Para todas as fases da evolução do câncer de próstata, há um tratamento adequado. E a escolha mais adequada deve ser individualizada e definida após discussão entre médico e paciente sobre os riscos e benefícios de cada método.

As opções para cada fase são:

➡ Doença localizada (confinada à próstata)

  • Vigilância ativa – acompanhamento clínico da doença, quando o tumor é pouco agressivo

O paciente é acompanhado de perto, fazendo exames regulares de PSA e toque retal a cada 6 meses. Biópsias poderão ser realizadas, para verificar a evolução da doença. Mas, se a qualquer momento for constatado o crescimento do tumor ou alguma alteração com base nos resultados dos exames de acompanhamento, o tratamento é iniciado. Essa abordagem pode ser indicada se a doença não estiver provocando nenhum sintoma e se o tumor estiver se desenvolvendo lentamente, for pequeno e estiver contido dentro da próstata. 

  • Cirurgia radical – aberta (convencional), laparoscópica e robótica

A cirurgia — chamada prostatectomia radical — consiste na remoção de toda a próstata, das vesículas seminais e, por vezes, dos linfonodos regionais. É obrigatória a retirada da próstata inteira porque, na maioria das vezes, o tumor é multifocal. 

A prostatectomia radical realizada em plataforma robótica é, atualmente, a cirurgia mais comum para o tratamento do câncer da próstata, sendo responsável por mais de 90% de todas as prostatectomias realizadas nos Estados Unidos. Isso porque a tecnologia fornece visão HD e 3D da região, filtragem de tremor, incisões pequenas e uma série de outros importantes recursos. Com isso, o paciente tem um retorno mais rápido às suas atividades rotineiras, um tempo mais curto de hospitalização e um risco reduzido de ter incontinência e impotência sexual. Outras vantagens são a menor perda sanguínea, menor necessidade de transfusão e menos dor em todo o processo.

A prostatectomia radical laparoscópica também é uma cirurgia minimamente invasiva que não demanda uma grande incisão e que conta com importantes tecnologias, como a fibra ótica e a magnificação da imagem pela visão ampliada, o que permite realizar o procedimento de forma precisa. Ela também possibilita benefícios como menor índice de infecção, redução da dor pós-operatória e do sangramento, um menor período de hospitalização e um retorno mais rápido às atividades normais.

  • Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais com radiação. As técnicas evoluíram bastante na última década e, hoje, é possível dirigir os raios com muito mais precisão, de modo a atingir predominantemente a próstata e poupar ao máximo o reto e a bexiga. 

Podem ser empregadas duas formas: a radioterapia externa e a interna. Na radioterapia externa, o tumor de próstata é enquadrado no campo de radiação através de exames de imagem e de cálculos matemáticos. O tratamento tem a duração aproximada de sete a oito semanas (de segunda a sexta-feira).

Já a radioterapia interna é uma técnica que se baseia na colocação de sementes radioativas no interior da próstata, que são introduzidas por via retal sob anestesia. O procedimento é realizado em um único dia, e não requer internação hospitalar. Mas o procedimento só é indicado para tumores pequenos, com PSA baixo (geralmente menor do que 10 ng/mL) e pouco agressivos.

➡ Doença localmente avançada (ultrapassa somente os limites da próstata)

Cirurgia radical acompanhada ou não de hormônio e Radioterapia.

➡ Doença avançada (já presente em outros órgãos):

Tratamento clínico com hormonioterapia, quimioterapia e drogas orais, que melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida.

A hormonioterapia é uma indicação para pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, com uma probabilidade de resposta maior que 85%. Porém, ao contrário da radioterapia e da cirurgia, na doença localizada, o tratamento hormonal tem a capacidade de controlar, e não de curar o câncer.

Na prática, a hormonioterapia do câncer de próstata consiste em privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona, hormônio masculino que alimenta a doença. As duas drogas mais utilizadas para o bloqueio hormonal medicamentoso são a gosserrelina e a leuprolida.

Embora a hormonioterapia seja bastante eficaz nas fases iniciais, as células malignas eventualmente se tornam resistentes ao tratamento hormonal. Nessas situações, podem ser utilizadas outras medicações que bloqueiam a ação da testosterona, por exemplo: dietilestilbestrol, bicalutamida, flutamida, nilutamida e cetoconazol. Em certos casos, os corticoides também podem ser utilizados.

Quimioterapia

A quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, administrados por via intravenosa ou por via oral. Para atingir as células cancerígenas em todo o corpo, ela é administrada na corrente sanguínea, tornando este tratamento potencialmente útil para tumores que se disseminaram (metástase) para outros órgãos.

Em alguns casos, a quimioterapia é usada se a doença está disseminada e a terapia hormonal não dá nenhuma resposta. Pesquisas recentes mostraram que a quimioterapia pode ser útil se administrada junto com a hormonioterapia.