de Justus, Portiolli e Jobim

Quem acompanha o noticiário deve ter visto que, recentemente, perdemos o músico Paulo Jobim, de 72 anos, em decorrência de um câncer na bexiga. Na mesma data, o apresentador Celso Portiolli, 55, divulgou em suas redes que foi internado por conta de uma inflamação no órgão, em meio ao tratamento de um tumor. Da mesma maneira, Roberto Justus, 67, também usou uma rede social para anunciar a descoberta do câncer.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou que, para cada ano do triênio 2020/2022, fossem diagnosticados no Brasil mais de 10 mil novos casos de câncer de bexiga. 

Vamos entender melhor sobre essa patologia maligna que se forma nas células que recobrem as paredes internas da bexiga?

Câncer de bexiga

A bexiga é um órgão muscular, elástico e oco, que é responsável por armazenar a urina que vem dos rins para, após, eliminá-la por meio da uretra.

Grande parte das vezes, o câncer de bexiga se aloca na camada mucosa, que fica em contato direto com a urina. Os sintomas englobam pequenos sangramentos visíveis, desconforto no baixo ventre e alterações urinárias.

Esse tumor costuma aparecer mais no público masculino do que no feminino, sendo mais predominante em homens brancos acima de 55 anos de idade. Outro fator de risco é o  tabagismo, que está associado à doença em 50 a 70% dos casos.

Além dele, podemos associar o câncer de bexiga a alguns medicamentos, à baixa ingestão de líquidos, irritações no órgão, histórico de tumor no local etc.

Tipo mais comum de câncer da bexiga

O tipo mais usual de câncer de bexiga é o chamado carcinoma de células de transição. Ele aparece, de início, nas células uroteliais que revestem a mucosa interna da bexiga, dos ureteres e da uretra, podendo ali ficar confinado. Sem o devido tratamento, o tumor pode se expandir e se espalhar pelo corpo.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com um exame chamado de cistoscopia, que visualiza pequenos machucados, manchas ou pólipos na bexiga. O especialista insere uma sonda com uma câmera através da uretra, por onde é possível ver o órgão. 

Tratamento

O primeiro passo é remover a lesão, a fim de identificar o tipo e a agressividade do câncer. Depois disso, o médico faz uma investigação para entender se existe comprometimento de outros órgãos e, então, define a opção pela cirurgia ou quimioterapia.

Três décadas de tratamento do câncer de bexiga: progresso e incertezas

Três décadas de tratamento do câncer de bexiga: progresso e incertezas

A principal função da bexiga é armazenar a urina produzida pelos rins até que ela seja eliminada. E uma das evidências de que algo não vai bem na bexiga é a presença de sangue na urina. Esse sintoma, aliado a outros sinais, pode ser indicativo de câncer de bexiga.  

Quando o câncer de bexiga é invasivo o procedimento indicado é a realização de uma cistectomia, que consiste na retirada de parte ou de toda a bexiga, além de outras estruturas próximas, como próstata e glândulas seminais, no caso dos homens, e útero, ovário e parte da vagina, no caso das mulheres.

 

Panorama Histórico do Câncer de Bexiga no Brasil

 

Há 30 anos o tratamento do câncer de bexiga se baseava em duas frentes: abordagens auxiliares após a cistectomia, para melhorar os resultados oncológicos, e técnicas cirúrgicas com intuito de substituir o conduto ileal. 

 

O tratamento consistia na realização de quimioterapia após a cirurgia. Alguns anos depois, pesquisadores americanos e europeus também conduziram estudos sobre os benefícios da quimioterapia antes mesmo da cistectomia, que passou a ser adotada em grande parte dos casos.

 

Anos mais tarde, técnicas não invasivas passaram a fazer parte das salas de cirurgia e a cistectomia robótica foi um dos grandes avanços para médicos e pacientes. O uso dessa tecnologia possibilita aos pacientes uma recuperação mais rápida, confortável, menos riscos de complicações e mais qualidade de vida, quando comparada à cirurgia aberta. 

 

O que esperar do tratamento do câncer de bexiga? 

 

A evolução da medicina trouxe uma forma totalmente nova de tratar os pacientes com câncer de bexiga avançado, através do sequenciamento e análise ômica. Os pesquisadores dividiram cânceres de bexiga invasivos em seis subtipos, com diferentes prognósticos e diferentes respostas às terapias sistêmicas, fazendo com que o tratamento possa ser mais “personalizado” de acordo com o tipo da doença.

 

Outra aposta da medicina é o desenvolvimento de inibidores de checkpoint, que é considerado o primeiro avanço real em mais de 50 anos. Atualmente existem mais de 20 pesquisas sendo desenvolvidas com esses inibidores que devem contribuir para o tratamento não só do câncer metastático, como também nas fases iniciais da doença. 

 

Recentemente, verificou-se também que a indústria farmacêutica voltou a se interessar em desenvolver e produzir medicamentos para o tratamento desse tipo de câncer. Alguns estudos já estão em fase bastante avançada, já podendo ser aprovado pela FDA americana, equivalente ao ministério da saúde no Brasil.

 

Apesar dos avanços ao longo dos últimos anos, não há estudos conclusivos sobre os exames de urina em substituição a cistoscopia. Outra incerteza que ronda a doença é se será possível prever quais os tumores têm mais riscos de progredir e quais responderão melhor aos tratamentos empregados. 

 

Para os pesquisadores será, sim, possível prever essas situações,  porém o alto custo desse rastreamento, faria com que grande parte da população não tivesse acesso a eles. Agora é esperar para ver o que o futuro reserva para o tratamento do câncer de bexiga e que seja acessível a todos. 

Impactos dos atrasos no tratamento do câncer de bexiga, durante a pandemia

Impactos dos atrasos no tratamento do câncer de bexiga, durante a pandemia

Os efeitos da pandemia na saúde da população vão além da infecção por coronavírus. O distanciamento social, ainda necessário para evitar o contágio, e a sobrecarga do sistema de saúde público e privado fizeram com que muitas outras doenças não recebessem a atenção adequada.

Nesse sentido, muitos pesquisadores se dedicaram a prever e avaliar os impactos da pandemia no diagnóstico e tratamento de diversos tipos de câncer, uma das doenças em que a intervenção precoce, em muitos casos, significa chances de cura muito maiores.

Atrasos na realização de intervenções cirúrgicas já foram amplamente explorados em muitas pesquisas, especialmente em casos de câncer de bexiga com invasão muscular. De acordo com uma revisão sistemática publicada no periódico European Urology Oncology, envolvendo mais de dezenove estudos sobre o assunto,  foi possível desenvolver algumas orientações na abordagem do câncer de bexiga para o período:

Durante as restrições causadas pela pandemia de Covid-19, pacientes com câncer de bexiga não invasivo de alto grau devem ser submetidos ao tratamento com BCG e terapia de manutenção. 

Já para os tumores de alto risco, a cistectomia deve ter sido realizada assim que possível, com exceção para casos em que o risco pós-operatório de contrair Covid-19 seja grande em pacientes com comorbidades. 

Além disso, de acordo com a literatura disponível, o atraso em até três meses na cistectomia radical pode ser seguro em casos de câncer invasivo, e a equipe médica deve priorizar o câncer de bexiga de alto grau, seja ele invasivo ou não, já que o impacto na sobrevida pode ser significativo. 

Revisão sistemática oferece orientações a respeito do atraso no tratamento do câncer de bexiga

Antes da pandemia de Covid-19, dificuldades na marcação de exames e consultas, busca de diversas opiniões médicas, questões sociais, diagnósticos errados e comorbidades em pacientes foram motivos que resultaram num espaço de tempo maior entre o diagnóstico e o tratamento da doença.

Na revisão, quatro estudos encontraram uma associação significativa entre o retardo do diagnóstico em relação à cistectomia radical (cirurgia de remoção da bexiga). A partir da metanálise de três estudos com dados que consideravam o estágio do tumor, foi encontrado um risco aumentado de morte para os pacientes com atraso significativo. 

Cinco estudos avaliaram a associação entre o tempo entre a conclusão da quimioterapia neoadjuvante e a cistectomia radical em relação à sobrevida. Dois deles demonstraram que demorar muito entre a quimioterapia e a cirurgia trouxe efeitos adversos na sobrevida dos pacientes, enquanto outro identificou que o estadiamento de tumores avançados estava associado aos atrasos.

Um dos estudos observou que pacientes que tiveram mais de 10 semanas entre o último ciclo de quimioterapia e a cirurgia de remoção da bexiga tiveram uma sobrevida global e específica do câncer mais baixa. Outra pesquisa descobriu que os atrasos na quimioterapia em mais de oito semanas estavam associados a um risco aumentado de avanço do tumor. 

Entretanto, os pesquisadores não encontraram problemas em relação ao atraso de até seis meses do diagnóstico à cistectomia radical, nos casos em que a quimioterapia foi administrada. Esse pode ser um indicador de que os atrasos na administração da quimio podem ter um impacto maior, durante a pandemia, do que o atraso na cirurgia.

Vale ressaltar, também, que os tumores da bexiga que não invadiram o músculo podem ser divididos entre baixo e alto grau e a metanálise parece apontar que os atrasos são mais propensos a causar danos em pacientes com doença de alto grau do que naqueles com doença de baixo grau.

Acredito que, num futuro próximo, iremos saber as consequências do atraso na administração do tratamento adequado em pacientes com câncer de bexiga por meio de dados específicos desse período. Hoje, já sabemos que o impacto no diagnóstico do câncer de rim foi muito significativo, por exemplo.

Por fim, se o seu tratamento foi impactado pela pandemia, não se desespere e mantenha o acompanhamento médico adequado, certo?

5 dúvidas e respostas sobre o câncer de bexiga

5 dúvidas e respostas sobre o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é um tumor prevalente no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer estima que para cada ano, entre 2020 e 2022, mais de 10.600 novos casos da doença serão diagnosticados. Apesar de comum, esse é um tipo de câncer com pouca visibilidade, motivo pelo qual muitas pessoas têm dúvidas sobre o assunto quando alguém da família ou elas mesmas são diagnosticadas. 

Para ajudar a desmistificar o assunto e fazer circular informações científicas sobre esse tipo de tumor, separei cinco dúvidas que recebo muito no meu consultório para abordar aqui no blog. Com certeza, existem muitas outras perguntas que podem surgir a respeito do câncer de bexiga, inclusive, envolvendo seu tratamento, que, frequentemente, é cirúrgico. Entretanto, abordando essas questões mais gerais, podemos abrir caminho para perguntas mais específicas. Vamos lá?

O que pode causar o câncer de bexiga?

O câncer de bexiga pode ser causado por diversos fatores e, muitas vezes, é difícil determinar uma causa específica para o surgimento da doença. Atualmente, já sabemos que um dos principais fatores de risco para o problema é o tabagismo, já que as toxinas cancerígenas do cigarro são filtradas pelos rins e armazenadas na bexiga até serem eliminadas naturalmente pela urina. 

Outros fatores, como radiação da região pélvica e determinados tipos de quimioterapia feitas no passado, também podem aumentar as chances de um paciente desenvolver câncer de bexiga. Além disso, alguns profissionais estão expostos a substâncias que podem aumentar o risco de ter câncer de bexiga, especialmente aqueles que trabalham com diesel, petróleo, solventes e determinados tipos de tinta. 

E, por fim, o câncer de bexiga também pode ter causas genéticas, já que mutações no gene TP53 são encontradas em aproximadamente 60% dos tumores de bexiga invasivos, e o prognóstico desses pacientes também costuma ser pior. 

Como o câncer de bexiga é diagnosticado?

Existem muitos testes disponíveis para ajudar no diagnóstico do câncer de bexiga, como ultrassom, tomografia computadorizada e a ressonância magnética, que  são muito úteis para detectar irregularidades na parede da bexiga, o que sugere a presença do tumor. 

Depois, o médico, provavelmente, irá realizar uma cistoscopia para enxergar dentro da bexiga. Para isso, inserimos um cabo flexível com uma microcâmera pela uretra do paciente para examinar visualmente a bexiga e coletar amostras para biópsia.

Outra opção é a análise laboratorial da urina do paciente, para tentar detectar a presença de células cancerígenas. Felizmente, hoje já existem muitos estudos para que biomarcadores sejam cada vez mais utilizados no diagnóstico da doença, sem precisar recorrer a exames mais invasivos. 

Quais as opções de tratamento para câncer de bexiga?

As opções de tratamento para o câncer de bexiga irão variar de acordo com o estágio da doença e se o tumor invadiu ou não a camada muscular. No caso de tumores não invasivos, primeiro realizamos uma cirurgia para remover a neoplasia, preservando a bexiga. Depois, podemos utilizar quimioterapia ou Imuno BCG (isso mesmo, a vacina é aplicada diretamente na bexiga para tratar o câncer).

Já no caso do câncer invasivo, é necessário realizar uma cistectomia radical, ou seja, a remoção completa da bexiga do paciente. Nos homens, essa cirurgia pode envolver a remoção da próstata e da vesícula seminal. Nas mulheres, o útero, ovários, tuba uterina, parede anterior da vagina e uretra também podem ser removidos. 

Em ambos os casos, pode ser necessário remover, também, os gânglios linfáticos da pelve e realizar mais quimioterapia neoadjuvante, o que pode contribuir para aumentar a sobrevida do paciente.

O que acontece se eu não tratar o câncer de bexiga?

Para muitos pacientes, lidar com o tratamento do câncer pode parecer pior do que a doença em si, e alguns consideram não iniciar a quimioterapia ou passar pela cirurgia. Essa é uma decisão pessoal, mas é fundamental que o paciente compreenda as consequências dessa escolha:

Quanto mais tempo o tumor fica sem tratamento, maiores são as chances de complicações como sangue na urina, dor na hora de urinar, sensação de ardência, dificuldades para urinar, perda da urina, obstrução da saída da urina e dor pélvica. 

À medida em que o câncer se espalha para outras regiões do corpo, maior será a dificuldade de tratamento, então se o paciente mudar de ideia futuramente, o tratamento poderá não ser tão bem-sucedido. 

Ou seja, não tratar o câncer assim que ele é diagnosticado aumenta as chances de lidar com todos esses sintomas, prejudicando a qualidade de vida, e também as chances de morrer da doença. 

O que acontece depois da cirurgia de remoção da bexiga? 

Isso vai depender da abordagem utilizada durante o procedimento. Se realizamos um conduto ileal, o paciente deverá utilizar uma bolsa coletora de urina o tempo todo, já que não terá controle de sua eliminação. 

Se realizarmos uma neobexiga, ou seja, criarmos um novo reservatório para a urina, o paciente poderá ir ao banheiro normalmente e geralmente recupera a capacidade de conter a excreção. 

Enquanto a urostomia é um procedimento mais simples, ela está associada a maiores complicações e perda da função sexual em alguns casos. Por outro lado, a neobexiga também traz o risco de incontinência noturna e precisa de treinamento pós-operatório para que ela se expanda. 

Em ambos os casos, a cirurgia robótica tem oferecido os melhores resultados em termos de precisão, recuperação rápida e menores riscos de efeitos colaterais. 

Se você quer saber mais sobre como a cirurgia robótica tem ajudado pacientes com câncer de bexiga, confira esse post sobre o período pós-operatório da cistectomia robótica

O que as mulheres precisam saber sobre o câncer de bexiga

O que as mulheres precisam saber sobre o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é mais comum entre homens do que entre as mulheres. Porém, a taxa de sobrevivência, entre elas, é menor. De acordo com um relatório publicado pelo Instituto Nacional do Câncer, provavelmente, isso se deve ao fato de que elas estão recebendo o diagnóstico mais tarde. 

Provavelmente, isso se deve ao fato de que elas estão recebendo o diagnóstico mais tarde. Por um lado, as pacientes demoram a reportar ao médico a presença de sangue na urina, principal sintoma da doença e que costuma ser interpretado como sangue menstrual, sangramento pós-menopausa ou mesmo como sintoma de uma infecção urinária comum. 

Por outro, os médicos não tendem a suspeitar inicialmente do câncer de bexiga, já que esse tipo de tumor não está sequer entre as dez neoplasias mais comuns entre as mulheres. Na maioria dos casos, a mulher pode sair do consultório médico com uma receita para antibióticos. 

Como esse sangramento não é acompanhado de dor e os episódios podem demorar semanas e até meses para ocorrer de novo, médico e paciente pensam que o medicamento funcionou, quando na realidade o tumor só ganhou mais tempo para se desenvolver e se espalhar. 

Entretanto, vale ressaltar que a mulher pode ter câncer de bexiga e uma infecção urinária ao mesmo tempo. Se o sangramento persistir depois do tratamento com antibióticos, não deixe de procurar o médico e procure um urologista. 

Fatores de risco para o câncer de bexiga em mulheres

Assim como nos homens, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de bexiga é o tabagismo. Fumantes têm até três vezes mais chances de ter a doença do que não fumantes e aproximadamente 50% de todos os casos de paciente com câncer de bexiga estão relacionados ao cigarro.

Outro fator de risco importante é a exposição a determinados tipos de substâncias no trabalho. Para esse tipo de tumor, produtos químicos utilizados na indústria têxtil, couro, tintas e produtos de borracha e gráficas podem ser perigosos.

Fatores genéticos e histórico familiar também têm um papel importante no desenvolvimento do câncer de bexiga. Pessoas com mutações nos genes NAT e GST ou pessoas com parentes próximos que já tiveram a doença estão mais propensas a desenvolvê-la.

Como você pode ver, nem todos os fatores de risco estão sob controle da paciente, motivo pelo qual deve-se evitar acumular mais de um deles

Sintomas da doença 

O principal sintoma do câncer de bexiga em mulheres é o sangue na urina, que pode aparecer em pequena quantidade ou chegar a mudar a cor do líquido para rosa, laranja ou vermelho.

Inclusive, nem sempre o sangue presente na urina é visível a olho nu. A paciente pode achar que o sangramento desapareceu, mas ele só se tornou sutil o suficiente para não ser notado por ela no vaso sanitário, e somente um exame laboratorial poderá determinar se há ou não a presença de sangue na urina. 

Outros sinais precoces do câncer de bexiga são a necessidade de urinar com mais frequência do que o normal, dor ou queimação ao urinar, vontade de ir ao banheiro mesmo depois de já ter ido ou dificuldades para urinar. Esses sintomas, naturalmente, não são exclusivos desse tipo de câncer e podem ser indicativos de infecções na bexiga ou trato urinário. 

Depois que a doença já está avançada e se espalhou para outras partes do corpo, a mulher pode não conseguir urinar, perder o apetite, sentir dor na lombar ou nos ossos, cansaço excessivo e ter perda de peso não explicada. 

Tratamento cirúrgico do câncer de bexiga em mulheres 

Principalmente quando o tumor não está mais em estágios muito iniciais, a cirurgia é uma parte importante do tratamento da doença. Nesse procedimento, removemos a bexiga e, dependendo do caso, construiremos uma neobexiga. Também é possível fazer uma derivação urinária, em que a urina será drenada por meio de uma saída pelo abdômen da paciente.  

Nesse sentido, uma das principais diferenças entre a cistectomia radical para homens e mulheres é que, quando as chances do câncer ter se espalhado são altas, também é necessário remover os ovários e parte da vagina. Isso pode trazer, inclusive, implicações em relação à fertilidade da mulher. 

Tanto nos homens quanto nas mulheres, a cirurgia robótica tem sido uma excelente alternativa para passar por esse procedimento de maneira minimamente invasiva, o que significa mais precisão durante a cirurgia e recuperação mais rápida para o paciente

Espero que o post de hoje tenha trazido informações importantes a respeito do câncer de bexiga em mulheres. Se você suspeita que pode ter a doença, busque ajuda médica, e se você está procurando tratamento cirúrgico, entre em contato com a minha equipe. Estou preparado para te ajudar a enfrentar o câncer. 

Startup cria teste rápido e indolor para detectar câncer de bexiga

Startup cria teste rápido e indolor para detectar câncer de bexiga

Para diagnosticar o câncer de bexiga, geralmente realizamos um exame chamado cistoscopia, em que inserimos um instrumento fino e flexível pela uretra do paciente. O cistoscópio é equipado com uma microcâmera. Então, o exame possibilita enxergar toda essa estrutura até chegar na bexiga. 

 

Apesar de ser considerado efetivo, esse método tem custo elevado e causa muito desconforto ao paciente, motivo pelo qual é solicitado por último, para confirmar a suspeita do diagnóstico. Frequentemente, após o tratamento da doença, a pessoa precisa realizar cistoscopias regularmente, o que acaba impondo ainda mais sofrimento a alguém que já enfrentou muitas dificuldades para vencer o câncer. 

 

Para superar esses e outros desafios relacionados ao câncer de bexiga, uma startup de São Carlos (SP) desenvolveu um kit de diagnóstico rápido, simples, não invasivo e de baixo custo capaz de identificar o câncer de bexiga e auxiliar na detecção e acompanhamento da doença. 

 

A iniciativa foi desenvolvida por meio de um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). 

Como o novo teste para câncer de bexiga funciona 

O teste funciona por meio da coleta da urina normalmente, como qualquer outro exame laboratorial. Depois de ser misturada à outra solução, uma mudança de cor e aspecto da urina indica que o paciente tem câncer de bexiga. 

 

Isso é possível porque o teste conta com anticorpos capazes de identificar assinaturas moleculares (biomarcadores) do câncer de bexiga que acabam saindo na urina.

 

Além disso, os pesquisadores desenvolveram um outro modelo de teste parecido com os testes de gravidez disponíveis na farmácia. A ideia é que ele custe cerca de R$ 20 e possa indicar rapidamente se o paciente tem ou não a doença, mas o protótipo ainda está sendo aprimorado.

 

Vale ressaltar, entretanto, que nenhum dos dois testes desenvolvidos pela startup será capaz de substituir a cistoscopia, mas sim ajudar a identificar o tumor em estágios iniciais e evitar que o paciente passe por um exame caro e desconfortável desnecessariamente. 

 

Afinal, para desenvolver o melhor plano de tratamento, é necessário saber qual o tamanho do tumor, seu estágio e entender melhor a sua morfologia. Além de possibilitar a visualização do crescimento maligno, a cistoscopia possibilita a coleta de material para biópsia. 

 

De acordo com os pesquisadores, um dos objetivos é evitar a retirada desnecessária da bexiga, a cistectomia. Quando o tumor é identificado em estágios muito iniciais, esse tipo de procedimento pode não ser necessário para que o paciente seja curado. 

 

Embora a cirurgia de remoção da bexiga esteja cada vez mais moderna, especialmente com a cirurgia robótica, a preservação do órgão por meio de um diagnóstico precoce é uma excelente notícia para os pacientes! Além disso, poder realizar o acompanhamento de pacientes oncológicos com um teste não invasivo também poderá poupá-los de muito desconforto. 

 

 

 

Como é o pós-operatório da cirurgia robótica de remoção da bexiga

Como é o pós-operatório da cirurgia robótica de remoção da bexiga

O câncer de bexiga pode acometer tanto homens quanto mulheres, geralmente, acima dos 55 anos. O tratamento costuma ser feito com a remoção de parte de ou da totalidade da bexiga do paciente, procedimento chamado de cistectomia. Essa intervenção é considerada delicada porque envolve estruturas nervosas e musculares muito sensíveis, e, nesse sentido, a cirurgia robótica oferece excelentes resultados, com bastante segurança.

Entenda o câncer de bexiga

O câncer de bexiga é considerado uma das neoplasias mais comuns do trato urinário, podendo ser superficial ou invasivo. Quando se limita aos tecidos de revestimento da bexiga, é um câncer superficial e, quando adentra a parede muscular, é considerado invasivo. 

O principal fator de risco para a doença é o tabagismo, que aumenta as chances de uma pessoa ter câncer de bexiga em até 70%. Isso ocorre porque as milhares de substâncias presentes no cigarro, muitas delas cancerígenas, são filtradas do sangue pelos rins e se depositam na bexiga. Inclusive, fumantes passivos também estão sujeitos a desenvolver câncer de bexiga. 

Infelizmente, nem sempre a doença é detectada precocemente e o rastreamento desse tipo de câncer não é recomendado. Por esse motivo, é muito importante que todos fiquem muito atentos a sintomas como dor ao urinar e sangue na urina. 

Apesar de poderem indicar muitos outros problemas além do câncer de bexiga, esses sintomas indicam que é a hora de procurar um urologista. 

O tratamento para câncer de bexiga com cirurgia robótica

O tratamento para câncer de bexiga, geralmente, envolve a remoção total ou parcial do órgão, com reconstrução da bexiga para que o paciente consiga urinar. Dependendo das suas condições clínicas, expectativas, tipo, tamanho e localização do tumor, a bexiga reconstruída poderá oferecer ou não continência voluntária (a pessoa consegue segurar a urina). 

A princípio, a reconstrução da bexiga era feita fora do corpo do paciente mas, com o avanço da tecnologia, hoje, já é possível construir a neobexiga dentro do corpo do paciente, utilizando parte do seu intestino delgado. 

Em relação à cirurgia aberta, a cistectomia robótica se destaca por ser uma técnica minimamente invasiva, evitando as complicações causadas pela extensa incisão necessária no método tradicional. 

Até pouco tempo atrás, as cistectomias abertas causavam danos notáveis aos tecidos e nervos da região, bem como sangramentos e infecções pós-operatórias. A taxa de mortalidade devido ao procedimento eram consideradas relativamente altas.

Com a chegada da laparoscopia, o procedimento se tornou mais delicado, passando a ser realizado através de pequenos cortes no abdômen do paciente. Entretanto, foi depois que a primeira cistectomia roboticamente assistida foi realizada, nos anos 2000, que esse procedimento ganhou um nível diferenciado de refinamento. 

Afinal, o Sistema Cirúrgico da Vinci possibilita ao cirurgião ter uma visualização em 3D e em alta definição de dentro do corpo do paciente, bem como mais precisão por meio dos controles que movimentam os pequenos instrumentos utilizados na cirurgia. 

O pós-operatório da cistectomia robótica

Sem dúvidas, a cirurgia robótica transformou drasticamente o tratamento para o câncer de bexiga, principalmente porque proporcionou um pós-operatório muito mais tranquilo para o paciente. 

Apesar de menos invasiva que um procedimento aberto, a cistectomia robótica ainda é uma cirurgia e, por isso, o paciente poderá enfrentar um pouco de desconforto depois do procedimento. Entretanto, ele contará com a prescrição de medicamentos para o alívio da dor. 

Dois a quatro dias depois da cirurgia, o paciente sentirá muito menos desconforto e já poderá se levantar e andar sozinho. Nas primeiras semanas é normal que haja sangue na urina e hematomas ao redor das incisões.

Muitos fatores estão envolvidos na volta do paciente ao trabalho, como o nível de esforço físico necessário na profissão, se foi necessário realizar uma urostomia para saída da urina e o estado de saúde geral do paciente. Somente o médico poderá dizer quando é a hora certa de voltar à rotina normal. 

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