Dentro dos próximos meses os pacientes brasileiros terão mais uma opção de medicamento para câncer de próstata não metastático. Trata-se da darolutamida (Nubeqa®), um antiandrogênico oral que foi aprovado e registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no começo de 2020 e que deve começar a circular em breve.

A medicação é uma inibidora do hormônio androgênio e é indicada no tratamento de câncer de próstata que ainda não entrou em metástase e permanece resistente à terapia de privação hormonal.

Esse tipo de câncer continua progredindo apesar do tratamento, e os medicamentos antiandrogênicos buscam reduzir o nível dos hormônios que estimulam as células cancerígenas.

Agindo como um inibidor do receptor de androgênio, a darolutamida vai impedir que o hormônio seja recebido pelas células do câncer de próstata, retardando que cresçam e se espalhem pelo organismo.

Para a comunidade de especialistas, o momento conhecido como fase de resistência à castração não-metastática sempre foi um desafio tanto do ponto de vista diagnóstico quanto pela falta de tratamentos eficazes.

Medicamentos antiandrogênicos como a apalutamida e enzalutamida, que já estão no mercado brasileiro há dois anos, costumam apresentar resultados também positivos no tratamento desse tipo de câncer de próstata, mas com efeitos colaterais por penetrarem o Sistema Nervoso Central.

Nesse momento o paciente ainda não apresenta sintomas, então o objetivo da medicação antiandrogênica é justamente impedir que o câncer se espalhe e limitar os efeitos colaterais para que o médico tenha mais flexibilidade no tratamento.

Em relação à outros medicamentos de função similar, a darolutamida apresenta resultados muito positivos para atrasar com menor toxicidade a propagação do câncer, ou seja, gerando mais qualidade de vida para o paciente.

O câncer de próstata é o quarto mais comum em todo o mundo e o segundo mais frequente entre os homens. Dos pacientes com câncer do tipo resistente à castração, um terço entra em metástase em dois anos.

Com a aprovação da Anvisa, o Brasil é o segundo país do mundo a aderir à terapia com darolutamina, oferecendo mais uma possibilidade para ser discutida entre médico e paciente, possibilitando escolher o melhor tratamento a se seguir.