A robótica amplia os benefícios das cirurgias minimamente invasivas para procedimentos de alta complexidade, especialmente em urologia, cardiologia, gastrocirurgia, ginecologia, cabeça e pescoço. 

Os benefícios para médicos e pacientes são tantos que a tecnologia já vem sendo utilizada desde o início dos anos 2000 nos Estados Unidos, onde 90% das cirurgias urológicas atuais são realizadas via robótica. Por aqui, a inovação demorou a chegar graças a um entrave que, infelizmente, ainda persiste: o alto custo do investimento.

Por ser o que há de mais moderno e menos invasivo na área da cirurgia, as plataformas robóticas ainda são caras. O investimento para a importação do equipamento fica entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, aproximadamente, sem contar as taxas de impostos. Além disso, o hospital precisa pagar uma anuidade de cerca de R$ 800 mil para a manutenção preventiva do robô. Outro custo são as pinças, ópticas e demais insumos que precisam ser comprados para a realização das cirurgias.

Aqui em Belo Horizonte, por exemplo, o que tem acontecido é que alguns pacientes têm os custos de internação cobertos pelo convênio, pagando apenas o que não é coberto pelas operadoras.

A boa notícia é que muitas patentes da Intuitive, líder do mercado e criadora dos sistemas da Vinci, expiraram ou estão prestes a expirar, abrindo espaço para concorrência. Diversas companhias, entre startups e grandes empresas, devem lançar novos robôs em breve, com promessas de custos 50% menores.

Além disso, muitos planos de saúde estão começando a entender as vantagens globais da tecnologia, que oferece um custo benefício muito bom em relação à cirurgia aberta e até mesmo sobre a laparoscopia. Tanto que alguns convênios mais específicos já cobrem total ou parcialmente os custos da prostatectomia, um dos procedimentos mais realizados via robótica em todo o mundo. 

As operadoras estão entendo que, na hora de fazer as contas, é preciso ter em mente os altos custos financeiros e emocionais do tratamento das sequelas da cirurgia do câncer de próstata e lembrar que é possível reduzir todos eles com a utilização da tecnologia robótica. Não há mais dúvidas quantos aos seus inúmeros benefícios para os pacientes. Em pouco tempo, hospitais e convênios perceberão o quanto ela pode ser benéfica também para a saúde financeira.

Tanto que, atualmente, a maior parte dos pacientes chega aos hospitais particulares bem informados e não se intimidam com a utilização dos robôs. Com a chance de voltar mais rapidamente à vida normal, eles não se incomodam em pagar a diferença de valor. Assim, o que inicialmente parece caro, acaba sendo percebido pelos pacientes como um investimento na sua própria saúde, o que é mesmo verdade.

Além disso, os hospitais que adquirem a plataforma acabam investindo muito no treinamento e aperfeiçoamento de toda a equipe, e isto se traduz em maior segurança para os pacientes. As instituições também passam a controlar melhor os resultados da cirurgia, o que facilita reconhecer os problemas precocemente e trabalhar para a excelência em todos os procedimentos.